Depois de mais uma ida ao supermercado:

(Nonô) Ó mãe, porque é que és sempre tu que pagas?
(Mamã) A mãe tem de pagar para comprar as coisas que precisa.
(Nonô) Mas estás sempre a pagar, a pagar, a pagar... assim gastas o dinheiro todo!
(Mamã) E tu tens alguma ideia para a mãe ficar sem o dinheiro todo?

Nonô fica a pensar.

(Nonô) Já sei! Quando as pessoas forem a nossa casa, elas podem pagar para visitarem os nossos quartos e brincarem com os nossos brinquedos.

Ui! Temos gestora...
Por trás, o convite é igual: a comemoração do dia da Mãe na escolinha no próximo dia 2 de maio.
Pela frente, é que as coisas são bem diferentes... a avaliar pelas ilustrações, eu diria até que vou a duas festas bem distintas :)

E viva o sol!!!

(Dudu) Ó mamãzinha... senta-te lá nesta cadeirinha!


Armadilha congeminada pelo meu pequeno Dudu, aos 4 anos. Vamos ver se sobrevivo às suas armadilhas dos 8 e dos 14...
Com os filhotes mais velhos entre torneios aqui e acolá e o pai atrás deles, "sobraram-me" os gémeos, e um sol imenso, daqueles que nos dá mesmo vontade de fazer coisas boas. Para a tarde combinámos ir à praia. E de manhã?

- Ulisses na Regaleira? - Os manos mais velhas também vão querer ir...
- Capitão Miau Miau na Malaposta? Zum zum bararibé no Teatro Municipal Amélia Rey Colaço? - Esgotadíssimos!
- Castelo de São Jorge? Subir aquelas ruas com os gémeos? - Demasiado arriscado...

Estava já em desespero quando descobri que a livraria Gatafunho, que se mudou recentemente para Oeiras, tinha todos os domingos de manhã sessões de contos ou ateliers para os mais novos. Desta vez seriam contos, e com jeitinho ainda chegávamos a tempo.

Lá nos metemos a caminho e ainda bem. Foram cinco contos saborosos, o últimos já com a pequenada de pé a ver um foguetão de chá levantar voo... O pequeno Dudu, lá para o final, não primou pela paciência (que por isso mesmo precisa mesmo de ser trabalhada), mas quer ele quer a irmã vieram o caminho todo de regresso a casa a contar as histórias que ouviram e a pedir para lá voltar outro dia.

E, claro, não se vai a uma livraria sem trazer de lá... livros! Neste caso, um livro e um jogo para trabalhar a imaginação.

Obrigada, Gatafunho! Voltaremos em breve...



Depois de começarem a falar de reprodução na escola, ou mesmo antes, na natural descoberta do seu corpo, cresce nas crianças a curiosidade sobre os seus órgãos reprodutores. Porque são como são, como funcionam, como dão origem a uma nova vida...
Nem sempre é fácil que nós, pais, saibamos o que lhes dizer. Às vezes faltam-nos as melhores palavras, aquelas que explicam sem chocar, que desmistificam sem revelar tudo...
Cá por casa, vou tentando fazê-lo, melhor ou pior, com uns livros e umas conversas, mas hoje a minha amiga Vânia Beliz, sexóloga, enviou-me este vídeo sobre os órgãos reprodutores masculinos, que penso que tem todo aquele q.b. para uma boa introdução do tema. Está em espanhol, mas com uma ajudinha dos pais acho que pode funcionar...

Mamãs e papás de rapazes de tenra idade, se as perguntas também já começaram a surgir aí por casa, espreitem este vídeo.
E obrigada, Vânia Beliz!

https://www.youtube.com/watch?v=zyvc6ROlKtc

(Nonô) Mamã, mamã, está ali o teu livro!
(Mãe) Sabes que ele já não é bem meu, filhota... Os livros são como os filhos. São os pais que lhes dão vida, ajudavam-vos a crescer, mas vocês não nos pertencem. São da vida, dos vossos próprios desafios, têm de fazer o vosso caminho e cruzarem-se com quem tenham de cruzar, para crescerem e ajudarem a crescer.
(Nonô) Então não vamos lá vê-lo?
(Mãe) Vamos, mas não o abrimos. Tiramo-lhe só uma fotografia e pomos no blog, para mostrar o quanto estamos orgulhosos nele...


(Nonô) Ó, mãe... Eles são tão lindos que eu acho que os amo!
Amanhã, bem cedinho, os meus cunhados levam para sua casa os dois filhotes que, nestes cinco dias, fizeram de mim uma "mãe" de 6.

Com tudo deitado e já no segundo sono, dou por mim a pensar que, nas questões práticas, não é assim tão diferente ter 4 ou 6 filhos. É só mais qualquer coisa de comida, mais umas peças de roupa para lavar e passar, o carro mais cheio... mas a diferença - entre a confusão e a confusão - não é assim tão grande.
O problema é que ter filhos é (ou deve ser, idealmente) mais do que zelar pela sua sobrevivência. As crianças exigem atenção, têm personalidades próprias, interesses diferentes, vocações distintas, formas de reagir diversas... e gerir tudo isto é que já pode ser uma dor de cabeça...
Esta manhã fui com todos para um parque, correr, andar de patins e bicicletas, e a dada altura olhei-me de fora e ri-me de mim mesma. Tinha-me transformado num autêntico general! (eu, que até nem nunca tive perfil de líder) Esbracejava, chamava aqui e ali, geria disputas e mini-conflitos, dava sermões, organizava, explicava, decidia, exigia, premiava... Foi uma grandiosa lição de liderança e penso até que não me saí muito mal (pelo menos chegou tudo inteiro a casa, bem-disposto e amigo dos outro). Mas liderar cansa. Exige serenidade. Capacidade de antecipar os problemas. De saber gerir as diferentes personalidades e as relações entre elas. Pensar o que pode agradar e de que forma. Pensar o que pode ser-lhes proveitoso para o seu crescimento enquanto pessoas e de que forma.

Por isso hoje o meu pensamento é para os pais de famílias numerosas (algumas mesmo com muitos filhos!), a quem tiro o chapéu, porque dedicam grande parte do seu tempo a tentar transformar os filhos em adultos felizes, bons cidadãos do mundo.
E penso sobretudo nos professores que têm turmas de quase 30 alunos, a quem têm de ensinar matéria que nunca mais acaba. Penso em como eles gostariam de fazer parelha com os pais e transformar os alunos em adultos felizes e bons cidadãos do mundo, mas tantas vezes não têm tempo para mais do que despejar quilos de matéria a uma multidão com a sua personalidade, interesses, reações e expetativas diferentes - mas completamente secundarizadas.
E pergunto-me se é isto que vai fazer dos nossos filhos adultos felizes, bons cidadãos do mundo.
E pergunto-me se, caso os nossos filhos não venham a ser adultos felizes e bons cidadãos do mundo, de que lhes valerá saber muito?
E porque hoje é dia 25 de abril, atrevo-me a ir mais longe e a dizer que, trabalhar para um país novo, que se deseja mais do que nunca renovado, é pensar muito seriamente, primeiro do que tudo, no ensino. Porque o que Portugal vai ser daqui a 20 anos, depende em larguíssima medida da forma como educarmos as nossas crianças.

E não podemos esperar que as crianças, por si só, fiquem mais calmas.
E não podemos esperar que os professores, por si só, se desdobrem mais do que já desdobram e consigam fazer melhor.

Precisamos de turmas mais pequenas. Mais professores a trabalhar (e há tantos parados, meu Deus!). Precisamos de rever currículos (para os tornar mais ajustados à realidade e ao que realmente importa saber a uma criança dos dias de hoje), de rever formas de os apresentar (uma criança sentada um dia inteiro numa cadeira foi uma concepção do tempo de revolução industrial! As crianças precisam de incorporar o seu corpo no processo cognitivo, de aprender brincando, de aprender interagindo), de rever os horários da escola (um dia inteiro e ainda trabalhos de casa? E o tempo para brincar??), os pais precisam de rever os seus horários de trabalho (precisam de horas livres para prestarem um importantíssimo serviço ao país, educando da melhor forma a próxima geração, com a devida remuneração), e uma equipa de pensadores (não políticos) deveria dedicar umas boas horas a responder a três perguntas apenas: O que é o ensino? Para que serve? Que tipo de cidadãos queremos ter em 2034.

E aí, eu começava a acreditar que estávamos a dar um bom uso à liberdade conquistada...

Tudo cresce, nesta casa......


Mais uma vantagem de ter sobrinhos em nossa casa: o frigorífico fica mais rico! (por dentro e por fora...)

O Dudu deixou-nos um recado no móvel da televisão.


Perante isto, só se afiguram duas possibilidades:
- Enfurecer-me.
- Tentar descodificar o seu recado.

Opto pela segunda hipótese com um sorriso. "Hanu Pifaiaia Atiti" fica-me no ouvido e pode bem ser um mote para uma grande história. Mas alguém vai esfregar o armário quando chegar da escola... ai vai, vai!
A mãe-Sara-mãe-de-4 transformou-se ontem em mãe-tia-de-6. Durante 5 dias terei não 4, não 5, mas 6 crianças lindas cá por casa de quem será preciso cuidar no antes e no depois da escola. O número parece à partida astronómico, mas a verdade é que entre 4 e 6 "filhos" não há assim tanta diferença.
Bem... minto! Os pais optaram por comer de pé, para deixar os seus dois lugares na mesa da cozinha vagos para os sobrinhos. E no carro, para caberem os 6, ou vai a mãe ou o pai a conduzir. Passeios em família... só com dois carros! Mas fora isso, e fora o entusiasmo excessivo inicial, assim a dar para o incontrolável, por parte de todos (mais do que esperado!), está-se a levar muito bem, e é até um privilégio experimentar ser mãe de "filhos-sobrinhos" que comem depressa, morenos, com caracóis, tudo coisa que desconhecíamos cá por casa...
Aproveitando as diferenças, a primeira história de boa-noite lida para os 6 só podia ser esta:


Todos a gostar de qualquer coisa em si e a gostar de qualquer coisa nos outros.
Todos diferentes, e ainda bem. :)
É essa uma das grandes riquezas da maternidade (e, já agora, da "tiadade" também): aprender a amar na diversidade.
Afonso aparece na cozinha a movimentar as suas pernas com os mais conhecidos passos de Michael Jackson.


(Afonso) Socorro, mãe!!! O que é que se passa com as minhas pernas???


Mãe lança-lhe um olhar daqueles... Afonso acrescenta movimentos de braços.


(Afonso) Não.... Os meus braços foram contagiados! Socorroooooo!


Mãe leva as mãos à cabeça. Afonso começa a rebolar no chão, naquele famoso passo de breakdance.


(Afonso) Agora o corpo todo!!! Nãooooooo!!!!


Volta, escola! Estás perdoada...

Regresso a casa depois das férias da Páscoa:

(Dudu) Ó mãeeeee! Acho que vi ali um ovo da Páscoa!
(Mãe) Onde, Dudu?
(Dudu) No céu...

E até as estrelas, por esta altura, parecem ovos de chocolate...
(Nonô) Mamã, eu às vezes fecho os olhos e imagino-me a dançar, a voar... e sorrio!

Aos 4 anos, as crianças sabem usar a visualização mental em seu proveito. Desconhecem talvez que ela ajuda a relaxar e a libertar serotonina, mas usam-na de forma inata. São criativas por natureza, nas ações e nos pensamentos. A prova de que a criatividade é um recurso ao nosso dispor, desde que nascemos. Mas, à medida que crescemos, que somos obrigados a competir, que somos inundados de estímulos que nos limitam a capacidade de pensar, que vivemos sob tensão, stress, culpa, isolamento... a nossa criatividade esmorece. Temos ferramentas inatas e deixamos de saber usá-las em nosso proveito e em proveito do mundo em que vivemos.

A Feirinha 4D em Évora foi um sucesso! Reencontrei amigos que não via há 10, 20 anos, contei uma historinha aos seus filhotes, comprei umas coisinhas lindas para os meus... obrigada, Sofia, pelo desafio que me lançaste. Eu sou uma blogger meio afoita, nunca tinha ido a uma feirinha destas, mas recomendo!
E agora espreitem lá o que perderam...

http://avidaa4d.blogspot.pt/2014/04/as-bloggers-do-4d-evora.html
http://avidaa4d.blogspot.pt/2014/04/4d-evora-para-mais-tarde-recordar-ii.html
http://avidaa4d.blogspot.pt/2014/04/4d-evora-para-mais-tarde-recordar-i.html
A caminho de casa, entre chuva e trânsido, depois de um valente fim-de-semana de Páscoa, o pai resolveu entreter-nos com algumas "Mixórdias de Temáticas".
4 ou 5 episódios depois, o Afonso suspira.

(Afonso) Sabes, mãe... se um dia me perguntarem quem foi a minha grande referência, acho que vou dizer que foi o Ricardo Araújo Pereira.

Será que se eu começar a dar-lhe sermões em stand up comedy, ele ainda me adiciona às suas referências?

E uma boa Páscoa para todos!


Adolescência é...

... quando dizemos ao nosso filho de 10 anos que precisamos de mais paz e sossego na nossa cabeça e ele regressa alguns minutos depois com uma folha que diz "Paz e Sossego" e a coloca na nossa cabeça.

Haja paciência!
Ausente por uns dias, a mamã andou ocupada entre o lançamento do seu novo livro e o seu aniversário. O aniversário costuma passar depressa, ter pouca importância, mas este ano a mamã fez por celebrá-lo (e a vida é para celebrar!) entre a família e os amigos que conseguiram juntar-se ao lançamento.
O livro não é para os filhotes, é para os papás e para todos aqueles que quiserem parar para pensar na sua vida, nos seus sonhos adiados, nos seus talentos e projetos que ficaram pelo caminho, na sua felicidade.
Como a mamã disse no lançamento, se houve alguém que a inspirou para esta aventura de palavras (que partiu da sua própria vontade de transformação) foram os seus filhotes:

- O Afonso que aos 4 anos dizia que vinha de Marte e perguntava se a Humanidade iria extinguir-se como os dinossauros. (mas ele tinha a ideia de construir uma nave para salvar a Humanidade!)
- O Sebastião que, no famoso brainstorming que a mamã fez com os filhotes para salvar Portugal, lhe disse que o melhor a mamã podia fazer pelo país era ter mais tempo para os seus filhotes.
- O Dudu, pequena criatura criativa, que diz que veio do céu e que promete pôr tudo em causa.
- A Nonô, que espelha a sua mamã nos defeitos e qualidades, e a lembra todos os dias daquilo que, em criança, a fazia sorrir (e é esse sorriso que deve ser resgatado).

A mamã está-lhes muito grata por todos os ensinamentos, assim como pelos ensinamentos de todas as pessoas com quem se tem cruzado, física ou virtualmente (e é aí que alguns dos leitores entram, e por isso mesmo a mamã deixa aqui o seu OBRIGADA!)

http://www.wook.pt/ficha/o-livro-da-tua-vida/a/id/15677368
Leitores alentejanos, ou de outras partes do país com vontade de dar um saltinho até Évora, num sábado solarengo?

A Sofia do blog 4D organizou uma feirinha com tudo aquilo que pais e filhos gostam: livros, jogos, brincadeiras, roupinhas e adereços, pinturas e convívio. Eu vou estar por lá de manhã, a contar uma história à pequenada.

Apareçam!


Todas as informações sobre a feira aqui.
E quando a minha gata, vendo os seus gatitos já capazes de serem abocanhados pelo pescoço, e vendo-me a mim distraída com a minha própria prole, resolve levar um a um, escada acima, para a prateleira das minhas camisolas onde ela, desde o primeiro momento, quis dar à luz?

Pois é... Tenho uma gata de ideias fixas, que acha a minha roupa fofinha o suficiente para abrigar a sua ninhada - muito melhor do que o caixote com cobertores velhos que eu lhe arranjei!
A façanha foi tão grande - levar 5 gatitos minúsculos, um a um, para o andar de cima e depois para uma prateleira um metro acima do chão - que eu me senti quase tentada a deixá-la lá ficar. Felizmente o "avô" veio impor respeito e lembrou-me o que seria acordar 30 vezes a meio da noite com os gatitos a chiar (e eu, definitivamente, já tive a minha dose de noites sem dormir!).

Chamei então a minha gata para o andar de baixo. Ela levou-me ao lugar onde tem a comida e a areia e, com olhos suplicantes e miares agudos (daqueles que eu acho que começo a entender), quis convencer-me a levar aquilo tudo para o meu quarto. Mas não podia ser. Então fui com ela descobrir uma outra prateleira ali perto, onde eu pudesse simular algo semelhante ao meu quarto. Fui buscar mais umas mantinhas fofas e depois trouxe os gatinhos para baixo, com a mãe a resmungar. Acho que ficou um bocadinho zangada comigo. Nesse dia nem me fez mais Ron-ron. Efetivamente, se nós escolhemos o melhor hospital para dar à luz, porque é que ela não podia escolher a prateleira dos seus sonhos?

Sanada a questão, mãe a gatitos estão bem e recomendam-se, numa confortável gaveta aberta recheada de lã fofinha. Se alguém se apaixonar por um, é só dizer...

À TARDE:
Nonô a olhar para uns presentinhos que a mamã ganhou num lanchinho organizado pelo blog Breakfast@Tiffany´s:

(Nonô) Um dia, mamã, tudo isto será meu...




À NOITE:
Abraço grande de boa noite:

(Mamã) Vamos ser amigas para sempre, Nonô?
(Nonô) Hum... Não pode ser. Porque tu depois já estás morrida.


E assim a mamã conclui que a sua filha de 4 anos já não tem quaisquer problemas em relação à finitude da vida...


Sábado de manhã. O Afonso ia finalmente começar a fazer um trabalho que foi adiando a semana toda, e acordou disposto a dizer mal que toda e qualquer ideia que eu lhe dava.

(Mãe) Não precisas de gostar das minhas ideias. Mas tens de ter uma ideia qualquer, para tornares o teu trabalho mais criativo.
(Afonso) Mas porquê?
(Mãe) Porque a tua criatividade é a tua mais-valia. Se souberes aliar o conhecimento à tua criatividade terás sempre mais hipóteses de sucesso.

Foi um sábado sofrido, comigo a perder a calma mais do que as vezes necessárias. Felizmente, depois de uma boa conversa à noite, no Domingo acordou com outra disposição. Não acatou as minhas ideias (claro que não!) mas teve as suas. Frases traduzidas para latim. Comparar a Idade Média com a atualidade. Escolher um papel com aspeto envelhecido. Argolas em cima e não nos lados...


No dia seguinte não cabia em si de contente com o seu trabalho. Regressou inchado da escola porque o professor o tinha elogiado. E hoje entregou-me isto em mão, com um abraço sentido.



Num mundo perfeito, mães e filhos entendem-se sempre na perfeição. Num mundo mais do que perfeito, desentendem-se e fazem as pazes.
Dudu às cavalitas da sua mãe:


(Dudu) Ó mãe, tu quando fores grande vais ser o quê?

(Mãe) A mãe já é grande, filhote. E já é uma coisa. Escritora.

(Dudu) Mas podes mudar. Podes ser polícia... Macaca...


Na verdade já sou polícia e macaca quando eles chegam da escola. E cozinheira. E explicadora. E psicóloga. E contadora de histórias. E DJ. E encenadora de teatrinhos. E gestora de conflitos. E juíza. Mas talvez quando eu crescer um pouco mais e já não tenha possibilidades de ser nada destas coisas, aquilo que me dê mais saudades seja mesmo ser Mãe Macaca...