Coisas de tarde de RAP

- 12.2.18

A mãe teve de ir a Beja a uma cerimónia de entrega de uns prémios literários, de que a mãe foi júri, e levou consigo o filho mais velho, que era o único que tinha a tarde de sábado livre (ai, ai, a agenda dos meus filhos!).

Não foi propriamente fácil convencê-lo... digamos que, em troca, teve de passar numa famosa casa de hambúrgueres para lhe comprar um tão-desejado-há-tanto-tempo milkshake de chocolate. Mas há negociações que valem a pena. E um milkshake de vez em quando justifica uma longa viagem de conversa.

(Mãe) Ouvimos o quê?

(Afonso) As minhas músicas.

Como a mãe queria ouvir as suas, resolveram fazer à vez. Uma vez uma música da mãe, outra vez uma música do filho. E assim ficou o filho a conhecer o videoclip "Black or White", "We are the World", o furacão Madonna, Seu Jorge, o genérico de Fame... E a mãe ficou a conhecer os melhores raps do Piruka, do Eminem, do Bispo... e não é que a mãe até gostou? (Piruka no top!)

A cerimónia demorou, terminou com declamações de poemas, e no regresso o filho brindou a sua mãe e a sua avó (que se juntou à festa) com declamações emotivas... das músicas dos seus rappers favoritos! E não é que a mãe até achou que ficava bonito?

E não é que, já em casa, descobrimos que o declamador de poemas da cerimónia, que declamou os seus próprios poemas - o Napoleão - era pai do rapper Sam the Kid, e já fez trabalhos com ele? A prova de que os poemas dos nossos grandes poetas dariam bons raps. E que os nossos rappers... sim, os nossos rappers também são grandes poetas!



(E obrigada, Napoleão, pela inspiração)

You May Also Like

0 comentários