Conversa com a mãe de uma amiguinha:


(Mãe da amiga) Então, minha linda, como estás?

(Nonô) Linda?! Eu não sou linda. Sou aventureira!


Está decidido!
E quando temos amigos dos irmãos a dormir cá em casa, e a nossa filha desce toda aperaltada, com pijama fashion e penteado elaborado?


(Nonô) Ó mãe... temos visitas. Não podia aparecer de qualquer maneira...


Voltem fraldas e chupetas, estão perdoadas!!!
2º ano, 8 anos acabados de fazer, e 16 páginas de uma prova de aferição feita numa semana em que a maioria dos alunos já está de férias, a gozar os 40º que se fazem sentir.

Quero muito pensar que esta prova vai servir para aferir alguma coisa... mas 90 minutos? 16 páginas?


(Dudu) Mãe, eu nem consegui acabar a composição! Era para fazer a história de um animal, mas eu estava tão aflito que me pus a escrever a fábula do leão e do rato...


Continua a servir para alguma coisa, a coleção de fábulas com canções (maravilhosas, do Gonçalo Pratas!) do Expresso, oferecida pelos avós há já uns bons anos... E a favorita do Dudu é nem mais nem menos do que "O Leão e o Rato".

"Cheio de convicção,
sou um rato corajoso,
a conversa do leão,
fez-me ficar furioso.

Posso não ser muito grande
Nem sem muito musculado,
Mas de uma coisa estou certo,
Gosto de ser bem tratado!"



Se a prova avaliasse a capacidade de improviso em momentos de aflição, acho que o Dudu teria nota 20!
Sete rapazes em casa, alguns deles maiores do que eu, a desfrutar do primeiro dia oficial de férias - só faltam 3 meses! - por entre mergulhos, balões de água e Fifa.

Avizinha-se um looooooongo verão!

#ahadolescênciacoisaboa
A tarde era supostamente de estudo (e até prometia ser um estudo bem simpático, com um jogo de perguntas que dava direito a mergulhos), mas um incêndio com 4 frentes, outro com 6, possibilidade de os dois se juntarem, e 60 e tal mortos, fora outros tantos feridos, era algo que nos roubava a atenção. A sensação de impotência era grande, mas havia um apelo dos Bombeiros a circular.



Ir ao supermercado estava fora de questão (terá de ficar para amanhã, fora do horário da confusão e sem os filhos à perna) mas tínhamos em casa mantimentos para um saco cheio e uma palete de água. O estudo teria de esperar. Até porque: haverá melhor maneira de explicar o funcionamento das instituições (Estudo do Meio) do que ir visitar os bombeiros e perceber o auxílio tremendo que eles prestam às populações? Haverá melhor maneira de explicar o que são ações corretas (também matéria de Estudo do Meio) do que a ajudar com aquilo que podemos quem precisa muito mais do que nós?

Os Bombeiros a que fomos tinham uma sala cheia de mantimentos e já tinham seguido dois carros para a zona dos incêndios.

Continuam, no entanto, os apelos, dirigidos a todos aqueles que puderem ajudar com aquilo que conseguirem.

Se é certo que a tragédia já não pode ser evitada, que ao menos a solidariedade nos valha. Obrigada!
Último dia de aulas...


(Sebastião) Mãe, não me vás buscar para almoçar, vamos fazer um lanche partilhado na escola...

(Afonso) Mãe, vou almoçar com os meus amigos e depois vamos à praia..


Opá, que eles crescem tão rápido!

Filhos assistem, na televisão, à notícia do primeiro casamento em poliamor, na Colômbia.

(Afonso) Ora bem... já se pode casar em poliamor... casar com animais... Achas que ainda vamos poder casar com objetos, mãe?


Sebastião olha para o seu guardanapo, a "fazer olhinhos".


(Sebastião) Não te preocupes, mãe. Por enquanto ainda estou só a pensar em limpar a boca...




"O Feiticeiro de Oz" é, indiscutivelmente, um dos filmes da minha vida. A par de histórias como a "Alice no País das Maravilhas" ou "O Principezinho", encheram a minha infância de magia!

Há umas semanas, o Stevan Lekitsch ofereceu-me o seu "O Mágico de Inox", uma história sobre reciclagem, para os mais novos, baseada n'O Feiticeiro de Oz. (obrigada, Stevan!)



Depois foi a vez de a Sofia Espírito Santo e o grupo de teatro Animarte estrear "O Feiticeiro de Oz", no Jardim Botânico da Ajuda, um espaço já por si só mágico, que tem acolhido várias outras peças deste grupo de teatro tão especial - ou não fosse ele só composto por crianças e jovens.

Os pequenos-grandes atores (um deles a Beatriz Frazão, que recebeu um globo de Ouro na última edição) apresentaram, representaram, cantaram e dançaram uma versão do "Feiticeiro de Oz", com algumas mudanças e pormenores muito engraçados (que eu não vou contar!), que deixaram os meus filhos encantados.



(Nonô) Mãe, no próximo fim-de-semana podemos ver o filme do "Feiticeiro de Oz"? Vá láaaaaaa!

Nem vamos precisar de chegar ao fim de semana! Os filhotes mais velhos até já deixaram a TV a postos... amanhã é novamente dia de "Feiticeiro de OZ", versão anos 30. Para o fim de semana deixaremos "Oz: o Grande e Poderoso", de 2013. E, com jeitinho, a magia há-de ajudar-nos a terminar o ano letivo de forma mais serena, e a pensar numas férias de sonho, com muita fantasia, muita diversão, união e alegria.

Parabéns, Sofia!
Parabéns Animarte!
Já estamos à espera do próximo...

PS - A peça estará em cena até dia 16 de julho, aos sábados, domingos e feriados, às 16h00. Mais informações AQUI.


Estava na biblioteca, no caixote dos livros que a biblioteca já não quer, e fez-me lembrar o volume igual que havia em casa dos meus pais, naquelas coleções de bons livros que tantas famílias faziam, tão longe de imaginarem que um dia haveria internet...

A verdade é que, mesmo na era da internet, alguém aqui em casa rejubiliaria com este livro...

(Dudu) A sério, mãe?! Uau! Obrigada!

Não sei quanto tempo isto durará, mas por enquanto, tenho um filho apaixonado por Atlas e Enciclopédias...

Desafiei-o a ler "A Metamorfose", um dos livros da minha adolescência, e quando dei por ele já ia bem lançado, quase a meio...

(Mãe) Então, filho? Estás a gostar?

(Afonso) Ya. É uma ideia fixe. Mas tem demasiada descrição. Já li não sei quantas páginas e o autor ainda não explicou como o Gregor se transformou numa barata...


Explico-lhe já que, isso, ele nunca vai chegar a saber, ou espero mais algumas páginas?

A quem quiser e puder aparecer...

E quando abrimos a prova de Aferição de Físico-Química e Ciências do 8º ano do nosso filho mais velho - aquele que ele disse que era bem acessível - e nos damos conta de que não saberíamos responder a uma única pergunta?

#mamavoltaparaaescola
Dudu a desesperar com a quantidade de matéria de Matemática...


(Dudu) Estás a ver este buraquinho que eu tenho na cabeça, mãe?

(Mãe) Estás a falar dessa borbulha?

(Dudu) Sim. Tem um buraquinho na ponta. Acho que é por aqui que me está a sair a inteligência, mãe...
(Mãe) Meninos, vamos jantar!

(Dudu) Primeiro tens de vir ver a surpresa que te preparámos...


É certo que se "esqueceram" de tomar banho, mas tinham arrumado, e até decorado, todo o quarto dos brinquedos.


(Mãe) Boa, filhotes! Abraço de família!

(Dudu) Fizemos isto para tu ficares contente. Estamos perdoados por ontem?


Não fosse eu não gostar nada, mesmo nada, de me "passar", e diria que um bom "passanço", de vez em quando, até lhes faz muito bem...
Noite de grande ventania. Dudu aparece, assustado:

(Dudu) Mãe, mãe! Acho que estou a ouvir o som do mundo!
Nonô trancada no quarto, a congeminar qualquer coisa.
Mamã tenta saber o que é. Ronda. Sonda. Até que ela acaba por abrir a porta.

(Nonô) Estou a resolver um assunto. Mas talvez tu possas ajudar-me.

E ali estava a Mamã, prontíssima para o que desse e viesse.

(Nonô) Preciso de arranjar uma maneira de as minhas amigas não andarem sempre chateadas umas com as outras. Elas chateiam-se por causa das "melhores amigas". Quando alguém diz que é melhor amiga da outra, as outras chateiam-se e começam as confusões. Preciso de as convencer que nós podemos ser todas amigas sem haver melhores amigas.

(Mãe) E o que é que estás a pensar fazer?

(Nonô) Um papel a dizer: "Não há melhores amigas. Somos todas amigas umas das outras."

(Mãe) É uma excelente ideia! E depois todas têm de se comprometer e assinar o papel.

(Nonô) Boa! Com as nossas "Assinações" especiais. Cada uma fica com uma cópia e nunca mais nos chateamos!


É possível que não seja assim tão simples. Mas ver a minha filha tão preocupada em inventar soluções para gerir conflitos, é algo que me deixa verdadeiramente enternecida. Pode não ser uma aluna de Excelentes na escola, mas em inteligência emocional, eu dava-lhe nota 5!
(Mamã) Titão, diz-me a verdade... Achas que a mãe anda a fazer alguma coisa de errado? A nossa casa às vezes parece uma casa de malucos! O que é que achas que a mãe podia fazer de melhor?

(Titão) Oh, mãe... Nada! Qualquer um ficava maluco com os manos! Deixa lá isso... Vamos ouvir uma musiquinha boa.


E põe o "Estou na Lua" no telemóvel. Mesmo com o final que ele sabe que a mãe censura sempre ("That's the way we like to..."), pôs-me a cantar e a dançar e a rir, que era mesmo o que a mãe estava a precisar.

E quanto não vale este meu Titão... <3
Tpc? Que seca...

Estudar? Que seca...

Organizar as fichas? Que fixe!


Nunca pensei ter uma filha que gostasse tanto de furar, organizar, arranjar uma lógica, arrumar... O quarto, não. A sala também não. Mas fichas - coisa boa! - são a sua paixão.

A quem sai é que eu não sei. Só sei que à mãe, é que não!



Escolhidos a dedo para as próximas noites.
E obrigada às autoras e autores pelas dedicatórias tão lindas que deixaram aos meus filhos.
E quando uma professora de uma escola que visitei há 8 anos, me procura na Feira do Livro para me entregar um DVD com a peça de teatro que os alunos prepararam na altura, sobre o "Auto da Barca do Castigo" (e à qual eu não pude ir assistir porque nasceram entretanto os meus filhos gémeos...)?
Obrigada, professora Margarida! Obrigada, restantes professores e alunos da Escola Eurico Gonçalves (que agora já devem estar enormes, noutras viagens e teatradas!) Deixaram-me de coração cheio...

É sempre uma festa!

Obrigada a todos aqueles que por lá passaram para dois dedos de conversa.

Quem ainda quiser fazê-lo, estarei no stand da Marcador/Presença com "A Viagem de Peludim" no próximo dia 9 a partir das 18h.

Até lá!



Um dia a mãe passa-se...

Um dia a mãe passa-se...

Um dia a mãe passa-se...

Hoje a mãe passou-se.

Jantar em silêncio e tudo na cama às 21h. Sem história e sem pio.

Admiro imenso quando oiço histórias de pais que nunca levantaram a voz com os filhos, nunca se passaram dos carretos, nunca disseram nada de que depois se arrependessem, nunca tiveram vontade de pendurar os filhos no teto ou desaparecer por uns dias. Admiro-os realmente, sem ironia, e espero noutra vida qualquer ser uma mãe sempre serena que consegue ser uma verdadeira líder por inspiração, sem imposição, que reine numa casa verdadeiramente democrática onde todos cooperam e reina a paz e o amor.

Só mesmo noutra vida qualquer...

Porque nesta, com os meus quatro diabretes-endiabrados-que-adoram-testar-os-meus-limites-de-paciência-e-isso-talvez-seja-culpa-minha-mas-não-sei-fazer-melhor-hei-de-aprender-a-esperança-é-a-última-a-morrer, consigo passar na mesma meia hora da mãe-serena para a mãe-furacão, daquelas que fazem tremer as paredes e obrigam os vizinhos a fechar as janelas.

E amanhã há mais. Arroz com pardais.

Dois manos gémeos que parecem macacos?
Soou-me tão familiar, que acabou por ser a nossa primeira compra na feira do livro deste ano. (sendo que os filhos macacos, cá em casa, são 4!)
Só não podíamos adivinhar que o livro tivesse tanto a ver connosco. Até na parte em que os pais, desesperados, vão deixar os seus filhos macacos ao jardim zoológico (vontade não me faltou!). E sobretudo na parte em que eles até gostam de habitar a aldeia dos Macacos (e como eles suspiraram quando viram, há uma semanas, os macacos a brincar nesta mesma aldeia! "Deve ser tão bom viver aqui!").


Mas claro que, filhos-macacos, filhos de pais-macacos são.
E só me lembro da conversa que tive uma vez com a pediatra dos meus filhos, quando lhe perguntei porque é que os meus filhos eram todos tão agitados.

- Os pais são calmos?
- Bem... por acaso somos os dois um bocadinho acelerados.
- Então estavam à espera que os filhos saíssem a quem?





A Mamã tem a mania de fazer pequenos apanhados da matéria para ajudar os filhos a fixarem-na (e para a Mamã também se lembrar do que tem de ir perguntando nas viagens de carro e às refeições, porque infelizmente, nesta altura do ano, cheia de testes, o tempo livre é necessária e completamente tomado pela escola).


(Mãe) Nonô, o que estás a fazer?

(Nonô) Apontamentos para português...


E não é que ela já percebeu como é que a coisa se faz?
Os rapazes que me desculpem, mas as miúdas têm realmente outro despacho...
A Mamã anda doida com tudo o que os filhotes gémeos, agora no 2º ano, têm de saber.

E, como o tempo que passam na escola parece não chegar para tudo (como é possível? Emagrecimento curricular precisa-se com urgência!), uma boa parte vem para casa para os papás ajudarem a "enfiar" na cabeça dos filhos.



(Dudu) Mãe, que palavrões são estes?!


(Nonô) Como é que se prova que o ar existe, mamã? O ar existe, certo?!

Às vezes acho que sou só eu, até porque tenho dois filhotes distraídos e imaturos (pobres criaturas!), que ainda lêem demasiado devagar (meus ricos filhos!), e que por isso mesmo têm mais dificuldade em apanhar o comboio.

Mas depois leio textos como este da Sónia Morais Santos (AQUI), e penso que isto está mesmo tudo virado de pernas para o ar. Por mais esperança que tenha nas mudanças que se avizinham, o mal que temos andado a fazer a tantos professores, a tantas famílias, e sobretudo a tantos crianças, já ninguém o desfaz.




Dudu no banho, a olhar-me nos olhos com o chuveiro a fazer de microfone:

(Dudu com a melodia de "Toda a gente sabe que os homens são feios", do Miguel Araújo) Toda a gente sabe que as mulheres são feias. Todas, menos a minha mãezinha... Lindinha mãezinha"