Num jantar de Natal com amigos, a mamã ganhou um... elástico!
Pois é, um daqueles elásticos que faziam as delícias da minha infância, ao ponto de a minha professora primária me ter gritado um dia, enquanto eu corria feliz para o intervalo, "pula, filha, faz-te cabra!"

Hoje, coloquei estrategicamente duas cadeiras (como fazia em casa, na minha infância), prendi o elástico nas suas pernas, e ensinei a Nonô a saltar.




"Segunda, Terça, Quarta, Quinta, Sexta, Sábado... Domingo"

Só já me lembro de duas ou três canções, mas percebi que ainda consigo saltar. Já não vou às alturas, tão pouco ao pescoço... mas vou treinar. Ai vou, vou!
Tomam o parque de assalto e viram-no do avesso.

Correm, saltam, trepam, abananam-se, viram-se ao contrário, voam e escorregam. Berram que se desunham, de um lado para o outro. Eu diria que até os pássaros fogem.

Enquanto isso a Mãe respira fundo. Sorri a cada um deles, de olhar atento, e uma vozinha dentro dela sussurra-lhe assim: "Antes aqui do que em casa. Antes aqui do que em casa."

E o Afonso descobriu o primeiro livro de leitura obrigatória que o está a entusiasmar: Ulisses!


Obrigada, Maria Alberta Menéres, por adaptar esta história intemporal para crianças.
E obrigada, Ulisses, por continuares a existir no nosso imaginário e a inspirar-nos para grandes aventuras...

PS - E até no Dentista, não se largaram...

Luís Aguiar-Conraria escreveu na plataforma Maria Capaz sobre um assunto que me parece muito interessante. A desigualdade entre homens e mulheres que ainda existe no nosso país, no plano laboral (e o tema é um dos temas centrais na plataforma), mas colocando uma questão muito pertinente: sujeitas ao mesmo tipo de estímulos, sem condicionamentos sociais e culturais, serão as mulheres "iguais" ao homem? Serão igualmente competitivas e adeptas do risco?
Dá-nos então conta de um estudo realizado por uns colegas seus, que colocaram jovens de 15 anos a jogar o mesmo jogo competitivo, divididos em grupos de 4. Alguns grupos só de rapazes, outros só de raparigas e outros mistos. No final as raparigas revelavam-se menos competitivas e menos adeptas do risco, mas havia alguns detalhes a ter em conta:

"Nas equipas de raparigas, elas são tão competitivas e mostram a mesma atracção pelo risco que os rapazes. De alguma forma, o seu comportamento estava condicionado quando misturadas com rapazes. Houve outro resultado no estudo que sobressaiu. Alguns dos jovens vinham de escolas só de rapazes ou só de raparigas. Independentemente de terem calhado num grupo misto ou não, as raparigas que vinham de escolas femininas tinham a mesma competitividade e o mesmo gosto pelo risco que os rapazes."

Não tenho certezas nesta matéria, até porque tenho uma filha que, apesar de estar inserida numa equipa maioritariamente masculina (3 manos rapazes) não gosta nada de competir nem de correr riscos, ao contrário dos manos. Mas se querem alguém com faro apurado, inteligência emocional e ponderação, falem com ela! E isso fazia falta cá em casa, para o correto equilíbrio de forças. Como faz falta em qualquer contexto laboral, onde esse equilíbrio é igualmente fundamental.

Na tradição oriental existe o Yin e o Yang e cada vez me faz mais sentido pensar as coisas dessa forma. Há duas energias, a feminina (Yin) e a masculina (Yang). A feminina trabalha mais a recepção (ouvir, ponderar, acolher, receber, proteger, cuidar), a masculina o avançar (ir, construir, romper, arriscar). Mas há mulheres com a energia masculina muito desenvolvida e homens com a energia feminina em dominância. E não faz mal algum que assim seja. Desde que se respeite aquilo que essa pessoa tem de bom e de válido, e desde que não se ache que a energia feminina é mais fraca do que a masculina. Para haver quem avance, é necessária haver quem fique. Para haver quem rompa, é necessário haver quem ajeite o pano e quem dê confiança a outros para avançar por ali. Independentemente de ser um homem ou uma mulher. O importante, como defende a tradição oriental, é o equilíbrio. Porque uma sociedade que só avance, pode dar passos maiores do que as pernas e não saber como geri-lo depois. Uma sociedade que não avance, estagna.
Precisamos de uma sociedade com os dois pólos bem desenvolvidos. Um yin yang perfeito. E cada qual que se identifique com o pólo que quiser e dê o contributo que entender. E terá todo o valor por isso.


Para lerem o artigo completo do Luís espreitem AQUI.
Mais uma sugestão para uma tarde bem passada com a pequenada... é só molhar e moldar. E dar uso à nossa imaginação!


Obrigada, tios, pelo presente original.
A Nonô decidiu que partiu o braço.

Arranjou um tule para lhe servir de suporte. E, com fita-cola, colou um lacinho no tule.


Partiu (falsamente) o braço... mas com muito estilo!
O Sebastião precisa de escrever com menos erros.
O Afonso, de melhorar o seu vocabulário.
A Nonô quer conhecer melhor as letras.
(O Dudu está no hóquei)
E a Mamã quer ocupar os seus filhos numa atividade que lhes seja útil, mas que os divirta ao mesmo tempo...

Veio mesmo a calhar um pequeno joguinho portátil para formar palavras, para 3 jogadores. Mãe, Afonso e Sebastião em competição renhida (o Sebastião vai escrevendo as palavras que se vão formando e o Afonso vai dando significados das que consegue colocar). A Nonô tira as letras que nos faltam, diz qual é e tem de a copiar no caderno.

Nem sempre dá. Nem sempre há imaginação. Mas quando é possível, é mesmo a brincar que eles aprendem com gosto...

Nonô desce as escadas com uma saia de tule, uma coroa de flores, meias pirosas e colares ao pescoço.


(Afonso) Uau! O que é que aí vem? Parece que um arco-íris chocou com uma Princesa...

(Nonô) Estou bonita?

(Afonso) Bonita? Estás linda! Uma mistura de Barbie com Violeta...


Dizem as piores coisas das coleguinhas da escola. São todas feias, parvas, tontas e convencidas. Mas a maninha Nonô... a maninha Nonô é de outra raça. De outra espécie. É sempre linda, faz coisas giras, é fofinha e amorosa. Para vermos como o amor (mesmo o fraternal) é soberbamente cego e ilógico.


(Mãe) Um dia que te apaixones, Afonso, vais ser um romântico.
(Afonso) Eu???
(Mãe) Já te estou a imaginar a escrever poemas de amor...
(Afonso) Blarrrkkkk!

Veremos...

É o novo jogo cá de casa, recebido de presente no Natal, que está a fazer furor entre a filharada. É que levar com um ovo em cima, vestir-se de múmia ou aguentar um cubo de gelo dentro da meia, junto ao pé (quem recusar leva marteladas de um martelo insuflável) é o paraíso do Afonso e do Sebastião, oficialmente na idade da parvoeira.

E explicar-lhes que a mamã já não acha assim tanta graça?
Que os ovos são bens preciosos e que, para vestir um deles de múmia, são precisos 3 rolos de papel higiénico que custam dinheiro?
Eles estão oficialmente na idade da parvoíce... e eu estou oficialmente cota!
(Nonô) Mãeeeeeeeeeee!


O grito era lancinante e o assunto parecia importante.


(Nonô) Eu não quero morrer, mamã!

(Mãe) Filhinha, estás viva. É nisso que tens que pensar.

(Dudu) E depois de morreres, se quiseres, vens para cá outra vez...


O Dudu acredita piamente que vivemos várias vezes. Desde pequenino que o defende, e foi à custa dele que me pus a ler sobre o assunto. Há uns tempos, a avó perguntou-lhe quem lhe tinha falado no assunto. E ele foi peremptório:

(Dudu) Ninguém me falou. Eu sei.


O assunto ainda é tabu para muita gente. Noutros países, fazem-se importantes estudos sobre o assunto, com grandes especialistas. Há muitas histórias que parecem comprová-lo, mas fica sempre a dúvida. Até porque, em última instância, ninguém sabe como poderia a reencarnação funcionar. Na verdade, ninguém sabe como funciona a morte. Se ainda sabemos até tão pouco sobre como funciona a vida...


Não sendo eu alguém que tenha certezas sobre nada (estou sempre como o outro: só sei que nada sei!), sou uma curiosa sobre tudo, até porque, hoje, há informação credível (também não credível, é certo!) sobre quase tudo na internet.
Se houver por aí interessados na matéria, sugiro que espreitem este artigo:

"Recordava como as principais tradições do Oriente, o Hinduísmo e o Budismo, defendiam a reencarnação como um dogma fundamental, e como nessas religiões o conceito de vidas passadas é aceite como um aspecto básico da realidade. Aprendi igualmente que a teoria Sufi do Islão apresenta uma tradição muito bela a respeito da reencarnação, transmitida sob a forma de poesia, dança, e canções.
(…)
No Judaísmo, uma crença fundamental na reencarnação, ou gilgul, existiu durante milhares de anos. Essa crença constituiu uma pedra angular da fé judaica até cerca de 1800-1850, altura em que a urgência de "modernizar" e de ser aceite pelo sistema ocidental mais científico transformou as comunidades judaicas da Europa Oriental. No entanto e até essa altura, portanto há menos de dois séculos, a crença na reencarnação foi fundamental e constituiu um dos conceitos básicos. Nas comunidades Ortodoxa e Chasidic, a crença na reencarnação ainda hoje se mantém inabalável. A Cabala, literatura mística judaica datando de há muitos milhares de anos, está cheia de referências à reencarnação. O Rabi Moshe Chaim Luzzatto, um dos mais brilhantes académicos hebraicos dos últimos séculos, definiu o gilgul, na sua obra The Way of God: "Uma alma individual pode ser reencarnada por diversas vezes em diferentes corpos, e desta maneira pode corrigir o mal causado em encarnações anteriores. De modo análogo, também pode atingir um grau de perfeição que não conseguira em encarnações prévias.
Quando estudei a história da cristandade, descobri que referências primitivas à reencarnação existentes no Novo Testamento haviam sido eliminadas no século IV pelo Imperador Constantino quando o Cristianismo se tornou a religião oficial do Império Romano. Segundo parece, o imperador terá sentido que o conceito de reencarnação ameaçava a estabilidade do império. Os cidadãos que acreditassem que poderiam ter uma outra oportunidade de vida poderiam mostrar-se menos cumpridores da lei do que aqueles que acreditavam num único Dia do Juízo para todos."


Cheguei à cozinha e tinha 4 filhotes colados ao ecrã a ver as imagens terríveis do Tsunami de 2004.

Foi há 10 anos. Destruiu o hotel onde eu e o pai passámos a nossa lua-de-mel, 2 anos antes. Matou mais de duzentas mil pessoas, em poucas horas.


(Nonô) Isto não é no nosso mundo, pois não?

(Mãe) É, filha. Mas já foi há muito tempo. Ainda não eras nascida.

(Dudu) Foi num sítio muito longe, mãe?

(Mãe) Sim, muito longe.

(Sebastião) Mas pode acontecer em Portugal?

(Afonso) Claro que pode! Aconteceu no terramoto de Lisboa.

(Sebastião) Mas pode acontecer em qualquer altura?

(Afonso) Pode. E se continuarmos a destruir a terra, ainda pode acontecer pior...


E a mãe, que mente tão mal, não consegue dizer que não. Não consegue dizer que é impossível. Mas também não consegue dizer que vivemos perto de uma zona de risco e que, efetivamente, a Terra tem muito mais força do que nós, humanos, e não anda nada satisfeita com o que andamos a fazer-lhe.

(Mãe) A Terra já existia muito muito muito muito tempo antes de nós, humanos, existirmos. A Terra tem a sua própria história. Nós temos de a respeitar. E de cuidar da Terra, que é o nosso lar.

Fora disso (que já é tanto), é só esperar que nenhum de nós esteja à hora errada no sítio errado...



Deram-nos as melhores referências, e hoje lá resolvemos meter-nos ao caminho do Carregado...
Ir ao teatro com os 4 é sempre uma aventura, maior ainda quando optamos por um teatro a 50 e tal km de casa, num outlet cheio de gente e confusão. Mas, neste caso, valeu muito bem a pena! O espectáculo está muito giro, muito bem encenado, o cenário enche o olho e o elenco patina e canta muito bem (ainda que a acústica não seja a melhor do mundo). Resultado: a pequenada delirou.
Até ao dia 4 de janeiro. É só arranjarem coragem para se meterem ao caminho...



Depois de um mês com...

- 5 pontos na cabeça do Sebastião
- Batem no carro da mamã
- Afonso parte um dente da frente

... o Sebastião sai-se com esta:


(Sebastião) Eu acho que nós estamos a viver uma onda de azar. Será que há mais alguma coisa preparada para nós?

(Mãe) Só podes acreditar que há coisas preparadas para nós se acreditares que o futuro já está escrito.


Ui! O que eu fui falar... Íamos a caminho do Carregado, ainda tínhamos uns valentes 50 kms pela frente... mais do que tempo para explorar o assunto até ao tutano!


(Sebastião) Eu cá acho que o futuro já existe. Nós é que não conseguimos adivinhá-lo.
(Mãe) Mas sabes que há pessoas que parece que adivinham algumas coisas. Sempre houve, na história do mundo. Isso será porquê? Se dá para adivinhar é porque já tem de existir antes de o vivermos.
(Afonso) Eu acho que nós somos uma espécie de marionetas.
(Mãe) Não mandamos nada? Achas que não conseguimos mudar o nosso destino?
(Afonso) Acho que não. Acho que mesmo quando achamos que estamos a mudar alguma coisa, estamos a fazer exatamente o que era suposto fazermos.
(Mãe) Então assim não havia pessoas más... elas só estavam a cumprir o que já estava escrito para elas...

Matrix (que vamos ver nestas férias). Avatar (que vamos voltar a ver, com outros olhos). Cloud Atlas (que não nos cansamos de ver). Interestelar (que nos recomendaram muito). E fumo (fuminho bom!) de tanto pensarmos.




(Afonso) Eu acho que a história do mundo já está escrita. E nós vimos aqui experimentar alguns papéis.
(Mãe) Sim... eu também gosto dessa hipótese. Mas acho que nós não somos só personagens dessa história. Acho que também somos seus co-autores, e podemos ir mudando essa história com pequenos ou grandes contributos. Quando um escritor escreve uma história também tem uma ideia estruturada, mas depois, quando escreve, há personagens que ganham mais força, outras que surpreendem o próprio autor pela negativa... Como se as personagens ganhassem vida própria. E a história vai-se moldando.




Reflexão. Ai, o que eu gosto disso!

(Dudu) Eu cá acho que vivemos todos num sonho.
(Mãe) Também pode ser, Dudu. E quando é que acordamos? Quando adormecemos?
(Dudu) Hum... Eu acho que nunca acordamos. Ou só acordamos quando morremos.

É a minha cabecinha pensadora de 5 anos...

(Dudu) E eu gostava de conhecer o Dudu do futuro... Ai, espera! Eu já sei como é o Dudu do futuro! Eu vi-o hoje num filme!

Estava a referir-se ao protagonista do "Sozinhos em Casa". Lourinho, de olho azul... e maroto como tudo! E não é que eu também acho que ele vai ser mesmo assim daqui a 2 ou 3 anos?


O Afonso partiu um dente.
Sim, um daqueles dentes grandes e fortes chamados de definitivos, ficou irremediavelmente rachado ao meio, depois de uma valente bolada num treino de hóquei.
Felizmente, o problema é só estético, e o Afonso até brincou ao espelho, achando-se cada vez mais parecido com o corcunda de Notre Dame (uma risota!!!)




Numa outra casa da nossa rua vive outro Afonso que sofreu um acidente grave e está há mais de um mês internado no hospital, com as funções motora e cognitiva afetadas. Felizmente, com pequenas melhorias diárias (grandes vitórias!), tornando cada dia um mais um dia especial.
Olho para a janela dos meus vizinhos e penso que cada um de nós cá de casa daria um dos seus dentes com gosto, se eles ajudassem quem precisa bem mais do que nós. Sinto-me pequenina e penso nas vezes que damos tanto valor a coisas que não têm valor algum. Preocupamo-nos por nada, zangamo-nos por nada, revoltamo-nos por nada. Quando a vida é preciosa demais para a desperdiçarmos com aquilo que não o merece.

O nosso Afonso há-de ganhar um dente falso. (e nunca mais vai jogar sem a proteção dos dentes!)
E o nosso vizinho Afonso há-de melhorar e ainda nos vamos rir todos deste ano tão atribulado, de tantas formas.
Vamos lá todos acreditar que sim!

Natal com:

- teatrinhos
- canções de Natal
- conversas saborosas
- miminhos
- e vá... também alguns bons presentes ;)


Foi um Natal bestial!
Claro que também houve muita confusão, muitas chamadas de atenção, muitos disparates gastronómicos (e consequentes dores de barriga)... mas a primeira lista compensou largamente a segunda. E, quando assim é, o saldo é bastante positivo.

Para o ano há mais!

Boas festas!

Há dias o Dudu perguntou-me qual tinha sido o meu Natal mais especial de todos.
Lembrei-me das festas em família, dos teatrinhos que fazia, dos presentes mais marcantes que recebi, dos mais marcantes que dei, da alegria dos meus filhos a abrir a nossa lareira... As memórias eram felizmente muitas e boas. Tantas!

(Dudu) Mas assim o mais especial, qual foi?

E veio-me à memória o ano em que, ainda muito pequenina, fiz de Menino Jesus num presépio da Igreja. A minha irmã era a Nossa Senhora e eu, de cabelo à tigela, era o seu filho. Lembro-me de não gostar de ser o centro das atenções, de ficar um bocadinho incomodada com tantos beijinhos no final. Mas a forma como as pessoas olhavam para o presépio tinha algo de mágico. De especial. Éramos paz, naquele momento, mesmo para quem não a tinha no seu dia-a-dia. Éramos amor, mesmo para quem sofria por falta dele. Éramos alento e esperança, mesmo para quem tinha todas as razões para já não conseguir acreditar em mais nada.

Independentemente das nossas crenças e opções, celebramos nesta época o Amor fraterno e o Amor incondicional. O olhar terno de uma Mãe de um Pai para uma criança que lhes traz a esperança de um novo mundo. Que os faz acreditar numa outra forma de viver onde "o essencial é invisível aos olhos". Só se vê com o coração.
Essa criança é Jesus, mas podem ser todas as crianças que nos ajudem a voltar a acreditar, a ter esperança, a viver no essencial, mesmo quando tudo o resto falha.
E essa criança, podemos ser nós também, em cada dia que decidirmos levar essa esperança aos outros. Essa alegria e esse coração cheio de tudo aquilo que realmente importa.

Um Feliz Natal a todos!

E lá fomos, finalmente, ver o Principezinho ao Politeama...
Já andávamos há muito atrás dos bilhetes, éramos literalmente "mais que as mães" (10 crianças, 5 adultos), mas lá arranjámos uma fila inteirinha para nós, para vermos esta história mágica transformar-se numa peça com gente de carne e osso.
Gostámos muito. Mantém o estilo metafórico (deixando algumas interrogações às crianças), mas a ideia é mesmo essa: o essencial é invisível aos olhos. Parte da peça só pode ser entendida com o coração...

Os meus filhotes mais velhos já tinham ouvido o livro (contado pela mamã, há uns anos, ainda eles não sabiam ler). Depois leram os pequenos livros que foram feitos sobre esta história (editados pela ASA). Mas os mais novos não conheciam. Vou ter de lhes ler o livro como fiz com os manos deles. E talvez nessa altura o Dudu perceba porque lhe chamo às vezes "Meu Principezinho".

(Dudu) É por causa do cabelo em pé?
(Mãe) Não, filho... é porque eu acho que tu vieste lá de um planeta distante.

Dudu sorri com ar maroto.

(Dudu) Pois é. ;)



Família de saída. Nonô aparece não com a sua malinha de pôr a tiracolo (onde ela costuma leva o baton, os lenços de papel e o porta-moedas sem moedas, sabe-se lá porquê), mas com uma mala que quase parece de viagem.


(Mãe) Nonô, que mala é essa?

(Nonô) Levo só umas coisinhas, posso precisar.

(Mãe) Que "coisinhas", Nonô?

(Nonô) É só o livro de pintar com os lápis... posso ficar sem nada para fazer. Uma bonequinha... posso querer brincar. Umas bolachinhas... posso ter fome. As minhas moedas... posso querer comprar qualquer coisinha...


E por aí fora, para o caso disto e daquilo e do outro.
A mamã olhou então para a sua mala. Para o livro que lá tinha... não fosse apetecer-lhe ler. Para o caderno... não fosse apetecer-lhe escrever. As bolachinhas... não fosse apetecer-lhe comer. As moedas para o estacionamento. E ainda brinquedos perdidos dos filhos, para o que desse e viesse.
Nada a fazer... tal mãe, tal filha!
Nonô no miminho da noite:


(Nonô) Mamã, tu gostavas de ser eu?

(Mãe) Sim. E tu, gostavas de ser a mamã?

(Nonô) Sim!


Pensa melhor.


(Nonô) Mas ainda gostava mais de ser a Violeta...


Oficialmente trocada por uma jovem atriz argentina...
33 boas ideias para ocupar a pequenada!
(depois de visitar todas as feirinhas de Natal e já ter perdido a conta aos Pais Natais que se encontrou pelo caminho...)

http://www.buzzfeed.com/mikespohr/33-atividades-abaixo-de-u10-que-manterao-seus-fil#.vgjY5NJ29
Os ensaios da Banda do Pijama!

Afonso na guitarra elétrica
Titão na bateria
Dudu na flauta
Nonô vocalista

Só falta mesmo o Pai no Baixo e a Mamã nas teclas...




PS - Vai sem som para proteger os ouvidos dos mais sensíveis, ok?

O país encheu-se de festas de Natal!
Iniciámos hoje os passeios habituais das férias, e a mamã nem sem sabia para onde se virar:

- Meninos: Sintra ou Lisboa?

Escolheram Lisboa. Começámos pela Praça da Alegria, onde havia um Natal Medieval e passeios de pónei. O Pai Natal era "manhoso" e teve de "gramar" com o Dudu:

(Dudu) Pai Natal, desculpa mas tu és um impostor. A tua barriga é uma almofada! Tu gostavas de ser gorducho como o Pai Natal, era?

O que vale é que o Pai Natal era muito bem disposto e lá explicou que passara o ano a fazer dieta. Agora não tinha barriga e precisou de improvisar uma, senão não podia ser Pai Natal. Mas não convenceu o Dudu:

(Dudu) Feliz Natal, Impostor!





Seguimos para o Terreiro do Paço, onde havia carrosséis, uma Pista de Patinagem no Gelo (onde desistimos de andar, porque a fila era grande) e um Pai Natal mais convincente. O Dudu apalpou-lhe a barriga e ficou satisfeito:

(Dudu) Acho que este não é um impostor, Mãe...





Por último, e porque a pista de patinagem nos ficou atravessada, tentámos ir a uma alegada pista do Parque Eduardo VII, que não encontrámos. Ficámo-nos pelo parque infantil com slide (que eles adoraram!) e encerrámos o passeio com um almoço rápido num restaurante pequenino, ao pé do parque. Entrámos por ele adentro, cheios de fome, invadimos a casa de banho, fizemos confusão e o dono sorriu. Sentou-nos, deu-nos água da torneira (para eu não ter de comprar bebidas para aquela criançada toda...), serviu-nos e repetiu a comida dos esfomeados mais velhos (que só pagaram meia dose) e, no final ainda lhes ofereceu bolinho caseiro de chocolate.

- Cresci numa casa com 6 irmãos. Já tinha saudades desta confusão - disse-nos.

E saímos com votos de um Feliz Natal, de barriguinha cheia de espírito consolado. Mesmo com uns "senãos" e umas quantas improvisações (fora os ralhetes bem audíveis da mamã), valeu a pena. Vale sempre a pena :)

Amanhã há mais...






Nasceu ontem aquele que desejamos que seja um filho para todas as Mulheres portuguesas. Um espaço onde todas elas poderão ter voz, com as suas histórias, os seus talentos, as suas lutas, as suas verdades.
Chama-se Maria Capaz e nasceu na Barriga de Aluguer de duas Mulheres capazes de tanta coisa: a Rita Ferro Rodrigues e a Iva Domingues.
Agora, é um filho nosso, de todas nós que já lá estamos e de todas as que se quiserem juntar. Um filho que todas juntas teremos de nutrir, com textos, fotografias, vídeos e muito muito amor.

O meu primeiro contributo foi sobre livros:
http://mariacapaz.pt/livros/o-meu-amante-de-domingo-por-sara-rodi/



Mas também vou falar sobre Coisas de Pais. Sobretudo de Mães capazes de virar o mundo ao contrário para que haja nele lugar para os seus filhos.
Vamos a isto, Marias Capazes?


"MARIA CAPAZ é o novo projecto fundado por RITA FERRO RODRIGUES e IVA DOMINGUES, que se juntaram para criar uma plataforma inovadora de afirmação da mulher portuguesa e de discussão da condição feminina. MARIA CAPAZ irá analisar a actualidade informativa dando palco a todas as mulheres, conhecidas e anónimas, que tenham trabalhos válidos e pretendam dar-lhes visibilidade. É uma plataforma online que irá receber conteúdos de todos os formatos, desde entrevistas, crónicas, moda, entre outros.
Assumidamente feminista, este projecto propõe-se a ser o contributo português para esta causa na procura da igualdade de direitos e deveres entre homens e mulheres, afirmando a mulher portuguesa no Mundo."
Parabéns SIC K!


(Titão a enrolar-se nos lençóis, coberto de beijos da mamã) Espero que esta noite não tenha outra vez o mesmo pesadelo...

(Mãe) ???

(Titão) Eu estava no hospital com a cabeça partida e estava ao meu lado outro miúdo que também tinha partido a cabeça. Então apareceu uma enfermeira e colocou-lhe um capacete, cheio de fios ligados ao tecto. E eu percebi que iam tentar transformar-nos em robots. Mas eu consegui escapar, mãe!

Lembrete para a mamã: menos filmes de ficção científica nas férias! Venha de lá o "Sozinho em Casa" e "A Música no Coração".
Dudu e Nonô discutem acesamente na sala por causa de uma peça de puzzle. A mãe, sozinha com 3 da sua prole, procura terminar o seu jantar descansadamente, ganhando forças para um início de noite atribulado. À sua frente, o seu Titão, preocupado.


(Sebastião) Não vais fazer nada, mãe?

(Mãe) Agora não. Vou acabar de jantar.

(Sebastião) Eu também fazia estas fitas todas e gritava assim alto?

(Mãe) Não, filho. Tu foste o meu filho mais calminho. Foste aquele que me deu menos trabalho.

(Sebastião) É que o meu espermatozóide era muito esperto, mãe. Os outros desataram todos a correr e a empurrarem-se uns aos outros. Eu vi que havia um caminho mais curto e lá fui eu, sozinho, descansadamente.


Não sei o que lhe deu para se sentir na pele de um espermatozóide. Mas, imaginando-o dessa forma, ele seria mesmo isso tudo: aquele que, tranquilamente, lá se vai safando, sempre com um sorriso nos lábios. Sem stress...
Afonso observa a Mãe e a sua gigante mala.

(Afonso) Ó mãe, porque é que as mulheres andam sempre de mala?

(Mãe) Porque andam sempre com milhares de coisas. Bolachas para os filhos, Livros para ler, livros para os filhos lerem, brinquedos, casacos para os filhos... e tudo aquilo que achem que vão precisar e que os filhos possam vir a precisar, ainda que ninguém vá precisar de nada.

(Afonso) E porque é que os homens nunca andam com mala?

(Mãe) Porque somos diferentes, filho. Os homens geralmente são mais descontraídos. Não perdem tanto tempo a pensar naquilo que eles ou os filhos possam vir a precisar. Se quiserem levar alguma coisa... metem nas malas das mulheres!

(Afonso) Fogo, mãe! Ainda bem que nasci homem... Descanso muito mais as costas e a cabeça!
(Dudu) Ó mãe, eu nasci já vestido ou estava nu?

(Mãe) Nu, filho.

(Dudu) Eu estive sempre nu na tua barriga? E a Nonô também?? Ninguém nos vestiu roupas nenhumas?

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(Dudu) Os homens também podem ter bebés na barriga?

(Mãe) Não, filho. Só as mamãs. Tu sabes...

(Dudu) Hum... E se os homens engolirem os bebés?
(Nonô) Mãe, desenhas-me uma Mãe Natal?

A mãe estava distraída a ver o Dudu a pintar estrelas, e saiu-lhe isto...


(Nonô chocada) Mãe?!?!?!? A Mãe Natal não pode ter barbas! Tu desenhaste um Pai Natal disfarçado de mulher!!!

Lá me redimi, pronto. Só mesmo a minha filha para tornar o Natal mais feminino...




Ficou de língua de fora, a tentar desenhar o seu primeiro Pai Natal...



Depois foi ver imagens no iPad. Já não arriscou nenhum Pai Natal, mas as árvores e as estrelas ganharam novos contornos!
Vivam as novas tecnologias!



Vídeo brutal sobre aquilo que ainda é comum pensar-se sobre as Mulheres e o tanto que tem de mudar, na forma de olharmos o seu papel.



Eu tenho uma filha no meio de três filhos rapazes, que não sabe o que é ganhar um luta de manos, ser a melhor marcadora numa partida de futebol ou bater o stick com a mesma força dos manos. A minha tarefa é explicar-lhe que somos criaturas diferentes e ainda bem. Não precisamos de competir a toda a hora pelas mesmas coisas. Melhor do que a competição é a complementaridade, dando cada um aquilo que tem de melhor.
E ao ouvido dizemos uma à outra, entre risinhos ultra-hiper-mega-femininos: "Nós conhecemos os segredos do mundo! Xiuuuuuuuuuuu!"

Acho cada vez mais que ser mulher é isto. Transformar o mundo num lugar menos competitivo, onde cada pessoa diferente poderia ser um filho nosso, que amaríamos da mesma forma. Sem julgamento. Sem preconceito. Com amor.
Ser Mulher é isto (ou também isto, entre tantas outras coisas): a experiência intensa (às vezes dura) de devolver ao mundo o Amor Original.

PS - Em todo o caso, ai dos meus filhos que lhe digam que ela não pode jogar porque é "miúda". Desafio-os logo para uma partida com a Mamã (que ainda vai dando luta... não por muito tempo! :)).
A mamã agora tem aulas de dança na escola dos filhotes. Não é nada muito a sério (não, não voltei ao ballett! Isso só quando os filhos saírem de casa!). Apenas 2 horas de muito boa disposição com outras mamãs. E, na última aula, o professor sugeriu:

- A próxima aula é a última antes do Natal. Se quiserem, podem trazer os vossos filhos.

Olhámos umas para as outras. Éramos 6 mães, 5 delas tinham 3 filhos cada uma. Eu, 4. Se os levássemos à aula seríamos 1 professor + 6 mães + 19 crianças. Impossível!

E dei por mim a pensar: o que é que leva 6 mães de famílias numerosas a ir dançaricar às 8 e meia da manhã (depois de duas horas de acorda-levanta-te, veste-despe, pequeno-almoços, mochilas-casacos, cintos, ufa)?
Se calhar é mesmo a melhor forma de ganharem pedalada para o resto do dia...
Afonso e Sebastião "catados" à conversa:


(Afonso) Sabes o que é o Nada?

(Sebastião) ??

(Afonso) O Nada é consciência.

(Sebastião) ?? Isso é alguma música?


Tão iguais, tão diferentes...
E os pais, que são só uns, a ter de gerir todas estas (deliciosas) diferenças...


Sebastião a olhar o seu prato com uma perna de pato.


(Mãe) Então, Sebastião? Não comes?

(Sebastião) A carne está boa. Mas já viste que para comermos carne temos de matar animais?


Vamos ter outro vegetariano cá em casa...
A caminho da escola:


(Mãe) E então? Já pensaram na vossa boa ação para hoje?

(Afonso) Hoje vou dar um abraço a alguém necessitado.

(Mãe) Olha que bem...


Mãe estaciona. Afonso sai do carro e corre a abraçar-me com jeitinho.

Ele há dias em que a minha boa ação é conter-me para não o virar do avesso...
(Afonso no auge do seu disparate) Mãe, acho que estou a viver um amor como o das novelas.


Mãe contorce-se na cadeira. Respira fundo e prossegue:


(Mãe) Então, filho? Estás apaixonado?

(Afonso) Sim. Mas é um amor platónico.


Mãe contorce-se novamente. Vêm-lhe à cabeça imagens de atrizes famosas, professoras, miúdas de 16 anos...


(Mãe) E é platónico porquê?

(Afonso) Porque tu não me vais deixar ficar com elas...

(Mãe) Elas???

(Afonso) Sim, mãe. Vivo uma paixão platónica por uma nova marca de bolachas de chocolate, que tu de certezinha que não me vais deixar comer...


Não sei como é que ainda lhe dou ouvidos...
No regresso da escola:

(Nonô) Então, meninos? Cumpriram o vosso compromisso? (quem não acompanhou a saga, espreite aqui)

E não é que cumpriram?

- O Afonso ainda não tinha batido no Sebastião. (é certo que não se viram o dia todo, mas conseguiu aguentar-se até à hora do deitar)
- O Sebastião não precisou de deixar ninguém jogar, não ficou ninguém de fora, mas lembrou-se do compromisso e endireitou a cadeira de uma colega, que lhe disse "Obrigada"
- O Dudu brincou com o L.. Ele hoje já não estava sozinho, mas o Dudu lembrou-se e já foi qualquer coisa.
- A Nonô partilhou com as amigas todas as coisas que tinha levado para a escola.

(Sebastião) E tu, mãe? Lembraste-te do teu compromisso?
(Mãe) Lembrei. O dia todo! Pensei numa data de coisas giras para fazermos, mas o pai ficou preso numa reunião, teve de vir a mãe buscar-vos, atrasou-se, e agora estamos quase na hora do hóquei e...
(Sebastião) Deixa lá, mãe. Já vais andar connosco de um lado para o outro. É qualquer coisa.

E perante uma reação destas, tão fofinha, amanhã tenho mesmo de preparar-lhes uma surpresa!
Não é novidade para muitos países nórdicos, mas em Inglaterra só nasceu agora: uma creche ao ar livre, para conhecer, experienciar e meter as mãos na massa.



http://lifestyle.sapo.pt/familia/crianca/artigos/londres-acolhe-a-primeira-creche-ao-ar-livre-sem-paredes-e-sem-salas-de-aula

Portugal, vamos a isto?
A caminho da escola:


(Mamã) Meninos, hoje vamos inaugurar uma nova rubrica matinal.

(Afonso) O meu Pai tem bigode?

(Mãe) Não, muito melhor do que isso. Chama-se "O que é que eu hoje vou fazer, de especial, pelos outros?"


Silêncio. No rosto deles aquela expressão de "A mamã está-se a passar!".


(Mãe) Não é difícil, vá. Só têm de se comprometer a fazer alguma coisa especial por alguém.

(Afonso) Ok, então eu hoje não vou bater no Sebastião.


Compromisso difícil. Compromisso aceite.


(Nonô) Eu vou partilhar os meus cromos com as minhas amigas.


Até aqueles mais cor-de-rosa? Ui, que difícil! Compromisso aceite.


(Dudu) Eu vou brincar com um menino da minha sala que nunca brinca com ninguém.


Mas que coisa tão bonita! Compromisso aceite.


(Titão) Eu vou deixar jogar à bola aqueles que jogam muito mal.


Ui, cada vez melhor. Compromisso aceite.


Escola à vista. Mãe estaciona.



(Mãe) Agora não se esqueçam do vosso compromisso...

(Titão) Então e tu, mãe? Vais fazer o quê?


Ai! Ui! E agora?


(Mãe) Vou ligar a uma amiga que eu acho que vai gostar de receber um telefonema meu.

(Titão) E por nós? Não fazes nada pelos teus filhos?

(Mãe) Faço o jantar, preparo a casa e as roupas e...

(Titão) Alguma coisa para nos fazeres felizes!

(Mãe) Dou-vos abraços e beijinhos.

(Titão) Isso já dás todos os dias. Tem de ser uma coisa diferente.


Ui! Ai! E agora?


(Mãe) Então a mãe promete que vai pensar numa coisa qualquer diferente para vos deixar muito felizes.

(Dudu) E é o quê?

(Mãe) Uma surpresa.


Lá seguiram para a escola, todos contentes.
E eu, à custa da minha nova rubrica matinal, lá me lixei...
Agora toca a pensar em qualquer coisa criativa! Senhores leitores, alguma ideia?
O Papá pediu-lhe um desenho lindo e ela desenhou-se a si e ao Papá, de mãos dadas.


A árvore sorria, o sol sorria, o céu sorria... Aos 5 anos, tudo sorri. Aos 5 anos, tudo tem vida.
E acho cada vez mais que o segredo é mesmo nunca deixar de "ter" 5 anos.
E finalmente... temos árvore!

Não é que estejamos atrasados em relação aos outros anos: dia 8 costuma ser o dia de montar a velhinha Árvore de Natal, com o velhinho Presépio herdado da Bisa H. Mas hoje, às 18.30h, ainda estava a mãe a chegar do supermercado, jantar por fazer, banhos por tomar...

(Nonô) E não fazemos a árvore, Mamã?

Fazemos, pois! Como o pernil no forno (vá... era pré-cozinhado! Não há milagres...), metemos mãos à obra, e este ano já o fizemos a 6 (o ano passado também, mas ainda tínhamos 2 pequenotes a desajudar mais do que ajudar!). Às 19h30 há estava tudo a tomar banho, enquanto o pernil tostava.




(Mãe) Então, meninos? Ficou bonita, a nossa árvore?

(Dudu) Sim... Mas o ano passado a árvore era muito maior!


E explicar-lhe que ele é que cresceu, e que o tamanho de algo depende sempre de quem o vê?
A viagem foi atribulada, por entre um toque que nos deram no carro e a dificuldade em descobrir o Teatro de Carnide (que eu confundi, desde o início, com o Teatro da Luz). Éramos 15 adultos (5 adultos e 10 crianças) e reunir os "cavaleiros" , sentá-los e sossegá-los (eles, que estão sempre prontos para a "batalha"), não foi fácil.
Na sala, o cenário eram uns dez bidons azuis, metálicos. Apenas. Não, não era um espectáculo de Stomp. O que seria, também não sabíamos. Mas à partida (só assim mesmo à partida), uma lenda medieval e bidons azuis eram coisas que não colavam.

Foi então que chegaram os atores. Cantaram, representaram, encantaram. O texto era muito divertido, muito dinâmico, inovador, os bidons moviam-se, os atores apareciam e escondiam-se, interagiam connosco, faziam ritmos, explicavam-nos o que ia acontecendo de forma muito divertida, e o público entendia e ria com eles.
Três das crianças que levávamos tinham 5 anos (1 a menos do que os 6 recomendados), e no carro tratei de perguntar o que tinham apreendido. Tudo. Bem... algumas nomes eram difíceis de decorar, mas perceberam que havia feiticeiros (mesmo com eles de calças de ganga e blusa de alças), que havia cavaleiros (vestidos da mesma forma), que havia amor, traição, e uma história de encantar, mesmo sem um final feliz.


(Nonô) Mamã, quero ser cavaleira!!!


Para alguém que deseja desde sempre ser princesa, foi uma viragem radical... que, claro, meteu lutas de almofadas no regresso, batuques nos móveis e danças em cima dos rolos da cama. Uma alegria para eles! (uma dor de cabeça para a mamã...)


Mas recomendo vivamente! Para miúdos e graúdos.





(fotografia Margarida Robert)
(Afonso) Mãe, ando aqui intrigado com uma coisa.


Ui! Ui! Quando ele começa assim até tremo...


(Afonso) É verdade que as moscas vivem poucas semanas?

(Mãe) Sim, acho que umas 7 ou 8, com sorte.

(Afonso) E será que isso corresponde para aí aos nossos 80 anos? Era giro que elas envelhecessem dez anos em cada semana. Na primeira eram crianças. Na segunda viviam na adolescência. Na terceira casavam e tinham filhos... e isto assim até serem velhotas e morrerem.


Claro que, antes disso, podem ser esborrachadas por um humano ou embaterem num carro a grande velocidade... Mas parece-me uma ideia bem gira!
Leitores biólogos, alguém se atreve a dissecar esta hipótese?

(Melhor tratamento anti-ranhos, ranhetas, tosses e comichões)

Amigos de Évora,

a Sofia do blog 4 D vai fazer mais um mercadinho na nossa cidade. É já amanhã, a não perder! Todas as novidades AQUI!

Titão em casa com os seus cinco pontos na cabeça.
Manhã perfeita para escrever um livro com a sua mãe.

A história já tinha ficado decidida há uns dias (ver AQUI) mas foi a cabeça partida que nos deu o tempo e a disponibilidade necessárias.

(Mãe) Então, filho? Como é que vamos começar a história?
(Sebastião) Pelo princípio.
(Mãe) Não tem de ser pelo princípio. Podemos começar pela parte mais emocionante e depois voltamos para trás.
(Sebastião) Normalmente as histórias começam com um bocado de seca e depois é que vem a história.
(Mãe) E é exatamente por isso que tu achas as histórias... uma seca! Não, nós vamos começar pela parte mais empolgante, mas não contamos tudo... Deixamos em suspenso, enquanto voltamos atrás para contar o que aconteceu até aí.

Arregalou os olhos e iniciou os trabalhos. Vai ser uma looooonga manhã, só para escrever o primeiro capítulo. Mas conto que valha bem a pena...
Mais uma cabeça partida para as contas cá de casa.
Desta vez (e mais uma vez) a vítima foi o Sebastião, que a jogar à bola escorregou numa poça e caiu para trás.
Cinco pontos naquela cabecinha linda.


(Enfermeira) A mãe não se impressiona?
(Mãe) Não, não se preocupe. Já vim aqui costurar filhos algumas vezes...


Regressou a casa feliz e contente. Com o feriado de segunda, fica ao todo 5 dias em casa, com os mimos de toda a gente. Até quase que vale a pena partir a cabeça de vez em quando. (Brincadeirinha, ok??)

(Afonso) Consegues explicar-me como é que eu gosto tanto de tudo aquilo que faz mal e tu só gostas daquilo que faz bem?

(Mãe) O que é que é "gostar"?

(Afonso) É ter prazer em comer.

(Mãe) Os fumadores sentem um prazer imenso quando fumam. Os toxicodependentes sentem um prazer imenso quando se drogam. Substâncias como o açúcar atuam nos mesmos centros de prazer. Podes deixar-te viciar pelo que te dá prazer, mesmo sabendo que, a curto, médio ou longo prazo, estás a fazer mal ao teu organismo. Ou podes fazer escolhas inteligentes.

(Afonso) Bolas! Eu sonho com um mundo em que os hambúrgueres com batatas fritas são a comida mais saudável do mundo!

(Mãe) Podes sonhar. Mas nesse mundo tu não podes ser humano. Tens de ser outra criatura qualquer com outro tipo de organismo que não depende de uma alimentação saudável para evitar uma quantidade enorme de doenças.


Às vezes penso que lhes dou "ensaboadelas" demais.
A verdade é que já não tenho muitos anos pela frente, até deixar de poder controlar aquilo que os meus filhos comem. A maioridade trará liberdade. Autonomia. Decisão própria.
Hão-de fazer os seus disparates. Muitos. Mas espero sinceramente que, das ensaboadelas da mamã, fique lá qualquer coisinha...

(Afonso) Mãe, sabes que há um jogo de computador para ensinar a roubar?

(Mãe) ???

(Afonso irónico) É uma coisa importante hoje em dia, mãe... Se eu não souber roubar, como é que eu posso vir a ser político?


E é assim que as nossas crianças olham para a política do país...
A Nonô foi ao cabeleireiro com a sua mamã, e não descansou enquanto não convenceu o Zeca a fazer-lhe uma trança de um lado e uns caracóis do outro.


Saiu do cabeleireiro em êxtase absoluto. Já em casa, foi pintar os olhos, os lábios, as unhas e pôr o fato de princesa. E assim se pavoneou todo o domingo, mais vaidosa e peneirenta do que nunca.

Ontem, já sem trança e o cabelo lisinho como sempre, perguntou-me quando podia levá-la novamente ao cabeleireiro.


(Nonô) Até já falei com as minhas amigas, e elas querem todas ir ao Zeca!


Ele que comece a montar já um gabinete infantil... é a loucura feminina dos 5 anos!

Publicidade fresquinha!

Os meus livros estão todos com 20% a 40% de desconto e portes grátis no site da Wook. AQUI e AQUI!
Toda a coleção do "Leo, o Menino do Circo" (7 livros, no total, para meninos dos 3 aos 8 anos) fica a 15,75€. AQUI

Claro que também há lá milhares de outros livros à venda, para todos os públicos e idades, com descontos apetecíveis. Eu neste momento sinto-me uma espécie de Alexandre Silva na campanha publicitária de Natal da Wook. Dia sim, dia não, tenho o carteiro à porta a trazer-me livros!
(Nonô) Mãe, hoje sou eu que lavo a loiça...

Lá diz o ditado que ajuda de criança é pouca, mas quem a desperdiça é louca.
E foi assim que a mamã hoje ficou a saborear a sua fruta e a ler a Sábado, descansadamente, enquanto a sua filhota lavava a loiça...



Mas claro está... não se pode ter tudo!