domingo, 20 de abril de 2008

Coisas de Pesadelos

Há determinadas características nossas que desejamos que os nossos filhos não herdem. Sejam elas doenças, características físicas que não gostamos em nós, ou defeitos. Mas hoje apercebi-me que o meu filho Afonso herdou de mim os pesadelos. Quem me conhece sabe como são mirabolantes as minhas noites, entre guerras, monstros, mortos e feridos. E hoje o meu filho Afonso, com apenas quatro anos, contou-me que as suas noites não são muito diferentes das minhas:
- Porque é que, quando eu fecho os olhos, sonho sempre com coisas más, mamã?
Comecei por lhe dizer para tentar contrariar os sonhos maus, e pensar em coisas boas antes de fechar os olhos.
- Mas eu faço isso, mamã. Penso no arco-íris e tenho pesadelos na mesma.
Acabei por confessar-lhe que comigo acontecia a mesma coisa. Mas que isso significava que tínhamos uma grande imaginação.
- E a minha "imanigação" não pode pensar em coisas boas?
Acabei por ter que usar o consolo que uso para mim mesma, e explicar-lhe que a grande vantagem de sonharmos com coisas más, é que abrimos os olhos e percebemos que aquilo que vivemos é muito bom.
- E não podemos ficar sempre com os olhos abertos?
Não. Claro que não. Támbém já o desejei muitas vezes. Mas a noite vem e os olhos pesam. E os sonhos aparecem. Felizmente que o dia tem muito mais horas do que a noite e nele, com chuva ou sem ela, os dias são quase sempre tão bonitos como o arco-íris!

1 comentário:

  1. Sei do que falas... Pesadelos...
    longa história. O que é que achas que estou aqui a fazer a esta hora? A espantar a 'fábrica' que começa a laborar com o fechar dos olhos.
    Melhores dias virão e pode ser já amanhã.

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