Lisboa. 30 graus à sombra. 3 reuniões marcadas por mim à hora do almoço para rentabilizar a viagem e poder voltar para junto dos bebés. Mas há ainda os outros dois, o pai não pôde ficar com eles, a empregada não fica com os 4, e acabei por deixar o mais velho até o pai chegar, e levar o do meio às reuniões. Passei pela vergonha de "Desculpem... sabem como é Agosto... Mas eu trouxe livros para ele pintar, não nos vai incomodar". Mas descontraí e assumi o papel de mãe-canguru. Se quero ter muitos filhos e continuar a trabalhar muito não posso stressar com estes contratempos. 1ª reunião: portou-se bem. 2ª reunião: portou-se lindamente. 3ª reunião: passou-se! Coitado... com toda a razão. Eram 3 da tarde e eu estava a prometer-lhe desde o meio-dia que ia levá-lo ao parque e comprar-lhe um presente se ele se portasse bem. :( Tive de lhe comprar um presente na mesma, apesar de ele ter colado uma mão à outra com uma pastilha, esfarelado um bolo para dentro do chapéu e pedido 300 vezes, em bom som, para ir fazer cocó (e eu claro que o levei ao wc. E ele claro que não fez cocó nenhum).

Enfim, no regresso respirei fundo. Ele ia palrando coisas no banco de trás e eu confesso que nem o estava a ouvir. Até que ele se saiu com uma das suas pérolas de 3 anos:

- Ó Mãe, os gigantes arrancam árvores?
- Sim, filho. Têm muita força.
- Pois é... E eles comem o quê?
- Comem as árvores que arrancam, filho.
- E também comem candeeiros?
- Não, filho. Os candeeiros são para palitar os dedos.
- Ah... pois é! E eles são mesmo grandes, não são, mamã?
- São, filho.
- Acho que até são maiores que o papá...

Esqueci as reuniões, esqueci a pastilha, os cocós, o calor e a pilha de telefonemas que teria que fazer quando chegasse a casa. Só por aquela conversa tão fora de tudo, já tinha valido a pena tê-lo levado comigo...
A Leonor já dorme a noite toda e o Duarte só acorda uma vez a meio da noite, mas com as férias dos mais velhos, e o trabalho de permeio, o tempo continua a não chegar para as necessárias actualizações deste blog. Mas aqui vão, em resumo, as últimas gracinhas:

(Afonso no cabeleireiro):
Cabeleireiro
- Se não te portas bem corto-te uma orelha...
Afonso
- Olha... e eu vou dizer ao teu patrão e ele despede-te...

(Afonso ao telefone, no Algarve com os avós)
Mãe
- Sabes, Afonso, os teus manos hoje estão fartos de chorar.
Afonso
- Ufa! Ainda bem que eu não estou aí...

(Sebastião após encontrar um daqueles tufos brancos que andam pelo ar nesta altura):
Sebastião
- Afonso... vamos pedir um desejo, que esta coisa compra...

(Sebastião durante um abraço)
Sebastião
- Gosto tanto de ti, mamã, que até vais ficar sem respirar...

E os gémeos, apesar das birras de sono em stereo que fazem o pai querer mudar-se para a Sibéria, e dos colos que vão deixar a mamã mais corcunda que aquele do Notre Dame, estão cada vez mais lindos e já sorriem muito!