Não são meus, mas subscrevo-os!
11 conselhos para ensinar às crianças (e as férias são uma óptima altura para o fazermos)

http://www.portaldafamilia.org/artigos/artigo784.shtml


"
Diante de tantos perigos que espreitam nossos filhos, no mundo real, na internet, na TV, e como não podemos deixá-los isolados em uma redoma de vidro, a única forma de protegê-los é educando-os na liberdade e na responsabilidade. Mais que ensinar a pensar, a função dos pais deve consistir em motivar os filhos para que eles queiram pensar por conta própria.


1. O primeiro é agir de acordo com a verdade das coisas.

Ensinar os filhos a não se enganarem, a serem sinceros, a agirem com coerência. "Podemos conhecer a química cerebral que explica o movimento de um dedo, mas isso não explica por que esse movimento é usado ora para tocar piano, ora para apertar o gatilho" (Marcus Jacobson). E também que "não podemos baratear a verdade" (F. Suárez), desmerecendo seu valor, como se fosse época de liquidação.

2. Um segundo conselho é saber que "o treinamento é uma exclusividade da inteligência humana"

É preciso enriquecer a linguagem, fomentar o diálogo, o exercício mental de raciocinar, de defender uma causa, de ter argumentos para as próprias decisões, não bastando fazer apenas o que fazem os demais, tal qual "maria-vai-com-as-outras". Aprender a pensar é descobrir todo o imenso poder que a moda exerce no mundo e saber sair da jaula mental em que ela pode nos aprisionar. O livre pensador, ou simplesmente, o pensador, não deve sacrificar sua liberdade de pensamento no altar da moda. Sacrificar a verdade no altar da moda é uma das perversões mais nocivas do pensador. Entretanto, com demasiada freqüência encarceramos a razão na jaula da moda. Treinamento e cultivo, dado que "a terra que não é lavrada manterá dará abrolhos e espinhos, ainda que seja fértil. Assim acontece com o entendimento do homem" (Sta. Teresa de Jesus).

3. Já que é impossível nunca cometer erros, pelo menos, por utilidade e por dever, precisamos aprender com nossos erros.

Se queremos aprender a pensar, deveremos descobrir o mundo tão humano do erro. "Errar é humano", descobriram os antigos. O erro é o preço que o animal racional deve pagar.

4. Deliberar é a segunda etapa da vontade.

Seremos tanto mais inteligentes e livres quanto mais conhecermos a realidade, soubermos avaliá-la melhor e nos tornemos capazes de abrir mais caminhos. Seria um erro pensar, observa Leonardo Polo, que o homem inventou a flecha porque tinha necessidade de comer pássaros. Também o gato tem essa mesma necessidade e nem por isso inventou nada. O homem inventou a flecha porque sua inteligência descobriu a oportunidade que lhe oferecia um galho de árvore.

5. Manter aberta a nossa capacidade de dirigir a nossa conduta por valores pensados.

Temos que passar do regime do impulso irracional para o regime da inteligência. Mais que ensinar a pensar, a função dos pais deve consistir em motivar os filhos para que eles queiram pensar por conta própria. Com atitudes positivas, as meninas são capazes de devorar o mundo; com atitudes negativas, pensar parece algo cansativo; o agir, algo medíocre.

6. Ensinar a tomar decisões. A inteligência é a capacidade de resolver problemas vitais.

Não é muito inteligente quem não é capaz de decidir, mesmo que dentro de seu refúgio consiga resolver com desembaraço problemas de trigonometria. Se concordamos que educar é essencialmente crescer em liberdade e em responsabilidade, aprender a decidir com acerto resulta num dos aspectos-chave desta tarefa: quanto maior for a capacidade de decisão, mais liberdade se obterá.

7. Devemos recuperar e estimular, nas crianças, a sadia estratégia de perguntar continuamente.

As três perguntas fundamentais são: Que é isto? Por que é assim? Como você sabe disso? Aristóteles definia a ciência como "o conhecimento certo pelas causas". Então, habituar-se a formular por quês. Os pais devem estimular, motivar, comentar e promover o clima adequado para favorecer os hábitos intelectuais de seus filhos.

8. A inteligência que plantamos deve saber aprender, e, mais que isso, tem de frutificar aprendendo.

Formular perguntas que ajudem os filhos a ser mais reflexivos, a interrogar-se sobre o pensamento: Por que o homem pensa? Você já pensou por que se recorda das coisas? Pensamos enquanto dormimos? O que é que mais te faz pensar? Você consegue pensar em duas coisas diferentes ao mesmo tempo? Leonardo Polo define o homem como um ser que não somente soluciona problemas, mas que também os propõe. De fato, o ser humano progride propondo novos problemas e procurando solucioná-los.

9. A inteligência deve ser eficazmente lingüística.

Graças à linguagem, nós nos comunicamos tanto com os outros quanto com nós mesmos. A inteligência não se assemelha a uma coleção de fotografias, mas a um rio. Rio e inteligência "fluem". Nossa linguagem natural, a língua materna, é como um rio para o qual confluem milhares de afluentes. "A pena e a palavra são as armas do pensador" (JA Jauregui): aprender a pensar é aprender a manejar dois instrumentos do pensamento: a pena e a palavra (N.E.: o autor alude ao antigo uso de uma pena como instrumento de escrita).

10. Estimular a leitura e controlar o uso da TV.

Já que falamos do vôo da inteligência: trata-se de "ser mais inteligente que a TV" (Jiménez). Os livros "têm que ser obras que alimentem a inteligência sem deixar ressequido o coração. Ou seja, devem iluminar a mente com a verdade, e não submergi-la nas névoas da dúvida ou na obscuridade do erro" (F. Suárez).

11. Urge encontrar tempo para refletir, para pensar, o que é menos trabalhoso e mais barato do que outras necessidades que criamos para nós.

Sobre o sentido último da vida, das coisas, do ser humano, de Deus. Quando Unamuno disse que costumava ir passear com pastores de ovelhas para aprender a pensar, para desfazer-se de preconceitos e dogmas escolares, todos estranharam. Entretanto, Unamuno estava sendo sincero. Um pastor de ovelhas dispõe de tempo para pensar, para dar rédea solta à sua imaginação e, assim, desvelar novos horizontes filosóficos que não será visto nunca por nenhum outro filósofo.

Fernando Corominas dizia que é preciso "assentar" na mente e no coração dos filhos as coisas boas, antes que se instalem as más. É chegar antes, educar para o futuro. Sempre que nos abandonamos, retornamos à selva. E a selva de que falo metaforicamente é sem dúvida uma renúncia da inteligência.
"
(Luis Oliveira - Portal da Família)
Mais um artigo da Magda Dias (Mum's the Boss) que recomendo vivamente!

http://mariacapaz.pt/cronicas/criancas-zombies-por-magda-dias/

"Desvinculamo-nos do papel de pais quando, continuamente, deixamos que a tecnologia passe a entreter os nossos filhos. A cada passo afastamo-nos mais deles, e eles de nós. A cada momento perdemos situações mágicas porque estamos a olhar para baixo, para um mundo virtual. Andamos cansados, com menos paciência e já não sabemos nem conseguimos manter uma relação com significado e valor. E então passamos-lhes o tablet porque já não conseguimos investir naquilo que temos de mais precioso na vida - essa relação parental."


É certo que não é nada fácil contrariá-lo nos dias que correm. Com três meses de férias e as férias dos pais reduzidas a poucos dias, ocupações de tempos livres a preços tantas vezes incomportáveis (sobretudo para quem tem mais do que um filho), e avós ainda no ativo, é muito fácil recorrer ao mundo virtual como o grande (aparente) aliado dos pais. Claro que até há jogos interessantes e pode aprender-se muito "em rede". O problema é conseguir impor os limites. Nem sempre se consegue. E o pacto com o mundo virtual torna-se às vezes uma espécie de "venda da alma ao diabo"...
Recebemos cá em casa um kit muito giro sobre como travar os piolhos, no verão.

Felizmente já não temos bicharada desta cá em casa há muito tempo, mas como eu sei muito bem a aflição que é ter cabecinhas lindas infestadas de piolhos e lêndeas, aqui ficam as dicas da Stop Piolhos (que nos enviou também um "Quantos queres" muito giro, sobre o tema. Obrigada!).


Uma excelente entrevista a Eduardo Sá, que vale a pena ler, refletir e, na medida das possibilidades, aplicar no seio das nossas famílias e comunidades educativas.

http://activa.sapo.pt/criancas/2015-07-16-Eduardo-Sa-Entre-a-escola-e-namorar-e-muito-mais-importante-namorar


"É urgente transformar o brincar em património da Humanidade, mas não percebemos que, quanto mais a infância for infância, mais saudáveis seremos em adultos. Temos aquela ideia pateta de que as crianças só podem comer depois de lavarem as mãos 20 vezes e de as limparem a um guardanapo fervido, e tudo na vida delas é tão assético e esterilizado que as tornamos imunodeficientes para a vida. Não lhes damos espaço para brincar. E estamos permanentemente a exigir-lhes que trabalhem muito mais do que um adulto. Os trabalhos de casa tal como são feitos, não fazem qualquer sentido. Portanto, vamos lutar pela semana de 40 horas. Isto é obviamente caricatural, mas não tem graça. Párem porque isto está a destruir as crianças. Os pais dizem, ‘quando eu era criança era muito mais feliz, trabalhava menos’. Então como é que não se unem e deixam que se destrua o seu filho? A nossa função enquanto pai seria evitar os erros dos nossos pais, e reproduzir o que achamos que fez sentido na nossa infância. Ora como é que eles dizem ‘Eu era muito mais feliz em criança’ e não se unem numa frente comum para que a vida dos filhos mude?"
(...)
É necessário "Explicar a alguns ministros da educação que a escola é muito importante mas que a família é incomparavelmente mais importante, e que o brincar o é ainda mais. Estamos a criar macacos de imitação que não pensam sobre as coisas. Transformamo-los em ‘mestres’ aos 23 e juízes aos 30, naquele ideal economicista de ganharem muito dinheiro muito depressa. Mas lá dentro delas, o que é que elas são? O que aprenderam de humano? Que recordações levam da vida? Entre a escola e namorar, é muito mais importante namorar. Não são os produtos normalizados e os miúdos certinhos que vão fazer a diferença, são os miúdos entusiasmados e os que precisaram de errar e os que foram pelo outro lado. As pessoas ainda não descobriram que as multinacionais, quando escolhem quadros de topo, gostam de alguém que seja complexo, que tenha interesses políticos, atividades, família, amigos. O grande desafio não é sermos um tecnocrata, é sermos únicos."
O Titão tem de treinar o português. Os manos gémeos andam desejosos de aprender a ler.

E foi assim que esta manhã experimentámos o modelo "Titão, professor, ensina palavras aos manos".

A "aula" começou com jogos de palavras no computador. Há imensos, gratuitos, com diversos graus de dificuldade. Assim o Titão também treina a escrita e desenvoltura ao computador.


A "aula" continuou com uma história sobre o "CH". O Titão leu, repetiram as palavras com "CH" e o Titão passou-as depois para um caderno.


Estudaram sem esforço. Reforçaram laços e o Titão sentiu-se importante.
A segunda "aula" é já amanhã :)

Down Cooking no espaço Cooking Memories, o atelier de cozinha da Mónica Pereira, vencedora do Chef's Academy.

Uma amiga desafiou-nos (obrigada, Rita!) e foi impossível dizer que não. O objetivo era cozinhar pela inclusão, pelo respeito pela diferença, que deve ser incutido na infância.
E foi assim que, depois de uma tarde a cozinhar cupcakes, croissants e espetadas de fruta, perguntei à minha filha se ela tinha percebido que havia, no espaço, alguns meninos "diferentes".

- Diferentes como, mãe? (pensou um bocadinho) Havia lá um menino que tinha um aparelho na cabeça. É disso que estás a falar?

Efetivamente, na infância não há isso de "diferenças". Há um respeito natural por todos e por tudo. Cabe-nos a nós, adultos, tentar que isso nunca se perca, ou pelo menos se transforme em algo positivo e útil para um mundo melhor...

A repetir!







Escrevi mais um artigo sobre as aventuras cá de casa para a plataforma Maria Capaz.

Dedicada a todas as Mulheres que conheço, as que revelam a sua "fibra" no seu dia-a-dia, e aquelas que, aparentemente mais frágeis, gozam de igual força e resiliência. Ou seja... todas nós!

http://mariacapaz.pt/cronicas/a-mama-ganhou-por-sara-rodi/


"Não é por acaso que somos nós a carregar os filhos durante nove meses, quando supostamente os homens é que têm corpos mais fortes. Não é por acaso que somos nós a pari-los, que suportamos a dor física e resistimos noites seguidas sem dormir para lhes dar de mamar, quando supostamente os homens é que têm fibra e resistência para os grandes combates. Eles têm (não desejo roubar-lhes qualquer mérito!). Mas que ninguém duvide que nós também. E que, apesar de não precisarmos de ser nenhumas super-mulheres (é saudável ter fraquezas, momentos, errar, desesperar!), somos, de facto, super-mulheres. Pelo menos em potência. E quando tudo à nossa volta nos quiser esmagar, tornar invisíveis, arrasar com tudo aquilo que construímos, é preciso tomarmos consciência de que temos em nós (e eu acredito mesmo que temos sempre) a força necessária para nos reerguermos, para voltarmos a ter luz e brilho, para reconstruirmos, uma e outra vez (as que forem necessárias) aquilo que nos rodeia. É da nossa natureza. Só temos de acreditar (e de ajudar as outras mulheres a acreditar também) que sim…"
Quem me conheço sabe o quanto anti-touradas eu sou. Tudo começou na minha infância quando, numa "garraiada", vi um homem arrancar literalmente os cornos a um touro. O espectáculos de sangue e dor, misturado com as palmas e o entusiasmo inexplicável das pessoas, é ainda hoje algo que me deixa perturbada. Está assim ao nível do filme "Tubarão", que um dia também resolvi ver às escondidas, muito nova (e lá ficou em mim a pequena fobia a tubarões).
Confesso que não compreendo como pode alguém gostar de touradas, mas sempre fiz um esforço por respeitar quem gosta. Acho que vai ser, com o tempo, uma tradição que vai acabar, como tantas outras que se concluiu atentarem contra um conjunto de valores que são desejáveis numa sociedade pacífica e civilizada. Mas até lá, o máximo que posso fazer é ir explicando as razões que me levam a ser contra e a desaconselhar os pais que desejam continuar a assistir a não levarem os seus filhos à tourada. Violência gratuita e sangue não fazem bem a nenhuma criança. Atesta-o a minha experiência (que vale o que vale) mas é também esse o conselho das instituições internacionais que se preocupam com a saúde e o bem-estar dos mais jovens.

Espreitem o vídeo do Nuno Markl e do Ricardo Araújo Pereira, que falam disto mesmo e, se concordarem, assinem as petições lançadas por eles.
Se não concordarem, tenham também um bom dia :). Paz!

https://www.youtube.com/watch?v=Q_adNvnLIcM


"Isto é no nosso mundo?", perguntava o pequeno Dudu, a olhar para as paisagens inóspitas, colónias de animais selvagens e povos ancestrais captados pela lente de Sebastião Salgado.

Este É o nosso mundo, sim.
Aquele que nos deu vida e nos permite a vida, todos os dias da nossa existência.
Aquele que precisamos de defender.
Na maioria das vezes, de nós próprios.



Na Cordoaria Nacional até 2 de agosto.
Estrondo. Casa treme por segundos e a mãe larga o computador e vai a correr ao quarto dos filhos para ver quem é que caiu do beliche.


- Ufa! Foi só um tremor de terra...


Assim se prova a relatividade da vida...


http://www.abola.pt/mundos/ver.aspx?id=560902

Agora escusa de vir outro, sim?
Passeio de manhã nublada.
Depois de vermos o Jurassic World, a temática Dinossauros voltou a entrar nos nossos sonhos (literalmene! 3 de nós, incluindo eu, sonhámos com dinossauros!) e nas nossas vontades. A manhã estava nublada...

- Vamos em busca de dinossauros, meninos!

O Museu Nacional de História Natural era a alternativa mais próxima e em conta. Já não ia lá há muitos anos... e ficámos rendidos!
Dinossauros, a história da Terra, animais extintos, entre tantas outras coisas num palacete cheio de salas que convidavam a entrar. Na última que visitámos, jogos diversos para testar algumas leis da Física, que entretiveram a pequenada por quase uma hora (e tive de os arrastar dali para fora!).

Aconselho vivamente!



Mas que coisa tão bonita...

Cada um terá a sua história para contar às suas crias, mas o final desta crónica do Tiago Matos Silva diz (quase) tudo:


"Sê feroz, acredites no que que acreditares (mesmo que seja o meu oposto) acredita orgulhosamente e declara-o ao jantar. Arruina-me a digestão que somos todos tigres de papel, não me dês o desgosto duma filha tépida, não admitas quem do nosso amor duvide.

Frui a família, a da genética e a que achares no mundo. Honra-a sendo tu mesma, lembra-te que quem não te quer não te merece. O tempo peneira tudo e o amor brilha no meio da gravilha como ouro em prato de garimpeiro.

Sê gentil mais do que bem-educada. Boa-educação é para meninas mas firmeza com os fracos é coisa de tirano. Calar e morder a língua às vezes é preciso, vais saber quando é preciso gritar, e nessa altura: grita!

Não mistures cerveja com vinho, não te metas com os bichos quando eles estão a comer, não fujas à polícia a não ser que tenhas uma hipótese muito certa de te safares, a ressaca limpa-se com água e se um tipo te agarrar a mal: joelhada nos tomates.

Finalmente, não tenhas medo do mergulho na dor, amar é um risco tão mais saboroso quão consciente. Dar o flanco à poesia é o único sal que mordemos no fim, e crê que amar é sofrer. Amar é sempre sofrer... e vale sempre a pena."


E agora, por favor, não deixem de ler o resto... AQUI!

Enquanto os manos se divertiam e praticavam o seu desporto numas clínicas de hóquei (nas quais o pequeno Dudu participou pela primeira vez... e regressou bem mais desenrascado!), a Nonô sentiu a casa vazia e pediu para fazer qualquer coisa. Podia ter sido apenas uma boa brincadeira com a mamã, um passeio mais divertido, mas a mamã estava aflita a fechar trabalhos, não daria para grandes invenções. Ao final da primeira manhã, já a Nonô tinha feito de tudo para me arrastar até ao quarto dela onde tinha montado um pequeno supermercado (e como ela adora trabalhar na caixa, passar os produtos que eu lhe compro, pedir-me dinheiro e dar-me um talão - dos que ela junta sempre que vamos a qualquer lado), resolvi que teria de arranjar uma solução para esta loooonga semana. Fui visitar o seu supermercado, mas enquanto isso pesquisava no telemóvel qualquer atelier que lhe ocupasse as tardes. Assim poderia brincar um bocadinho com ela de manhã, e à tarde despacharia o trabalho, enquanto ela estivesse a fazer qualquer coisa que lhe interessasse.

- E se fosses fazer um atelier de pintura?

Adora pintar, disse imediatamente que sim, aos pulinhos. A escola que a mamã escolheu ainda tinha vaga e, uma hora depois já estava à porta, a deixá-la, com uma pasta na mão (que era a minha pasta das pinturas quando tinha pouco mais do que a idade dela).

- A mamã vem-te buscar daqui a 3 horas, pode ser?
- E eu vou ficar aqui sozinha?
- Não é sozinha. Tens aqui vários meninos da tua idade e professores.

Os seus olhinhos ficaram um pouco molhados e olharam-me, receosos.

- A mamã vai ficar aqui perto, a trabalhar. Vai correr tudo bem.

Abraçou-me. Abracei-a.

- Não queres ficar, querida?
- Quero. Eu só preciso de um bocadinho...

Respirou fundo. Abriu muito os olhos, sorriu-me e lá partiu o seu lugar. E eu saí da escola a pensar que estava a obrigá-la a crescer. 6 anos acabados de fazer e estava sozinha num atelier de pintura, sem ninguém conhecido... No que é que resulta?

Resultou, de facto, num crescimento e uma maior autonomia. O curso estava bem estruturado e, a ao final do primeiro dia, a minha filha já estava a perguntar-me se, para além daquela semana, poderia ir noutras. Hoje, trouxe os trabalhinhos que fez e mostrou-os orgulhosamente aos irmãos. Amanhã, vamos pendurá-los no seu quarto. E a minha pequena artista, esta semana, tornou-se grande...



PS - Aos interessados, deixo o link da Escola de Artes Pedro Serreno, a quem agradeço pelo cuidado e apoio: http://escoladeartespedroserrenho.blogspot.pt

Leituras para o fim de semana:



THROUGH THE WORMHOLE é um conjunto de documentários a que Morgan Freeman empresta a voz e a presença, para nos elucidar sobre descobertas científicas que põem em causa muito daquilo que dávamos como certo e/ou que achávamos que controlávamos ou era nosso por direito.
A verdade é que, quanto mais abrimos as portas ao conhecimento, mais constatamos o tanto que temos por descobrir. A nossa pequenez. E a absurda arrogância com que temos vivido nos últimos anos.
Mesmo nas escolas, onde se avalia a capacidade de reter conhecimento "fechado", aflige-me o tão reduzido espaço que é dado ao questionamento. Às vezes digo aos meus filhos que eles terão de saber as respostas para os testes, sim. Mas que terão também de saber (porque isso é tão ou mais importante) questionar o que lhes é ensinado. Descobrir novas perguntas através das que lhes são colocadas. Procurar novas visões. Por em causa. O que só se consegue com tempo. O que muitas vezes não é compatível com currículos extensos que os professores (a quem reconheço o enorme esforço) às vezes nem conseguem concluir. Queremos formar adultos cheios de informação (partindo do princípio que essa informação é retida), ou seres que questionem o mundo e, dessa forma, o conheçam cada vez melhor, o transformem, o recriem?
Recomendo estes documentários aos pais, mas também aos filhos que estão de férias, tempo privilegiado para descansar, mas igualmente para refletir. E começo por sugerir este episódio em particular, ligado a uma temática que neste momento me é cara: os Oceanos.





"There could be an undiscovered species on Earth unlike anything we’ve ever known. Not in the ocean, but the ocean itself! Its body spans thousands of miles; its heart beats with a one-thousand-year pulse. It could even have an immune system capable of annihilating all other life on earth. Just as our bodies function through the interaction of water with individual cells, including bacteria and other microorganisms, the ocean’s residents might collectively form a super-organism. A recent discovery suggests the ocean is a living being capable of thought. If so, what is the ocean thinking about us?"
Felizmente já não há fraldas cá em casa, nem xixi fora no sítio (bem... tirando as vezes em que os rapazes falham a pontaria), mas dado que estou prestes a ganhar dois sobrinhos novos, mais uns quantos filhos de amigas, aqui fica a sugestão...


E, dois dias depois de o pequeno Dudu ter recebido no seu quarto uma caminha nova - um beliche igual ao do mano Sebastião, como ele andava a pedir há tanto tempo, com uma secretária por baixo para ele poder começar a estudar, a partir do próximo ano - eis que lhe cai o segundo dentinho de baixo.

(Dudu) E agora, mãe? A fadinha não vai saber que eu estou no andar de cima!

(Mãe) Claro que vai, Dudu. Ela não descansa enquanto não te encontrar.

(Dudu) Mas está escuro.

(Mãe) Ela vê no escuro, como os gatos e os cães. Não sabias?

(Dudu) E como é que ela vai conseguir tirar o dente que está debaixo da minha almofada?

(Mãe) Como tira sempre, Dudu.

(Dudu) E é como?


Pensa rápido, Sara. Pensa rápido.


(Mãe) Com as palavras mágicas, como é óbvio. "Dibilidi Dibilidada, venha a mim o dente que está debaixo da almofada. Dibilidi Dibilidudu, em troca uma moeda para o meu Dudu".


Riu-se muito e lá se deitou sobre a almofada. E, na manhã seguinte, a fada lá lhe tinha trocado o dente por mais um postal, desta vez da Terra das Flores, onde ia passar férias (férias que interrompeu para vir buscar o dente do Dudu, mas com jeitinho não cai outro dente antes de setembro).





(Dudu) Achas que a fadinha dos dentes conhece a fada Sininho, mãe?

(Mãe) Acho que sim. Até ouvi dizer que elas são primas...

(Dudu) Se calhar estão a passar as férias juntas...


Ah, doce infância!

A mãe não tem jeitinho nenhum para DYS (Do it yourself - que é como quem diz, trabalhinhos manuais). A falta de paciência acaba por transformar as boas ideias em grandes aldabrices, por isso a mamã em vez de DYS, geralmente opta por BIR (Buy It Ready - conceito que não sei se existe, mas aplicava-se bem ao meu caso).

Um grande-mega jeitinho tem a tia Cristiana, que lá vai contando no seu blog as aventuras manuais que faz por casa, com os seus filhotes (e, se têm dúvidas, espreitem AQUI). No outro dia tive o privilégio de receber a visitinha dela e, enquanto nos púnhamos na conversa, a sua filha M. tratou de pôr os meus filhos a pintar discos desmaquilhantes com verniz das unhas.
Poderia resultar numa grande borrada, mas o efeito foi muito giro.

É caso para dizer... tal mãe, tal filha!



A quem quiser e puder aparecer...

Será bem junto ao mar que este livro se propõe a defender!

(Afonso) O meu objetivo de vida é ser enterrado no Panteão Nacional...

Depois riu-se. Muito! E eu com ele...
Ele bem diz que vai acabar humorista (nem que seja só com a mãe dele a assistir e a bater palmas!)
Meditação à beira-mar...

É a nova aventura da Ana Leonor Tenreiro e do Pedro Silva Martins (autor, músico e letrista dos Deolinda, banda da qual somos fãs incondicionais!), e já andou a fazer Cu-Cu cá por casa (e mais não conto!)...

Gostámos muito!

A melhor experiência destas férias com os mais velhos: Discovery Cove!
Um parque da Conservation Fund, instituição empenhada em conservar os nossos mares e oceanos e em proteger as espécies que neles habitam de todas as ameaças causadas pelo Homem.



Caiu finalmente o primeiro dente ao pequeno Dudu! Mas em casa da avó.

(Dudu) Ó mãe... - queixava-se ele ao telemóvel - Agora a fadinha dos dentes não vai saber onde é que eu estou...

A avó tentou compensá-lo com uns "presentes da fadinha", que ainda provocaram uma valente risota. Sobretudo um diário antigo que a avó resolveu oferecer-lhe em nome da fadinha. Pensava que estava vazio, mas afinal o diário já fora do tio João, que tinha escrito lá uma pequena história.

(Dudu) Olha... a fadinha escreveu no meu diário!

Era uma história sobre o Pato Donald, o que aumentou ainda mais a confusão. Mas afinal a Fadinha conhece o Pato Donald?


Bem, de regresso a casa, lá voltou a meter o dente debaixo da almofada e lá recebeu a dita moeda com a cartinha. Desta vez um postal de um barco, onde a Fadinha andou a viajar em busca do Dudu desaparecido. E deixou um aviso... se da próxima vez que lhe cair um dente, ele não estiver em casa, ela volta a correr o mundo todo atrás dele!

Parabéns, Dudu! Estás a ficar tão crescido!