Qual a probabilidade de Mãe e Filha irem fazer análises e a enfermeira se deparar com dois braços, diferentes em tamanho, mas com um desenho de veias igual, e uma única veia disponível, no mesmo sítio, para ser picada?

(Enfermeira) É mesmo filha da mãe dela!
(Dudu) Mãe, hoje foi o torneio interno de futebol lá na escola.

(Mãe) E então, ganharam?

(Dudu) Sim. Mas foi esquisito. Ao fim de 5 minutos, dois da outra equipa começaram a dizer que estavam lesionados, um desatou a espirrar por causa do pó e outra disse que desistia porque a equipa dela não valia nada...

Não é fácil ter 4 filhos a fazer desporto federado. Os nossos fins de dia são passados em pavilhões e os fins de semana são verdadeiros quebra-cabeças, entre os treinos e os jogos de cada um.
Mas depois há momentos em que percebemos que o desporto lhes dá, efetivamente, coisas importantes, como a capacidade de saber perder, de nunca deixar para trás a sua equipa, e lutar enquanto se consegue, mesmo com dores e nódoas negras.


(Dudu) Eu até já estava com pena, mãe!

(Mãe) Vai falar com eles. Incentiva-os a continuar. Pelo menos participam e divertem-se.

(Dudu) Sim. Vou tentar...


E claro... solidariedade com o adversário.
Ir às escolas, com os meus livros, é sempre uma óptima oportunidade para me rir com as saídas engraçadas dos alunos.
Criatividade e boa disposição, felizmente, não lhes falta.
Como direcioná-la no melhor sentido, é que é algo que o nosso Sistema de Ensino ainda tem de descobrir...


"Eu sou muito criativo. O problema é que a minha criatividade dá-me para fazer disparates...”

“A imaginação serve para fugir das aulas quando elas são muito chatas...”

"Os meus pais dizem que eu tenho um talento... é chateá-los!"

"Escrever é... é estabelecer uma relação com o papel!"

“Se eu gosto de estudar? Não sei, nunca estudei na vida...”

(Depois de explicar aos alunos como se estimula a imaginação) “E a dor de burro, como é que passa?”

Afonso envia a uma das suas avós uma foto que lhe tiraram na aula de Ciências, a dissecar o coração de um porco.


(Avó) O meu netinho vai ser cirurgião cardíaco?

(Afonso) Quem sabe... Ou isso ou talhante. Ainda não decidi.



E assim se destroem os sonhos das avós...
Como se não chegasse a patinagem artística, a artista cá de casa começou também a ter aulas de Dança Contemporânea.
E o bicinho da dança voltou...

(Nonô) Mãe... agora, para me deitares, tens de fazer comigo uma coreografia!

E lá fomos, escada acima, corredor afora, contra a parede e à volta dos móveis, em movimentos variados de que já não nos vamos lembrar amanhã.

(Nonô) Não faz mal... Amanhã inventamos outra!

E, ao mesmo tempo que olho para o relógio a pensar que ela já devia estar na cama, penso que não posso não aproveitar esta fase maravilhosa em que ainda há vontade de partilhar tanta coisa comigo, do que lhe acontece e de toda a magia que existe dentro dela.

Mesmo já com as pernas cansadas e a flexibilidade a não ser o que era, conta comigo, filhota, para todas as danças para as quais me quiseres arrastar...
À custa de um post meu no Coisas de Pais...


... o Afonso pediu-me para ler o meu livro favorito.

(Mãe) Saramago, Afonso. Estás preparado?


Não é, ainda por cima, um livro qualquer. Assinado pelo próprio Saramago, em 1998, foi uma oferta especial para a minha mãe, a quem fiz também uma dedicatória especial.



(Mãe) Vais estranhar a pontuação. Mas vais adorar o conteúdo!

Desafio aceite. Já está em cima da sua secretária...

E quando a nossa filha Leonor vê outra Leonor na televisão e pergunta quem é aquela homónima tão parecida com ela?

(Mãe) É a filha dos reis de Espanha. Uma princesa verdadeira. Mas para mim tu serás sempre a minha verdadeira princesa!
A mãe já tinha deixado um dicionário em cima do autoclismo, para os filhos aprenderem palavras novas de cada vez que iam à casa de banho.
Que o filho mais velho se lembrasse de encher a parede de fórmulas de Físico-Química, é que não estava à espera...


Agora é torcer para que resulte :)
Um óptimo alerta para o seu papá, que tem custado a deixar de fumar...

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... não fosse tê-lo oferecido justamente no dia dos anos do pai, em vez de um bilhete fofinho sobre as suas virtudes.

E assim é esta nova geração: crítica e sem paninhos quentes. Ficou o recado dado. E eu também espero que o pai o tenha ouvido com atenção.
(Nonô) Mãe, agora que tenho o cabelo mais comprido, posso fazer muito mais penteados diferentes. Estou a pensar fazer um mapa com os penteados da semana. Tipo "Segunda-feira trança", "Terça-feira totó alto", e por aí fora.

(Mãe) E hoje, sexta-feira, o que vais ser?

(Nonô) Penteado surpresa!


Saíram duas tranças com elástico duplo, em cima e em baixo, e uma fita rosa a apanhar-lhe o meio da testa. Um mimo!



(Nonô) Este fim de semana vamos ver vídeos no youtube de penteados. Boa, mãe?!


Era mesmo só aquilo que me faltava ser cá em casa: cabeleireira!
A mamã tem pouco de Nanny, está bem mais do lado das mães que berram, riem, desesperam e mudam as regras todas numa única hora... mas lá vai enchendo o frigorífico de papelinhos que vai fazendo com os filhos, à custa do que se vai passando cá em casa.

Os mais recentes são uma lista de palavras proibidas cá em casa (algumas apenas se forem usadas ofensivamente ou sob a forma de gozo, pois claro) e um compromisso de cada um dos meus filhos, para ajudar a mãe a não gritar (ou não gritar tanto... vá!).



(Sebastião) Se a super-Nany viesse cá a casa, enlouquecia! Imagina chegar aqui e estou eu a lutar com o Dudu no sofá, a Nonô a fazer pinos e o Afonso a cantar rap e a dançar à Michael Jackson...

(Afonso) Aposto que acabava abraçada a ti, a chorar!

(Sebastião) O que vale é que nós rimos bué uns com os outros. Já é qualquer coisa...


E eu diria que é qualquer coisa de "bué" especial. No meio do caos, não é que somos todos "bué" felizes?
Plano de estudo para História, do Afonso, este fim de semana:

- Livro "A Bibliotecária de Auschwitz"
- Documentário sobre Hitler
- Filme "A Lista de Schindler"

Valha-nos que o tema não podia ser mais interessante (muito embora o horror que foi) e esteja tão bem documentado.
Impressionante, mesmo, é ser possível, mesmo depois de tudo o que se sabe, ver a extrema direita e os partidos xenófobos venham a ganhar terreno, numa História que teima em repetir-se...


O nosso puzzle estava a começar a tomar forma. Íamos naquela fase em que cada peça parecia já fazer sentido, e cada um de nós, cada vez que passava perto do puzzle, encaixava mais uma ou duas peças...


(Afonso) Esta semana acabamos o puzzle...

Também pensei que sim. Só não contei com os humores da minha gata Mia, que já andava enfurecida com a nossa falta de atenção. Entre testes, trabalhos, e puzzle em família, onde ela era mantida à distância pelas razões óbvias... resolveu apanhar-nos distraídos e espetar as suas lindas garras no pano onde estávamos a fazer o puzzle, puxando-o para o chão!


Resultado? O puzzle foi à vida. Sobraram poucas peças encaixadas. A gata levou um raspanete tão grande que ainda deve estar atrás de um móvel qualquer a preparar a próxima vingança (que espero que não tenha começado por um valente cocó). Mas, depois de acabarmos de apanhar as peças espalhadas, decidimos que iríamos iniciar amanhã uma nova saga.

(Mãe) Meninos, isto é um teste à nossa capacidade de resiliência. Recomeçamos amanhã?

'Bora lá!!!


6 testes e 3 trabalhos na próxima semana.

Começou a saga.

É desta que eu me mudo com os miúdos para uma comunidade hippie qualquer adepta da não-escolarização...
Depois de os filhos mais velhos perceberem que o pai pediu a mãe em casamento ao fim de cinco dias e, como se isso não bastasse, a mãe aceitou...

(Afonso) Mãe, tens noção que não vais poder falar muito sobre a precipitação dos nossos relacionamentos...

(Mãe) Eu e o pai estamos casados há quinze anos. Cada caso é um caso. Há precipitações que não correm assim tão mal!

(Titão) Eu acho que foi óptimo a mãe e o pai se conhecerem... O pai gosta tanto de comer porcarias que, se a mãe não existisse, nós éramos todos obesos. Mas se a mãe não tivesse conhecido o pai, nós não jogávamos todos hóquei, porque a mãe não ia ter paciência para tanto treino e tanto jogo.


A combinação perfeita, portanto. Venham mais quinze!


Depois de uma Assembleia bem vivida, desdobrada em dois intervalos do almoço, onde a Leonor desempenhou o seu papel de subdelegada e apresentou as ideias da turma, vai acontecer uma terceira, já com a direção do colégio. E não sei se alguma vez vi a minha filha tão entusiasmada com algo que tivesse a ver com escola...

(Dudu) Eu nunca na vida me vou candidatar a delegado!

(Mãe) Então porquê, filho? Tu até dizes que queres ser presidente da República!

(Dudu) Mas isso é mais tarde. Mas por agora não quero perder o maior intervalo de todos. É quando os rapazes jogam à bola!


E por aqui se explica parte da diferença nos resultados escolares entre rapazes e raparigas. Diferentes prioridades. Que são o que são, e nenhuma é pior do que outra. Mas dizia o meu amigo Varatojo, e a meu ver com razão, que a escola é mais castradora para os rapazes, que de forma geral, e durante parte do seu crescimento, são mais físicos e precisam mais de atividade física - o que é muito pouco compatível com tantas horas sentados a trabalhar. As raparigas mais físicas sofrem-no também, e é triste que isso seja encarado como negativo, num tempo em que o sedentarismo é um dos grandes males da nossa vida moderna.

Lá dizia a minha professora da primária, quando eu queria ficar com ela aos intervalos: "Pula, filha, faz-te cabra!". Que é como quem diz, vai mas é apanhar sol e dar três pinotes, que tens a vida toda para trabalhar...


"Como ser um unicórnio" chegou-me a casa cheio de brilho e de azul intenso, escrito por alguém que assina "SEA3PO".

(Afonso) Essa não é a namorada do Tiagovksy? Ah, não, espera... Essa é a Miss Mushrooms. A Sea3Po é a do cabelo azul.

Ok! Entrámos num universo alternativo e a mãe é cota demais para captar a cena. Ya?

(Mãe) Vocês conhecem a Sea3Po?

(Afonso) Não seguimos, mas ela é conhecida.

A mãe abre o livro. A Sea3Po tem a módica quantia de 475 mil subscritores no Youtube, com mais de 130 mil visualizações, em média, por dia. No Instagram, tem 231 mil seguidores, 13 mil no Facebook e 49 mil no Twitter. Ok, é conhecida. Mas porque é que escreveu um livro sobre unicórnios?

(Nonô) Uauuuuuu! Mãeeeeeeee! Um livro sobre unicórnios! Quero ler já!!!!!

Ok. A mãe já percebeu a cena. A Sea3Po é uma youtuber que percebe muito melhor do que eu do que é que as miúdas gostam... O livro, ainda por cima, é divertido, as ilustrações são cativantes e a história educativa, sobre bullying.

Sea3Po, daqui Sara78Rodi. Os meus parabéns!
#jáfostecotasara

Depois do puzzle em família (que vai andando, mas ainda não está terminado), o Dudu descobriu o livro de pontos que oferecemos ao Titão no Natal. Chama-se "Cidades Ponto a Ponto" e tem tantos, mas tantos pontos, que o Dudu é capaz de ficar uma boa hora a encontrá-los, enquanto desenha as mais famosas cidades do mundo.


Querem acalmar os vossos filhos sem i-Pads, televisão, e ainda ajudá-los com as centenas e os milhares (porque são mesmo milhares de pontos!)? Aqui está a solução...




Quando os filhotes cá de casa começam a pular sofás, a embrulharem-se em lutas que só muito raramente não terminam com alguém a chorar, a trocarem mimos com palavreado proibido cá em casa (a lista está no frigorífico!), só há uma solução(bem, há duas, mas a segunda deixa-me sem voz...):

(Mãe) Vamos passear a Cuca!

Hoje o céu até ameaçava chuva, mas conteve-se enquanto durou o nosso milagroso passeio. Não há dúvida de que a natureza faz milagres, e que melhor do que um sofá dos castigos, é uma corrida ao ar livre!

Dudu, o meu político favorito:

(Dudu) Mãe, não faz sentido que tu ganhes menos porque tens de tomar conta de nós...

(Mãe) A mãe ganha em função do que trabalha, filho. E a mãe escolheu não trabalhar tanto para poder ter mais tempo para vocês.

(Dudu) Mas tomar conta de nós também dá muito trabalho! E muita despesa. Tu tens quatro filhos, mãe! Deviam era pagar-te mais por isso...
E a 12 de janeiro, começou o Carnaval cá em casa...

O meu filho mais velho acaba de criar o Instagram do meu "Coisas de Pais". Depois de me explicar como é que a coisa funcionava (não percebi metade), sugere-me fazermos um "Booma".
- Um quê?!
- Um boomerang comigo e com o Sebastião.
- Vou lá agora fazer um boomerang... Isto é uma página séria, com sugestões para os pais fazerem com os filhos!
- Por isso mesmo! Vamos sugerir aos pais que façam boomerangs com os filhos. Os filhos vão adorar!

Pronto. O "Coisas de Pais" já tem "Insta". Não tem boomerangs (ainda!), mas acaba de ganhar um gestor de conta...

https://www.instagram.com/coisasdepais/
(Mãe) Não te deites muito tarde, filho... Amanhã vai-te custar ir às aulas de manhã.

(Titão) Não te preocupes. É Educação Física. Fico logo cheio de energia para o resto da manhã. (reflete) Eu não percebo porque é que não nos põem a fazer desporto todas as manhãs? Íamos muito mais bem dispostos e cheios de energia para as aulas...

Tão simples... e seria tão transformador!
Dudu de manhã, ao espelho, a pôr gel no seu cabelo curto.


(Mãe) Gel, Dudu?! Vai acontecer alguma coisa especial?


(Dudu) O S. da minha sala agora tem um brinco. Eu não gosto muito de ver rapazes com brincos. Mas também quero ir todo janota.


O brinco deve ter feito furor. Duvido que o gel faça o mesmo efeito... mas lá que ficou todo janota, isso ficou!
Os meus filhos mais velhos a imitarem os Anjos, com todas os gestos coreografados e as expressões faciais...

Temos "Diabinhos" :)
Interessaram-se primeiro pelo videoclip de "Thriller".
Quiseram ver depois os passos de dança que o Michael Jackson criou (e andam a treinar uns quantos).
Depois quiseram ver as transformações visuais que o Michael Jackson sofreu ao longo dos tempos. E porquê. E quem foi ele afinal. Como viveu e porque morreu.

(Nonô) Que triste, mãe! Ele era um bom coração, não era?

Mostrei-lhes "Black or White". E como o sonho dele era sermos todo uma só espécie, todos iguais naquilo que nos une.

(Dudu) Eu também queria o mundo fosse assim. Não consigo perceber como é que há guerras e atentados. O que é que nós podemos fazer, mãe?

Há tudo por fazer. Mas ganhar consciência do problema, num mundo com tantas "distrações", é já meio caminho andado para a mudança...

Obrigada, Michael Jackson, pelo trabalho intemporal que nos deixaste...


O Dudu já andava a reclamar um puzzle maior, e a Mamã resolveu trazer para casa um de mil peças, comprado a preço de saldo na Tops and Dolls (onde se compram vários jogos e brinquedos em segunda mão, como novos, a preços bem mais acessíveis. Para quem gosta de ir rodando brincadeiras e não repetir puzzles, esta é mesmo a solução ideal! E podemos sempre levar aqueles brinquedos em que mal tocámos e já não tencionamos tocar, para abater algum do investimento que fizemos).

Mas, para puzzle destas dimensões, só mesmo com um gigantesco trabalho de equipa...

(Mãe) Puzzle em família?


Já levamos duas noites disto, e ainda só temos pequenos quadros. Já todos nos zangámos uns com os outros, já voaram peças, empurrões, já soaram guinchos, uns quantos "estúpido" e "burro"... e percebemos que temos ainda um longo caminho pela frente, até conseguirmos trabalhar bem em equipa. Mas havemos de lá chegar!

Dudu e Nonô no banho:


(Nonô) Mãe... tu e o pai ainda fazem coiso e tal?

(Mãe) ??

(Dudu) Ou foi só quando nós nascemos?

(Mãe) Não, meninos. Um casal, quando se ama, é normal que tenha relações sexuais. Faz parte da vida de um ser humano adulto.

(Nonô) Mas fazem isso quando? De manhã, antes de acordarmos? À noite? Ou o pai vem cá durante o dia?

(Dudu) E fazem isso quantas vezes?

(Mãe) Meninos... como imaginam, a mãe não vos vai estar a falar da sua vida sexual. Isso é uma coisa privada. Um dia, quando vocês forem crescidos e tiverem os vossos relacionamentos, também não me vão estar a contar essas coisas. A não ser que precisem de conselhos.

(Nonô) E tu precisas de conselhos, mãe?

(Mãe) Não, filha! Não preciso! E muito menos vossos!



E rai'os parta esta geração que fala de tudo com tanto à-vontade...
(Dudu) Ó mãe... eu para onde me volto, só vejo o número 4. Sou o 4 no hóquei, na caderneta puseram-me em número 4, hoje fui escrever a data, era o número 4, olho para o relógio, e é sempre qualquer coisa com 4... Tu tens 4 filhos! Acho que estou obcecado com o número 4!

(Mãe) Isso às vezes também acontece à mãe. Há um autor muito conhecido que chamou esse fenómeno de sincronicidade ou coincidência significativa.

(Dudu) E isso quer dizer o quê?

(Mãe) Digamos que há pessoas que dão significados a essas coincidências. Por exemplo, no caso dos números, há quem atribua um significado a cada número. Porque o universo é matemático, e os números são energia.

(Dudu) E o número 4 o que é que quer dizer?

Pesquisa rápido no Santo Google...

(Mãe) Na numerologia, que estuda a energia dos números, o 4 é considerado um número perfeito. Há 4 pontos cardeais, 4 estações do ano, 4 elementos da natureza. Indica equilíbro e autodisciplina. Pode ser algo que tu estejas a precisar, Dudu...

(Dudu) Isso quer dizer que tenho trabalhar mais, não é? E estar mais concentrado... Eu tive Muito Bom no comportamento a Inglês. Acho que já está a dar resultados...

Não sei como é que a conversa descambou para aqui - e ainda me pergunto, às vezes, porque é que os meus filhos dizem coisas estranhas... Pois se a mãe, em vez de lhe dizer que esqueça o número 4, acaba a falar-se nas teorias do Jung! - mas a verdade é que o Dudu se foi deitar com a missão do número 4 em punho. E que o equilíbrio e a autodisciplina, que tanto lhe faltam, estejam com ele!
Pediatra a conferir pesos dos dois manos gémeos.


(Pediatra) Pois é... a Leonor tem mais 1,5kg do que tu, Duarte.

(Dudu) Eu sei. Eu estou muito magrinho. Às vezes eu vejo-me ao espelho e pareço um refugiado...

(Pediatra) Andas a comer pouco, pá!

(Dudu) "Pá"?! Ouviste, mãe? Os médicos também dizem "pá"... (para a pediatra) É que a minha mãe diz que eu não posso andar a dizer "pá", que a "pá" é da vassoura...


Diagnóstico: Um saudável fala-barato!
Durante as férias do Natal, os filhotes mais novos imprimiram diversas imagens e fotografias para a sua "Caixa do Eu" - trabalho de férias original, para promover o seu auto-conhecimento.

Mas ontem, em vésperas de regressar às aulas, o Dudu lembrou-se que ainda lhe faltava qualquer coisa...

(Dudu) O que eu queria mesmo era um Origami do Darth Vader!

É verdade que temos um livro com folhas e instruções para Origamis da Star War. Mas também é certo que nunca conseguimos, ainda, fazer nenhum...


O Titão, o mais habilidoso da família, ofereceu-se para ajudar. Mas eram 22h e ainda lhe faltava uma página de instruções.


Foi quando a mãe, cheia de boas intenções, resolveu mandá-lo para a cama, comprometendo-se a terminar ela o dito Origami.
Ora acontece que a dita mãe, que sou eu, é mestre na arte do Origami... só que não! (como dizem os miúdos) Na verdade, tem cada vez menos paciência para trabalhinhos manuais. E, outra hora depois, com o papel já todo cheio de marcas, cedeu ao desespero, abriu a folha, e armafanhou-a de forma a que ela parecesse um Darth Vader... só que não.


(Dudu) Obrigada, mãe. Não está bem como eu tinha pensado, mas já é qualquer coisa...

Felizmente que os meus filhos estão bem ensinados, no que toca a ver o lado bom das situações.
E eu... e eu acho que vou fazer um workshop de Origami, para aperfeiçoar a técnica. (Só que não! Mesmo, mesmo!)
No período anterior, a Nonô resolveu não se candidatar a delegada ou sub-delegada. Na altura achei que ela tinha ficado com pena, mas ela lá explicou que queria primeiro ver como é que funcionava a eleição e o cargo, depois logo se candidatava.

E hoje chegou a casa com uma notícia:

(Nonô) Mãe, hoje fizemos eleições e sou sub-delegada.

(Mãe) Ai sim? Candidataste-te?

(Nonô) Eu disse-te que só precisava de saber como é que funcionava. E correu bem. Bem... não fiquei delegada. Mas assim é melhor, para eu aprender. Agora tenho é muito que fazer!

E desapareceu para o quarto durante uma boa hora, até a chamar para o jantar. Quando chegou, tinha dois dossiers preparados para levar amanhã para a escola.



(Nonô) Neste tenho fichas, para o caso da professora não saber o que dar aos alunos para eles fazerem. Neste tenho desenhos, para quem se quiser entreter. Também tenho umas folhas para tomar nota das coisas importantes. E preciso da tua ajuda para fazer uma grelha com os nomes de todos os meus colegas, para eu escrever em que é que eles são bons, e em que é que eles ainda podem melhorar... Acho que vai ajudar toda a gente... Ou estarei a exagerar um bocadinho, mãe?


Só um bocadinho... Mas não se pode desperdiçar tamanha motivação!

Não contente com os seus dossiers, à noite ainda tomou outra decisão:


(Nonô) Amanhã vou perguntas aos meus colegas como é que eles acham que deve ser uma subdelegada, e o que é que ela deve fazer... Depois também tenho de o perguntar a mim própria: quais é que são os meus objetivos, e essas coisas. Não sei se vou ter resposta para todas as minhas perguntas, mas vou dar o meu melhor.

E o mano, que nem quer pensar na possibilidade de se oferecer para tal cargo - seria mesmo o seu maior pesadelo - bateu-me no braço e disse-me baixinho.

(Dudu) Acho que a Nonô ainda vai acabar delegada...
Os filhotes mais novos andam na catequese, e a mamã costuma aproveitar essa hora preciosa para pôr o trabalho em dia.
Mas hoje os filhotes vieram buscar-me: "Tens de vir, mamã... Vá lá. Nós perguntámos se tu podias vir também e deixaram!"
Ainda me tentei esquivar, como podia. Pelo trabalho e por todas as minhas dúvidas existenciais que, já há muitos anos, me afastaram da Igreja. Mas como dizer que não a duas criaturas que saíram de mim, a suplicar pela minha presença?

Lá fui. E a dada altura, depois de o catequista explicar que a água do baptismo renova as pessoas e as torna melhores, o Dudu levantou o braço:

- A minha mãe diz que quando abraçamos as árvores também ficamos renovados.

- Pois, mas isso agora não tem nada a ver.

- Mas as árvores também são de Deus. Eu acho que a minha mãe tem razão...


Não sei se tenho coragem de lá voltar. Mas fiquei feliz. Filhos que sabem o que significa "renovamento", seja pela água, pelas árvores, pelo que for que eles venham a descobrir, dentro e fora deles, será seguramente importante para o seu crescimento.
Este ano, com o trabalho da mamã, e a chuva que não ajudou, não fizemos o habitual périplo pelas vilas de Natal. Mas hoje a mamã tirou o dia, o sol ajudou, e lá fomos em busca da que estava hoje aberta, e ainda prometia diversão: a Christmas Village, em Cascais.

Tirando o preço - 30€ para 5 - foi uma tarde bem agradável, por entre romanos, os reis magos, duendes e o Pai Natal.



Mas o melhor de tudo foi mesmo o globo de neve! Não fosse terem enchido os bolsos de bolinhas de esferovite, que a seguir deixaram rasto por todo o lado (carro e casa incluídos), e teria sido uma tarde perfeita.
(Bem, neste caso também foi. Vantagem de ter filhos crescidos: eles sujam... eles limpam! ;))



Para o ano há mais!
Podiam ser sonhos ou rabanadas, bolo rei ou filhós.

Mas este ano começámos mesmo com um bom sumo de vitaminas, cuja receita nos foi dada pela equipa de nutricionistas que trabalham na escola dos gémeos. Eles tomaram nota de tudo o que era preciso (há que descontar os erros!), e hoje lá pusemos mãos à obra, para começar o ano cheios de energia.


E não é que o sumo é maravilhoso?

No final do ano passado, depositámos num frasco de vidro os nossos compromissos para o ano de 2017: um compromisso a pensar naquilo que podíamos fazer para melhorar o nosso relacionamento com cada um dos membros da nossa família, ou para o ajudarmos, de alguma forma, a ser mais feliz.
Ontem foi dia de abrir os velhinhos compromissos e de perceber o que tínhamos cumprido ou precisávamos ainda de cumprir. Na verdade, precisamos de melhorar em quase tudo, porque os desafios mantêm-se. Mas ano após ano, e ganhando cada vez mais consciência deles, havermos de conseguir superá-los!

Mas o frasquinho ganhou também novos papelinhos: este ano, cada membro da família alargada que passou connosco a passagem do ano, fez também o seu compromisso em relação à família - o que estava disposto a fazer para melhorar alguma coisa que esteja em falte ou precise de uns ajustes.

O "7" passou a "8". E vamos lá a mais um ano de desafios, dentro e fora de nossas casas.


Bom ano para todos os que nos acompanham, desse lado!