Retas, Segmentos de Reta e Semirretas. Último teste do período.


(Mãe) Percebeste, Dudu? As retas são infinitas.

(Dudu) Mas infinitas, como assim?

(Mãe) Imagina uma coisa que não tem princípio nem fim.

(Dudu) Mas isso não existe, mãe. Se começares aqui uma reta e seguires sempre, sempre em frente, dás a volta ao planeta e chegas ao mesmo sítio.

(Mãe) Então imagina uma reta no universo.

(Dudu) O universo teve um princípio. E se calhar tem um fim. A gente é que não sabe. Até pode ser redondo.

(Mãe) Mas consegues imaginar uma coisa infinita?

(Dudu) Não. E... ó mãe, eu acho mesmo que isso não existe! É parvo.


E ainda só vamos no segundo ano...


(Afonso) Já não sei se vou ter 5 a Educação Física. Hoje foi a avaliação de Dança...

Andam há que tempos a ter aulas de Merengue. O que eu até acharia interessante, se percorrem diversos tipos de dança, e sobretudo se usassem a dança para trabalhar a expressão corporal de forma prazeirosa, sem o peso de avaliações atrás de avaliações, que só geram tensão e competição. (e parece que os meus gémeos este ano têm prova de aferição de Educação Física! Nem sei que diga...)

(Mãe) Mas correu assim tão mal, filho?

(Afonso) É que eu até me esforcei tanto! Abanei-me todo, assim com as mãozinhas e tudo... mas não me serviu de nada! Fiz figura de totó e ainda tive a nota mínima.


E assim se perdeu um dançarino...
Dudu num Concurso de Soletração da Escola:

- Palavra: CORREIO

(Dudu) C-O-R-E-I-O

- Errado!


(Mãe) Então mas tu sabes escrever "Correio", filho! Só com um "r" fica "Coreio".

(Dudu) Mas foi isso que eu percebi! "Coreio", a nacionalidade das pessoas da Coreia!


Em 21 alunos ficou em... 20º.
E acho que nunca mais se vai esquecer que os habitantes da Coreia são, afinal, os Coreanos...

Mamã a descomprimir depois de mais uma discussão com o furacão-Dudu, que tem tem o condão de tirar a mamã do sério.
Sebastião aparece e apanha a mamã atirada a um punhado de amendoins.

(Sebastião) Isso está mesmo mal, hã, mãe?

(Mãe) A uns dá-lhe para fumar, outros para meditar... A mim deu-me para comer amendoins. Podia ser pior, não achas, Sebastião?

(Sebastião) Acho é que estás a precisar de umas férias. E nós também. E não é só uma semanita ou duas. Tem de ser um mês inteiro, pelo menos, sem trabalho nem testes.

(Mãe) Mas até lá, filho, ajudas-me a tomar conta dos teus irmãos?

(Sebastião) Ajudo. Mas olha que eu às vezes também me passo.

(Mãe) Eu compro umas reservas de amendoins...


Também é um bom piolho elétrico, este meu Titão, mas não há melhor filho-aliado-e-conselheiro do que ele.
E venham de lá essas férias, que estamos todos a precisar!
Chuva, chuva, chuva

Menos uma hora, horários esquisitos

Chuva, chuva, chuva

Testes, testes, testes

Filhos elétricos

Disparates em catadupa

Mãe passada dos carretos


E é nestes dias que me vem à memória o dia em que, lá atrás na minha infância, vi a mãe de um grande amigo meu - uma querida amiga, de uma paciência infinita - partir uma viola de brincar na cabeça do filho. A viola era muito frágil, enquanto a cabeça dele era dura - já para não dizer que ele era um valente diabrete, daqueles capazes de tirar qualquer pessoa do sério, eu incluída! - por isso a saga só valeu a todos nós umas valentes gargalhadas. Mas aquela imagem ficou-me na cabeça, com um valente ponto de interrogação: o que pode levar uma mãe a perseguir um filho pela casa com uma viola de brincar?

Bem, acho que agora já percebo.


(Mãe) Meninos, amanhã recomeçamos as nossas meditações.


E entretanto, que volte o sol, por favor! Acabem os testes e regresse a paz ao nosso pequeno reino em convulsão.
É já um clássico cá em casa: na Hora do Planeta desligamos as luzes e jantamos à luz das velas, com saborosas conversas sobre o que é isso de proteger o planeta e que papel cabe a cada um de nós, nessa tarefa tão urgente.


Este ano não pôde ser uma hora inteira, ficámos-nos por metade do tempo, porque havia um treino noturno para cumprir. Mas valeu a pena. Vale sempre a pena. E, à falta de tempo no dia-a-dia, merece ser lembrado muitas vezes, até encaixarmos que essa é uma tarefa para todos os dias.

Os gémeos vão ter teste de Matemática - última semana de testes! Yeahhhh! - e um dos temas será o dinheiro. Notas para aqui, moedas para acolá, no manual da escola...

(Dudu) Vou mas é buscar o meu dinheiro!

(Nonô) E eu o meu!

Subiram para os quartos e demoraram a aparecer...

(Mãe) Então, meninos?

Voltaram já com os mealheiros abertos, e o dinheiro todo reunido numa caixinha, dividido por notas e moedas, e estas separadas pelos respetivos valores.


(Nonô) Juntámos o nosso dinheiro todo, mãe.

(Dudu) Para comprarmos qualquer coisa...

(Mãe) Então e que coisa?


Isso é que era mais difícil...
Mas essa era uma excelente oportunidade para juntar a Matemática (da Vida!) ao Português, à Informática e à Criatividade.

(Mãe) Vamos fazer uma lista do que podem comprar...

Primeiro foi preciso contar o dinheiro, para saber quanto tinham. Depois, pensar no que gostavam de comprar. Em seguida, ver no computador quando é que podia custar isso que queriam. Se chegava ou não, ou se teriam de arranjar mais dinheiro.


O entusiasmo foi tanto que a mamã até foi comprar um pequeno livro sobre Economia para crianças, que explicasse de forma muito simples o que é a Poupança e o Investimento. Não estudámos as retas e semi-retas, e os problemas ainda são... um problema! Mas em matéria de dinheiro, acho que aprenderam bem a lição!




(Dudu) Mãe, nós podíamos comprar umas daquelas coisas para pôr nos ouvidos, para podermos entender as outras línguas.

(Mãe) Como assim, filho?

(Dudu) Então, mãe... se estivéssemos na Inglaterra, entendíamos o Inglês. Se estivéssemos na China, o chinês.

(Mãe) Mas isso não existe, Dudu. Existem auriculares para ouvirmos traduções de outras línguas... Mas tem de estar alguém a traduzir em simultâneo. Não existe nenhum aparelho para os ouvidos, que eu saiba, que faça essa tradução, em qualquer parte.

(Dudu) A sério?! Fogo, mãe! Estamos tão atrasados...


(Minutos depois)

(Dudu) Mãe, quando eu crescer já não vou ser jogador de hóquei. Vou ser antes um inventor. E vou inventar também um aparelho para a garganta. Assim também podemos falar logo as línguas que queremos...


(Dudu) Wow! Mãe, o que é isto?! Estamos a ser atacados por ondas alienígenas?

(Mãe) É só um mapa de previsão do tempo, Dudu.

(Dudu) Ah. Ufa! Parecia mesmo um ataque à Terra...


Eu bem digo que este meu filho não é deste mundo, mas ninguém acredita...
... e um vídeo deliciosos sobre as tropelias de dois gémeos, que bem podiam ser os meus. AQUI!

No caso dos meus, já os fui apanhar ao telhado (conseguiram arrastar um móvel até à janela), descobriram uma forma de sair de casa descendo por uma árvore e tocaram à campainha (e eu ia morrendo quando a fazer caretas para o intercomunicador, na rua!), já se esconderam em armários e ficaram silenciosamente à espera de me ver desesperar...

Enfim, são muito queridos, os gémeos... Mas duas cabecinhas marotas a pensar, dão trabalho a duplicar!
Depois de uma manhã inteira a dissecar o século XIX...


(Titão) Acho que começo a gostar de História...

(Mãe) Isso de gostar ou não das disciplinas é psicológico, filho. Está tudo na mente...


Minutos depois dou com ele no trampolim, a fazer a posição de lótus em cada salto.


(Titão) Eu gosto de História. Eu gosto de História. Eu gosto de História.


Agora é torcer para que funcione! (e estudar, de preferência, que gostar não basta!)
O dia não prometia ser mais calmo. O pai tinha de levar um filhote a um treino e depois tinha um torneiro na Lourinhã - quase um dia inteiro fora de casa. A mãe tinha de levar os restantes a treinos e festas de anos, fora o estudo para os 9 testes que a filharada tem esta semana.

Ufa!

Mas lá nos safámos, nos entretantos. De manhã oferecemos os presentinhos que os filhotes fizeram na escola...


(Pai) O que é que desenhaste na minha mão, Dudu?
(Dudu) Um comando. E este aqui é um filho telecomandado...

O sonho, portanto, de qualquer pai :)

Mas o melhor ainda estava para vir...


(Nonô) É para pores o telemóvel a carregar, pai.

Achámos a ideia o máximo. O pai vai ter é de arranjar outro telefone, porque ganhou dois presentes iguais! E nem quero pensar o que seria se tivéssemos trigémeos ou quadrigémeos...


Mas faltava ainda um presente de todos os filhos, que só conseguimos entregar à noite (ainda precisámos de uns buraquinhos, por entre os estudos, para o completar): um pequeno livro dedicado ao pai, com frases dos 4 filhos! O mais giro do género que descobrimos este ano no mercado, editado pela Arena/Penguin Random House. Um sucesso, que nos arrancou ainda boas gargalhadas, quer na confecção, quer na leitura!







- Um dos super-poderes do papá? Adormecer no sofá quando quer (Titão)
- Uma coisa de que o pai gosta muito? De mim! (Nonô)
- Uma coisa que o pai contava da sua infância? Que andou no circo (Afonso, que andou uns bons anos da sua vida a achar que o pai tinha mesmo crescido no circo)
- Outro super poder do papá? Parece o Flash quando conduz (Dudu).

Parabéns, Papá! Contamos contigo para muitos e bons anos de aventuras, tendo-te sempre como o nosso insubstituível porto de abrigo.

(Dudu) Mãe, podemos fazer origami?


(Mãe engole em seco. Nunca teve jeitinho nenhum - nem paciência! - para dobrar papéis)


(Mãe) E o que é que tu queres fazer?

(Dudu) Uma pistola que solta elásticos. O P. tem uma bué fixe.

(Mãe enrascada) Ui, filho... Mas a mãe não sabe fazer essas coisas.

(Dudu) Não precisas de saber. Por isso é que temos o youtube.


E não é que o youtube tem milhares de vídeos sobre origami, e umas boas dezenas (ou centenas!) sobre origami de pistolas?


Era bom de ver que, mesmo com tutorial, não ficaria nada de jeito... Mas assim sempre se pode culpar o youtuber, que não explicou como deve de ser ;)



Dudu no banho a contar as peripécias do dia.


(Dudu) ... e hoje o E. zangou-se comigo e resolveu ir chamar um advogado do 3º ano para me bater.

(Mãe) Um advogado?! Mas os advogados servem para defender... Hum... e para atacar.

(Dudu) É a mesma coisa, mãe.

(Mãe) Então e tu, o que é que fizeste?

(Dudu) O advogado dele era do 3º ano... então eu fui chamar um advogado do 4º! E eles fugiram...


E assim se encerram os casos no 1º ciclo.

Coisas de "Quanto não vale um filho"

15.3.17 / BY Sara Rodi
Mãe e Titão a ver a Gala da SPA, enquanto a Mãe lhe faz perguntas de Ciências, para o teste de amanhã.


(Titão) Não foste a esta gala porquê? Deixa-me adivinhar... "Tive de ficar com os meus filhos e tal..."

(Mãe) Vês como tu sabes?

(Titão) E não tens nenhum livro teu nomeado?

(Mãe) Não, filho. Há muitos livros. E livros melhores do que os meus.


Titão fica a ver a gala, desconfiado.


(Titão) Ó mãe, desculpa lá... mas tu és muito melhor do que estes velhos todos!


Os "velhos" eram grandes nomes da Literatura. Os "velhos" (na melhor acepção da palavra) que me desculpem e desculpem o meu filho. Mas se, novos ou velhos, não formos os melhores para os nossos filhos, seremos para quem?

Parabéns, SPA, pela Gala e pela valorização dos seus autores, onde eu tenho o privilégio de me incluir.
(Afonso) O pai anda viciado no telemóvel. Sempre em grandes conspirações. Parece uma miúda de 15 anos...

(Mãe a conter o riso) Afonso!

(Afonso) E isto também não joga a teu favor: estás casada com uma miúda de 15 anos! Eu nem sei se isso é legal...
Nos meus périplos pelas escolas, com os meus livros infantis, não lido apenas com crianças. É também uma óptima oportunidade para conversar com os professores, perceber o que os move e o que (quase) os faz baixar os braços. Quase, porque mesmo quando não se sentem valorizados, quando lhes vêem ser impostas regras e burocracias que não entendem, quando perdem autonomia, reconhecimento, estabilidade, não deixam de fazer quilómetros para estar diariamente com um grupo de crianças a quem ensinam o melhor que sabem, das letras aos números, até à educação, enquanto ouvintes, confidentes, conselheiros e defensores. É certo que também haverá professores perdidos e professores incompetentes. Mas a maioria daqueles com que me cruzo são professores que vivem para os "seus meninos". Que pensam neles dentro e fora da sala, dentro e fora da escola, sem horário nem horas extra. E pergunto-me como teremos nós, o nosso país, conseguido desmotivar esta massa tão grande de pessoas motivadas por natureza (é preciso muita motivação diária para se ser professor!). Pessoas que, acredito, com o mínimo de reconhecimento, de valorização, de crença no seu trabalho e no seu empenho, poderiam fazer milagres pelas novas gerações (como já vão fazendo, mas cansados e tristes. Não há direito!).
Estou muito confiante no que aí vem, em termos de mudanças na Educação. (os professores nem tanto. Percebe-se porquê!) Mas não acredito em mudanças, por melhores que elas sejam, sem que seja devido aos professores o justo reconhecimento pelo que eles fazem diariamente pelos nossos filhos, netos, sobrinhos, amigos, as novas gerações deste país que é de todos. O professor já não é - nem nunca será, porque os tempos são outros, felizmente - a figura de autoridade, inquestionável, que foi um dia. Mas nesta nova era, mais horizontal, temos o dever de puxarmos uns pelos outros. Valorizarmos o melhor de cada um de nós, aquilo que cada um de nós dá todos os dias, pelo bem comum. E os professores dão tanto! Por isso, e de coração cheio por mais um dia a visitar escolinhas, deixo o meu valente OBRIGADA a todos os professores com quem me tenho cruzado. Se acredito convictamente que é a Educação o que pode mudar o mundo, vocês, professores, são agentes transformadores todos os dias. E isso é insubstituível.

Nunca a conheci pessoalmente, o apadrinhamento é apenas feito à distância e através da Helpo - instituição que aconselho vivamente, pelo empenho, profissionalismo e capacidade de fazer a diferença na vida de tantas famílias, em África - mas nunca consigo não chorar, quando recebo estas cartinhas da minha afilhada...


(Mãe) Meninos... vamos fazer uma cartinha linda, de resposta?

Vamos a isso!
A Sociedade do Bem é um projeto extraordinário que está a levar boas práticas de cidadania e gestão das emoções a várias escolas do Alentejo.
Uma das últimas iniciativas consiste em desafiar a comunidade (professores, pais, avós, educadores em geral) a debater temas que podem gerar novas dinâmicas na escola, em casa, no bairro, na rua onde se vive...
A mim desafiaram-me para levar a debate o tema que me tem movido nos últimos meses: Por Uma Escola Diferente. Que escola temos e que escola queremos ter? Então, o que precisamos de fazer para o conseguir? Sendo que não acredito em respostas fechadas, nem respostas iguais nas diferentes comunidades, irei estar em Évora no dia 21 para procurarmos, juntos - com todos aqueles que se quiserem juntar - as respostas que nos possam servir.
Se estão em Évora, pelo Alentejo, ou se quiserem rumar até lá de propósito, serão todos muito bem-vindos!
E obrigada, Susana Pedro, pelo convite.

(Mãe) Então mas que personalidades é que os teus colegas escolheram?

(Afonso) Salvador Dali, Ghandi, Fernando Pessoa... Floribela Espanca...


Gargalhada da Mamã. E ele também se deixou rir.


(Afonso) Eu sei que não é Floribela... Porque é que me saiu Floribela?

(Mãe) Porque tu cresceste com a Floribela, filho!!!


É capaz de estar algures neste blog: há uns bons anos, a Mamã escrevia a série Floribela, e o Afonso, pequenino, lá ia ver as gravações, lá ia aos Musicais, lá tinha de cantar as músicas, e só não se vestia com as roupas dela porque, enfim... felizmente os papás nunca lhe deram sequer essa hipótese! Mas só hoje, nesta pequena subtileza, percebi como isso o terá marcado.

Querida Florbela, tu desculpas, não desculpas?
O Afonso escolheu, para a sua apresentação oral de Português, Isaac Newton. Pesquisou, viu sites e livros, e chegou a uma grande conclusão.

(Afonso) Nunca vou ser um génio! Precisava de ter problemas muito mais graves de relacionamento...


Os génios fazem falta a este mundo, é indiscutível. Mas não há dúvidas de que ter um filho menos génio mas feliz, é indiscutivelmente mais fácil...
A Mamã resolveu levar os filhotes a dar um passeio de bicicleta para arejar as ideias. 5 testes para a semana mais 2 torneios exigiam uma mente relaxada. Mas o relax acabou quando os filhotes resolveram pousar as bicicletas junto a um caixote do lixo para dar uma corrida pelo campo, e quando voltaram... as bicicletas tinham desaparecido!

Valeu-nos uma senhora que vivia num prédio ali perto e que, da janela, nos chamou. Um carro azul, pequeno, tinha passado por ali, viu as bicicletas e meteu-as na bagageira do carro. Era um senhor do bairro ali perto, mas ela não sabia o nome nem onde morava ao certo.

(Mãe) Já fomos, meninos... Ficámos sem bicicletas!

(Afonso) Não ficámos nada! Só temos que ir à procura do carro.

(Mãe) O bairro é enorme, filho. E é preciso que o senhor nos queira devolver as bicicletas...

(Afonso) Então, mãe? Onde é que está o teu optimismo todo? E já não confias nas pessoas?


Tinha razão. Mas eu estava sozinha com os filhotes, não queria correr riscos... E, claramente, menosprezei o filhote mais velho, que inchou nesse momento o peito e tentou tomar conta do assunto.

(Afonso) 'Bora lá, mãe. Sem medos!


Fomos apanhar o carro e dar a volta ao bairro. Alguns minutos depois, demos com um carro azul parado, com as nossas bicicletas na bagageira.


(Mãe) Fiquem no carro, meninos.

(Afonso) Eles ficam no carro. Eu vou contigo!

Falámos com umas crianças que por ali andavam, que nos disseram a quem pertencia o carro, e onde morava o senhor, falámos com a mulher à janela e algum tempo depois lá veio alguém abrir-nos a bagageira do carro, pedindo desculpa. Como as bicicletas estavam próximas do caixote do lixo, achavam que estavam abandonadas. Assunto arrumado e em paz.


(Afonso) Estás a ver, mãe? Tens de ser mais optimista.


A verdade é que ele já tinha fotografado o carro azul e a matrícula, e já tinha controlado a rua toda com o olhar. ("São muitas séries americanas", como ele costuma dizer). Eu às vezes ainda acho que ele é o meu filhote pequenino, mas o meu adolescente está a crescer e qualquer dia já é mais ele a garantir a minha segurança do que o contrário :).






A ideia era levá-los para o campo para eles sossegarem os ânimos e voltarem para casa mais calminhos.

Mas rapazes são rapazes. E não é que a erva fofa ainda é melhor do que o sofá para uma boa luta?


#amaenaodacontadeles
Sebastião especado a ver televisão. Mãe na cozinha à espera dele.


(Mãe) Sebastião.

(Sebastião) Já vou...

(...)

(Mãe) Sebastião!

(Sebastião a caminhar, sem tirar os olhos da televisão) Estou a ir...

(...)

(Mãe) Sebastião! É a terceira vez que te estou a chamar.

(Sebastião) Mas eu estou a ir, mãe. Só vou a desfrutar do caminho...


A decorar de há uns dias para cá a parede da nossa sala de jantar...

Obrigada, minha sogra, pelo presente tão ternurento.

E parabéns ao artista Jorge Bandeira, por pincelar desta forma a nossa família.
(Titão) O profe de EV. disse que, como a nossa turma é calminha, vamos substituir um teste por um trabalho de grupo.

(Mãe) Estás a ver? Já valeu a pena serem uma turma bem comportada.

(Titão) Não te iludas, mãe... A minha turma porta-se bem porque metade dos alunos passa as aulas a dormir...
Podia ser a Porta dos Fundos, mas não é. Partiu de uma ideia da diretora de turma do Afonso, para levar os alunos a conhecer melhor as redondezas. Cada aluno tinha de passear pela vila histórica onde está situada a escola, escolher uma porta, fotografá-la e tentar reproduzi-la com materiais diferentes.

(A porta do Afonso)

Claro que essa parte, para o Afonso-mãozinhas-de-sapo, foi a mais difícil. Felizmente que ele pôde concluir o trabalho em casa, e os papás, como quem não quer a coisa, lá foram dando umas dicas: "e que tal usares uns alfinetes?" Podemos ir à retrosaria escolher qualquer coisa que sirva de batente". "E que tal tentares endireitar esta parede"?
No final, até que não ficou mal, e ele lá levou a sua porta para a escola, satisfeito. E nunca, mas nunca mais, passará pela rua daquela porta sem se lembrar do trabalho, mas também do prazer final, que aquela porta lhe causou...




(Nonô) Agora já tenho o lenço, mamã... Tenho de pensar bem em todas as coisas que faço. E deixar o mundo um bocadinho melhor do que o encontrei, não é?

Não consegui disfarçar uma lágrima, misturada no abraço que lhe dei, enquanto pensava nos 12 anos de escutismo que vivi e na responsabilidade que ainda hoje sinto (uma vez escuteira, escuteira para sempre!), nem sempre conseguindo dar o melhor de mim (às vezes por falta de habilidade, outras somente por inércia ou egoísmo), mas recordando tantas vezes, em tantos momentos cruciais da minha vida, os nós nas pontas do lenço e a canção (que hoje voltei a cantar, com emoção), "impele a tua própria canoa".

Começou por estes dias a viagem da minha filhota, num agrupamento que, tal como o meu, a acolheu tão bem e já lhe ensinou tanto em tão pouco tempo. Espero conseguir ajudá-la também na sua caminhada, assim como tenho a certeza que ela me ajudará na minha...
Sempre alerta para servir!
A Marcador enviou-me estes dois miminhos, que já fizeram as delícias da criançada.

O primeiro é da Maria Inês Almeida e é uma bela homenagem a todos os professores, que talvez nunca, como hoje, precisem tanto de ser acarinhados e valorizados.



O segundo é um projeto muito inovador, do Nuno Caravela, que mistura uma aventura com perguntas sobre Matemática e Gramática, que tem ajudado muito os pequenotes cá de casa a estudar a brincar. E não é assim que se devia estudar sempre?


Obrigada, Marcador!

Só já tenho 2 filhos que se mascaram... mas aqui fica a recordação de 2016, com uma Capuchinho Vermelha e um Charlie Chaplin imperdíveis, e uma dica preciosa para quem, como eu, não tem tempo para andar a inventar fatos (e já nem falo em costurá-los!): http://www.mascarilha.pt/
Tem tudo, mas tudo, o que se pode procurar, num único espaço. Pode encomendar-se online e o serviço é óptimo. Até à próxima festa, Mascarilha!




Então não é que convidaram a Mamã para ir falar da Beleza das Mamãs no lançamento da Vichymag?

Beleza? Eu? Ui! As mamãs são todas lindas e maravilhosas. Mas tempo para a Beleza? Onde é que ele fica?

Sugeri um tema louco: "Quatro Filhos e uma Mãe em busca da Beleza Perdida".
Foram loucos e aceitaram.
E acabou por ser bem divertido.
Entre muitos outros convidados, a falar sobre várias frentes e vertentes da beleza, lá fui eu dizer uns disparates sobre a "beleza" das mamãs, mesmo quando os filhos nos brindam com as frases tão sinceras ("Tens os olhos cheios de risquinhos", "Porque é que o meu rabo é rijo e o teu parece um pedaço de gelatina?", "Eu acho que nós deixámos alguns brinquedos na tua barriga") ou mal temos tempo para usar um creme de rosto (no semáforo, a caminho da escola dos miúdos!).


Obrigada pelo convite, Vichy e Marta Pereira (Ellephant Comunicação).
Muito sucesso para a Vichymag e para os futuros Beautytalks.

A reportagem AQUI!
E não é que nos pusemos todos ao fresco?
Literalmente, porque fomos à neve. Fresquinha, geladinha.
Já não íamos esquiar desde que os gémeos nasceram (só com uma escapadinha a uma pista de neve artificial em Madrid, com os mais velhos), mas uns amigos com filhos desafiaram-nos, e lá fomos nós.

Problema nº 1: Logístico
Como colocar tudo (malas para 6 para uma semana, com 6 fatos de neve incluídos), num carro que já leva 6 pessoas e tem pouca bagageira?

O papá, que é um espertalhaço, lembrou-se então de comprar uns sacos a vácuo. E assim conseguimos enfiar 6 casacos de neve + 6 calças de neve + 12 botas de neve em três tiras finas que couberam perfeitamente entre os miúdos. E ainda serviram de almofada!


Problema nº 2: Viagem gigante

Que era de bem mais de 1000 quilómetros... Deu para tudo: rever a tabuada, jogar ao Stop, fazer perguntas sobre tudo, dizer disparates e encher o carro de migalhas de bolachas. Foi dura, a viagem, com uma dormida pelo meio, mas depois valeu a pena!



Problema nº 3: Os stresses da mamã

A pequenada ficou rapidamente "pro" no esqui, e a mais medrosa foi mesmo a mamã, que andava sempre atrás deles, nas pistas, a esquiar em passo de caracol, por entre uns valentes gritos mais estridentes: "Vem aí um Snowboarder a abrir!", "Não te ponhas a saltar, Titão!", "Estás fora de pista, Afonso!", "Desvia-te da tua irmã, Dudu!"




Problema nº 4: A mamã e o papá estão uns cotas

É que, no final, feitas as contas, só a Mamã é que trouxe uma valente nódoa negra porque foi albarroada por um snowboarder. Fora os músculos a precisar de descanso, de tanto ski e caminhadas. O papá, para além de uns joelhos a ranger, ainda soma mais o cansaço de duas viagens de muitos quilómetros. Mas pronto. Estamos a ficar cotas, é verdade, mas somos cotas felizes. É que, depois de vermos os sorrisos da pequenada, o entusiasmo com tanta experiência nova, acabamos sempre a pensar que valeu tudo tanto a pena!
Venha a próxima...


(venha a próxima, mas não já, já, por favor! Agora a mamã e o papá precisam de uns diazinhos mais calmos... E viva a nossa Santa Escola!)