Hoje, na aula de Português, a professora pediu ao Titão e aos colegas que respondessem a algumas questões como: 3 qualidades, 3 defeitos, uma pessoa que admirem, sonhos, etc.

O Titão, que não gosta muito de escrever, respondeu por tópicos e, mesmo assim, deu meia dúzia de erros.

Resultado: Suf -

(Titão) Ó mãe, como é que a stôra dá Suficiente Menos a um trabalho destes? Eu pensei que ela estava realmente interessada em mim e naquilo que eu sou e penso... Afinal, era só para ver se eu dava erros...

Não terá sido com intenção, e a verdade é que, a partir do momento em que se diz que tudo conta para nota, tudo parece merecer avaliação... Mas pedir a um aluno que se revele e depois dar-lhe má nota, é somente erguer um muro onde se poderia colocar uma ponte...

PS - E não é que, na pessoa que ele admira, colocou a sua Mamã, "por estar sempre por perto e me ajudar em tudo"? Meu rico filhote...
PSS - "Ó mãe... estás-te a esquecer que eu, nos defeitos, escrevi que era um bocadinho mentiroso..."

(Mãe) Nonô... o que é isto?!

(Nonô) É um projeto meu. Vai ser um gato...

Em cima do piano há uma taça com uma massa que ela está a preparar para qualquer coisa (outro projeto), além uma caixa cheia de coisinhas que ela quer usar para fazer colares e vender (outro projeto), e num caderno anota outros projetos que tem em mente, e que vai desenvolvendo pouco a pouco... por toda a casa!

Acredita que tudo se pode transformar e reutilizar (e quando não tem ideias vai ao youtube). Que o que já não queremos se deve vender. Que se pode sempre inventar formas criativas de fazer dinheiro. E gosta de saltitar de projeto em projeto. Geração Z no seu melhor! E a minha geração tem ainda tanto para aprender com esta...
Família à mesa:

(Dudu) Sabem que eu não acredito no Big Bang?

(Afonso) Não acreditas, como? Se os cientistas têm feito testes...

(Dudu) Oh, os cientistas ainda não sabem tudo. Eles sabem que houve uma explosão, mas o que é que havia antes? Eu acho que o universo não nasceu no Big Bang...

(Afonso) Mas o que é que te leva a dizer isso?

(Dudu) É o que eu acho. E também não acredito na teoria da evolução... Acho que não foi bem assim.

(Afonso) Ó mãe, o que é que o Dudu anda a ver no youtube?!

(Mãe) O Dudu questiona as coisas. Pensa sobre elas. Mas é importante, Dudu, que oiças os especialistas. Que estudes as coisas a fundo.

(Afonso) O Dudu vai ser como aqueles americanos que acha que a Terra é redonda.

(Titão) Ou um guru qualquer, cheio de ideias malucas e não sei quantos seguidores...

(Dudu) Por acaso acho que devia fundar uma religião nova. Só eu e Jesus Cristo.


O Sebastião esbugalhava os olhos, a Nonô levava as mãos à cabeça, o Afonso continuava a defender a ciência (na religião não se quis meter), e a mamã observava o seu filhote, pensando no que fazer com um espírito tão inquieto, tão questionador, tão desafiador, e como ajudar a transformar tudo isso em algo maravilhoso e importante...


(Dudu) Mas não se preocupem. Eu continuo a acreditar no Titanic!

(Afonso) Dudu... eu estive no Museu do Titanic! Há fotografia e tudo... Claro que tens de acreditar no Titanic!

(Dudu) Mas acho que o barco não foi ao fundo só por causa do iceberg... Ele não estava bem construído. Tenho a certeza...

Agora na área das Ciências, o Afonso constatou, pelo horário, que tinha poucas horas de Português. Não que ele tivesse gostado particularmente do Português do 9º ano - muita gramática, muita análise aborrecida de obras que, mesmo interessantes, se tornavam aborrecidas depois dessa mesmo análise - mas caiu nele assim uma espécie de nostalgia pelo que deixava para trás. Afinal de contas, gosta de ler, gosta de escrever...

(Afonso) Mãe, hoje fizemos uma composição livre na aula. Mas o limite eram 250 palavras! Como é que alguém pode escrever alguma coisa de jeito em 250 palavras? Montei uma história muito gira, pensei nas personagens, comecei a escrever cheio de entusiasmado... mas quando me apercebi, já ia nas 300 palavras e ainda nem tinha começado a ação principal da minha história.

(Mãe) E o que é que fizeste?

(Afonso) Fiz outra composição com um resumo daquilo que pensei. Ficou uma porcaria...


E a mãe respira fundo e pensa nos cadernos que enchia com as suas longas histórias... E no que sofreu, já na faculdade, para tentar fazer notícias de x caracteres. E pergunta-se por que raio terão os jovens criativos de ter também poder de síntese? São caminhos diferentes, nem sempre se dá para tudo. Aprender a sintetizar é importante, mas quando se pede para criar, porque é que tem de haver sempre um limite? A quem beneficia?
A mamã tem andado toda feliz e contente a apresentar um programa sobre a maternidade (da gravidez aos primeiros anos de vida) no canal de Saúde S+ - e se ainda não virem, espreitem sff, na posição 129 da NOS! O meu programa chama-se "Tenho um bebé. E agora?" e passa às terças às 21.30h.
Hoje, o filhote mais velho viu pela primeira vez o programa e resumiu-o desta bonita forma:

(Afonso) Que engraçado! Nunca me tinha apercebido que a mãe se parecia tanto com uma boneca de Anime...

Vou tomar isso como um elogio, ok?

Um dos pratos favoritos cá de casa é Massa Fresca com molho de iogurte (e ainda bem que é um dos pratos favoritos, porque a massa fresca é de pacote e demora 10 minutos a fazer).
Ontem, o Dudu estava cheio de fome e resolveu resolveu ajudar, mas o mano mais velho advertiu...

(Dudu) É melhor deixares a mãe fazer... Vai sair asneira!

Intempestivo, com ar zangado, o Dudu levou aquilo a peito.

(Dudu) Sabem que mais? Estou farto que vocês achem que eu não consigo fazer as coisas! Querem ver como é que se faz?

A abrir o iogurte, entornou parte de um deles.

(Dudu) Ups!

Resolveu pôr caril, mas uma parte caiu na bancada.

(Dudu) Ups!

Enriqueceu o molho com oregãos, mas tombou o frasco todo lá para dentro (o que vale é que não tinha muito).

(Dudu) Ups!

E eu lá fui fazendo sinais aos manos para não dizerem nada. Depois sentou-se, serviu-se, e elogiou-se.

(Dudu) É o melhor molho de sempre. Querem provar?
Dá-me cabo do juízo, é arisco e desafiador, mas ao mesmo tempo dá os melhores abraços do mundo e tem sonhos únicos.


(Dudu a entrar na cama) Ó mãe... um dia levas-me ao Butão?

(Mãe) A mãe também gostava muito lá ir. Mas sabes que a viagem é muito cara. Não é fácil...

(Dudu) Podemos ir só nós os dois. O pai fica com os manos.

(Mãe) A mãe vai pensar sobre isso. Pode não ser para já... mas fica prometido que um dia a mãe te leva ao Butão, sim.


Fecho a luz, vou despedir-me da irmã...


(Dudu) Ó mãe...

(Mãe) Diz, filho.

(Dudu) E se jogasses no Euromilhões?

(Mãe) Sabes que a mãe não tem sorte para esses jogos. Mas posso tentar...


Mãe vai mandar os mais velhos para a cama...


(Dudu) Ó mãe...

(Mãe) Diz, filho.

(Dudu) Tu costumas acertar nas perguntas quase todas do Joker (programa da RTP). Porque é que não vais ao programa? Eu ia como teu ajudante... Ah, não, espera. Eu não sei muitas coisas. Tinha de ser alguém muito esperto. Podes fazer isso por mim? E dizias ao Vasco Palmeirim que precisavas do dinheiro para me levares ao Butão...


Não sei bem como, mas vou ter de arranjar maneira de lhe realizar este sonho!
Butão... espera por nós!
Quando este blog nasceu, tinha um filho mais velho de 2 anos que fazia perguntas complicadas e que, aos 4, prometia que ia salvar a humanidade e levá-la para outro planeta no foguetão que iria construir.
O pirralhinho cresceu, está prestes a fazer 15 anos, gosta de Física e sonha com o MIT e a NASA, e hoje comprou a sua primeira bata. Numa loja do chinês, é certo... mas ganhar batas melhores exige esforço. E os seus sonhos exigem mesmo muito esforço. Não sei se um dia irá salvar a Humanidade ou não, mas hoje, de bata na mão, o que lhe desejei, com todas as forças, é que ele mantenha sempre a capacidade de questionar e de criar, que confie nas suas capacidades, não esqueça os seus valores e, no meio de todas as lutas que travar, não se esqueça de ser feliz...

O Titão anda há umas semanas dedicado à magia. Aprende os truques no youtube e treina, treina, até se sentir à-vontade para vir apresentá-los à família. E não é que ele tem um jeitão? Pensa nas situações, nas piadas a dizer, até na forma de disfarçar alguma coisa que não corre bem... Temos artista!

Os irmãos ficam doidos com as magias, e procuram imitá-lo... sem sucesso.

E a magia de hoje à tarde consistia em enrolar um atacador à volta do pescoço e, puxando pelas duas pontas (como se se fosse apertar o pescoço), ficar com a corda solta, nas mãos.
Claro que aquilo tem um ritual de colocar a corda de determinada maneira, e o Dudu procurou ver de um ângulo e outro como se fazia... Depois foi buscar um atacador, fechou-se na casa de banho durante um bocado, e voltou com a dita corda ao pescoço.

(Dudu) Queres ver, mãe?

Puxa as duas pontas com força e aperta o pescoço.

(Dudu) Ups! Falhei...

E não é que falhou algumas dez vezes?

(Nota 5 na Persistência. Nota 2 na Trapalhice. Não se pode ter tudo...)
(Dudu) Ó mãe, inventei um truque para quando fores mais velhinha e tiveres de te defender das tuas amigas velhotas...

(Mãe) Defender? Como assim?

(Dudu) Só tens de lhes torcer o braço para trás, e depois puxas por aquelas peles que estão na parte debaixo do braço, e que dantes era músculo, estás a ver? Tu também já tens um bocadinho... Resulta sempre com as velhotas!


PS - Só mesmo o Dudu, para ficar a pensar em truques para auto-defesa para velhotas...
PS 1 - Mas por que raio é que as minhas amigas velhotas iriam atacar-me?!
PS 2 - Amanhã recomeço o ginásio...
O Dudu precisava de uma mochila nova. A mãe trataria de arranjar uma de bons acabamentos, que durasse mais tempo e não fosse feia de todo. O pai... bem, o pai conseguiu fazer magia!

(Dudu) Ó mãaaae.... Fiz uma asneira mas não te zangues comigo, porque eu já remediei.


Colou com UHU e pintou com guache, de cor-de-rosa...
Fiquei sem caneca, mas ganhei uma obra de arte!

(Nota 2 em trapalhada. Nota 5 em desenrascanço)

Já vai ligando menos a bonecos e a brincadeiras com filhotes.
Mas um gatito bebé acorda sempre qualquer bom instinto maternal...



É o futuro: customizar a nossa roupa, metendo as mãos na massa (ou na agulha e no dedal) para reciclar aquilo de que já não gostamos ou costurar o que nos apetece.
Este workshop é na loja de uma amiga e foi preparado para crianças e adolescentes com queda para a costura, ou vontade de aprender!

Fica a sugestão ;)



CONTACTOS:

Praceta de Sofala, nº2 A
2780-043 Oeiras
(Figueirinha – perto da esquadra da PSP)

http://www.pillow-party.com

Quem é que tem mais de 50 livros para forrar, quem é?
Não, não sou eu. Felizmente já tenho filhos crescidos, com bons bracinhos para ajudar. E, este ano, até o gatito novo vai ajudar! (ou desajudar?)


PS - "Nonô, quanto é que tu queres para forrar os meus livros?" Ai, ai, rapazes...