(Nonô, a arrumar o quarto) Mãe... porque é que não pegamos em todas as coisas que já não queremos, cá de casa, e vendemos? Assim tínhamos mais dinheiro...


(Nonô, a varrer a cozinha) Mamã... se ficar eu a nossa empregada, já não pagamos a ninguém. Ficamos com mais dinheiro. Mas o dinheiro é para mim, ok?
Agora que começo a ouvir falar de namoricos cá por casa, e começo a aperceber-me, pela primeira vez, de que um dia destes (e passa tão rápido!) terei três noras e um genro... há que deixar alguns alertas aos potenciais candidatos:



Não se preocupem, não sei assim tão má...
(mas eu se fosse a vocês não arriscava!)
Alguém sabe como é que se mantém a sanidade mental quando os filhos têm 12 testes na semana seguinte?

Aguardam-se dicas realistas.

Obrigada.

Nonô dá um sonoro punzinho.

Mãe olha-a, interrogativa.


(Nonô) Não ralhes comigo, mamã. Foi um punzinho do Amor.


Desconhecia que havia esses punzinhos. Mas estamos sempre a aprender...
A Nonô anda fascinada com Peludim e Peludão.
Não, isto não acontece com todos os livros da mamã (infelizmente!), mas este despertou-lhe particular atenção por falar da maternidade, dos bebés, da amamentação... tudo temas que a deixam com os olhinhos fora de órbitra!

Hoje, resolveu pegar numa caixa que me chegou com livros e começar a "transformá-la". Estava embrenhada no trabalho, não percebi logo o que ela estava a fazer, até surgir a pergunta:

(Nonô) Mãe, ponho uma ou duas antenas?
(Mãe) Tu é que sabes, filha.



Para quem não sabe, Peludim, o extraterrestre de "A Viagem de Peludim", vem à Terra porque não sabe se é como a mamã (que tem duas antenas) ou como o papá (que só tem uma). Em Peludão não se sabe logo à nascença, só algum tempo, quando começam a nascer as antenas na cabeça.

(Nonô) Pronto, é miúda como nós!

Estava decidido! Decidido ficou!
Apresento-vos a Peludim, a nova extraterrestre cá de casa...

Acordei com os gémeos, no início do ano, que eles escreveriam três frases que eu ditasse todos os dias. Correu bem nos dois primeiros dias. Depois começaram a fartar-se... e hoje, a maneira de os fazer sentar-se, foi ditar-lhes uma frase que eles tivessem mesmo, mesmo vontade de escrever!

(Mãe) O Nuno fez... fez cocó!

Riram que se fartaram e escreveram logo.
Depois arriscou o Sebastião:

(Sebastião) Podem escrever que o Sebastião...
(Dudu) Leva Tau-tau!

Pisquei o olho ao Sebastião. Valia tudo. E o Sebastião (que dará um excelente professor, embora ele continue a negar) ainda preparou umas contas que depois lhes corrigiu.



A pedagogia não é a melhor, não, aceito todas as críticas. Mas experimentem pôr dois filhos gémeos avariados da cabeça e com dois irmãos que não são melhores, a ler e a escrever em tempo recorde...

(Mãe) Dudu, sabes quem é esta?

(Dudu) É uma senhora que está cheia de vontade de fazer xixi...
Saltaram todos da cama a horas para irem entregar os presentes ao papá. E estes dois eram surpresa: a Nonô resolveu fazer um desenho na noite anterior e o Dudu fez uma frase assim que acordou.

Viva o Papá!

Depois de um fim de semana em que tínhamos decretado a guerra aos jogos (a regra era jogar apenas ao fim de semana, mas os mais velhos foram apanhados duas vezes a jogar às escondidas, o que lhes valeu dois telemóveis e computadores confiscados), caiu na mouche a reportagem que a RTP exibiu ontem sobre o vício da internet. Ficámos todos colados ao ecrã, nem eu sabia que havia tantos jovens verdadeiramente dependentes, já com danos neuronais que poderão ser irreversíveis. Vimos todos até ao fim. E, hoje, nenhum dos filhos mais velhos questionou o castigo. Sei que vai ser sol de pouca dura, porque a realidade é mesmo esta: a dependência do online, de miúdos e graúdos. Mas, pelo menos, da próxima vez que a mamã resmungar, já não vai a soar a exagero maternal...
Para quem andar nesta mesma guerra com os filhos, aconselho vivamente a reportagem:

http://www.rtp.pt/play/p2231/linha-da-frente
Depois da notícia de ontem sobre o facto de 2015 te sido o ano mais quente alguma vez registado (ver aqui), a noite foi dedicada à temática da poluição e do que podemos (e devemos) fazer para a minimizar. Falámos de lixo, de gases poluentes... e hoje de manhã o Dudu acordou determinado.

(Dudu) Estive a pensar sobre o aquecimento da Terra. Nós temos de fazer alguma coisa!

(Mãe) Também acho, filho! E o que é que tu achas que devemos fazer?

(Dudu) A partir de agora, ninguém dá puns cá em casa! Só na casa de banho com a porta fechada!

Não creio que salve o planeta, mas parece-me uma óptima medida para manter o ar irrespirável, cá por casa...
(Afonso) Mãe... lembras-te daquele sermão que nos deste sobre nós termos de ir atrás das coisas... fazermos mais do que nos pedem para podermos ir mais além... e para podermos marcar a diferença...

Lembrava-me e bem. Foi numa longa e desgastante viagem de carro...

(Afonso) Até nos contaste como foram as tuas entrevistas de emprego... e que quando ias fazer pesquisa resolveste fazer logo o trabalho todo e te contrataram...

Ui! Deve ter sido mesmo violento, o sermão...

(Afonso) Só queria dizer-te que me custou... mas inscrevi-me nos jogos da Geografia, que me vão roubar os intervalos durante uns dias, e nas Olimpíadas de Português. Fui o único da minha turma que se inscreveu.

E eu abracei-o com força. Dar sermões pode ser violento, muitas vezes achamos que aquilo que dizemos lhes entra por um ouvido e sai por outro. Mas depois acontecem estas coisas, que nos fazem acreditar que alguma coisa lá fica... que, nesta fase da adolescência, é quase tudo o que peço. Que, mesmo com todas as guerras e jogos de cintura, o mais importante lá fique...
O livro de pintar do Afonso tem-lhe servido para conhecer diversos artistas (pintores, músicos, atores) que, até então, não lhe diziam nada.




Esteve a pesquisar sobre cada um deles e o resultado foi este:

(Afonso) Mãe, se calhar é melhor não ser artista. Matam-se ou morrem todos antes dos 40 anos...

Ao que se seguiu uma boa conversa sobre a arte e como ela mexe connosco. Como é ainda mais importante, para quem lida com a arte, manter-se saudável, com hábitos de vida que o ajudem a integrar a arte na sua vida sem se desintegrar com ela. Não, vida de artista não é fácil. Mas não se escolhe. É ela que nos escolhe. A alternativa é mesmo tentarmos conviver com ela da melhor forma possível...
(Afonso) Mãe, se eu tivesse agora que escolher uma área, na escola, escolhia Artes...

Era a última coisa que eu esperaria ouvir do meu filho mais velho, a quem sempre disseram que desenhava mal. No 5º e 6º ano, só muito a custo teve um 4 no final do período (e acho que foi com benevolência dos professores, para não lhe estragar a pauta). Tinha grandes ideias, mas muita falta de paciência para as concretizar. E o seu desenho à vista estava ao nível dos manos mais novos (com boa vontade...).
Até que, este ano, teve um professor que resolveu dizer-lhe que ele, de facto, tinha boas ideias. Começou a levar para as aulas exercícios criativos e sempre diferentes. Valorizou-o. Incentivou-o. E foi com grande surpresa que, no final do primeiro período, vi um 5 na pauta do meu filho, a esta disciplina.

(Mãe) Deve ser engano, não, filho?
(Afonso) Não. Eu agora sou bom a EVT. É a minha disciplina preferida...

E a prova foi que, com um cartão FNAC que recebeu no Natal foi comprar um livro... de pintura!


E aqui está a prova provada, se dúvidas houvesse, de como um professor tem a capacidade de motivar (às vezes, infelizmente, desmotivar) um aluno para uma disciplina ou área. Eu sei que nem sempre é fácil, com turmas de 30 alunos, arranjar tempo e disponibilidade para motivar tantas crianças diferentes. Mas vale bem a pena...
Quando um filho resolve apresentar um livro escrito pela sua mãe aos colegas, na aula de Português, a mãe fica muito contente...

Quando um filho admite, no próprio powerpoint do trabalho, que o faz para que a sua mãe tenha mais sucesso, como é que se deve ficar?


Titão, és o maior!

Serei só eu que choro que nem uma Madalena perdida com estas coisas?
(e um beijinho grande para ti, mamã!)

Ser Mãe é o melhor trabalho do mundoHoje é dia de Santa Mónica, Mãe de Santo Agostinho. Como qualquer Mãe, que quer sempre o melhor para o seu filho, Mónica moveu mundos e fundos para que o seu filho Agostinho se convertesse à Fé Católica e, como as Mães fazem quase sempre, conseguiu o que queria. Agostinho converteu-se e tornou-se num dos maiores santos da história do catolicismo e um dos maiores génios que a Humanidade conheceu.Santa Mónica, rogai por nós

Publicado por Senza Pagare em Quinta-feira, 27 de agosto de 2015
Nonô a explicar à melhor amiga o que é a "A Viagem de Peludim":

- Estas páginas são para nós percebermos que podemos usar as roupas que quisermos e brincar àquilo que gostamos. Mesmo que sejam "coisas de rapazes", percebes? Não tem mal nenhum...
- Ah!






Os estereótipos subsistem, quer queiramos quer não (ainda temos as coisas dos raparigas e as coisas dos rapazes, que o marketing rentabiliza até à exaustão). Mas incutindo liberdade nas nossas crianças (ainda que as escolas promovam exatamente o contrário, no sistema de ensino que temos) havemos de conseguir, pouco a pouco, desmontá-los...

A leitura desta noite, de uma escritora, editora e amiga que faz magia com as palavras.

Obrigada pelo miminho, Rosário Alçada Araújo!


Miúdos a brincar aos Legos. Mãe chama os mais velhos para vir fazer os TPCs.

Afonso aparece.

Sebastião logo em seguida, com um boneco Lego montado numa nave.

(Sebastião) Tenho de me despachar, mãe... O meu boneco tem de voltar para o Natal.

(Mãe) Voltar para o Natal?!

(Sebastião) Sim, veio estudar para a Faculdade, mas tem de voltar ao quarto dos brinquedos para as férias. Os gémeos ficaram a preparar os presentes...

(Afonso) Estás melhor do que eu... O meu boneco ficou no meu quarto, rodeado de armas.

(Mãe) Então?

(Afonso) Juntou-se ao Estado Islâmico.


E assim se brinca aos Legos cá em casa...
Apareçam!
Partilhem!
Tragam os filhos, sobrinhos, alunos, netos, amigos.
Eu e a Vânia Beliz queremos muito ter-vos a todos, connosco, neste dia!

Nova tentativa de sessão de meditação com a pequenada, que anda para lá de excitada (o que normalmente é proporcional à intensidade do trabalho e do stress de mamã...)


(Mamã) Vamos lá, meninos... inspirem! Expirem!

(Nonô) Posso ser eu a fazer, mamã?

(Mamã) Sim. Com calma.

(Nonô) Aspirem! Desaspirem!


Foi a primeira gargalhada da nossa pseudo-sessão de meditação. A primeira de muitas.


(Mamã) Meninos... nós devemos ser a única família que não consegue meditar!


Mas pronto. Continuaremos a tentar, e havemos de conseguir! Até lá... uma boa sessão de gargalhadas também não nos há-de fazer nada mal...
O Peludim já anda por aí, maroto, a fazer das suas, nas livrarias e sites de venda online.

Gostava muito que lessem, explorassem com os mais novos, e nos dissessem o que acham.




"A Viagem de Peludim" é uma abordagem lúdica de temáticas que os pais, educadores e professores têm muitas vezes dificuldade em explorar: «Quem sou?», «De onde vim?», «Como nasci?», e questões fundamentais nos dias de hoje, como a igualdade de género, o respeito pela diferença e a prevenção da violência sexual. Acompanhado de um guia para adultos, com dicas para exploração da história, este é o livro que faltava para uma adequada educação sexual, desde a primeira infância."

http://www.wook.pt/ficha/a-viagem-de-peludim/a/id/17258634
Afonso a explicar-me detalhadamente e entusiasticamente um jogo virtual que inventou e que quer propor a uma equipa de criadores de jogos...

... e a mãe a pensar que, a última vez que se lembra de ter jogado computador, foi num Spectrum!
(Dudu) Mamã, queres vir no meu comboio?

(Mãe) Dás-me boleia?


E subi agarrada ao fundo das calças do seu pijama até à cama superior do seu beliche.


(Dudu) Deitas-te comigo? Para vermos as estrelas?


Mas era só um tecto branco, sem graça alguma.


(Mãe) Gostavas que a mãe te colasse umas estrelas no tecto?

(Dudu) Não é preciso. Eu gosto delas assim. Olha, acho que vi uma cadente!


E quanto não vale um filho que consegue, no momento certo, resgatar a magia perdida da sua mamã?

Já temos data de lançamento! Dia 16, às 16h, na FNAC do Colombo.
Lá vos espero, miúdos e graúdos!


Já era tarde, a mamã estava com sono, mas enquanto arrumava um resto dos presentes, não resistiu a deitar o olho. Era o mesmo Música no Coração de sempre, que a mamã já viu umas 20 vezes, e mesmo continua a chorar de cada vez que vê.
A filharada já estava deitada, mas a mamã pensou que foi muito à custa daquele filme que a mamã sonhou com uma família numerosa. Amor em vez de apitos. Alegria e música. Uma casa cheia de todas as coisas boas que aquele filme nos faz sentir.
É certo que, no dia a dia, a coisa não é assim tão fácil de gerir. Há horários, escola, birras e falta de educação. Cansaço e falta de paciência dos pais, que às vezes bem gostavam de andar a soprar o apito pela casa... e o cenário idílico desfaz-se. Mas depois há aqueles momentos. Aqueles que acontecem todos os dias (quase todos os dias, vá) e que nos fazem sentir que tudo valeu a pena. Que é uma loucura divertida, uma insanidade feliz.
Não, os meus filhos não se vestem todos de igual (só se safo nos casamentos e batizados!) e não cantam harmoniosamente o Edelweiss. Mas pedi-lhes que preparassem uma música de Natal e eles, munidos de instrumentos improvisados (não sei para que lhes compro instrumentos a sério!), criaram a sua Música. Sonoramente tortuosa. De letra muito duvidosa. Mas não se pode querer tudo. Definitivamente, a mamã tem de aprender que a sua vida familiar tem um filme próprio. Não é melhor nem pior do que os outros. É ÚNICO e IRREPETÍVEL. Muito gratificante por isso mesmo.


A mamã nunca foi muito dada a desejos. Mas sempre fez questão de estabelecer os compromissos para o ano que aí vinham. E, este ano, porque os filhotes já estão crescidos, cada um deles estabeleceu os seus. Melhorar as notas a isto e aquilo, ser mais cumpridor e empenhado, menos desarrumado, menos resmungão, com mais paciência para os irmãos, entre várias outras coisas que cada um deles sabe que deve melhorar (eu tive fiz uma lista valente para mim!).
Depois, a mãe pediu que juntassem duas coisinhas à lista: aprenderam 3 músicas para tocarem em conjunto na Páscoa e aprenderem 3 receitas para cozinharem para a família na Páscoa. (o Afonso ainda tem de escrever um livro comigo e o Sebastião vai fazer um diário... diariamente. Fora as corridas que vamos fazer juntos uma vez por semana. Quem disse que estabelecer compromissos era fácil?)
O certo é que hoje, ao lanche, os manos mais velhos resolveram meter já mãos à obra. E saiu um pão embebido em leite com ovo que, segundo os próprios, estava maravilhoso... Não era propriamente um prato destes que eu tinha em mente, mas se quero filhos cumpridores, há que dar alguma margem de manobra...



A ideia nasceu há uns 3 anos, durante as minhas longas conversas com a Vânia Beliz sobre aquilo que, do ponto de vista da necessária educação sexual, fazia falta aos pais, professores e educadores. Consciência de que, face à quantidade de informação disponível a que qualquer criança tem acesso neste momento, é preciso CONVERSAR, EXPLICAR, EDUCAR, creio que todos aqueles que lidam com crianças já têm. Mas como fazê-lo? Como abordar aqueles temas que, para tantos de nós, ainda continuam a ser tabus? Como responder corretamente às perguntas das crianças, sem as deixar insatisfeitas, mas simultaneamente não indo além daquilo que elas podem compreender?
Eu era uma mãe a braços com filhos muito curiosos sobre o corpo humano, a reprodução e a sexualidade de uma forma geral. A Vânia andava já nas escolas há vários anos, a trabalhar estas temáticas com alunos e professores. E a ideia surgiu: vamos transformar isto em livro! Ajudar pais, professores e educadores a abordarem estes temas através de uma história infantil, apoiando-os através de um guia que o livro traz no final para dar resposta às perguntas que as crianças poderão fazer em cada momento da história. Sendo que desejávamos muito que este livro fosse também um ponto de partida para, em família ou nas escolas, se trabalharem questões como a igualdade de género e a prevenção da violência sexual.
O livro nasceu, com as ilustrações fantásticas da Celia Fernandes, prefácio do pediatra Mário Cordeiro, e uma editora que acreditou connosco - a Marcador. Dia 7 estará nas livrarias de todo o país, e eu e a Vânia estaremos disponíveis para visitar escolas e bibliotecas, conversar com pais, professores, educadores e crianças sobre algo em que acreditamos muito: que a educação sexual é fundamental para um crescimento adequado, para um maior respeito pelo nosso corpo e pelo corpo do outro, para um maior respeito pela diferença e uma maior igualdade de género, que contribua para um futuro melhor, uma sociedade mais justa, equilibrada e responsável.
Contamos convosco para nos ajudarem nesta grande aventura...

(e até lá, visitem a nossa página de FB: https://www.facebook.com/aviagemdepeludim/?fref=ts)