Descobri-o no caixote de verga da biblioteca, junto daqueles livros que a biblioteca oferece, para ter espaço para as novidades. Uma edição da Aministia Internacional, sobre os direitos e os deveres dos jovens, cheio de material para se trabalhar questões fundamentais da nossa vida em sociedade... e das nossas dinâmicas familiares também!

Colaborar em vez de competir:



A injustiça da lei do mais forte:


E muito, muito mais, num livrão que tem ainda, no final, um capítulo com as principais instituições que abrem as suas portas às ideias e iniciativas dos mais novos. Recomendo!


(Afonso) Mãe, descasca-me a maçã?

(Mãe) Come com casca! É mais saudável.

(Afonso) Não me está a apetecer.


E assim surgiu uma grande oportunidade para ensinar o Afonso a descascar uma maçã.





(Afonso) Mãe... estou com tanta peninha desta maçã!


Foi uma chacina completa! Mas para a próxima sairá melhor... ou vai comê-la com casca!


(Mãe) Ena, Sebastião, que grande túnel!

(Sebastião) É um túnel para passou-bens de grupo...

E lá nos deitámos todos na areia, a fazer coceguinhas nas mãos uns dos outros...
Só o meu Sebastião se lembraria de uma meiguice destas...


(Dudu) Mãe, mãe... acho que encontrei petróleo!!!


Era só uma conchinha de mexilhão... mas estivemos perto!
E assim termina a nossa hora da Terra, com um bonito compromisso à luz das velas, para todas as horas das nossas vidas nesta Terra...



(Mamã) Vamos cuidar da nossa Terra, Nonô?

(Nonô) Sim! E também dos animais. Não podemos pensar só em nós, nós, nós, nós...
HOJE, entre as 20.30h e as 21.30h, comemora-se mais um DIA DA TERRA.
Dia para desligar as nossas luzes e para pensar em tudo aquilo que o Homem tem feito para destruir o seu habitat, a Terra e todos os elementos de que precisa para a sua sobrevivência.
E o HOMEM... e o Homem somos todos nós!
Vamos a isto?


Dudu numa loja, espreita a caixa registadora que a vendedora abre para guardar o dinheiro da mamã.


(Dudu) Ah... tu já tens tanto dinheiro! Para que é que queres o da minha mãe?

(Mãe) A senhora não quer, filho. A mãe está a comprar uma coisa. Essa coisa custou dinheiro. Então, para a mãe ficar com essa coisa, tem de pagar por ela.

(Dudu) Hum... Mas se a senhora já tem tanto dinheiro, ela podia dar-te a coisa...

(Mãe) Não, filho. Isto é uma loja. Aqui as coisas vendem-se e as pessoas vêm cá comprar.


Dudu permanece pouco convencido.


(Dudu para a vendedora) Mesmo assim, eu acho que tu devias dar algum desse dinheiro aos pobrezinhos...

Mamã cheia de trabalho
+
Filhos com vontade de passear
=
Mamã sentada numa mesa no Pavilhão do Conhecimento, enquanto os filhotes se divertem durante 3 horas nas 4 salas de atividades ludico-científicas.



Para os papás com filhos entre os 6 e os 17.

Quem alinha?

Mamã a mil com um livro sobre a extinção de algumas espécies marinhas.
+
Titão a precisar de trabalhar a sua autonomia nos trabalhos de pesquisa.
=
Titão faz pesquisas sobre uma espécie em risco para o livro da sua Mamã.




Obrigada, Titão! Vai ser bem merecida a dedicatória que eu te vou fazer :)
O lançamento foi hoje, e a Magda reforçou aquilo em que eu também acredito profundamente: educar crianças para a felicidade é contribuir para um mundo mais feliz!

Obrigada por todas as dicas e conselhos!


Dudu ao acordar:

- Ó mãe! O dia não está escuro! Eu acho que os senhores da rádio nos mentiram...

E parabéns também ao Papá dos meus filhotes, aquele que eu escolhi para lhes dar vida e ajudá-los a crescer.

Deixo para os meus filhos os miminhos merecidos - afinal o Pai é deles. Deixo apenas o meu Obrigada, pelo Pai que é, e que tanta falta faz a esta Mãe que eu sou, na grande aventura que é pôr filhos neste mundo e ajudá-los a ser gente.



Lembro-me do tempo em que ele vivia noutra cidade, por motivos profissionais, e eu não dormia na véspera de o reencontrar. Lembro-me de o ver, incansável, a trabalhar. As suas ideias mirabolantes para máquinas (que eu acho que um dia ainda vai criar). As suas tralhas e engenhocas na garagem. O baú da casa da avó onde guardava recordações da sua juventude: os livros, a tinta-da-china com quem copiava manuais sobre pássaros, o diário da juventude indecifrável, num código "egípcio", objetos de África, slides incontáveis... e cada uma dessas coisas tinha uma história para contar, de uma vida que ele já tinha vivido. Cresci a acreditar que ele era o Homem das 7 vidas. E, nas nossas viagens de carro, pedia-lhe que me contasse quem era e o que tinha vivido. As Galveias, Abrantes, África, Barreiro, Porto, Évora... O bailarico em que conheceu a Mãe. O acidente em vésperas de casar. O 25 de abril com a filha acabada de nascer no hospital. Eu.
E eu, enquanto desbravava o seu passado, tinha o privilégio de acompanhar o seu presente. Homem do campo entre as 6 e as 8 da manhã, engenheiro, empresário, diácono, Presidente da Cáritas, mais não sei quantas coisas que ele nem me conta para não me maçar, ainda arrastado de vez em quando pela Mãe para a natação, música ou aulas de inglês. Quando me dizem que eu sou hiperativa e parece que já fiz tudo na vida, rio-me e penso para mim "Não conhecem o meu Pai..."

Parabéns, Pai!
Pela Vida, pelo Exemplo, por tudo aquilo que temos de parecido e tudo aquilo que nos distingue e nos tem feito aprender um com o outro. Que possamos ainda viver juntos muitos e muitos dias como este...

http://www.jn.pt/live/Artesevida/default.aspx?content_id=4456678

(Afonso) Mãe, gostavas de saltar de paraquedas no teu 100º aniversário?

(Mãe) Gostava muito! Sobretudo se tu estivesse lá em baixo, com os teus 76 anos.

(Afonso) Fica combinado. Já posso é estar um bocado xexé, olhar para cima e dizer "Ai, ai, que esta juventude está perdida..."
Sebastião no meio de contas de somar, multiplicar, subtrair.
O sol lá fora a chamá-lo. Os números a baralhá-lo.

(Mamã) É simples, Sebastião. Nas contas de Somar o número que passa fica a voar. Fazes a conta seguinte e depois é que vais buscá-lo. Na conta de multiplicar a mesma coisa. Na subtração, como estás a a tirar, os números ficam mais fraquinhos. Em vez de ficarem a voar, caem logo ao chão. Tens de os somar primeiro ao número de baixo e depois é que fazes a subtração.


Por outras palavras (ou seja, números):

13
+27
----

7+3 = 10. Deixamos um 1 a voar. Somamos o 2+1, "apanhamos" no ar o 1 e ficamos com 4.

13
x27
----

3x7 = 21. Deixamos o 2 a voar. Multiplicamos o 7x1, "apanhamos" no ar o 2 e ficamos com 9.
(segue-se a conta normal)

27
-18
-----

8 para 17. O 1 tenta ficar a voar, mas está fraquinho, cai e junta-se ao 1. 2 para 2, 0.


Pode ser uma ideia tão parva como tantas outras que me passem pela cabeça, para ajudar os meus filhos a estudar. Mas não é que o Titão fez o resto das contas num instante e a rir à gargalhada? Mesmo que amanhã já não se lembre deste disparate, por hoje valeu bem a pena...

E quem diria que um castelo de Papel oferecido no supermercado e pacotes de Essencial rendiam quase uma hora de pura brincadeira?

Nonô vai passar a tarde e a noite em casa de uma amiga.
No caminho:


(Nonô) Nem acredito... uma tarde e uma noite inteira sem rapazes! Ufa... Eles são tão cansativos, não são, mamã?


Para todas as Mamãs e Papás que às vezes se esquecem de cuidar de si próprios...

http://mariacapaz.pt/cronicas/o-ramo-da-mama-por-sara-rodi/

"A verdade é que uma mãe que saiba escolher o seu ramo (que pense em si também, que se valorize, que se mime), terá a força, a forma, o comprimento e a altura adequados para dar isso tudo e muito mais aos seus filhotes… E essa força, essa genica de viver, essa consciência das nossas necessidades de ser humano, e essa capacidade de sonhar, são mesmo o melhor exemplo que podemos dar-lhes."
Mães, Pais, Avós, Tios, Primos, Professores, Educadores e restantes interessados na Felicidade das Crianças... vai ser lançado o primeiro livro da Magda Gomes Dias, coach na área da Parentalidade Positiva e autora do blog Mum's the Boss (que, se não conhecem, têm mesmo de conhecer!)

O tema desta apresentação será "Como conciliar a sua autoridade com a felicidade e a auto-estima dos seus filhos".

Vamos a isso?

Afonso a estudar a História do nosso século XIX...



(Afonso) Importar mais do que exportar... défice... aumento de impostos e empréstimos ao estrangeiro... isto está-me a soar um bocadinho familiar. Andamos em crise há este tempo todo e ainda não conseguimos resolvê-la???

Ah, o campo... e o tanto que faz por nós!

Depois de um dia de ralhetes, trabalhos e estudos para aqui e para acolá, a mãe já farta e os filhotes ainda mais, resolvemos pegar no cão e dar um passeio no mato que existe bem próximo de nossa casa.

Terapêutico. Baixaram as rotações, sossegaram-se os espíritos. Corremos, rimos e respirámos fundo. E, quando chegámos a casa, éramos nós outra vez. Criaturas que há bem pouco tempo viviam na natureza e eram nómadas ao sabor das estações. Criaturas que trabalhavam de sol a sol, na terra e no mar, desfrutando de tudo aquilo que a Terra tinha para nos dar.
Hoje vivemos com outro conforto, outro luxo, outro bem-estar. Mas não deixámos de ser criaturas da Terra e de precisar do ar puro para crescer, viver, desfrutar.

(Afonso) Mãe... porque é que, quando eu estudo Moral, a minha moral vai para baixo? A disciplina de Moral não devia ser para nos pôr a moral em cima?

8 de Março, dia da Mulher. E a Mamã a coser botões nas batas, bainhas nas calças, a arrumar loiça, fazer sopa e máquinas de roupa.

Sou uma defensora dos direitos das mulheres. Sou mesmo! Mas às vezes crê-se que ser Mulher com direitos é a antítese de manhãs como esta, de volta dos tachos e da máquina da costura. Às vezes é, às vezes não. Tudo depende do direito que temos a viver a nossa escolha. E é nessa liberdade e nesse respeito pela opção de cada um que reside a minha luta.
Bem... eu não escolhi propriamente passar uma manhã linda de sol a fazer baínhas e passar a ferro... Mas escolhi ser mãe e de uma família numerosa. E essa escolha acarreta algumas responsabilidades acrescidas (Para a Mulher e para o Homem, claro!) Mas foi uma escolha. Felizmente, tive (e tivemos, em casal) liberdade para a fazer.

Àquelas Mulheres que, por todo o mundo, não têm liberdade nem direito de escolha, que continuam a ser vistas como escravas, prostitutas, seres inferiores e privados de direitos... aquelas que sofrem em silêncio uma relação violenta, que criam filhos sozinhas (sem opção própria), que são descriminadas no emprego, nos contratos de trabalho, no momento em que engravidam, por não quererem ter filhos ou por quererem ter disponibilidade para cuidar deles... Para todas elas, sem excepção, a minha solidariedade e o meu abraço apertadinho.

Ser Mulher continua a ser uma aventura. Felizmente estamos muito melhor do que estávamos, mas ainda há muito por fazer. Vamos a isto!

Afonso a estudar. Mãe senta-se na cama dele.


(Mãe) Afonso, temos de conversar. A mãe não está a gostar das tuas atitudes e...


Afonso levanta-se da secretária e vai estender-se na cama.


(Mãe) O que é que estás a fazer?

(Afonso) Vim deitar-me na marquesa. Não vai começar agora a terapia?


A sorte dele é que eu, por detrás da minha cara zangada, acho-lhe muita graça...
(Mãe) Nonô, sabes que hoje é o nosso dia? Dia da Mulher!!!

(Nonô) Uauuuu! Então vamos ao cabeleireiro e vamos pintar as nossas unhas?


"Gaijas"...
4 testes para a semana. Domingo de estudo:

(Mãe) Afonso, começa por escrever numa folha tudo o que tens de fazer.


(Mãe) Boa! Agora pensa como é que te vais organizar.

(Afonso) Estava a pensar começar pelo fim...
À noite, quando se vai deitar, a mamã tem de procurar a gatita Mia, que geralmente se foi enroscar aos pés da cama de um dos filhotes. Nas últimas três noites, dei com ela na cama do Dudu.


(Mãe) Ó Dudu, a gatinha agora anda muito tua amiga...

(Dudu) É porque eu estou doente. Os gatinhos gostam muito de tomar conta dos doentes, não sabias?


E o Dudu, nos seus 5 anos de gente, já percebeu aquilo que tantos adultos ainda não descobriram...

A ideia era brincar no parque infantil.
Mas macaco que é macaco, gosta mesmo é das árvores!


É mais ou menos isto, todas as noites.

E garanto que com som é bem pior... (o que vale é que o amor é cego... e bem surdo também!)
Dudu ganhou, por estes dias, a alcunha de "linguinha de morango"... É o meu primeiro filho a ter Escarlatina (vamos ver se é o primeiro de todos...), felizmente sem grandes complicações.
A complicação maior é mesmo mantê-lo em casa entretido... mas as tarefas domésticas deram uma boa ajuda.

Aqui fica a primeira mesa posta totalmente pelo pequeno Dudu!



Mamã e Sebastião observam a Lua Cheia:


(Sebastião) Eu acho que a Lua tem palavras, Mãe...

(Mãe) E o que é que achas que ela nos está a tentar dizer?

(Sebastião) Fujam daí!

Estudar, agora, é com música!

E, pelo meio (e esta é a parte que a mamã mais gosta!), um pezinho de dança.

E não é que se estuda melhor?
Esta é a história da Sandra e do seu menino "especial", que acabou por torná-la "especial" também.
Há diferenças que são duras, limitativas, às vezes impossíveis de superar, que obrigam a contornar, e muito, toda a exigência que esta sociedade nos coloca em cima.
Mas acima de tudo isso está o amor. E o amor... ah, o amor vence sempre, de uma forma ou de outra. É a grande lição das nossas vidas.

Obrigada pela tua partilha, Sandrites! <3 http://mariacapaz.pt/cronicas/pais-especiais-por-sandra-carvalho/

"NUNCA desistam dos vossos filhos. Façam TUDO por eles. Sigam o conselho dos terapeutas. Aprendam com eles. Inventem. Não parem. Entreguem-se de alma e coração. Não acreditem que há algo de errado com os vossos filhos, considerem antes que dentro deles está um espírito inteligente que sabe o que está a fazer e o que quer..."
(Afonso) Mãe, ainda falta muito para eu começar a estudar Física?

(Mãe) Não, filho. É já para o ano. E até vais começar por falar do Universo, que é um tema que te interessa.

(Afonso) Vamos estudar os buracos negros e o tempo-espaço e as teorias de como nasceu o universo e os quantum e... e...?

(Mãe) Não, espera... Vais começar pelas bases da Física Clássica. Física quântica e astrofísica é só lá muito mais à frente. Mas é importante entender as bases para entender o resto.

(Afonso nada convencido) Ah... E Filosofia, vou ter quando?

(Mãe) Isso acho que é só no 10º. Daqui a 3 anos.

(Afonso) E vamos discutir o que é a vida e o nada... e se isto é tudo ilusão ou um sonho na cabeça de alguém ou... ou...

(Mãe) Não, espera, filho... Vais ter oportunidade de discutir muitas coisas... Mas acho que começas pelos valores, a ética, o que é a lógica...


Afonso sopra o ar, impaciente.


(Afonso) Porque é que demora tanto até aprendermos as coisas que realmente queremos aprender?


Ui! E como eu conheço esta impaciência e a sensação de que a escola nos empata a vida e nos adia os sonhos... Com todas as virtudes que a escola tem, adormece a nossa sede de conhecimento. Leva-nos a adiar os nossos interesses e aquilo para o qual estamos vocacionados, anos a fio. E isto gera desmotivação. Uma desmotivação que podíamos e devíamos contrariar em casa, mas nem sempre é fácil fazê-lo, quando a carga horária e os TPCs e os testes são tantos, que dão muito pouco espaço para o que se queira ler, investigar, pesquisar, estudar fora da escola.
Nao deveria haver horas, no currículo, para "AQUILO QUE EU QUERO REALMENTE SABER"? Podia ser com um professor que os ajudasse nas pesquisas, que lhes sugerisse livros, autores, sites... Sem testes, sem pressão? Quanto muito, um trabalho ou outro no final do período para partilharem com os colegas aquilo que realmente lhes interessou?

Nonô corre para a sua mamã para lhe dar a grande novidade:


(Nonô) Mãe, ainda não sabes... o M. está apaixonado pela C.!


A Mamã sabia que a sua filhota estava apaixonada pelo M., por isso ficou preocupada.


(Mãe) E tu não ficaste triste, Nonô?
(Nonô) Não! Era para ficar?


O que é que se responde a uma filha de 5 anos??


(Mãe) Não! A mãe só estava a perguntar...
(Nonô) Eu queria que ele gostasse de mim. Mas ele pode não gostar agora e gostar outro dia. Eu espero. Não faz mal.


E a mamã fica sem saber o que dizer à sua filha, que espera pacientemente por aquele de quem gosta.
Assim em jeito medieval, quase dava uma cantiga de amigo. "Ai Deus, e u é!"



A passear o cão, a mãe apanhou 6 flores diferentes e lançou um desafio à filharada:

- Que flor é cada um de nós?

A resposta não foi consensual, mas a mais votada foi a seguinte:



1. O pai - porque é o que tem mais pêlos na cara.
2. A mamã - porque é amarelinha e fininha.
3. O Afonso - porque é esquisito.
4. O Sebastião - porque tem um caule para poder defender-se do Afonso.
5. A Nonô - porque é violeta (ou Violetta).
6. O Dudu - porque é bonito e cheio de coisas na cabeça.

E a família repousa agora num copo de água, tentando resistir à passagem do tempo.

Mamã arruma a cozinha enquanto os filhos vêem a Liga da Justiça no Panda Biggs.
A mamã tem o dom da abstração, e consegue estar presente sem estar. Mas algumas palavras dos desenhos animados chamaram-lhe a atenção.

- Temos de recuperar o nosso Chi...

O Chi, na tradição oriental, é a energia vital presente em tudo o que existe. É o seu fluxo que dá vida aos seres humanos e a tudo o existe. Em desequilíbrio (por excesso ou defeito) somos agressivos ou fracos, e devemos, a bem da nossa saúde, equilibrar o nosso Chi, através da nossa alimentação, comportamentos, práticas (como o exercício físico e a meditação), etc.
Noutras culturas o Chi (termo chinês) tem outros nomes: Ki (Japão), Prana (Índia), Energia Bioplasmática (Rússia), Mana (Polinésia), Baraka (países islâmicos), etc.
Ora, a mãe só aprendeu isto no ano passado, quando, a propósito de um trabalho, estudou um pouco da medicina tradicional chinesa e da prática macrobiótica. E nunca explicou aos seus filhos o conceito de Chi porque o achava demasiado rebuscado e difícil de integrar na nossa visão ocidental.

(Mãe) Chi?? Vocês sabem o que é o Chi?
(Afonso) Claro, mãe! É a nossa energia vital. Aprendemos isso n'As Aventuras de Jackie Chan, da SIC K. Quando ele ficava fraco precisava de recuperar o seu Chi. Na Liga há uns vilões que roubam o Chi das pessoas.
(Mãe) Então agora vocês percebem melhor porque é que a mãe se preocupa tanto com aquilo que vocês comem, com o vosso exercício físico, a vossa tranquilidade... é para vocês serem pessoas equilibradas, com mais saúde. Cheios de energia vital. De Chi.

Alguns momentos depois, na televisão...

- Temos de nos livrar dos nossos Carmas...

(Mãe) Ah, não! Também já sabem o que é o Carma?
(Afonso) Claro, mãe. Tudo aquilo que fazemos de mal nesta vida tem um preço. Temos de pagar por isso. E, para quem acredita, isso vem de outras vidas.

Anda uma pessoa a dosear informação, sem saber como lhes explicar certos conceitos, e eles aprendem-nos nos desenhos animados...

(Mãe) Afonso, tens noção que para aí uns 80% dos portugueses não sabem o que é o chi ou o carma?
(Afonso) Pois olha... as crianças sabem.

E bem-vindos à globalização do século XXI. Temida por uns (porque esta mescla de culturas dilui aquilo que nos separa, a nossa individualidade) mas um milagre para outros, porque nos aproxima, ajuda a que nos entendamos mutuamente, torna-nos uma só espécie a viver uma aventura comum no mesmo planeta.