Já andava a pedir-me isto há muito tempo...

"Assim, quando eu estiver a 'passar-me', vou para o meu quarto e acalmo-me com o barulho da água e a bola de cristal..."


Se era para se acalmar, não havia como recusá-lo. E, na noite de Natal, a fonte chegou!

(Claro que, na ânsia de experimentar a fonte, o Dudu esfarelou o esferovite todo, entupiu o cano com as bolinhas, e ainda conseguiu partir em mil cacos a bolinha de cristal... Sinal de que precisa mesmo de uma bela fonte na sua vida! Mas a mamã lá desentupiu o cano e foi suplicar à loja que lhe vendessem outra bolinha avulso. E... voilá! A fonte aí está. E, por este andar, acho que vai ser útil a toda a família ;))


- Preparar um teatrinho de Natal - Check!

- Ver a Mary Poppins - Check!

- Entrar numa bola de Natal - Check!


(acho que ainda tenho bolinhas a sair-me pelas orelhas...)

E que o Natal vos traga também toda a magia da infância.

Boas festas para todos!
O mês foi tão louco, que a mamã mal conseguiu abrir este espaço para contar as aventuras dos filhotes. Que foram muitas e desafiantes... muitos treinos, torneios, testes, trabalhos, aprendizagens, crescimento, descobertas, zangas e reconciliações. Em resumo:

- O Afonso tem 15 anos. Já vai tendo os seus jantares e já tem de se preocupar com as médias para entrar na faculdade (ou não... Como ele diz, uma das suas resoluções de ano novo será... começar a estudar!). Hoje pedi-lhe para experimentar a roupa de Natal do ano passado, e foi um desastre! O pullover ficava-lhe a meio do corpo, as mangas a meio dos braços. Está a crescer e eu juro que não sei como é que o tempo passou tão rápido! Tão inteligente e perspicaz como mordaz, consegue ter as conversas mais interessantes do mundo (que me deixam a pensar durante dias!), como também é capaz de me tirar do sério em três segundos.

- O Sebastião está naquela idade maravilhosa em que não consegue controlar o corpo e a voz e o disparate. Como me disse uma vez uma professora, numa escola: "8º ano? É esperar que passe...". Cresce a olhos vistos - e a roupa, a ele, só continua a servir porque vai herdando a do irmão! - e, por ele, passava a vida em combinações fora de casa com os amigos. A vida é uma festa, e o meu filho é um rapaz feliz, de bem com a vida, que não tem muita paciência para a escola, mas é um poço de talentos: basta vê-lo a tocar bateria, a fazer truques de magia, a filmar macacadas com o telemóvel, a fazer montagens de fotos e vídeos, a fazer malabarismo (até com facas!) ou parkour pela casa, a fazer truques na bicicleta, a inventar brincadeiras e jogos mirabolantes com os irmãos... O que fazer com tudo isto, é que ele ainda não sabe. Mas também não está muito preocupado. A única preocupadinha cá de casa é mesmo a mãe dele!

- A Leonor está uma menina crescida, já não gosta de golas e lacinhos, já não brinca com bonecas, mas anda pela casa toda em pinos, com uma destreza e elasticidade de me fazer inveja! Está sempre feliz, e tem uma capacidade incrível de fazer as pessoas felizes, à sua volta. Mas quando precisa, também é uma artista na arte do "dramaqueen"! Ela dança, ela canta, ela patina, ela faz teatradas pela casa... é uma artista completa. Também na hora de negociar. As vergonhas que eu já passei com ela nas lojas, a tentar negociar com as vendedoras! Prática e amiga do ambiente, não percebe, por exemplo, porque é que não abrimos de vez em quando a nossa garagem para vender o que já não precisamos. Roupa, também pode ser toda em segunda mão. E nada de comprar sacos no supermercado! Se por acaso nos esquecemos de levar o nosso, embrulhamos as compras nos casacos!

- O Dudu continua a ser o meu encantador filho-furacão. Tão depressa é a criatura mais doce do mundo - chama-me querida do seu coração e cobre-me de abraços e beijinhos - como é capaz de atravessar a casa e mandar tudo ao chão. É um desafio permanente e diário lidar com toda a sua criatividade e a sua peculiaridade - o seu sonho é ir ao Butão e adora ver vídeos sobre os mistérios do mundo, fala de política como gente grande e quer acabar com a guerra no mundo. Na escola a professora interroga-se se ele terá défice de atenção ou será sobredotado. Não creio que seja nada dessas coisas. É só o Dudu, criatura única com a qual eu nem sempre sei lidar, mas com a qual tenho aprendido imenso! Até sobre a minha inabilidade para lidar com essa mesma diferença.

Às vezes desespero. Tenho imensa dificuldade em manter o meu trabalho em dia e sinto-me muitas vezes a falhar em muitas frentes. Mas, ao mesmo tempo... lá poderia ter outra vida melhor (porque intensa, porque louca, porque desafiante e inconstante) do que esta?