Coisas de Pais
No meio da confusão do Natal, cometi uma proeza de mãe que ainda não me tinha lembrado de contar neste blog: cortei o cabelo ao meu filho! O Afonso quando era pequeno levava muitas "rapadelas" minhas, mas usava uma máquina xpto que o pai ofereceu, de modo que a única preocupação era passar o pente 3 por toda a sua cabeça cheia de remoinhos, sem deixar muitas pontas grandes. O único incidente que aconteceu foi no dia em que o pai quis ajudar e teve a infeliz ideia de usar o pente 1 para lhe aparar as patilhas e o cabelo atrás. As patilhas ainda se safaram, mas quando tentou acertar os biquinhos de trás, escapou-lhe a mão e lá ficou o meu Afonsinho com uma bela auto-estrada na cabeça, pronto para entrar no mais radical episódio dos Morangos com Açúcar. Comecei a emitir gritos surdos, aflitos, enquanto o pai dizia "calma, calma", e o Afonso chorava de nos ver tão aflitos: "Cortaram-me a cabeça... Escalparam-me...", pensava. Nada disso! O Afonso apenas tinha uma risca sem cabelo que lhe percorria grande parte da cabeça, mas isso era o suficiente para a mãe e o pai o olharem com terror e culpa: "Porque é que fizeste isso?", "Tu é que me distraÃste", "O que é que fazemos ao miúdo?", "Rapamos-lhe a cabeça, o que mais podemos fazer?". E o Afonso berrava, berrava, berrava... E com razões para isso, coitadinho. Passou grande parte do Inverno com três milÃmetros de cabelo que nunca mais cresciam...
A partir daÃ, o Afonso passou a ir sempre ao cabeleireiro. Mas o Sebastião ainda não tinha passado pelas mãos terroristas da mãe. E quando uma professora da escola do Afonso me veio dizer que o Afonsinho tinha uma mana muito bonita, achei que tinha chegado a hora dele. Como tem o cabelo mais bonito (com menos arrepios e alguns caracóis), achei que a máquina não servia, de modo que peguei na tesoura e aqui vai disto. Agarra-se com os dedos e zás-trás, por todo o cabelo, franja a direito, patilhas à tigela... A teoria tinha-a toda, mas quando terminei a tarefa, o meu filho ficou com um ar de Santo António sem careca que só uma mão cheia de gel conseguiu disfarçar. Nas festas a minha façanha passou despercebida (até porque o cabelo do Afonso foi cortado por uma cabeleireira e ainda ficou pior), mas assim que a minha empregada chegou, no dia 26, disse-me logo com aquele sorrisinho malandro brasileiro: "O Sebastião está com ar de filho que levou tesoura da mamãe..." E como não posso pôr gel no cabelo dele todos os dias, lá ficarei uns dias sem lhe tirar fotografias, até lhe cortar o cabelo outra vez... no cabeleireiro!
Diálogo do dia: "Afonso, já te disse para não trepares às prateleiras...
Mas eu tenho que treinar para aprender a voar, mamã..."
No meio da confusão do Natal, cometi uma proeza de mãe que ainda não me tinha lembrado de contar neste blog: cortei o cabelo ao meu filho! O Afonso quando era pequeno levava muitas "rapadelas" minhas, mas usava uma máquina xpto que o pai ofereceu, de modo que a única preocupação era passar o pente 3 por toda a sua cabeça cheia de remoinhos, sem deixar muitas pontas grandes. O único incidente que aconteceu foi no dia em que o pai quis ajudar e teve a infeliz ideia de usar o pente 1 para lhe aparar as patilhas e o cabelo atrás. As patilhas ainda se safaram, mas quando tentou acertar os biquinhos de trás, escapou-lhe a mão e lá ficou o meu Afonsinho com uma bela auto-estrada na cabeça, pronto para entrar no mais radical episódio dos Morangos com Açúcar. Comecei a emitir gritos surdos, aflitos, enquanto o pai dizia "calma, calma", e o Afonso chorava de nos ver tão aflitos: "Cortaram-me a cabeça... Escalparam-me...", pensava. Nada disso! O Afonso apenas tinha uma risca sem cabelo que lhe percorria grande parte da cabeça, mas isso era o suficiente para a mãe e o pai o olharem com terror e culpa: "Porque é que fizeste isso?", "Tu é que me distraÃste", "O que é que fazemos ao miúdo?", "Rapamos-lhe a cabeça, o que mais podemos fazer?". E o Afonso berrava, berrava, berrava... E com razões para isso, coitadinho. Passou grande parte do Inverno com três milÃmetros de cabelo que nunca mais cresciam...
A partir daÃ, o Afonso passou a ir sempre ao cabeleireiro. Mas o Sebastião ainda não tinha passado pelas mãos terroristas da mãe. E quando uma professora da escola do Afonso me veio dizer que o Afonsinho tinha uma mana muito bonita, achei que tinha chegado a hora dele. Como tem o cabelo mais bonito (com menos arrepios e alguns caracóis), achei que a máquina não servia, de modo que peguei na tesoura e aqui vai disto. Agarra-se com os dedos e zás-trás, por todo o cabelo, franja a direito, patilhas à tigela... A teoria tinha-a toda, mas quando terminei a tarefa, o meu filho ficou com um ar de Santo António sem careca que só uma mão cheia de gel conseguiu disfarçar. Nas festas a minha façanha passou despercebida (até porque o cabelo do Afonso foi cortado por uma cabeleireira e ainda ficou pior), mas assim que a minha empregada chegou, no dia 26, disse-me logo com aquele sorrisinho malandro brasileiro: "O Sebastião está com ar de filho que levou tesoura da mamãe..." E como não posso pôr gel no cabelo dele todos os dias, lá ficarei uns dias sem lhe tirar fotografias, até lhe cortar o cabelo outra vez... no cabeleireiro!
Diálogo do dia: "Afonso, já te disse para não trepares às prateleiras...
Mas eu tenho que treinar para aprender a voar, mamã..."