E quando calha a mãe entrar no quarto onde os filhotes estão a ver desenhos animados antes de irmos embora, e ouve dizer, de bonecos parvos, que a Economia da Partilha é uma porcaria porque assim acabam-se todas as lojas onde se podem comprar coisas - como a loja de escova de dentes, ou a loja onde se vendem avós -, e a Economia da Partilha não pode substituir a Economia Total, e a Economia da Partilha está ligada aos robots que nos roubam os empregos (e todos os robots foram mortos no episódio)...

Isto é só uma brincadeira parva, ou uma verdadeira lavagem cerebral aos miúdos, sem que os pais se apercebam?
Dantes, quando queriam fazer trabalhos em vídeo, a mãe ajudava no guião e o pai filmava e editava.

Agora...

- Afonso chega a casa com amigos. Escrevem o guião e filmam o que querem no telemóvel.
- Afonso senta-se ao computador e, num ápice, edita. Corta e cola pequenos excertos de coisas, põe legendas, adiciona músicas, afina o audio...

(Mãe) Precisas de ajuda, filho?

Só mesmo para ver e opinar. Saber mexer naqueles programas... já só noutra vida!



Dantes, o pai fazia pequenas brincadeiras com fotografias e pequenos vídeos que encontrava na internet.

Agora...

- Sebastião, a meio do estudo, vai à casa de banho.
- 5 minutos depois, a mãe começa a receber vídeos no seu telemóvel, dobrados por ele com um programita que ele arranjou, a falar da sua falta de vontade para estudar...





Sim, a tecnologia tem as suas coisas negativas. Mas esta geração que já nasceu com ela, manipula-a com uma facilidade incrível, usa-a também em seu benefício, e isso é algo irreversível. Se há algo que podemos fazer, não é diabolizar a tecnologia (podemos dosear o seu uso, isso sim), mas antes educarmos os nossos filhos para valores fundamentais, que poderão fazer a diferença na hora de criar, escolher e manipular tudo aquilo de tecnologia que, num futuro vertiginoso, vier a surgir...

(Mãe) Adorei os teus vídeos, Titão... mas agora dá para saíres da casa de banho e voltar ao estudo, sff?
Calçam 40, não gostam de abraços nem beijinhos, não gostam que lhes tire fotos, e já não me autorizam a contar tudo o que dizem ou lhes acontece.
Estão a caminho dos 15 e dos 13 anos. E eu juro que não percebo como é que isto tudo aconteceu tão depressa...

Haverá lugar certo para ler?


Haverá lugar certo para estudar?


Ou os os meus filhos são definitivamente estranhos (e temo que tenham a quem sair...)?
Não sei quanto tempo mais isto vai durar, mas ter uma filhota que, todas as noites, dança para mim (uma dança sempre única e irrepetível) e me vem mostrar o Diário, onde escreveu isto...


... é qualquer coisa!

<3



(Afonso) Ó mãe... Será que, daqui a uns séculos, se vai estudar nas escolas o governo "da gerigonça"? "Gerigonça", mãe?! Foi o melhor nome que se arranjou no século XXI? Vai dar muita vontade de rir...
Mais um fim de semana composto:

- Treino de patinagem
- Prova de atletismo
- Primeira-Comunhão com festa em nossa casa
- 2 jogos de hóquei
- 2 trabalhos de grupo (felizmente nas casas de outros pais!)
- 1 festa de anos
- 1 ida ao hospital (o Dudu estreou-se na Zona. Que mais ninguém se estreie, pf!)
- Estudo para os diversos testes da semana

E foi isto.
Para a semana estará igual ou pior, mas os papás estarão no Festival Literário da Madeira. Avós, já sabem... descansem o mais que puderem até lá! E contem com uma verdadeira "Bíblia Logística" para dois dias de loucura...
Os piolhos mais novos fizeram a sua Primeira Comunhão, celebrada só com a família mais próxima, em amena cavaqueira.

Nada a registar, de percalços, sobre o dia (não houve cabelos queimados com vela, nem cerimónias longuíssimas que fizessem soar alguns roncos dos mais cansados... foi mesmo só festa e alegria!), mas resolvi fazer este post com algumas dicas de poupança para este evento...

1. O Dudu vestiu-se igual aos irmãos mais velhos... A camisa branca que já passou por eles, o cinto e sapatos castanhos idem (só foi preciso engraxar) e os calções azuis tamanho 4/5 que ainda lhe serviam (ser magrinho tem as suas vantagens). Levantou o cabelo com gel para ir - como ele diz - "todo janota", e não foi preciso mais nada.


2. A Leonor, minha única menina, exigia uma logística maior. A mamã gostava de vestidos bonitos mas sóbrios (a filha nem por isso, escolheu na net alguns que pareciam de casamentos de estrelas excêntricas de Hollywood, mas acabou por deixar, por iniciativa própria, as excentricidades para o seu próprio casamento), mas não queria gastar os olhos da cara por um vestido que só se usa uma vez. Salvou-nos a ideia da tia, que foi vasculhar o OLX e descobriu um mesmo à nossa medida, da Peixinho do Mar, usado uma única vez por outra criança da idade da minha filha, a metade do preço.
Vestido despachado, faltava o sapatinho branco. Entrei por acaso na Top and Dolls (loja de roupa e brinquedos em segundo mão) em busca de mais um puzzle para os filhotes, e dei de cara com uns sapatos brancos muito simples, exatamente do tamanho da Leonor, usados também uma única vez (ainda tinham o preço original na sola!) à venda por metade do preço. Fechado!
A coroa de flores, linda, foi a que a prima Madalena usou na sua Primeira Comunhão, e o Zeca Azevedo e a Catarina fizeram-lhe uma trança linda e umas ondas para compor o ramalhete.



O melhor do dia (aliás, de todos os dias) nunca são as fatiotas. Mas quando é preciso ir minimamente arranjado, há cada vez mais soluções em conta, que têm a vantagem de ir ao encontro da regra dos 3 R - Reduzir, Reutilizar, Reciclar. Ah, sim... É que as duas fatiotas vão seguir em breve para filhos de amigas mais novos. E que todos eles tenham dias tão felizes como o nosso...


Há 9 anos estreava o programa “Tenho mais 2 bebés... e agora?”, não no S+, que ainda não estava sequer sonhado, mas na minha vida, palco das aventuras mais incríveis e dos desafios mais enriquecedores.
Tal como um programa de televisão, também este tem sido fruto de um grande trabalho de equipa. O meu marido, produtor dedicado, continua a zelar pela sustentabilidade e serenidade do projeto, com os nossos outros filhos também a exigir o seu protagonismo, e muitos familiares e amigos a darem a cara, o carinho e o tempo precioso para transformar a vida dos meus piolhos mais novos numa verdadeira obra de arte.
A todos o meu gigantesco OBRIGADA!

Filhos que se dão mal, discutem a toda a hora e às vezes até se agridem?
Este livro é para si.
E para mim também :)
Toca a aparecer!

Já criei muitas famílias, em livros e produtos televisivos, com as suas alegrias e desafios, os seus conflitos e milagres, mas nada se compara à experiência real de co-criar a nossa própria família, diariamente, com todas as alegrias, desafios, conflitos e milagres reais que nos surpreendem a cada instante.
Não, não há famílias perfeitas. Assim como não escolhemos os nossos pais e irmãos (e um beijinho muito grande aos meus!), também não decidimos o feitio dos filhos, os seus sonhos ou as suas limitações. Funcionamos por tentativa e erro. E erramos muitas vezes. Sofremos com isso. Mas continuamos a tentar e a dar o nosso melhor todos os dias para que eles sejam felizes e construam também o seu caminho.
Família é isto! Com filhos ou sem eles, e os contornos que se quiser dar à palavra, é sempre experiência de amor incondicional, aprendizagem, superação, aceitação do outro e procura diária de ver nele o seu melhor, oferecendo também o que, de melhor, temos para dar...
Um Feliz Dia da Família para todos!

Numa ficha de Matemática, o pequeno Dudu tem de analisar um gráfico caule e folhas e dizer quantas pessoas é que são menores de idade.

Ora, o pequeno Dudu tem o dom de não pensar como as outras pessoas. E de tanto saber coisas que a maioria não sabe, como de desconhecer coisas simples que toda a gente parece saber.

"Menores de idade"?, perguntou-se ele.

E então, na sua cabecinha maravilhosamente diferente, entendeu que "menores de idade" só podiam ser aquelas pessoas que tinham menos tempo para viver. Entre as pessoas nas casas dos 10 anos, as que estavam na casa dos 50s e as que tinham mais de 80s, era óbvio que os "menores de idade" seriam aqueles acima dos 80...

Errou.

(Dudu) Porque é que eu penso sempre de maneira diferente, mãe? Depois erro.

(Mãe) A mãe vai ajudar-te a errares menos. Mas não quero que penses que, olhar para as coisas de maneira diferente, é uma coisa má. Não é, filho. É uma coisa poderosa, que faz muita falta ao mundo. Muito mais do que qualquer ficha de matemática. E tu, um dia, vais descobrir o que fazer com ela...
Mãe a escrever ao computador.
Titão de roda dela, toca-lhe numa orelha, depois numa bochecha, na outra bochecha, no pescoço.

(Mãe) Pára, Sebastião! O que é que estás a fazer?

(Titão) Estava a confirmar se tu eras "touch"...
Ou como ter todos enfiados na mesmo cama sem discussão!
(vidrados na televisão, pois então!)


Já está nas bancas mais uma edição da Revista Pais, com inúmeros temas pertinentes - a autonomia dos Filhos, como estimular os seus talentos, a internet, histórias de mães com histórias incríveis - sugestões e algumas crónicas, entre elas a minha, a desmitificar a minha alegada coragem e capacidade de organização...


Não, não há mães perfeitas. Mas o amor põe sempre tudo no lugar certo... <3
Volta e meia vou buscar jogos às lojas de roupa e brinquedos em segunda mão. Os miúdos fartam-se deles num instante, e é também uma boa forma de pôr em prática a regra dos 3 RRR (Reduzir, Reciclar, Reduzir).
Acontece que o Dudu anda à procura de um livro que goste, não anda fácil encontrar "o" livro perfeito, e houve um que acabou por me saltar à vista, com muita imagem e pouco texto (fator ainda importante para este meu filhote).
Na pressa, fiz tudo aquilo que nunca faço numa livraria: não li a contracapa, não li uma ou duas páginas, não vi a idade recomendada... Resultado: quando o Sebastião o apanhou (felizmente, antes do Dudu) e o espreitou, alertou-me para o facto de o livro ser para maiores de 13 anos. E o conteúdo... enfim! É ver para crer...


(Titão) Vamos "curtir", mãe? A sério?!


(Titão) Se nós falássemos assim cá em casa, íamos logo de castigo!


(Titão) Boa, mãe! Acertaste em cheio no livro para o Dudu!


Shame on you, Scott Pilgrim!
Shame on you, mamã!
(amanhã vou à loja trocar pela história dos 3 Ursinhos...)



Pode a força traduzir-se em serenidade?
Pode a atenção e o cuidado revelar-se por via do optimismo inabalável?
Pode a firmeza ser compatível com a flexibilidade?

Pode. E eu tive o privilégio de crescer ao colo de uma mãe assim. De receber dela os conselhos e os ralhetes certos. Os telefonemas na hora H. Os sorrisos e abraços reconfortantes. O apoio na educação dos netos. O exemplo e a dedicação.

Fiz-me mãe à luz da mãe que tive. A ti, mãe, o meu gigantesco Obrigada!

E um obrigada também a todas as outras “mães-emprestadas” (sogra, tias, amigas), com quem me fui cruzando pelo caminho. Somos, em grande medida, as experiências que vivemos e as pessoas com quem nos cruzámos. E eu sou, definitivamente, uma sortuda!
Hoje, a construir uma árvore genealógica sobre a família, para um trabalho sobre genética, o Afonso desatou a fazer perguntas sobre a altura do seu nascimento. Já tínhamos falado sobre o assunto anteriormente, mas talvez a idade não lhe tenha permitido entender completamente o que lhe disse. Ou, pelo menos, não o registou.

(Mãe) A mãe fazia ovulações múltiplas. Teve de ser tudo controlado... A fertilização foi feita cá fora e depois os embriões foram introduzidos no útero.

(Afonso) Então os meus primeiros tempos foram num frasquinho...

(Mãe) Sim, mais ou menos. E a verdade é que, quando tu tinhas 5 anos e a educadora te pediu que te desenhasses, tu fizeste uma bola cheia de ovinhos lá dentro, e disseste que eras um deles.

(Afonso) Mas depois quem é que escolheu os embriões?

(Mãe) O médico, filho. Transferiram aqueles que pareciam mais viáveis.

(Afonso) Fogo, mãe! Então tive sorte... Imagina que não me escolhiam! Tenho de mandar um email ao médico, a agradecer-lhe! Na verdade, ele foi o primeiro a ver o meu potencial!

Gabarolices à parte, achei que ele tinha razão. E que melhor dia, do que o Dia da Mãe, para agradecer ao Dr. Paulo Vasco, da AVA Clinic, todos os milagres que operou, e que fizeram de mim a mãe que sou...
O email seguiu, com as palavras sentidas e a foto da malta toda. Imagino que não lhe faltem na caixa do correio emails como o meu, mas nunca é de mais agradecer a quem, com a sua mestria e conhecimentos, transformou a nossa vida de forma tão decisiva. Acredito que há muitas formas de se ser feliz. Muitas vias e caminhos. Mas esta é uma delas e agradeço todos os dias por isso!
O Dia começou cheio de abraços, beijinhos e miminhos.
O papá safou-se muito bem, com duas malas lindas (que as da mãe estão todas arrebentadas de andarem sempre cheias de tralha!).
E os filhotes não ficaram nada atrás...


Os presentinhos da escola, dos gémeos, sempre a dobrar...


"... mas com cores diferentes", ressalvou a Nonô. "E fotos, mamã, para não confundires!"





O Dudu ainda deixou o recadinho especial, num dos seus desenhos meio loucos...


E a Nonô fez o seu crucigrama da praxe, sempre fofinho...



O Titão deixou um recadinho de adolescente, como quem não quer a coisa, em inglês...

E o Afonso...

... o Afonso atirou-se para cima de mim.

"O melhor presente, mãe? Sou eu, claro!"

O Dia da Mãe e do Pai é todos os dias, feito não só de coisas boas como também de responsabilidades, por isso nem os miminhos livraram os filhos de uma boa sessão de estudo, que para a semana começam os testes. Mas, antes de irmos dormir, também não faltou o miminho individual, sussurrado no quarto de cada um, já com a luz apagada.

(Mãe) Obrigada por fazeres de mim uma mãe e uma mulher mais feliz!




E quando o nosso filho Titão resolve explorar a inteligência da Siri com perguntas inusitadas, e se lembra de a pedir em namoro...

"Lamento, mas não tenho existência corpórea"

Titão ri, a mãe leva as mãos à cabeça. As Sophias da vida já fazem anúncios e há quem esteja a multiplicá-las para as mais diversas funções. Sim, terão existência corpórea (ou lá o que se possa chamar) e o futuro é uma grandessíssima incógnita nas mãos de poucos...
O que podemos fazer? Apenas educar os nossos filhos em valores, e dar-lhes força, flexibilidade e criatividade para o embate!

Quem se junta?
Conversa ao jantar:

(Titão) Mãe, os direitos de autor é o que tu ganhas pelos livros vendidos, não é?

(Mãe) Sim.

(Dudu) Com a "Escola das Artes" deves estar a ganhar tanto dinheiro, mãe!

Mãe orgulhosa por o filhote pensar que sim. Triste por a realidade não ser bem essa...

(Mãe) Bem, filho... a "Escola das Artes" é uma coleção que está a correr muito bem. Mas os autores ganham sempre uma pequena percentagem por livro. E Portugal é um país pequeno, não temos muitos leitores.

(Titão) Mas tu não vendes livros noutros países?!

Mãe orgulhosa por o filhote pensar que sim. Triste por a realidade não ser bem essa...

(Mãe) Não, filho. De vez em quando lá vai um livro ou outro para o estrangeiro. Mas não tenho livros traduzidos noutras línguas, a serem vendidos noutros países. Quem sabe um dia...

Titão fica a pensar...

(Titão) Já sei o que é que podemos fazer... quando formos para o Algarve levamos livros teus e vendemos na rua aos estrangeiros que gostam muito de Portugal. Dizemos que tu és a melhor escritora de cá. E até és, não és?

Mãe orgulhosa por o filhote pensar que sim. Triste... nãaa! Cá estarei para melhorar todos os dias!

(Titão) E depois fazemos como em Marrocos. Perguntamos às pessoas se querem tirar fotos contigo. As pessoas tiram e depois pedimos 10€. Ou melhor, 20€. Ou 30€! Vamos ficar ricos!

Realmente, como é que ainda nunca me tinha ocorrido tal coisa?!

#oqueseriademimsemosmeusfilhos?