Coisas de Mulheres vs Homens

- 30.12.14

Luís Aguiar-Conraria escreveu na plataforma Maria Capaz sobre um assunto que me parece muito interessante. A desigualdade entre homens e mulheres que ainda existe no nosso país, no plano laboral (e o tema é um dos temas centrais na plataforma), mas colocando uma questão muito pertinente: sujeitas ao mesmo tipo de estímulos, sem condicionamentos sociais e culturais, serão as mulheres "iguais" ao homem? Serão igualmente competitivas e adeptas do risco?
Dá-nos então conta de um estudo realizado por uns colegas seus, que colocaram jovens de 15 anos a jogar o mesmo jogo competitivo, divididos em grupos de 4. Alguns grupos só de rapazes, outros só de raparigas e outros mistos. No final as raparigas revelavam-se menos competitivas e menos adeptas do risco, mas havia alguns detalhes a ter em conta:

"Nas equipas de raparigas, elas são tão competitivas e mostram a mesma atracção pelo risco que os rapazes. De alguma forma, o seu comportamento estava condicionado quando misturadas com rapazes. Houve outro resultado no estudo que sobressaiu. Alguns dos jovens vinham de escolas só de rapazes ou só de raparigas. Independentemente de terem calhado num grupo misto ou não, as raparigas que vinham de escolas femininas tinham a mesma competitividade e o mesmo gosto pelo risco que os rapazes."

Não tenho certezas nesta matéria, até porque tenho uma filha que, apesar de estar inserida numa equipa maioritariamente masculina (3 manos rapazes) não gosta nada de competir nem de correr riscos, ao contrário dos manos. Mas se querem alguém com faro apurado, inteligência emocional e ponderação, falem com ela! E isso fazia falta cá em casa, para o correto equilíbrio de forças. Como faz falta em qualquer contexto laboral, onde esse equilíbrio é igualmente fundamental.

Na tradição oriental existe o Yin e o Yang e cada vez me faz mais sentido pensar as coisas dessa forma. Há duas energias, a feminina (Yin) e a masculina (Yang). A feminina trabalha mais a recepção (ouvir, ponderar, acolher, receber, proteger, cuidar), a masculina o avançar (ir, construir, romper, arriscar). Mas há mulheres com a energia masculina muito desenvolvida e homens com a energia feminina em dominância. E não faz mal algum que assim seja. Desde que se respeite aquilo que essa pessoa tem de bom e de válido, e desde que não se ache que a energia feminina é mais fraca do que a masculina. Para haver quem avance, é necessária haver quem fique. Para haver quem rompa, é necessário haver quem ajeite o pano e quem dê confiança a outros para avançar por ali. Independentemente de ser um homem ou uma mulher. O importante, como defende a tradição oriental, é o equilíbrio. Porque uma sociedade que só avance, pode dar passos maiores do que as pernas e não saber como geri-lo depois. Uma sociedade que não avance, estagna.
Precisamos de uma sociedade com os dois pólos bem desenvolvidos. Um yin yang perfeito. E cada qual que se identifique com o pólo que quiser e dê o contributo que entender. E terá todo o valor por isso.


Para lerem o artigo completo do Luís espreitem AQUI.

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