Nonô a ver televisão:

(Nonô) Ó mãe... eles na televisão estão sempre a dizer que nós temos que tomar o Calcitrim, o Cálcio Mais, o Libidium Fast, e mais uns... Nós temos mesmo de tomar aquelas coisas todas para ficarmos saudáveis?

(Mãe) Dudu, agora tens de fazer a cópia deste texto.

(Dudu) Podes fazer tu, mãe, por favor?

(Mãe) Eu?! A cópia tem de ser feita por ti, filho!

(Dudu) Mas tu mexes melhor na impressora...


Quando lhe expliquei que ele tinha mesmo de passar o texto todo para o caderno, quase chorou! De facto, para que é que servem as impressoras copiadores?
(Nonô) Mãe... podemos organizar um lanchinho cá em casa para as minhas amigas?

(Mãe) Podemos sim, filha.

(Nonô) Mas vai ser um lanchinho muito saudável...


E percebo que, por mais que eles se queixem que eu sou chata e fundamentalista, alguma coisa lá vai ficando... E quando assim é, já valeu a pena.
Manhã de segunda-feira!


Duarte estava a dormir.
Achava eu...

(Dudu) Ó mãeeeeeeeeeee!

(Mãe) O que foi, Dudu?

(Dudu) Se um avião tiver um acidente no ar, e uma pessoa estiver na casa de banho do avião... o cocó deve ficar todo espalhado pelo céu.


E é nisto que ele pensa antes de dormir!
(e agora já percebo porque é que ele custa a adormecer...)
Na semana antes do Carnaval, os meus filhos tiveram 12 testes e 3 trabalhos por elaborar.
Matéria para estudar, fichas para treinar, powerpoints por criar, quilos e quilos de coisas por preparar que os pais, necessariamente, precisavam de acompanhar.
Não, não tiveram tempo para brincar.
Os pais, também sem tempo, só conseguiram desesperar.
E os professores, pressionados, com tantas metas por alcançar...

E eu, no meio de toda esta luta diária, sou obrigada a perguntar:
- Que tipo de cidadãos estamos mesmo a preparar?
- Que espécie de seres humanos estaremos nós a criar?

Não valia realmente a pena parar para pensar?

Raquel Varela, este fim de semana... vamos brincar!
https://raquelcardeiravarela.wordpress.com/2015/07/07/deixem-as-criancas-brincar/
Ortopedista. Consulta de desenvolvimento. Raio x ao punho. Medições de 6 em 6 meses. Dar ou não dar vitaminas. Óleo de fígado de bacalhau.

O Afonso é pequenote. O mais baixinho da turma. E claro que nós, pais, avós, pediatra, lá procuramos saber porquê, se está tudo bem, se tem falta de qualquer coisa.

O Afonso tem assistido a tudo, feito os exames todos... e hoje saiu-se com esta:

(Afonso) Ó mãe, não te preocupes. Eu não preciso de ser grande. A minha popularidade até vem das piadas que eu invento por causa de ser baixote...

E é isto! Sempre a aprender com eles...
(Nonô) Mamã, eu tenho dois meninos da minha sala que querem namorar comigo...

(Mãe) Ai é?

(Nonô) Mas eu ainda não sei qual vou escolher. Vou ver primeiro o que é que eles me oferecem no Dia dos namorados...
Dudu, 6 anos, após ver um bocadinho de telejornal:

(Dudu) Ai, mãe... eu acho que no dia em que eu morrer, as pessoas ainda se vão estar todas a matar umas às outras...
Nonô, do alto dos seus 6 anos:

- Mamã, se tu não tivesses emprego e eu não tivesse escola, podíamos passar o dia todo juntas, e assim já sabias tudo o que se passava na minha vida...
Sebastião, o filho fofo:

- Mãe, tu podias receber o prémio da escritora com mais filhos...

Não creio que serei. Nem sequer mereço nenhum prémio. Mas passar pela cabeça de um filho que o merecemos é qualquer coisa de especial...