Imaginem uma tarde onde podem conversar com outros pais sobre a vossa relação com os filhos, o bullying e a gestão do tempo e das emoções, nas dinâmicas familiares, mediada por especialistas reconhecidos na matéria... e ainda ter direito a Babysitting e um jantar romântico onde se vai falar da importância do relacionamento!

Podem deixar de imaginar, porque vai mesmo acontecer, em Leça da Palmeira no próximo dia 18 de novembro.

Fica a sugestão...

https://diafamilylife.jimdo.com/




A Operação Nariz Vermelho celebra 15 anos de alegria, e eu, a Rita Alves (diretora da Escola Superior de Educação Jean Piaget) e a Cristina Baptista (da Associação Sorrir e SmileDance), vamos estar à vossa espera no próximo sábado, dia 4, às 17h, na Gare Marítima Rocha Conde de Óbidos, para conversarmos (e desconversarmos também!) sobre uma Escola sem muros, que promova a felicidade individual e coletiva.
E não é que, quando estamos felizes, também aprendemos melhor?

Apareçam e tragam as vossas melhores ideias e gargalhadas!

Aqui fica o programa completo, que termina com um grandessíssimo F.L.O.P. do Fernando Alvim.
Vai ser um sábado cheio de pinta ;)

4 NOV
11H30-12H00
WORKSHOP
“À Procura do meu Pequeno
Palhaço”
Com MARK MEKELBURG
(Dr. P.P.P.Pipoca)

12H00
CONTOS NA PONTA DO NARIZ
Com BRU JUNÇA e MAFALDA MILHÕES

15H30-17H30
CONSULTÓRIO DOS DOUTORES
PALHAÇOS

17H00
UMA DESCONVERSA PEGADA
“Escola Sem Muros”
Com RITA ALVES, CRISTINA BAPTISTA e SARA RODI

18H00-19H00
F.L.O.P.
Com convidado especial:
FERNANDO ALVIM
Quem por aqui anda sabe que o meu Dudu gosta de pensar em soluções para consertar o mundo. E hoje imaginou uma para Portugal:

(Dudu) Acho que o Presidente da República devia fazer um dia especial em cada distrito. Nesse dia quase ninguém trabalhava, só quem tinha mesmo, e o Presidente falava com as pessoas e todos se conheciam, faziam jogos, e aprendiam a ser melhores cidadãos.
(Mãe) Mas há distritos com muita gente, D. Como é que fazias em Lisboa, por exemplo?
(Dudu) O Presidente da República podia falar de cima do Cristo Rei, para toda a gente ouvir...

Ficaram questões logísticas por resolver, mas acho curioso que uma criança de 8 anos conclua, sem ninguém lho perguntar, que o país precisa de líderes próximos das pessoas, que falta interação entre as pessoas (algumas que até habitam no mesmo prédio), que isso possa ser feito através de jogos e brincadeiras, e que é fundamental que esses jogos promovam um melhor exercício da nossa cidadania.

E que tal ouvirmos mais vezes as nossas crianças?
E quando viramos por alguns minutos as costas ao nosso Titão, alegadamente a estudar História na cozinha e, quando regressamos, ele armadilhou a cozinha toda?



Viva a criatividade que tanto nos valeu no nosso processo de evolução!
(Mas agora dá para voltares ao Australopiteco, Titão?)
Teste de História, teste de Ciências, trabalho de Inglês, powerpoint de Físico-Química, testes de Matemática...

4 jogos, 2 treinos...

2 festas de anos...

e vem aquele bom recadinho para casa, a pedir aos papás para construírem uns chapéus de bruxa com materiais reciclados para os filhotes mais novos (para envolver os pais nas atividades dos filhos, e blablabla).

Vá, ok... Eu sei que nem toda a gente tem 4 filhos, nem tem gémeos e, por isso mesmo, trabalhinhos redobrados.
Mas estudar com os filhotes (pergunta de ciências para ali, pergunta de História para acolá, exercício de Matemática para acoli) enquanto se inventam abóboras de caixas de café e fantasmas de pacotes de leite... ninguém merece!



Viva segunda-feira!!!

Então não é que a "Escola das Artes" entrou no Top da Bulhosa e da FNAC?

Obrigada a todos os pequenotes que já leram ou estão a ler o livro, e aos pais que os têm incentivado para a leitura. Este livro foi feito por eles e para eles. Obrigada por encherem de sentido aquilo que eu faço...



Quando a história de Boa Noite é um livrinho feito pela minha afilhada Maria há alguns anos, guardado como uma verdadeira preciosidade na minha gaveta das relíquias...



Obrigada, Maria! <3
Afonso com amigos (enormes!) em casa.
Mãe observa o comportamento de todos (bons rapazes!) e, quando regressam às suas casas, interpela o filho.


(Mãe) Quando fores a casa deles, queres que perguntes sempre aos pais se é preciso ajuda para arrumar a cozinha...

(Afonso em tom de censura) É óbvio que eu pergunto, mãe. Ou melhor, não pergunto. Levanto-me e ajudo. Qual é a dúvida?


Estou sempre a massacrá-lo com ralhetes e pressões, a pensar que lhe entra tudo por um ouvido e sai pelo outro. Mas depois... voilá! Então não é que fica lá mesmo qualquer coisinha?
Descobri há dias que a Leonor não sabe ainda distinguir o ponto de interrogação do ponto de exclamação.

Para várias das distinções que ela tem dificuldade em fazer - os êmes com os ênes, os jótas com os zês, etc - ela tem vindo a arranjar truques preciosos que acciona no momento da leitura e da escrita. Mas nem sempre foi assim. Hoje, olhando para trás, percebo porque é que os êmes dela eram sempre de duas voltas com uma terceira pendurada (com jeitinho, a professora lia naquele gatafunho a letra certa). Entre outras manhosices que ela usava para não enfrentar a sua dificuldade, até porque não sabia entendê-la. Se os outros conseguiam associar as letras aos sons, porque é que ela não? E então, esperta como tudo, lá se foi munindo de estratégias, primeiro manhosas, depois, felizmente, e com a ajuda certa, das corretas.

(e aqui está a prova de como a dislexia não pode ser encarada como um problema: se uma criança de 6 anos, feitos há pouco tempo, arranja tantas estratégias para se safar aos problemas, só pode ser um futuro adulto cheio de skills para enfrentar os desafios profissionais... Será sempre um adulto que dá erros? Helloooo! Mas alguém ainda escreve sem corretor ortográfico?)

Acontece que, no caso do ponto de exclamação e interrogação, percebi esta semana que não havia qualquer estratégia. Como eram só dois, havia sempre 50% de se acertar (e, quando se errava, dizia-se que fora sem querer!).

(Mãe) Diz a verdade à mãe... Tu não sabes distingui-los, pois não?

Assumiu o "totobola" que fazia diariamente.
Restava-nos encontrar uma solução criativa para resolver o problema...


Começámos pelo desenho, que resolve a dúvida quando ela tem de escolher, nos seus textos, que sinal usar.
Mas faltava associá-lo às palavras "Interrogação" e "Exclamação" (e, consequentemente, aos tipos de frase interrogativo e exclamativo). "Interrogação" é uma palavra da família de "interrogatório". "Exclamação" inclui um "clamar". Interrogámos e clamámos durante algum tempo, fizemos uma lengalenga, e a lição ficou aprendida.

(Mãe) Filhota... tu fazes-me puxar pela cabeça, e isso é tãooooooo bom!!!



O Titão começou este ano a ter Físico-Química, que se tornou rapidamente na sua disciplina preferida.

E agora tudo são fenómenos, experiências, medidas...

(Sebastião) Mãe... Vem cá, mãe.

(Mãe) Não devias já estar a dormir?

(Sebastião) Fiz um eclipse!



Conversa de WC:

(Afonso) Mãe, acho que devíamos chamar uma revista para me entrevistar...

(Mãe) Então, filho?

(Afonso) Devo ser a primeira pessoa do mundo a ver Buda na humidade da parede de uma casa de banho...

(Mãe) Sebastião, vem cá... Estamos com um problema e a mãe precisa da tua ajuda.

O Sebastião tem muito jeito para os mais novos, e pareceu-me de repente a pessoa indicada para me ajudar a deslindar o mistério: o Dudu sabe a matéria, mas nos manuais e nas fichas (e o problema é que nos testes também), responde frequentemente de forma errada. Ou porque não leu bem a pergunta, ou porque se distraiu entretanto, ou porque leu outros sentidos na pergunta... Who knows?

(Mãe) Vou dar-vos um exemplo. A pergunta era "escreve as palavras no feminino e no plural". Em baixo tinha as palavras "capitão" e "pai". E o Dudu pensou: "Oh, a professora enganou-se. Nenhuma destas palavras é no feminino nem no plural." E então escreveu à frente de "capitão" e de "pai", "masculino e singular".

(Sebastião) Não vejo qual é o problema. Essa resposta mostra que ele sabe perfeitamente o que é o feminino e o masculino, o singular e o plural...

(Mãe) Mas não respondeu ao que era pedido. Teve a resposta errada.

Sebastião pensa durante alguns segundos.

(Sebastião) É simples. Porque é que alguém não se senta ao lado dele e o ajuda a interpretar os enunciados?

(Mãe) Porque não pode ser, filho. No 3º ano é suposto já saberem ler e interpretar.

(Sebastião) Sim, mas se o Dudu não está a conseguir, qual é o problema de o ajudar?

(Mãe) Só quando há um diagnóstico de qualquer coisa - como a Leonor, com a dislexia - é que são permitidas ajudas. E o Dudu não tem nada...

(Sebastião) Então porque é que não inventamos um problema qualquer ao Dudu? Assim ele já era ajudado e ficava tudo bem...

E isto diz tanto sobre tanto do nosso Ensino...
(Nonô) Mãe, este vestido é horrível.

(Nonô) Mãe, não gosto dessas saias...

(Nonô) Mãe, esses sapatinhos são pirosos.

(Nonô) Mãe, essa blusa é de bebé.


Alto e paira o baile! Mas afinal do que é que tu gostas, minha rica filha?!

De um dia para o outro, deixou de querer roupas de princesa. Quer calções mais práticos ("com saias, faço o pino e vêm-se as cuecas!"), blusas com coisas giras, ténis e penteados malucos. E a verdade é que a mãe não estava habituada a estas coisas!
O Afonso resmunga quando tem de vestir camisa num dia especial, porque fora isso veste a primeira t-shirt e os primeiros calções que lhe aparecem à frente. O Titão gosta de escolher t-shirts giras e pôr gel no cabelo, mas nunca pediu que lhe tirássemos nenhuma peça de roupa do armário, muito menos que lhe comprássemos alguma de que ele gostasse! Já o Dudu, é perito em vestir t-shirts ao contrário... "Não quero saber!", como ele costuma dizer quando lhe chamo a atenção.
De modos que tive de me ver a braços com a minha primeira criatura a reclamar o direito de escolher o seu próprio estilo.

(Mãe) Anda cá, que a mãe vai mostrar-te umas coisas...

Pu-la na internet a ver looks variados, para ela dizer o que gosta ou não gosta. Porque se é verdade que roupas são só roupas, também é verdade que, a dada altura, pode ser importante descobrirmos os nossos gostos pessoais e aquilo que, ainda que supérfulo, nos faça sentir bem na nossa pele. Mais confiantes, com um exterior a bater certo com aquilo que sentimos no nosso interior.

Não correu mal. Não escolheu nada de extravagante nem ousado, que tornasse esta aventura numa dor de cabeça. Acabaram-se os vestidinhos mimosos, mas a mamã também gosta dos calções com botas e umas blusas giras, a condizer.

PS - O desafio de amanhã do Coisas de Pais é esse mesmo! Porque conhecer os gostos dos nossos filhos é também conhecê-los melhor, e ajudá-los a conhecerem-se melhor também! http://www.coisasdepais.pt/o-meu-look-ideal/
A sair do banho:

(Dudu) Ó mãe, eu estive a pensar... e aquilo do Inferno não faz sentido nenhum. Se uma pessoa se portava mal, Deus não a mandava para um sítio mau. Fazia como na “Escola das Artes” e levava-a para o pé dele, para a ensinar a portar-se melhor... Ficava lá uns tempos e depois voltava à Terra, para ver se já tinha aprendido alguma coisa.

(Mãe) Então e as pessoas boas?

(Dudu) Essas também podiam voltar à Terra... algumas... para ajudar as outras a fazerem melhor.

Amen.
Em fim de semana cheio de eventos, todo o tempo livre teve de ser dedicado aos estudos... Para a semana, os filhotes têm 4, 3 e 1 testes.

E o Afonso começa a descobrir agora as vantagens de estudar com Música.

(Afonso) Ajuda mesmo! Mas percebi uma coisa curiosa: maior parte das músicas que estão no top na América são sobre suicídio.

Não fazia ideia, ainda desconfiei, mas ele tratou de me mostrar alguns excertos das músicas. Lindas, quase todas, mas todas abordando a vontade de não viver.
Dificilmente daria por isso, se estivesse a ouvi-las sozinha. Estou muitas vezes tão absorvida pela música (em alternativa, tão concetrada no que estou a fazer), que nem ligo à letra. Mas o Afonso, de ouvido mais apurado (e um óptimo inglês!), não deixou escapar o triste facto. Num ano em que tantos músicos se suicidaram, há outros tantos mergulhados na tristeza de existir. Não era de refletir sobre isto?
E quando a nossa filha revela os seus talentos, até a lavar a loiça?



Há dias bons e depois há dias como o de ontem, cheio de amigos, pequenos, grandes, novos e velhos, da vida toda e/ou para toda a vida, muitos sorrisos e muita festa!
Só por isto, já valia a pena escrever livros...



(com a ilustradora Madalena Bastos, que deu vida às personagens)


Mas há mais! Espero que haja muito mais! Este livro é sobre uma Escola diferente, e é por ela que vamos lutar...
Vamos a isto ;)

#escoladasartes


A convite da pequena-gigante Mafalda Ribeiro, fomos hoje assistir ao espetáculo "Fada Juju e a festa dos sentidos", com texto de Ana Rangel, a partir dos livros da Paula Teixeira, que é também a extraordinária fadinha que dá vida e cor a este espetáculo tão cheio de magia.
E a verdade é que saímos de lá com o coração a bater mais forte! Foi uma verdadeira festa da inclusão, a puxar por todos os nossos sentidos, por um mundo com mais sentido...


Comprámos duas bonequinhas de recordação, uma para a minha filha, outra para oferecer a uma menina muito especial, que conhecemos, a nossa querida L.

(Nonô) Eu gostava de ficar com as duas... mas se eu a oferecer vou ser como a fada Juju e fazer os outros mais felizes!

E é isto! Que cada um de nós encontre em si a sua fadinha, e faça, na medida do que lhe for possível, magia na vida dos outros...

(Nonô) Mamã, estive a pensar... Se calhar, em vez de oferecer à L. a bonequinha da cadeira de rodas, vou oferecer-lhe a fada Juju. Acho que ela tem de ficar é com a fada, que faz a magia. E eu fico com a outra bonequinha, para me lembrar da L.

<3
(Nonô) Mãe... Ó mãe... Podes vir aqui, mãe? Anda cá, mãe... Por favor, mãe. Só mais uma vez, mãe.

Isto de ter filhos mais crescidos, desabitua-nos de ter de ir trinta vezes ao quarto até que eles adormeçam.
É um facto: já não tenho paciência!

(Mãe) Ó Leonor... por favor. É tarde e tu tens de dormir. Não quero ouvir mais nenhum "Mãe"... Entendido?

Afasto-me. Vou à minha vida. Até que oiço:

(Nonô) Madre... Madrecita... Puedes "vir" aqui, mi Madre?


PS - Já valeu de alguma coisa termos passado o jantar todo a hablar en español con el Sebastian, que vai ter teste para a semana...
É a minha última aventura, e gostava muito de contar convosco...


Filhos bombardeados com testes!
Mamã bombardeada com matéria! (perguntem-me o que quiserem sobre o sistema circulatório, as nebulosas difusas e as supernovas, ou o mais variado vocabulário de Espanhol)

E ontem, enquanto estudava com dois dos filhotes num pequeno café junto à pista de atletismo onde treinava um dos outros filhos, meteu conversa comigo a dona do estabelecimento, senhora já dos seus 70 e muitos anos...

(XXXX) Estava a olhar para si e a lembrar-me de quando tinha os meus filhos pequenos... Acompanhei-os até ao 9º ano. As coisas que eu tive de estudar nessa altura! Pena que ninguém nos valorize isso. Como se não desse trabalho!

Eu já defendo há muito que ter filhos - e tudo aquilo que fazemos com eles - devia integrar o currículo e ainda dar-nos créditos! Trabalhar, ser motorista e cozinheiro (valha-me a minha santa Glícia que nos trata da casa e das roupas!), e ainda tentar que 4 miúdos acelerados tenham um bom aproveitamento escolar, é dose! Por isso termino com um beijinho solidário para todas as mães e pais que, por estes dias, se sentem também a enlouquecer! Não tarda, estão aí as férias do Natal...
Ando há algumas noites a ler com os meus filhos o meu novo livro, "Escola das Artes", para que eles cheguem ao dia do lançamento (dia 21 às 18.30h na FNAC do Oeiras Parque, ponham já na agenda!) com a história na ponta da língua. Eles lá se vão manifestando, dizendo de sua justiça, sobre este ou aquele aspeto, mas hoje o Dudu, ao olhar numa papelaria para os jogos da Santa Casa, sai-se com esta:

(Dudu) Se ganhássemos o EuroMilhões, mãe, montávamos uma Escola das Artes!

Querem ver que é desta que começo a jogar? ;)
No início da semana passada avisei os filhotes mais novos:


(Mãe) Agora que vocês já estão mais crescidos, a mãe já não vai andar atrás de vocês, para fazerem os trabalhos de casa. A vossa professora dá-vos vários dias para o fazerem, vocês sabem que atividades têm e quais são os momentos livres... só têm de se organizar.


O problema é que Organização é um palavra que, só por si, enche de pânico o meu caótico Dudu.


(Dudu) Como assim não vais avisar? Como é que nós vamos saber? E se eu me esquecer? Mas não vais mesmo obrigar a fazer?


Andou aflito durante uma semana, com aquele pesado fardo às costas. Até que, esta semana, explodiu.


(Dudu) Ó mãe... acabou! Fazemos assim: tu voltas a mandar-nos fazer os trabalhos de casa e, se nós não formos fazer, pões-nos de castigo e pronto!


O meu pequeno Dudu prefere ser posto na linha e até ser castigado, a ficar com a responsabilidade de ter de saber quando e como fazer os seus trabalhos de casa...
E esta, hein?
A Nonô perdeu hoje mais um dente, e insistiu em pô-lo debaixo da almofada, como quando ainda acreditava na fada dos dentes.

(Nonô) Quanto é que me vais deixar, mãe? Cinco euros? Este dente doeu muito...

(Eu não digo que a minha filha é boa para o negócio?!)

(Mãe) Não, filha. A mãe não te vai deixar nada. Isso era o trabalho da fadinha dos dentes. Tu deixaste de acreditar nela, ela deixou de vir...

(Nonô) Mas eu acredito! Acredito muito nela. Mas ó mãe, conta lá... O que é que tu depois fazes aos dentes?

(Mãe) Tens de falar com a fada dos dentes.

(Nonô) Ó fada dos dentes, o que é que tu fazes aos dentes que levas da almofada? (chocada) Não me digas que os deitas fora...


(Lá tive de desmontar a personagem, ou nunca mais conseguia que ela adormecesse...)


(Mãe) Não deitei nada fora. Está tudo ali para uma gaveta.

(Nonô) Mas como é que sabes que dentes é que são de quem? Guardaste-os em caixas diferentes?


(Mãe cora um bocadinho. Os dentes estão todos para dentro de uma gaveta, ainda enrolados em papel de estanho. Sei lá eu que dentes são de quem!)

(Nonô) Mãe..... tu não me digas que não marcaste os dentes... E agora como é que eu vou saber quais são os meus?

(Mãe) Pensa assim, filha... Se algum dia precisares muito de esmalte para alguma coisa, em vez de meia dúzia de dentes teus, podes levar uns 50!

(Ficou feliz e adormeceu. A mãe trapalhona, desta vez, safou-se! Não se vai safar é de ir escrever mais uma cartinha da fada dos dentes, enrolar mais um dentinho em papel de prata... e atirá-lo para dentro da gaveta!)
Sabemos que o filho do meio já entrou na adolescência quando...

... não quer deixar de ouvir a história de boa noite, mas ouve-a a trabalhar os músculos dos braços com flexões e o "six-pack" com abdominais.

(Mãe) Sebastião........

(Sebastião) Coisas da vida, mãe!

(Nonô) Mãe, tu gostas tanto destas bonequinhas... Queres fazer esta caderneta comigo?

(Mãe) Sim, filha, pode ser.

(Nonô) Então, quando fores comprar cromos, compras uma saqueta para mim e outra para ti. E eu, como sou querida e não quero que te canses, que andas muito cansada, posso colar também os teus cromos... Pode ser?

Fez-me um sorriso rasgado, de menina exemplar, mas está-me a sair é uma bela chica-esperta! :)
Já tínhamos feito um puzzle, pesquisado sobre alguns distritos, mas hoje a mãe deu de caras com este jogo sobre Portugal, que é a ferramenta perfeita para eles decorarem os distritos de uma vez por todas!



Estiveram uma boa hora a jogar, saltitaram entre distritos, dizendo o nome deles e visualizando a sua posição, e ainda aprenderam coisas interessantes sobre eles!
Obrigada, EDUCA! Foi uma grande ideia, este jogo...


É um local mega especial e, à noite, é ainda mais mágico!

Fica no estádio nacional e tem uma pista grande cheia de bons desafios em madeira, onde as crianças podem divertir-se durante uma tarde inteira! Grátis e no coração de uma mata.

Fica a sugestão...

(Dudu) Mãe, é verdade que toda a gente já ouviu falar de Portugal?

(Mãe) Toda a gente, não. Mas há cada vez mais pessoas a saber. Portugal está na moda...

(Nonô) Eu sei porque é que Portugal está na moda! É que Portugal já foi dono do mundo.

(Dudu) Ah, Ya! Portugal descobriu muitos países.

(Nonô) Sim, com a Espanha.


Afonso resolve meter o bedelho.


(Afonso) Mas isso foi antes de termos assinado uns acordos que nos deram cabo da vida...

(Dudu) Que acordos? O que é que nós fizemos?

(Afonso) Perdemos tudo, Dudu. Descobrimos tudo e ficámos sem nada.

(Dudu) Mas porquê?

(Afonso) Por causa da droga. As drogas fazem muito mal. Se alguma vez alguém vos oferecer drogas, lembrem-se de Portugal. A droga é horrível, leva-vos tudo.


Pisca-me o olho e sai lampeiro para a sala.


(Afonso) De nada, mãe.


Quem tem irmãos mais velhos, tem tudo!

O meu novo livro "Escola das Artes" chegou no final da semana passada às livrarias, e hoje recebi, em formato de post num blog, a melhor crítica que podia ter recebido!

Madalena Aragão, 12 anos, um talento incrível, deseja tanto esta escola como eu.

Vamos a isto?


https://madalenanaoequeque.wordpress.com/2017/10/10/escola-das-artes-e-a-tia-sara-rodi/



#escoladasartes
(Nonô) Hoje é Dia Mundial da Dislexia? Temos um dia, mamã?

E depois dançou, toda contente, enquanto metia a mochila às escolas.

(Nonô) Tenho de contar aos meus colegas!

Felizmente, tenho uma filha que lida bem com a questão (não foi sempre assim... Por mais que viva não vou esquecer a cara dela, de olhos grandes e tristes, a perguntar-me, com 6 anos, se era burra). Mas depois virão outras escolas, muitos professores, colegas novos, tantas dúvidas e pressões... É preciso mesmo sensibilizar toda a comunidade para esta questão, para que estas crianças, jovens, depois adultos possam pôr cá para fora todo o seu potencial, sem viverem à sombra da sua diferença.

Partilho um texto de uma amiga que explica bem o que a dislexia é, para quem a tem:


"Quem nunca disse - Estou Disléxico… agora quantos sabem do que falam?...

…letras que saltitam nas páginas, que desaparecem, que aparecem noutros sítios…
…palavras que se unem subitamente umas às outras, dificultando ou comprometendo seriamente a sua leitura, e por consequência o seu significado.
…a leitura, que todos dizem ser uma coisa maravilhosa torna-se difícil, desinteressante, frustrante
…a escrita parece demoníaca, se ler é difícil, escrever é hercúleo: …- “RIO” disse a Professora no ditado, e eu vejo um “RIU”, de água cristalina, habitado por peixes que saltitam, rodeado de árvores e claro, a desaguar no mar…mas e se for “RIO “do verbo “rir”? …vou deixar passar, escrevo “riu” e fecho o “U”, assim parece um “O” e assim dá para os dois…aqui já a Professora tinha parado a aula, olhado para mim, e perguntado: “- Estás a acompanhar?”…então não estou?!, claro que estou, até vejo um baloiço pendurado na árvore cujas raízes beijam a água do tal “RIU” e eu estou lá sentado a balouçar e a ver quando os meus pés tocam na água…, só achei estranho quando olhei para o caderno do meu colega e vejo mais umas duas linhas de texto…será que ele já sabe o que a Professora vai dizer a seguir, será bruxo?...bolas, sou mesmo parvo…
…agora conseguem imaginar que aquilo que para uns é um processo natural, i.e. aprender a ler e a escrever é só substituir imagens por palavras, para outros significa trabalho árduo, diário, de consciência fonética, de silabar palavra após palavra, de escrita, de escreve e apaga, de :- Só escreves quando vires a palavra na tua cabeça, sem vacilar…malditos ditados, composições e testes de velocidade de leitura…
…vá, mais um bocadinho de esforço e pensem que todas as aprendizagens de Línguas, e são pelo menos mais duas, à escolha, vão significar reprogramar todos estes conceitos, enfrentar todas estas dificuldades em Inglês, Francês, Espanhol ou Alemão…fácil, não é?
…vá, agora façam só mais um esforço e pensem que todo o Ensino baseia os seus critérios de avaliação maioritariamente na aprendizagem e na avaliação escrita…ainda vos apetece ir à Escola?!
É isto que sente um aluno com dislexia, que é muitas vezes apelidado de mandrião, de calão, de desleixado, e outros.

Mais paridade, mais avaliação oral, menos avaliação escrita, menos penalização do erro ortográfico, quando e para quem ele é inevitável, garanto que é possível escrever cem vezes a palavra “mãe” e à centésima primeira pode aparecer “mai”.
Nem todos os disléxicos serão génios, mas muitos génios foram ou são disléxicos, exemplos: Einstein, Picasso, Da Vinci, Agatha Christie, Van Gogh, Churchill e Spielberg, etc
Deixem que se expressem de outras formas, com a arte, com o corpo, com as mãos, escutem-lhes a imaginação, garanto que se vão surpreender!"

(Titão) Mãe, o D. ofereceu-me este livro...



Pára tudo! Adrian Mole? O livro que todos os adolescentes da minha geração leram? O livro que inspirou tantas páginas do meu diário e dos das minhas amigas, no tempo das borbulhas e das paixões platónicas?

(Titão) Deve ser giro, mãe...

Pois deve. Mas quem o vai ler primeiro, sou eu!
Afonso no carro a dizer disparates sobre tudo o que eu fazia ou dizia:


(Mãe) Tu nas aulas também estás sempre a dizer piadas?

(Afonso) Não, nas aulas, não. (corrige) Às vezes. Mas com a mãe é irresistível. É que a mãe parece a série do Lost! Está cheia de pontas soltas, há sempre por onde pegar...

(Mãe) E com jeitinho, no final da minha temporada, ninguém vai perceber nada do que isto foi...


Afonso corrobora, divertido.

Não sei se rie, não sei se chore...

É o novo livro da escritora (e amiga!) Rosário Alçada Araújo, com uma linda história sobre uma manta especial, que transporta uma menina para o tempo da sua bisavó.
E o que os meus filhos riram do nome "ardina" e do penico de loiça debaixo da cama... E, quando viram um aparelho preto ligado à parede, com uma roda e números para discar, disseram logo: "É um telemóvel de parede!"

Parabéns Rosarinho, e parabéns Patrícia Furtado pelas ilustrações. Cá em casa foi um sucesso!

É a Academia do namorado da Barbie?

Uma universidade sénior?

Não! É uma plataforma gratuita cheia de vídeos sobre imensas matérias, onde os alunos podem ir progredindo à medida das suas capacidades e interesses.

Claro que não podia ser tudo perfeito... A plataforma já está em 60 e tal países, mas em Portugal ainda só estão disponibilizados os conteúdos de Matemática. Foi esses que o Sebastião experimentou hoje, e foi só muito a custo que o arranquei da frente do computador para o mandar para a cama. É certo que ele é, dos meus filhos, o que mais gosta de Matemática... mas daí a ver ficar a ver vídeos para perceber curiosidades sobre potências e raízes quadradas...

Os vídeos estão realmente interessantes e confesso que até eu também fiquei presa... Perguntem-me o que quiserem sobre potências que eu respondo! E não tenho matemática há... 25 anos. (Ui! Era escusado ter feito as contas!)

https://www.khanacademy.org/

Amanhã será a vez do Dudu, que agora anda convencido que não é bom a Matemática...

Cooperação e Paciência são duas competências que os filhotes cá de casa precisam de trabalhar, e não é pouco, e um bom puzzle é o jogo ideal para isso.

- Já pus mais peças do que tu!
- A minha parte é muito mais difícil do que a tua!
- Se não fosse eu, não tinhas feito nada!

E a mãe respira, e repete até à exaustão que a ideia não é competir, mas cooperar.

Ainda assim, no final, faltam sempre umas peças que eles escondem debaixo do rabo, para ver quem é aquele que põe a peça decisiva!

(Mãe) Cooperar, meninos! Trabalho de equipa!

Mais uns puzzles, e havemos de lá chegar...
Oficialmente diagnosticada, a minha filha Leonor tem este ano direito a um apoio especial na escola e a um olhar diferente na correção e avaliação do que escreve.
Aceitou perfeitamente a ideia (aliás, ficou bem mais descansada depois de saber que a sua dificuldade tinha um nome e ela não era limitativa), e fala com entusiasmo das suas sessões com a psicóloga. Muito embora...

(Nonô) Eu só acho que ela faz mal uma coisa, mãe. Ela deixa-me ver o texto e depois é que mo dita. Ora, se eu olho para ele, decoro logo as letras e palavras mais difíceis. Depois ela fica muito intrigada porque eu tenho zero erros... Não devia deixar-me ver o texto, pois não?

A verdade é que, como diz o mais recente Prémio Nobel da Química - Jacques Dubochet, disléxico - os disléxicos têm, felizmente, outros sistemas de compensação (ler entrevista AQUI). E, se memória visual não falta à minha filha, esperteza para se safar nas situações de aflição, também não!


É a nova loucura cá de casa...


Oferecemo-lo ao Sebastião, que sempre teve muito jeito para empilhar, organizar, encaixar, montar e imaginar... mas a ideia era também ajudar o Dudu, que tem mais dificuldade nestas áreas. Espacialmente troca-se muito, tem dificuldade em fazer simetrias e analisar sólidos, para além de ter muita falta de paciência para fazer ou descobrir encaixes. Temos apostado nos puzzles, mas este jogo veio diversificar um bocadinho a brincadeira...


(Dudu) Mãe, já está!

Claro que, ao fim de tentar encaixar umas vezes as peças no tabuleiro, optou por empilhá-las à sua vontade, na vertical.
Ordem e paciência, definitivamente, não são com ele! (Já a criatividade...)
Mamã põe o despertador, depois de uma pequena noitada, para pôr os filhotes mais novos a fazer os TPC.

Mãe leva o mais velho ao treino.

Vai ao encontro da MEL falar sobre o movimento Por Uma Escola Diferente.

Vai apanhar o mais velho ao treino.

Vai apanhar o mais novo ao treino.

Vai dar almoço a 3 dos 4, a correr, mas percebe que não tem chave de casa.

Pai, que anda com um dos 4, sai de um treino para ir a casa levar a chave e sai para um jogo.

Mãe consegue dar almoço a 3 dos 4.

O mais velho entorna um prato cheio de esparguete à bolonhesa por cima das mochilas da escola.

Mãe leva mais nova a um ensaio geral.

Mãe leva mais novo e amigos a uma festa de anos.

Mãe vai limpar o chão e as mochilas cheias de comida, pôr máquinas a fazer e deixar o jantar pronto.

Mãe escreve este post.

Faltam mais umas quantas linhas a este post, de leva e trás, antes do dia chegar ao fim.

Amanhã há mais, do mesmo calibre.

E vivam as Segundas-feiras!
8 anos e um instinto maternal tão apurado...


(bem, depois os filhotes caíram uma ou outra vez, mas como ela diz: "Ainda tenho tempo para melhorar...")
Hoje acordei com uma ideia: desafiar os mais velhos a escolherem um tema qualquer que gostassem de aprofundar. Um por mês, para descobrirem coisas novas que não têm oportunidade de conhecer na escola.

O Afonso "escolheu" (forçado-a-mas-com-jeitinho-lá-se-decidiu) a escrita de humor e vai fazer um workshop sobre o tema.

O Sebastião escolheu o Parkour. Vai pesquisar e fazer uma sessão num armazém em Alvalade. Mas até lá...



Às vezes arrependo-me tanto de acordar com ideias...

(e a minha casa nunca mais será a mesma!)
(Dudu) Ó mãe, agora a E. trabalha contigo?

(Mãe) Mais ou menos, filho. Nós colaboramos num projeto. Sabes que ela tem três filhos, também trabalha em casa como a mãe. É freelancer.

(Dudu) Ah, então por isso é que ela tem umas olheiras como as tuas...


Tudo explicado!
Era só uma simples carta de TPC. Remetente, destinatário, data, saudação, cumprimento final, e qualquer coisa simples lá pelo meio.

Mas com o Dudu, alguma coisa lá pode ser simples?


"Esquadra de P.A., 5 de outubro de 2017,

Senhor Joaquim,
escrevo para agradecer a pista que nos deu sobre o ladrão Alberto Leosebe. A pista foi boa e ajudou a encontrá-lo no meio de um corte de cabelo.
Pela ajuda que nos deu, ganhou 1000 euros. Quando puder, venha à esquadra buscar o dinheiro.
Cumprimentos e obrigado.

Duarte"


Menos um ladrão na reino da sua imaginação...
Um parque enorme, cheio de espaços concebidos para as crianças brincarem... e ele continua a preferir as árvores!

Foi votar comigo, observou tudo, viu as campanhas na televisão, as campanhas na rua... e aguardou pacientemente pelos resultados, na noite do dia 1.

(Nonô) Então quem ganhou, afinal?

(Mãe) O Isatino.

(Nonô) O quê?!?

(Mãe) Achas que ele não devia ter ganho?

(Nonô) Queria tanto que continuasse o outro tão simpático... Aquele que faz as feiras do livro e dá mergulhos no mar...


Pois, esse continua connosco, sim. Connosco e com todos os portugueses, felizmente.
Vamos ver como se portam os outros...
Dudu doentinho em casa, "esparramado" em cima de mim, a solicitar miminhos vários.


Não há hipótese: por feitio mais complicado que revelem, por mais discussões que tenham com as suas mamãs, quando ficam doentes saltam logo para os seus colinhos...
(Dudu já na cama, luz apagada) Ó mãeeeeeeeeee!

Mãe acorre ao quarto, aflita.

(Mãe) O que foi, Dudu?

(Dudu) Eu acho que ouvi o som do mundo...

(Mãe) :))))))

(Dudu) Estou a falar a sério. Eu estava de olhos fechados, e parece que ouvi o barulho da terra a mexer. Achas que pode haver um terramoto?

(Mãe) Acho que não, Dudu. Acho que ouviste só um carro a passar, ou um avião mais próximo...

(Dudu) E se houver um terramoto, mãe? Achas que o tecto me cai em cima?

(Mãe) Acho que não, filho. Mas também acho que agora não deves pensar nisso. Há coisas que nós não podemos prever, não podemos viver com medo delas.

Voltou a enroscar-se nos lençóis. Mas, ou muito me engano, ou alguém vai aparecer na minha cama esta noite...