Sim, sim, eu sei... Os livros não têm todas as respostas para a vida. Mas conto com este para me dar uma boa ajuda...

"A Viagem de Peludim" (história para crianças e manual para pais, sobre educação sexual infantil, que eu, a Vânia Beliz, a Célia Fernandes e a editora Marcador preparámos carinhosamente para filhos, pais, professores e educadores em geral) estará presente na 10ª edição do Kids Market, que decorrerá hoje e amanhã nas Cavalariças do Pestana Palace.
O valor da entrada é de 1€ e reverte a favor do projeto “Violência no Namoro” da Associação de Catarina Furtado, Corações com Coroa.
“I Love Books by Blédina” vai dar palco a diversos autores que lá estarão para apresentar os seus livros no âmbito das famílias e da educação das crianças. Nós estaremos entre as 17h e as 18h de hoje, para vos falarmos da nossa história e a "costurarmos" com as crianças. E mais não digo... Apareçam!





Mamã a ver um carro pequenino, de dois lugares, a estacionar.


(Mamã) Leonor, olha este carro tão pequenino... Não queres um destes, quando fores maior?

(Nonô) Achas, mãe?!

(Mãe) É pequeno demais?

(Nonô) Olha o estado em que está o planeta... Eu não vou andar de carro nem de mota. Vou andar de bicicleta, claro!


Mamã enfia a carapuça. A família que comece já a juntar o dinheiro, que no meu próximo aniversário vou pedir uma bicicleta...

(Afonso) O teste de Espanhol não me correu nada bem. Acho que, se tiver Suficiente, o pai me desinstala os jogos do telemóvel...
Vou ter de falar com ele. Mas por enquanto acho que vou concentrar as minhas energias em descobrir o seu desempenho escolar, quando ele tinha a minha idade...

Isto vai correr tão mal!
- Mãe, o meu problema... és tu! Preciso que me deixes em paz um bocadinho.

Primeira discussão com o meu adolescente de serviço, aquele com quem terei, melhor ou pior, de aprender a ser mãe de um adolescente.
Foi pequenina, discreta, por coisa nenhuma de importância, e mesmo assim deixou-me de rastos.

"Eu? Eu é que sou o problema dele? Mas se eu passei o dia todo atrás dele a tentar arranjar-lhe soluções..."

Pois é. Não é fácil perceber que agora terá de ser por ele. Que ele terá de, sozinho, fazer as suas conquistas, mesmo com umas quantas cabeçadas pelo meio. Já não posso estar sempre lá a chamar a atenção, a avisar, a punir, a "chatear". E isso não é algo que seja fácil para uma mãe. De todo. Porque nós temos este dom de antecipar as cabeçadas e adivinhar os abismos. E não, nem sempre confiamos que os nossos filhos vão saber suportar os primeiros e evitar os segundos. Mas temos de confiar. Ou, não confiando, fingir que sim, e continuar sempre lá, mas sem sermos vistas. Só aparecendo em cena para limpar as feridas que fazem parte do crescimento.

- Filho, a mãe esteve a pensar e tu tens razão. Vou tentar encaixar que tu cresceste e deixar de andar sempre atrás de ti. Mas preciso, em troca, que me respeites, como eu te vou respeitar. E que compreendas que, se não vai ser fácil para ti crescer, também não vai ser fácil para mim ver-te crescer. Tu vais falhar de vez em quando e eu também. E temos de conseguir falar sobre isso.

Selámos o primeiro embate com um abraço. Agora é respirar fundo e preparar-me para todos aqueles que, deste filho e dos outros, ainda estão para vir...
Acho que não compreenderia tão bem este vídeo se não tivesse enchido a minha casa com quatro filhos, todos eles tão diferentes entre si, a quem sempre estimulei para dizerem o que sentiam. E, de facto, o que sentem perante cada indicação, lição, aprendizagem, ralhete, obrigação, regra, etc, é tão diferente, que às vezes chego a penalizar-me por não conseguir ser 4 mães diferentes ao mesmo tempo. Às vezes não sei ser mãe deles, é certo, é uma aprendizagem diária e constante, mas gosto de pensar para mim que o Amor que lhes tenho há-de compensar uma boa parte das minhas falhas...
A verdade é que, quanto mais conheço os meus filhos, quanto mais eles me explicam o que sentem em cada momento (e sobre dois deles ainda recaiu a suspeita de TDAH), como aprendem, o que lhes custa, o que lhes dói, o que os frustra ou, pelo contrário, os estimula e valoriza (e é diferente para todos), mais me pergunto como pode um professor compreendê-lo com uma sala tão cheia de alunos tão diferentes, com necessidades tão específicas; com tanta matéria para dar e tão pouco tempo para uma atenção individualizada. O Amor fará sempre diferença numa sala de aula. Mas não deviam os professores ter condições e tempo para um verdadeiro acompanhamento dos seus alunos?
Professores, este vídeo é para vocês. Mas com ele segue também o meu valente Obrigada. Porque acho que, no meio de tudo aquilo que vos impõem, obrigam, desvalorizam, exigem, vocês fazem verdadeiros milagres. Fala uma mãe de 4 que enlouqueceria ao fim de uma semana com uma sala de 30...

https://www.facebook.com/LaBioguia/videos/1228606730522073/
Não sei como é que isto aconteceu, mas já tenho um filho adolescente...

Obrigada, meu pica-miolos, por todas as tuas inquietações, as tuas discussões e argumentações. Às vezes cansas-me, às vezes pões-me fora de mim, mas sabes o quanto eu gosto de ti, e com isso tudo à mistura (nem terias a mesma graça!).
Obrigada por tudo o que me ensinas e me estimulas. É preciso pedalada para ser tua mãe, mas eu não sou das que desisto facilmente ;).
Conta sempre comigo, deste lado, a dar o meu melhor...

Parabéns, filhote!

(Afonso) Mãe, estás a ver o meu 5 de Educação Visual? Com esta nova profe, vai ser uma sorte se conseguir ter um 3.

(Mãe) Então, filho? Mas andavas todo entusiasmado com o trabalho da tal porta.

(Afonso) Já tive de o apagar três vezes. Esquece, mãe. Para ter um 3, eu até devia lavar o carro da professora...


E assim se incutiu num jovem o gosto pelas artes plásticas.
E assim se roubou de um jovem esse mesmo interesse...
Sobre essa boa arte de conseguirem virar-me a casa do avesso em meia hora...
(mas a "casinha" deles, de três andares, ficou impecável!)

Às sextas os manos mais velhos têm treino até às tantas, e os mais novos têm direito a "jantar com filme". (Esta é a versão que eu lhes vendo. A verdade é que, à sexta-feira à noite a mamã está tão cansada que só já quer que eles estejam caladinhos a ver qualquer coisa num ecrã!)

E hoje, em homenagem à Nonô que entrou na semana passada nos escuteiros, o filme foi o do Livro da Selva, que serve de inspiração à Alcateia.



(Dudu) O quê, Nonô? Tu nos Escuteiros vais ter de andar meia despida e trepar às árvores?!

Não propriamente. Mas o Dudu disse-o com um tal brilho nos olhos, que acho que essa, por si só, seria uma forte razão para ele querer ir para os Escuteiros!
No meio de todas as críticas que vou fazendo ao ensino atual, também encontro coisas muito positivas nos manuais dos meus filhos:


Só é pena, claro, que, no meio de tanta matéria, os professores tenham de deixar estes pequenos-grandes "extras" para as calendas... :(


PS - Ponto positivo: à custa das vinhetas no seu livro, o meu filho mais velho começou finalmente a ler o livro do Calvin & Hobbes que eu andava a sugerir-lhe há séculos! E, como eu suspeitava (ou não fosse ele filho da sua mãe), ri-se que nem um perdido...

2 festas de anos
1 treino de hóquei
1 treino de patinagem
3 jogos de hóquei
1 atividade dos escuteiros
1 trabalho de grupo
6 testes dos mais velhos para preparar
3 testes dos mais novos para preparar

Sendo que a matéria dos mais novos (que a mãe vai ter de lhes enfiar na cabeça) é esta:


Tanto que eu desejei o início do ano letivo... voltem, férias, estão perdoadas!
O Dudu ontem acordou furioso. De vez em quando acontece-lhe, ou porque dorme mal, ou pouco, ou tem sonhos de que não gosta, ou simplesmente porque sim. "Tem mau feitio", diz-se por aí. E algum mau feitio até lhe dar a sua graça. Não fosse dar-se o caso de também lhe causar sofrimento. Prejudicar-lhe os relacionamentos. Impedi-lo de se sentir em paz, quando está assim.

E que dia melhor para ler a história do Pato Furioso, no nosso livro das Emoções?


O pato andava furioso, descarregou na sua mãe, e esta teve uma longa conversa com ele sobre o que ele estava a sentir.


(Dudu) Estás a ver, mãe? Tu nunca me disseste isto!

(Mãe) Ó filha, a mãe também está a aprender a lidar com a tua fúria. Este livro não é só para ti, também é para mim. Mas agora já sei o que tenho de te dizer, quando acordares zangado com o mundo.

A história era breve, mas o Dudu reconheceu-se em todas as partes dela. No final, tinha de pensar naquilo que podia fazer para controlar a sua fúria... sem partir nada, bater em nada nem magoar os outros, com gestos ou palavras. E as ideias não lhe faltaram:

(Dudu) Jogar à bola. Saltar no trampolim. Respirar fundo, como tu dizes... mas isso eu nem sempre consigo.

Era uma das sugestões do livro, a par de outras que o Dudu acolheu com muita curiosidade. E a verdade é que, se acordou zangado com o mundo, adormeceu calminho e cheio de novas estratégias para combater os dias maus. É que, dias maus, todos os temos. Saber lidar com eles é que é uma grande aprendizagem...

Cheguei a pensar em arranjar outro skate para acabar com a discussão... Mas eles trataram de arranjar uma boa solução!
E quanto não vale um irmão!

A caminho da escola dos mais novos:

(Nonô) Ó Mãe, eu não percebo... se os carros poluem tanto o planeta, porque é que não vimos para a escola de bicicleta? A escola é perto de casa, já sabemos todos andar...
(Dudu) Se eu mandasse no mundo punha uma lei para que todas as pessoas tivessem de andar de bicicleta. Ou então de carros como o do avô (elétrico).


(Dudu) Ó Mãe, o que é que vão fazer ao Pedro Dias quando o apanharem? (Pedro Dias também é o nome do pai deles, e eles andam muito preocupados com a coincidência. Este Pedro Dias de que me falavam no carro é o ladrão e assassino de Arouca)
(Nonô) Vão matá-lo, mãe?!
(Mãe) Não, querida. Vão prendê-lo.
(Dudu) E vai ficar muitos anos preso?
(Mãe) Muitos anos, sim. Talvez um bocadinho menos se ele se arrepender muito e provar que vai mudar o seu comportamento.
(Dudu) Mas quando se está preso fica-se arrependido?
(Mãe) Nem sempre, filha...
(Dudu) E o que é que eles fazem na prisão para as pessoas se arrependerem?
(Mãe) Pois, filho... Às vezes não fazem nada.
(Dudu) Então como é que eles se arrependem se não fazem nada?


Eu bem digo que estes meus filhos aterraram na minha vida para me lembrar de tudo aquilo que eu gostava de mudar neste mundo...
(Mãe em modo louca, com um Sebastião elétrico e sem vontade alguma de estudar Português) Sebastiãooooo... de castigo para o teu quarto!

Quando voltou trazia-me um bilhetinho na mão:


Levou um valente abraço e não houve mais castigo para ninguém.

Mas não é que, no meio disto tudo, ainda estudou Português (o tema da composição vai ser o bilhete postal)?

Mamã de volta dos mais pequenotes, que começam os testes para a semana:


(Mãe) Vá lá, meninos... qual destes é o paralelepípedo? Quantos vértices e arestas tem? As faces são curvas ou planas?

(Dudu) Ó mãe... mas porque é que as pessoas dão estes nomes esquisitos às coisas? Se dissesses linhas e biquinhos nós já sabíamos.

(Mãe) Eu ainda nem sei os nomes das minhas amigas... já tenho de decorar esses nomes todos! Isto serve para quê?

(Dudu) Acho que este é uma pirâmide hexagonal...

(Mãe) Ena, Dudu! Estás a falar de qual?

(Dudu) Sei lá! Só decorei este nome porque era o mais esquisito. Pirâmide hexagonal é tão esquisito como parasquavedequatriafobia, não é, mãe?


Sebastião aparece e depara-se com o meu ar de aflição. É normalmente ele me que ajuda, quando eu não consigo dar conta dos dois manos gémeos, que aos 7 anos já têm a escola pelos cabelos.


(Sebastião) O quê? Sólidos geométricos? Eu dei os vértices e as arestas no 4º ano! Eles têm de saber isto no 2º?!

(Mãe) E este ano ainda vão dar as frações...

(Afonso, que se junta também à festa, com a ironia habitual) Ah, isso é bom! Assim no 7º ano já têm a licenciatura.

(Dudu) Agora a sério, mãe... Como é que vamos meter isto na cabeça? Podíamos levar um auricular no ouvido e tu dizias-nos as respostas...


O que me custa é que os meus filhos, de parvos, não têm nada. Mas passam por burros num sistema que não entendem. Eu desespero... e tudo aquilo que me parece importante (como os valores, os seus talentos, as emoções, os relacionamentos, a criatividade, a motivação e a paixão por aquilo que se faz) vai ficando pelo caminho...

Ao ritmo do CD da Massa Fresca, a colar cromos com números de três algarismos (identificando os maiores e mais pequenos, sequências, etc), posso assegurar que as cadernetas do futebol são verdadeiras lições de Matemática!

(Dudu) Ó mãe, eu acho que nós devíamos viver todos juntos. Sermos só um país. Era tudo de todos e todos podiam ir para onde quisessem. Até podíamos ter a mesma língua. Dizíamos "obrigado" e "se faz favor" e todos entendiam. Assim vivíamos sem guerras... não havia refugiados. Todos se ajudavam. Éramos todos amigos.

Não seria assim tão simples nem tão fácil. Mas parece-me impressionante que até uma criança de 7 anos perceba a necessidade de recriar os modelos, encontrar novas formas de coabitação que favoreçam a paz e a entreajuda, por oposição à competição a qualquer custo, ao conflito permanente.
Estas crianças serão herdeiras de tudo aquilo que semeámos hoje. Todo o caos, toda a destruição, toda a indiferença, toda a impotência. Porque pensam e querem diferente, nelas deposito a minha esperança...
Os primeiros episódios de Elena de Avalor deixaram-me tão agradavelmente surpreendida, sobre o retrato que fazem do papel da Mulher e da liderança feminina, que rabisquei um texto para a plataforma Capazes.
Espero que gostem... E, se puderem, não deixem de espreitar a série :)

http://capazes.pt/destaques/elena-de-avalor-uma-princesa-como-todas-nos/


(Nonô, a poupadinha) Mãe, quando compramos as lâmpadas nunca mais temos de pagar luz?

Era bom, era... Lá lhe expliquei que não. Tínhamos sempre de pagar a eletricidade que consumíamos.

(Nonô) Mas afinal de onde é que vem a eletricidade?

Procurei explicar-lhe as fontes de energia, depois como é que ela chega as nossas casas...

(Nonô) Hum... Acho que não estou a perceber lámuito bem.

(Mãe, a cota) A mãe amanhã mostra-te um livro que explica isto melhor.

(Nonô, criança do século XXI) Se calhar é mais fácil ires ao computador e escreveres "O que é a eletricidade?". Deve haver vários vídeos no youtube...

Cá em casa há dois filhotes com alguma dificuldade em controlar as suas emoções. Outros dois filhotes, mais serenos, são porém muito indecisos. E não é que hoje bati de frente com a coleção certa para trabalhar isso mesmo, cá em casa?

As histórias são em banda desenhada e colocam questões simples que nos levam a refletir bastante. Seguem-me alguns exercícios simples que qualquer criança consegue descrever: o que sente e quando, e porquê. Porque lhe custa decidir nesta e naquela situação. O que é uma decisão. O que é uma emoção.




Amanhã começamos a trabalhá-los. Devagarinho e saborosamente. E depois é esperar que isso produza resultados. Não há sempre um livro capaz de mudar a nossa vida?
(Nonô) Pronto, mamã, agora já tenho um telemóvel.


Quanto não vale a nossa imaginação...
O terceiro e último livro de "Massa Fresca" (uma edição TVI/Oficina do Livro-Leya) está prestes a chegar às livrarias! Depois de "Confia na vida" e "Faz-te à estrada", convém mesmo não esquecer de que "A vida premeia os corajosos" :)

E muito, muito obrigada a todos aqueles que têm vivido comigo, dentro e fora do ecrã, esta saborosa aventura!


(Nonô) Mãe, mãe, vamos brincar às escolinhas!

De há uma semana a esta parte que a minha filha não quer fazer outra coisa senão brincar às escolinhas. À falta de meninas para brincar com ela, chateia-me todos os dias para que eu seja a aluna dela. Com jeitinho, lá a tenho vindo a convencer a usar as suas bonecas como cobaias, mas hoje calhou-me mesmo a vez...

(Nonô) Menina Sara, tem aqui esta ficha para fazer.

Despachei-a a correr, para poder ir embora.

(Nonô) Já?! Mas que rápida... Se gosta de trabalhar rápido vou arranjar-lhe mais fichas.

Cada vez que despachava mais uma, vinha outra. De tal maneira que eu até tive de fingir duas vezes que precisava de ir à casa de banho, só para levantar o rabo da cadeira.

(Mãe) Mas se eu trabalho depressa, porque é que me dás mais fichas?

(Nonô) Só podes sair no intervalo...

(Mãe) Então o melhor é fazer as fichas mais devagar, não?

(Nonô) Sim... mas depois ainda levas mais fichas para fazer depois da escola...


E com esta brincadeira, esta simples brincadeira, percebi aquilo a que o meu filho Afonso chama de "escola da tortura". Se trabalhas rápido para ires fazer outras coisas que tens mais vontade de fazer, não tens hipótese, ainda tens de trabalhar mais. Se trabalhas devagar, ainda trazes mais trabalho para casa. Em nenhum dos casos, tens tempo para fazer aquilo que realmente te apetece. Salvo todos os exageros - porque na escola aprendem-se coisas muito importantes e um bom professor não passa a vida a distribuir fichas - a verdade é que quem não queria voltar à escola, neste momento, era eu!

Já estreou a nova série da Disney, Elena de Avalor, e eu e a minha filha estamos fãs! Uma princesa guerreira, com sangue latino, que tem uma irmã cientista e uns avós do melhor, e escolhe os seus conselheiros por entre aqueles que, mesmo mais simples, demonstram melhores atitudes, são ingredientes suficientes para esta ser uma princesa dos tempos modernos, daquelas que todos nós, pais, queremos que as nossas filhas sejam. Princesas daquelas que, todas nós, mulheres, somos também nos dias de hoje. Guerreiras, líderes, a querer chegar a tudo e a todos - falhando, por isso, muitas vezes, porque nos falha o dom da omnipresença - mas aprendendo sempre com os nossos erros, avaliando as nossas prioridades e reposicionando a nossa forma de estar.

A minha filha ficou colada ao ecrã, na ante-estreia. E a verdade é que eu também!
Obrigada, Disney! Contem connosco, aos sábados e domingos, às 10h10!

(Nonô ao deitar) Mamã, hoje sinto-me um bocadinho triste e não sei porquê.

Insisti com ela para que me contasse o que tinha acontecido, mas não obtive resposta. A verdade é que ela gosta muito de analisar o que sente e o que sentem os outros. Pergunta-me muitas vezes se estou triste, contente ou zangada com alguma coisa (só para confirmar e saber porquê, porque nunca falhou, mesmo quando eu tento disfarçar), e ela própria tem muita noção daquilo que sente, a cada momento.

(Mamã) Às vezes acontece, filhota. E nem precisa de haver sempre uma razão. Mas quando não há razão, a mãe tentar não ficar triste. É que sabes que a tristeza adoece-nos.

Abriu muito os olhos. Ela que quer ser sempre tão saudável (a quem sairá? :))

(Mamã) É verdade, Nonô. A tristeza, assim como a raiva ou a vingança, fazem com que o nosso cérebro liberte uma espécie de químicos que se espalham pelo nosso corpo. Isso enfraquece o nosso corpo. E, quando ficamos mais fracos, ficamos mais facilmente doentes. É mesmo verdade, Nonô. A tristeza adoece.

(Nonô) E como é que podemos fazer para ficarmos mais felizes?

(Mamã) Às vezes há razões muito fortes para estarmos tristes. Nem sempre conseguimos lutar contra a tristeza. Agora, quando sentimos só uma pontada de tristeza sem razão nenhuma, como aquela que tu sentes, eu costumo sorrir. Penso que, com tantas coisas más que me poderiam acontecer, não posso ficar triste quando sou tão feliz. E há tantas pessoas a quem acontecem coisas más que mesmo assim conseguem ser felizes...

(Nonô) Então se eu sorrir fico feliz?

(Mamã) Sim. Sorrir é muito importante, ajuda logo a combater esses químicos maus com químicos bons. Até existe uma terapia que é a terapia do riso! Pessoas que riem para ficar mais felizes. E funciona...

Sorriu. Depois desatou à gargalhada. E quando demos por nós estávamos as duas a rir que nem umas perdidas.

(Nonô) Já me sinto feliz, mamã. Obrigada. Acho que já mandei os químicos todos embora...
Este ano um dos temas trabalhado no 2º ano é o das profissões. E este fim de semana veio para casa uma ficha para os gémeos completarem.

A Leonor quer ser artista. Dançar, patinar, cantar, representar... e depois, à noite, fazer um belo espectáculo.
(Onde é que eu já ouvi isto? Eu só queria ter mais umas 10 ou 11 profissões para além desta... mas artista, seguramente, era uma delas! Sem patins, de preferência...)

Já o Duarte quer ser... guarda-noturno!

(Mãe) Porquê, filho?
(Dudu) Para depois andar a recolher dinheiro de porta em porta...

Temos um guarda-noturno que faz uma recolha pela rua uma vez por mês. Nunca me tinha passado pela cabeça que isso o fascinasse. Lá lhe expliquei que, nas outras profissões, também se ganha dinheiro e nem é preciso ir bater à porta das pessoas (só nalguns casos), mas ele não ficou convencido.

(Dudu) Eu também gosto de apanhar ladrões.
(Mãe) Podes ser polícia.
(Dudu) Os polícias trabalham durante o dia...
(Mãe) Também trabalham durante a noite...
(Dudu) Estás a ver? Os guarda-noturnos só trabalham à noite! Assim eu, durante o dia, posso jogar, brincar, passear... e só tenho de trabalhar à noite.

Com argumentos destes, como demovê-lo?
A Associação Portuguesa de Famílias Numerosas organizou mais uma edição de Jovens Inspiradores, e coube-me a mim e aos inspiradores Ana Garcia Martins e André Leonardo a difícil tarefa de escolher os vencedores.
Difícil porque era quase impossível escolher quem nos inspirava mais, por entre jovens artistas, desportistas, altruístas, empreendedores, com projetos para mudar o mundo (a começar pelo mundo à sua volta), com histórias de superação comoventes e uma paixão no olhar absolutamente contagiante. Já tinha sido júri em edições anteriores e mais uma vez saí do recinto (desta vez o da Family Land - www.familyland.pt) de coração cheio e muita esperança no futuro. Com jovens como estes, vamos seguramente longe...
Parabéns Pedro Líbano Monteiro e Hélder Antunes (menção honrosa), Ana Rocha Pereira e Diogo Lopes (menção honrosa) e Beatriz de Castro País.
Um beijinho para todos os outros finalistas e concorrentes.
O mundo será vosso... E ficará muito bem entregue!


OS vencedores nas 3 categorias etárias.

A concorrente de 12 anos que me coube anunciar, e quer era igual (nas lutas, nas causas, na dinâmica, na garra) à Leonor da Massa Fresca.
(Sebastião) Ó mãe... estou farto de dizer que tenho calos nos pés e ninguém me liga nenhuma!

Aniversários, reuniões na escola, reuniões de trabalho, horários de filhos malucos, médico-dentista-e-afins, e gémeos numa repentina mudança de escola (logo conto, quando recuperar o fôlego)... e ninguém ouviu os queixumes do pobre Titão, que agora, sabe-se lá porquê, apareceu com calos nos pés.

Enquanto forem calos, estamos nós bem. É só lembrar-me de juntar à lista TO DO das dezenas de coisas para amanhã: PESQUISAR SOBRE CALOS.
Alguém desse lado quer dar uma ajudinha?
O Festival Literário ESCRITARIA (6 a 9 de outubro) vai encher Penafiel de arte de rua, exposições, conferências, teatro, música e lançamento de livros. Este ano em homenagem à vida e à obra de Alice Vieira, a quem deixo um valente beijinho de parabéns!

Eu que cresci com o "Rosa, minha irmã Rosa", "Chocolate à Chuva", "Lote 12 - 2º Frente", "A Espada do Rei Afonso", "Viagem à Roda do meu Nome", entre tantos outros que a minha irmã devorava primeiro e passava para mim, só posso agradecer-lhe toda a companhia que me fez, na infância e juventude.
Hoje leio aos meus filhos livros com cheirinho bom, enquanto descobrimos os contos antigos, reescritos para os meninos deste tempo.
Também eles lhe deixam um beijinho, e um desejo igual ao meu: que muitas histórias suas continuem a entrar-nos pela casa adentro, ajudando-nos a repensar o mundo e a sonhar.

Parabéns, Alice!

A Greenfest - maior feira de sustentabilidade do país - arranca já amanhã, e está a contar com todos os pequenos-grandes oradores que tenham algo a dizer sobre o seu planeta e o que querem para ele, no futuro.
Desafiem os vossos filhos, sobrinhos, alunos, amigos, vizinhos... Queremos muito ouvir as vozes dos mais novos, herdeiros de tudo aquilo que andamos aqui a fazer...
#greenfest #greenfestival

(Nonô) Ó mãe... eu tive um sonho tão bom em casa dos avós. Aquela almofada que a avó me deu, rijinha, dá-me sempre sorte.

(Dudu) Tens de me comprar uma almofada nova, mãe. A minha almofada dá-me azar! Sonho quase sempre com tsunamis...


Não sei se vai funcionar... mas esta noite vamos trocar de almofadas, e ver que sonhos temos. Pelo menos por sugestão, estou em crer que vamos todos sonhar com coisas boas...

Há pessoas com muita sorte... Eu e a minha irmã fomos duas delas, porque tivemos dois pais batalhadores, que nunca tiveram vidas fáceis, mas sempre foram conseguindo reenguer-se e reiventar-se, as vezes que foram necessárias, com um sorriso no rosto e confiança no futuro. Ainda hoje o fazem. Ainda hoje são uma valente inspiração para mim.

A ti, pai, que cumpres agora 70 anos, obrigada pela vida que me deste e todos os exemplos que me transmitiste.
Não sei quem seria sem ti. Mas não teria a mesma graça...