Já tudo lê, cá em casa!



E não, não estão a ler os grandes clássicos da literatura infanto-juvenil. Não estão a ler os grandes autores portugueses nem os livros que me ajudaram a crescer. Estão a ler... bem, estão a ler o que eles querem! Já me cansei de lhes impingir aquilo que eu gostava que eles lessem. Neste momento prefiro vê-los entusiasmados, agarrados a um livro, e com jeitinho o resto virá depois. E, se não vier, que venha outra coisa qualquer, desde que lhes faça bem. Ou, pelo menos, não lhes faça mal.
(Nada como a maternidade para nos tirar ideias feitas da cabeça... "Ai achavas que com os teus filhos ia ser assim, e que eles iam ser assado? Já foste!")

Aqui fica o top 4 cá de casa, neste momento:


A mamã tinha lançado duas tarefas para o dia de hoje: projetar e construir uma nova casa para as tartarugas, no jardim, e treinar (tirar a letra, os acordes e treinar) uma música da Massa Fresca. A mamã explicou que seria uma forma de estimular a criatividade e autonomia, mas também o espírito de entreajuda. Até que o Afonso sai-se com esta:

- Mas se queres estimular a nossa autonomia e criatividade, porque é que não somos nós a imaginar o que queremos fazer?

Era justo. A única condição que mamã impôs era que escolhessem atividades que dessem para todos eles... e, de preferência, não destruíssem a casa!


E assim nasceu a lista de atividades para esta semana, que começou já de manhã com um concurso de fortes.

Forte do Sebastião, o Bravo colorido:


Forte do Dudu, o dorminhoco (teve direito a mantinha e livro para ler entre as batalhas):


Forte do Afonso, o decorador (forte com piscina, é coisa chique!):



PS - Mas as tartarugas também terão um novo lar! Os filhotes descobriram uma boa forma de o fazer num vídeo do youtube. Quanto não vale a internet...
- Meninos, podem trazer-me uma travessa?
- O que é uma travessa?

- Meninos, podem trazer-me um saca-rolhas?
- O que é um saca-rolhas?

As dúvidas eram sistemáticas, por isso ontem exercitámos o "Vocabulário da Cozinha". A mãe mostrava utensílios da cozinha e os filhotes tinham de adivinhar os nomes, escrevendo-os (o que foi óptimo, no caso dos gémeos, para detetar os erros e perceber quais são os sons em que eles têm mais dificuldade).


Da simples travessa ao almofariz, salazar ou 1,2,3, percorremos toda a cozinha. E não é que a mãe também aprendeu?


- O que é isto, mãe? Com esta é que já te tramei...

Tivemos de chamar o pai, que exemplificou em duas maçãs, que serviram de sobremesa, para que servia o... O...? Alguém sabe o nome?
"Massa Fresca - Livro 2" à vista!



Para quem quiser e puder, o lançamento será na próxima terça-feira, dia 30, às 18.30, na FNAC do Oeiras Parque. Eu, a Susana Tavares, a editora Rosário Araújo (Oficina do Livro - Leya) e os atores da série da TVI estaremos por lá à vossa espera!

#massafrescatvi
A ideia foi da tia Cristiana, que veio passar a tarde connosco, com os dois filhotes. Chegou a nossa casa com um cestinho de ingredientes e propôs uma tarde de Masterchef: cada um teria de inventar um prato e depois dá-lo a provar aos adultos, júri deste concurso caseiro. E o resultado foi:

Crepes à la Afonso, com banana, queijo e chocolate:


Ovos recheados com palitos de chocolate à lá Sebastião, acompanhado de batido de banana:


Bolo de chocolate com cobertura de bolacha à la Maria, acompanhado de batido de ananás:


Coelho doce com bolacha, à la Jojô:


Eu, que dispenso doces, tive de fingir que comia, mas diz quem provou que estava extremamente... "comestível". Depois de tanta bagunça (mas boa bagunça, daquela que dá gosto ver!), já não foi nada mau!
Primeiro dia de workshop Inventors, no ISCTE, e chegaram a casa a deitar fumo... de tanto pensarem, claro está. Stop Motion com plasticina, corridas de carros construídos por eles, catapultas, torres de massa...
Não creio que tenha nenhum futuro inventor, cá por casa, mas pelo menos meteram as mãos na massa e desbravaram conceitos de Física aplicada, que nunca mais irão esquecer.




Para quem não conhece estes workshops, espreitem em https://www.theinventors.io/. Duram até ao início do ano letivo, em Lisboa e Cascais.
Miminhos da minha editora, escritora e amiga Rosário Alçada Araújo.



Obrigada, querida Rosarinho. Vamos ler com muito carinho.
O Sebastião retomou os exercícios de escrita, com mais um livro muito giro e divertido, que ensina a imaginar, planificar e concretizar uma história. Mas claro que o Afonso, auto-intitulado escritor de mão cheia, tinha de vir meter o bedelho:

(Afonso) Na escola ensinam-te que as histórias têm de ter um princípio, um meio e um fim, mas não acredites. O que as histórias devem ter é um princípio, um meio... e uma reviravolta!

Ainda vai escrever novelas, este meu filho...
Acabadinhos de aterrar, depois dos últimos dias de férias, eis que chega a nossa casa o caixotão da Wook com os livros escolares para este ano.



- Eia, não, mãe! Nem consigo olhar... - resmungaram os mais velhos.

Não têm outro remédio. Amanhã começam a forrá-los. Entre manuais, livros de atividades, anexos disto e daquilo, um total de 48 livros (os de Educação Física, Visual e Tecnológica, felizmente, transitaram do ano passado. Para o ano tenho mais 6 livros para cada um dos filhos mais velhos) a cheirar a novo, para darem cabo das costas dos meus filhos. Mas primeiro, claro, deram conta da carteira dos pais: 440€ em livros, que os irmãos não vão conseguir aproveitar porque os programas e as metas vão mudar entretanto e lá vêm manuais novos para encher as cabeças dos filhos de conhecimento.

- Há livros destes que eu sei que nem vou abrir!

- Podíamos ficar em casa a fazer isto tudo e só íamos à escola se tivéssemos dúvidas...

Sendo que "isto", ainda por cima, podia perfeitamente estar online, poupava-se em papel, em árvores, em peso e em custos.
E começo a ter poucas dúvidas de que o ensino, pelo menos nos anos mais avançados, vai acabar por passar por aí: pesquisa de informação autónoma, em dispositivos eletrónicos, cabendo ao professor (e isso parece-me tão mais nobre, tão mais importante, tão mais dignificante) orientar, tirar dúvidas, lançar a discussão, motivar e inspirar, na sua área de especialidade, que não pode dissociar-se da formação humana.

PS - Não obstante a condenação do "negócio" que envolve os manuais escolares, aprecio o cuidado com que eles são elaborados e o investimento que é feito, por parte das editoras, para que eles sejam claros, estimulantes e apelativos. Eu própria tenho este ano, pela primeira vez, um texto meu num manual escolar - "A Turma do Pedro", da Livro Direto. O que tem de ser repensada, a meu ver, é toda a lógica do ensino e, por conseguinte, do papel da aula, do professor e do manual em papel (obsoleto a curto prazo) no meio de tudo isto.
Sebastião a fazer palhaçadas na cozinha, entre dança e representação improvisada:

(Mãe) Olha que tu até davas para ator, filho.

(Sebastião) Achas? Eu gostava... Mas depois tenho de trabalhar até à noite, mudar de terra... Depois não tenho tempo para os meus filhos, a minha mulher também vai trabalhar e alguém vai ter de ficar com eles... Se calhar não é boa ideia. É melhor ter uma profissão mais calma.

Ter um filho que, aos 10 anos, já pensa primeiro na família do que na carreira, é algo muito estranho para mim (eu, que ainda hoje tenho dificuldade em dosear uma coisa e outra!). Mas quanto mais observo este meu filho, que dá valor ao estar, ao usufruir, ao ser feliz nas pequenas coisas, mais penso que tenho muito a aprender com ele. E não tenho dúvidas de que, se ele tiver oportunidade para isso, vai ser um pai e tanto!
Os mais novos não querem perder pitada das férias e resmungam, resmungam, sempre que lhes ponho um livro de fichas à frente. Eu compreendo-os, férias são férias, mas como eles precisam de treinar a escrita e a leitura, têm mesmo de trabalhar. Cabe-me a mim tentar ser um pouco mais criativa nas propostas de trabalho que lhes lanço.
E a tarefa de ontem, ao invés de uma ficha, acabou por ser...



- Ó mãe, a nossa família tem muitos nomes da "Massa Fresca"...

Porque será? :)

Primeira aventura a 6 a bordo de um cruzeiro pelo Mediterrâneo. Um verdadeiro corropio, como seria de esperar, cansativo para os pais, hiper-mega-divertido para os filhos. Saldo bastante positivo, por entre visitas culturais, diversão no barco e comida à discrição (que deveria querer dizer comer com discrição... ou será que a comida é à discrição porque ninguém se importa com o que comemos? E podemos, discretamente, comer o que nos apetecer?).
Chegámos ontem à noite, estafados, com 3 máquinas de roupa por fazer, frigorífico vazio e animais a suplicar por festas e companhia. E hoje, quando acordei, dei com os filhos mais velhos a tentar convencer o Dudu de que tudo não tinha passado de um sonho.

- Uau, Dudu! Sonhaste mesmo com isso tudo? Quem me dera que fôssemos todos num cruzeiro... Que sonho bom, Dudu.

Pobre criança, à mercê de dois pré-adolescentes sabidões...
Pelo sim, pelo não, fui abrir o frigorífico. Não havia mesmo nada para comer e a gata enroscava-se nas minhas pernas, mais dengosa do que nunca. Confirma-se. Fomos mesmo. E já viemos. Para o ano há mais...