Fui desafiada há uns meses a escrever para o Portal SJ, um espaço online criado pelos Jesuítas para colocar em debate uma série de temas da atualidade, com diferentes visões e perspectivas.
O desafio era enorme, sobretudo para a área que me propuseram - a da Educação - tendo eu não mais do que a minha experiência de mãe de 4 filhos e tia de 8 sobrinhos todos muito diferentes (a minha maior riqueza, a que preciso de somar todos os meus queridos “emprestados”), e aquilo que observo, sinto e procuro transformar, na medida das minhas limitações, nas escolas a que vou com os meus livros ou através do movimento Por Uma Escola Diferente.

Sou muito mais uma aprendiz com permanentes dúvidas do que uma opinion Maker, mas aceitei o desafio, e aqui vos deixo o meu primeiro contributo, convidando-vos a explorar este espaço de reflexão que eu acredito que pode dar que falar, no melhor sentido da expressão!

https://pontosj.pt/opiniao/pertinencia-da-impertinencia-dos-jovens/
A tia Sandrites sabe que eu ando sempre à cata de jogos e livros didáticos, por isso resolveu oferecer-nos este pelo Natal.



Para quem gosta de jogos de tabuleiro (como é o caso dos meus filhos), é uma ótima opção para aprender a brincar. Com perguntas de Português, Matemática e Estudo do Meio, de dois níveis distintos, ajuda a consolidar conhecimentos e a aprender coisas novas.

Recomendo!
Hoje, à conversa com a minha amiga Sandrites, ela contava-me que, sempre que dois coleguinhas se zangavam na sala do filho, a professora dava-lhes uma folha e explicava-lhes que, sempre que a tratassem mal (amachucarem, derem pontapés), podiam voltar a endireitá-la, mas que isso deixaria marcas (os vincos, a sujidade... a folha nunca mais seria a mesma!).

Já tinha ouvido essa história, mas nunca a tinha contado aos meus filhos. E, dado que os mais novos andam tipo cão e gato (tudo no outro o irrita, e se me distraio lá vai um encontrão), peguei não numa folha, mas em duas. Uma era a Leonor (a dos brilhantes), outra o Dudu (e pus-lhe uns cabelinhos de papel em pé). Sempre que um magoava o outro, amarrotava um pedacinho da vida dele. E, como esse não se queria ficar atrás, ia amarrotar o outro. E andavam nisto, até as folhas ficaram irreconhecíveis.


Depois a mãe lá ia tentar endireitá-las com palavras bonitas, festinhas, até disfarçando com o ferro, mas havia marcas que não desapareciam. Eram mesmo essas marcas o que eles queriam deixar um ao outro?

Disseram que não, e a noite até correu melhor. Mas sei que a memória é curta, por isso vou afixar as folhinhas no frigorífico. E, já agora, pensar também nas marcas que quero deixar nas folhas/vidas de cada um dos meus filhos...
De agora não passa... os meus filhos mais novos têm de enfiar a tabuada na cabeça!

"Ah, e tal... pergunta-lhes enquanto vais no carro"

Então e quando é que conversamos? E cantamos?

Tem-nos faltado tempo, efetivamente, mas também estratégias. E hoje, a mãe resolveu perguntar ao Google como é que se decoravam as tabuadas. E o Google deu uma óptima sugestão!


Metemos então mãos à obra, hoje com a tabuada do 4. E, de cada vez que um de nós subia ou descia as escadas, tinha de dizer a tabuada de cada degrau, em voz alta.


Ouvi a lengalenga algumas vezes, até que o Dudu, a dada altura, desceu em silêncio.

(Mãe) Então, filho... Não ouvi a tabuada!

(Dudu) Já estou cansado, mãe. Desci pelo corrimão!

Foi uma boa tentativa...
A fazer um trabalho sobre a Ásia:

(Dudu) Ó mãe, eu podia pôr aqui uma fotografia do "King Kong"iano da Coreia...

Acho que nunca o Kim Jong-Un teve um nome tão acertado!
(Nonô) Mãe... tu quando não tens nada para fazer, o que é que fazes?

(Mãe) Ó filhota... Sabes que a mãe, por enquanto, não sabe muito bem o que é isso de não ter nada para fazer...

(Nonô) Mas imagina que vais ter. Quando nós crescermos, por exemplo. Eu, se tiver tempo livre, vou fazer trabalho cívico. Há tanta coisa por fazer, pelo mundo!


E é isto!
Tanto se fala mal das novas geração, e a verdade é que uma boa parte dos seus representantes tem uma enorme consciência do que tem de mudar e de que terá necessariamente de desempenhar um papel nessa mudança...

PS - Sobre a geração Z, encontrei este artigo interessante, que convido à leitura: http://observador.pt/especiais/geracao-z-os-jovens-que-nasceram-na-era-da-internet-da-crise-e-do-terrorismo/
Os gémeos tiveram o seu primeiro "Muito Bom" de sempre, a Matemática... e foi a loucura!

Depois de um primeiro ano sofrido, em que eles não sabiam muito bem o que andavam a fazer na escola, com a auto-estima beliscada com os primeiros "Insuficientes"(como é que se dão "Insuficientes" no primeiro ano?!), um segundo ano noutra escola, com mais apoios e um maior respeito pelo seu ritmo, chegámos a um terceiro ano em que os resultados do esforço de todos (professores, escola, pais, avó Antónia, mas sobretudo deles próprios) começa, finalmente, a dar frutos.

Não é pelas notas. Não é pelo alegado "sucesso" escolar. Com estes meus filhos, deixei de ser exigente a ser nível, só quero que eles sejam felizes e andem motivados, para aprenderem e melhorarem naquilo que conseguirem. Mas ver a felicidade deles por terem conseguido ter uma boa nota, foi qualquer coisa de especial...

(Dudu) Afinal sou bom a matemática, mãe!

E um aluno com esta motivação, não se entrega mais? Não investe mais? Não está mais atento?
Claro que sim!

E, como se a moral não estivesse já ao rubro, ainda recebemos uma mensagem da querida professora...

(...)

"Não dá para descrever a felicidade no olhar deles quando lhes entreguei os testes... mas a do Duarte foi impagável!!! Dificilmente irei esquecer!!! Estivemos os dois à beira das lágrimas. (...) Acho que é por estas coisas que vale mesmo a pena ser professora."

Que dia bom!

Mas ao deitar...

(Mãe) E então, Dudu? Feliz?

(Dudu) Sim! Mas mesmo assim, eu acho que as escolas não deviam ter testes, mãe. A professora sabe o que nós sabemos, estamos sempre a fazer exercícios e ela chama-nos ao quadro. Porque é que temos de fazer testes? É só para ficarmos nervosos...

Fica o recado!

Não sei quem foi o autor, mas subscrevo.
E o meu frigorífico vai ganhar um papelinho novo...
Já tínhamos ido ver a exposição do Van Gogh, na Cordoaria Nacional, não podíamos perder agora a do Da Vinci, que é uma das figuras que mais fascina a mamã - ou não tivesse ele nascido no mesmo dia da mãe, e desempenhado 11 profissões, o mesmo número que a mãe desejava desempenhar na sua infância (ficou-se pela escrita... Mas felizmente que ela permite ser tantas coisas numa vida só!).




O preço destas exposições nunca é muito simpático - o bilhete de família custa 30€ - mas gostámos bastante da reprodução dos engenhos que Da Vinci projetou, do documentário (tamanho q.b. e com vocabulário muito acessível, adequado a todas as idades) e da sala final, onde podíamos simular o homem vitruviano...


A exposição vai estar patente até ao dia 29 de abril. Depois é esperar pelo filme sobre a vida de Leonardo da Vinci, lá para o início de 2019, com Leonardo di Caprio no principal papel. A avaliar por este artigo da Visão, o filme promete...
(Dudu) Nonô, anda comigo! Vou dar-te um treino militar! Mas prepara-te. Vais ficar muito cansada...

(Nonô) Não vou nada! Eu aguento... Vou só buscar música para me motivar. E aquela faixa para pôr na barriga, para ficar mais elegante...




Lembram-se?

Era uma brincadeira do nosso tempo, quando ainda não havia tablets nem telemóveis, e os desenhos animados só passavam de vez em quando no único canal que tínhamos. Era preciso esperar... e arranjar outras coisas para brincar!


E não é que os filhos também gostaram?

E que melhor forma de decorar o sistema circulatório?
A mãe teve de ir a Beja a uma cerimónia de entrega de uns prémios literários, de que a mãe foi júri, e levou consigo o filho mais velho, que era o único que tinha a tarde de sábado livre (ai, ai, a agenda dos meus filhos!).

Não foi propriamente fácil convencê-lo... digamos que, em troca, teve de passar numa famosa casa de hambúrgueres para lhe comprar um tão-desejado-há-tanto-tempo milkshake de chocolate. Mas há negociações que valem a pena. E um milkshake de vez em quando justifica uma longa viagem de conversa.

(Mãe) Ouvimos o quê?

(Afonso) As minhas músicas.

Como a mãe queria ouvir as suas, resolveram fazer à vez. Uma vez uma música da mãe, outra vez uma música do filho. E assim ficou o filho a conhecer o videoclip "Black or White", "We are the World", o furacão Madonna, Seu Jorge, o genérico de Fame... E a mãe ficou a conhecer os melhores raps do Piruka, do Eminem, do Bispo... e não é que a mãe até gostou? (Piruka no top!)

A cerimónia demorou, terminou com declamações de poemas, e no regresso o filho brindou a sua mãe e a sua avó (que se juntou à festa) com declamações emotivas... das músicas dos seus rappers favoritos! E não é que a mãe até achou que ficava bonito?

E não é que, já em casa, descobrimos que o declamador de poemas da cerimónia, que declamou os seus próprios poemas - o Napoleão - era pai do rapper Sam the Kid, e já fez trabalhos com ele? A prova de que os poemas dos nossos grandes poetas dariam bons raps. E que os nossos rappers... sim, os nossos rappers também são grandes poetas!



(E obrigada, Napoleão, pela inspiração)

... em versão "restaurante sem telemóveis".


(Afonso) Se só temos papel e caneta... jogamos com o que há!

E viva a imaginação!
(Dudu) Mãe, já sei o que é a Quaresma. É quando Jesus... como é que se diz... começa a ser atacado. Todos a dizer mal dele, até ele morrer. Bolas, mãe... Jesus foi vítima de bullying!
Hummmm... vejo aqui algumas caras conhecidas😊


E queridos professores... toca a participar!

As candidaturas decorrerão até dia 10 de março, e apesar de só poder haver um vencedor, muitos projetos, ideias, professores especiais, alunos felizes ganharão visibilidade, pelo melhor que se faz no país, e que podemos replicar.

Estejam atentos à página do Global Teacher Prize e espreitem também a página da Rádio Comercial, que hoje pergunta qual foi o professor que mais nos marcou... A todos os que me marcaram, e que têm vindo a marcar a vida dos meus filhos, o meu OBRIGADA!
Dudu ao deitar...


(Dudu) Ó mãe, eu agora ando a ter muitos pesadelos...

(Mãe) Também eu, filho. A mãe também anda a dormir mal, com sonhos estranhos.

(Dudu) Amanhã pedimos à Glícia que aspire a casa toda, e também as ideias más que por aqui andam...


Esperemos que o aspirador não nos falhe, querido Dudu!

(Mãe) Afonso... a mãe pediu-te que deitasses essas coisinhas de plástico para a reciclagem...

(Afonso) Espere... estão todos num date!

As coisinhas de plástico eram as mesas. Os dois termómetros estavam numa, a conversar. O isqueiro e o frasquinho noutra, num namoro multirracial. Mas, como as coisinhas de plástico também têm direito à vida, duas delas haviam marcado encontro na terceira mesa...

E eu bem digo que os meus preciosos filhos têm um parafuso a menos, mas ninguém me liga!

Sai dos escuteiros, vai para a patinagem, tempo contado, filha tem de se vestir no carro, sai a correr para não perder o aquecimento, mãe vai estacionar, só já a vê no rinque...

Resultado?


- O que é aquela coisa amarela que ela tem na meia?

Uma jarreteira dos escuteiros...

Que a pressa é inimiga da perfeição, já todos sabemos. Que pode resultar em coisas muito engraçadas, a vida tem de nos lembrar de vez em quando...
Estão a ver aquele jogo com bolinhas cheias de ganchinhos que se prendem umas às outras para dar asas à imaginação e criar o que se quiser?

Sim, serve para criar coisas como esta...


Mas, num domingo frio, em que se impôs o estudo (mais 9 testes para a semana), os filhos resolveram improvisar e usar estas poderosas bolinhas para... se atacarem uns aos outros! Fortes, esconderijos, estratégias, ataques surpresa... e o atacante mais velho teve a infeliz ideia de fazer uma bola gigante e embrulhá-la no cabelo da irmã mais nova!


Resultado: uma cabeça loura que se transformou numa espécie de ninho de ratos. Precisámos de quase uma hora, entre várias mãos, para lhe arrancar as bolinhas da cabeça, por entre muitas lágrimas e cabelos arrancados, mais meia hora no banho, com o cabelo cheio de amaciador, para o cabelo voltar ao que era.

E os filhotes aprenderam a lição?

(Mãe) Meninos, o que é que estão a fazer?!

O Titão atirava bolinhas desse mesmo jogo com uma barra preta do Taekondo, enquanto o Afonso tentava acertar-lhes com a base de uma frigideira...


Alguém que me leve para um retiro de silêncio (sem filhos!), por favor!

Hoje o Sebastião ficou entregue à sua responsabilidade, durante a tarde. Tinha teste de Inglês e a mãe (que costuma ir sugerindo exercícios e/ou formas de meter a matéria na cabeça) não estava.

Quando cheguei, deparei-me com um computador aberto, o que é logo um mau indicador...

(Mãe) Sebastião... diz-me que não estiveste a jogar.

(Sebastião) Não, mãe! Juro! Estive a estudar!

(Mãe) Foste procurar exercícios no computador?

(Sebastião) Melhor ainda! Fui ver vídeos da Tia do Inglês, uma senhora brasileira que explica bué bem a matéria...

A mãe ainda desconfiou que o filho estivesse a brincar, mas a "Tia do Inglês" não só existe, como é um sucesso no Brasil!

Bem... agora também em nossa casa!





https://www.juicysantos.com.br/vida-caicara/blogs-de-santos/conheca-a-tia-do-ingles/

"As tatuagens, o sorriso fácil, o cabelo loiro, a atitude rock’n roll.

Sim, estamos falando dela, a professora de Inglês mais pop do Brasil.

A youtuber Tia do Inglês, na verdade, atende pelo nome de Claudia Marcela Miranda.

Conhecemos a moça há 6 anos, em encontros de blogueiras. Na época, a santista tinha um blog de maquiagem e já mostrava todo o carisma que faz dela, atualmente, uma das referências nacionais no ensino de idiomas na web, com cerca de 240 mil assinantes em seu canal (em abril de 2017)."