Do tempo em que adorava contar-me mentiras (mais tarde identifiquei-me tanto com o Calvin da BD Calvin&Hobbes! Ela era o pai...) até ao tempo em que lhe media todos os gestos (e lhe "pedia emprestadas" umas roupas e brincos) para ser mais parecida com ela, foram anos de muitas turras e uma enorme aprendizagem.
Depois ainda ganhámos um irmão, perdemos um irmão, e segui sempre com muita atenção a forma como superava dificuldades e lutava pelos seus sonhos. Sob o meu olhar atento tornou-se mulher e depois mãe. Profissional e amiga de tanta gente. Mas minha, e só minha, irmã. (Que privilégio!)
Fui e continuo a ser a sua bela carracinha. Agora já não colada à sua pele, ou à boleia das suas festas para poder sair à noite, mas sempre tendo-a como uma enorme referência nos bons e nos maus momentos da minha vida.

Obrigada, Manocas! Feliz Dia dos Irmãos!

(Mãe) Sabias que hoje é Dia dos Irmãos?

(Nonô) A sério? Então os meus manos estão de parabéns.

(Mãe) Tu também estás, filha...

(Nonô) Não. Eu tenho de esperar pelo Dia das Irmãs...


E é por estas e tantas outras aprendizagens, que não trocava o descanso e a serenidade por esta minha casa louca cheia de filhos. Comem-se vivos aos outros, os manos, mas estou em crer que, daqui a uns anos, vão dar tanto valor ao facto de se terem uns aos outros!

Feliz Dia dos Irmãos (e das Irmãs, pronto!), meus filhotes!
O Titão é o meu filho que desenha melhor.
O Titão é também o meu filho que está sempre a ouvir na escola que não desenha bem ("Eu só preciso de mais tempo, mãe! Eu sou muito perfecionista, faço tudo muito devagar e depois tenho de acabar à pressa e fica tudo mal!")


(Titão sorridente) Isto é para mim, mãe? Posso já começar a desenhar?


O Titão é igualmente o meu filho que tem de aprender que nem sempre as críticas que lhe fazem na escola são para ser levadas a sério. (algumas sim, outras só servem mesmo para beliscar a auto-estima de um menino feliz. Espero andar por cá ainda uns bons anos, para o ajudar a perceber a diferença).

O João Rodrigues é um amigo de longa data, ilustrador do meu livro "A Garrafa Mágica", e que agora anda a pintar uma escola em Ponte de Sor com murais deste género...


Ora numa escola onde há arte em cada esquina, e essa arte ainda por cima espelha o amor, só podem acontecer coisas boas...

Venham daí mais iniciativas deste género! E se não houver verba para chamar artistas, que se convoquem os artistas que há em cada escola.
Eu Ilumino. Tu Iluminas. Ele ilumina.
E, todos juntos, iluminamos melhor!

ILUMINA é o novo livro da escritora e ilustradora Rita Correia, que já nos anda a "iluminar" com o seu trabalho há algum tempo...

Força, Ritinha! E não deixes nunca de tentar transformar o mundo num lugar melhor...






E podem espreitar tudo sobre este livro AQUI.

... e tudo aquilo que lhe passa pela cabeça dizer depois de meia hora de negociações com o mais velho...



Para os mais velhos o primeiro livro do youtuber Nurb (os outros que me perdoem, mas este é mesmo o meu favorito!).

Para os mais novos, o último da Isabel Zambujal, que tem sempre ideias tão originais para os seus livros! E assim aconteceu mais uma noite boa :)
Há uns posts atrás, comentei por aqui que o presente que a minha filha desejava para os anos era... uma pen!

E não é que ela recebeu mesmo uma pen na sua festa de anos?
Só não sei é de quem, porque no meio das 3 pilhas de brinquedos, perdi a conta a quem tinha dado o quê. Como imagino que foi alguma mãe ou pai que o soube por aqui, que se acusem. Ela ficou verdadeiramente feliz, e eu imensamente grata por isso.


E quando planeamos uma festa de anos no jardim para 50 crianças (gémeos têm amigos diferentes, amigos de atividades diferentes, é tudo a dobrar!) e, depois de semanas de sol e bom tempo, nos calha um dia chuvoso em que, nem com muito boa vontade, se pode deixar uma criança na rua?

(Crianças. Muitas!) O que é que vamos fazer?

Valeu de tudo! Saltar à corda no hall, quarto escuro no quarto, guerra de nerfs pela casa toda, vestidos e maquilhagens, sessão fotográfica com ventoinha, bailarico...

Valeu-nos o megafone do pai, quando a mãe já estava sem voz, e a criatividade das tias, que lá iam ajudando com sugestões para entreter a pequenada. No final, o objetivo foi cumprido: entregámos todas as crianças suadas mas inteiras. Depois foi só ficar umas horas a libertar o chão de brinquedos, roupas, balas e restos de comida.

(Dudu) Mãe, temos de fazer outra festa quando voltar o bom tempo!

(Mãe) Sim, sim, meu filho... Na primavera do próximo ano!


E ainda o Lewis Carrol queria que se comemorassem os não-aniversários... livra!
Nonô deitada na cama, aborrecida.

(Mamã) O que é que se passa, Nonô?

(Nonô) É aquele problema que tu sabes... Tenho manos a mais!

(Mamã) Ó filha, mas isso tem coisas boas.

(Nonô) Só de vez em quando. Já sei, mãe: tu podias mandar os manos para um colégio interno e ficávamos só eu, tu e o pai, sossegados... E os manos vinham ao fim de semana.
Gritaria e confusão...

A mãe chama o Titão.


(Mãe) O que é que aconteceu?

(Titão) A Nonô irritou o Dudu, o Dudu bateu na Nonô, o Afonso bateu no Dudu. Enfim... o ciclo da vida.
Quando o nosso filho mais velho nos pede com jeitinho que lhe reencaminhemos um código (porque teve de dar o nosso número e tal), e esse código surge num SMS com o título "MLovers"...


(Mãe) No que é que tu andas metido, meu rico filho?!?!


E afinal o MLovers é só uma abreviatura de MacLovers, da MacDonald's...

Dahhhh!


Paixões, por agora (ou que eu saiba!) o meu filho só tem por hambúrgueres.

Mas ficou com matéria de sobra para gozar comigo durante um bom mês...


(Afonso) Se receberes outro código de "MTinder", reencaminha-mo logo, por favor... Brincadeirinha!



O Titão andava a pedir este jogo há séculos, e a mamã encontrou-o finalmente na Norte Escolar, uma empresa muito eficaz que envia todo o tipo de material didático para todo o país.

E, ao fim de meia hora, já tinha percebido porque é que o Titão me pedia o jogo. Português, História e Inglês podem não ser com ele (terão de o ser por mais uns anos. Nada a fazer!). Mas habilidade e criatividade não lhe faltam...


Depois de uma noitada a estudar o conjuntivo, verbos transitivos, intransitivos e copulativos, grupos adverbiais, sujeitos da passiva, modificadores e voz passiva (ufa!), com um filho que detesta Português, e passou o fim-de-semana a estudar 70 páginas de História para o teste da véspera, resolvi arriscar um SMS a seguir ao teste.


(Mãe) Como correu, filhote?

(Sebastião) Só me atrazei e ficai no entrevalo


Quero muito, e com todas as minhas forças, pensar que o corretor ortográfico "bugou" (como ele diz) e que ele, no meio de tanta gramática, tenha conseguido acertar um bocadinho mais no Português...

Mãe a "flipar" com a quantidade de matéria que os 4 filhos têm de enfiar na cabeça (ou que a mãe tem de lhes enfiar na cabeça) numa semana.

Filhos a reagir de maneiras diferentes:


(Afonso-o-adolescente-em-luta-com-as-hormonas) Isto é tudo uma seca! Tortura! Não aguento mais isto!!! Fui...

(Sebastião-o-conciliador-das-soluções-naif) O pai baldava-se um bocado nos estudos, não era? Se calhar era melhor teres arranjado um marido que fosse todo aplicadinho como tu, mãe. Ias ter menos trabalho...

(Nonô-a-que-não-dá-parte-fraca-era-o-que-mais-faltava) Eu sei tudo, mãe. Não te preocupes. Estou a errar de propósito para ver se tu estás atenta.

(Dudu-o-apanhado-dos-carretos) Não stresses, mãezinha. Respira fundo. Vou cantar-te uma canção: Ó mãe/ do meu coração/ Estás a precisar de férias/ Vai ao... Azerbeijão.




(Titão) E depois, em 1933, começou a ditadura "Salesiana"...

Pobre Dom Bosco. Para o que estaria guardado...
Tosca, mal amanhada, sem glamour algum... mas já tem sido albergue dos telemóveis cá de casa, ao final da tarde e fim de semana.

E viva o diálogo e a boa confusão em família!

Mãe convencida de que o Afonso não estudou o suficiente para Ciências, resolve abrir o livro e fazer-lhe algumas perguntas.


(Mãe) Dá-me então alguns exemplos de catástrofes provocadas pelo homem:

(Afonso) Temos mesmo de fazer isto, mãe?!

(Mãe) Estou à espera.

(Afonso impaciente) Ora... catástrofes causadas pelo homem: ataques nucleares, químicos... programas de televendas. Esse género de coisas que desequilibram os nossos ecossistemas.

A Nonô deu uma queda de bicicleta que lhe valeu um pequeno golpe no sobrolho e um olho inchado.

Hoje, a sua preocupação não era a dor nem o sangue (até porque já nem doía por aí além, e o sangue já tinha estancado há muito). Era, sim, o facto de toda a gente lhe perguntar o que tinha acontecido, desde os amigos às pessoas das lojas onde tivemos de ir.


(Mãe) Estás farta de contar sempre a mesma coisa, não estás?

(Nonô) Sim. Mas sabes? Pelo menos hoje ninguém me disse que eu era bonita...


É que criança bonita sofre...
Mãe zangada com o Afonso, que deixou crescer as unhas dos pés mais do que o permitido por lei (a lei cá de casa, pois claro!)

(Afonso) Cortar as unhas é uma seca, mãe. Um dia ainda vou inventar qualquer coisa para que as pessoas não tenham de andar sempre a cortar as unhas dos pés. Tipo uma máquina a laser que não deixe as unhas crescer.

(Mãe) É uma boa ideia. Mas também podes manipular geneticamente os humanos para começarem a nascer sem unhas.

(Afonso) Ya! Para que é que nós precisamos das unhas? (reflete) Hum... Espera. Se calhar não é boa ideia. Imagina que acontece qualquer coisa no futuro e os humanos voltam a precisar das unhas... Tipo, voltarem a viver nas montanhas. E depois vão passar a vida a dizer "Maldito daquele Afonso Dias que nos fez nascer sem unhas". Ya. É melhor deixar as unhas como estão.
No dia 16 de maio, há 8 anos, estava eu no hospital a pensar no tanto que mudaria a minha vida, poucas horas depois. De dois filhos, ainda pequenos, endiabrados como é suposto, passaria a quatro. "Nunca mais vou conseguir escrever um linha!", pensava. Não há criatividade que resista. Energia que não se esgote. Caberia a Sara-mamã-de-quatro, a Sara-escritora e a Sara-com-mania-que-tem-de-mudar-o-mundo num único corpo frágil?
Eram receios infundados, próprios da ansiedade do momento. Porque se há coisa que a maternidade nos dá, é a percepção de que somos efetivamente super-mulheres, não porque somos perfeitas e chegamos a todo o lado, mas porque, apesar da fabilidade com que nos confrontamos todos os dias (a nossa, nua e crua), que às vezes parece desmoronar tudo à nossa volta, e desmoronar-nos também, continuamos de mangas arregaçadas a dar o nosso melhor, todos os dias.
Não há duas mães iguais (nem dois pais), mas a maternidade é um exercício diário de auto-conhecimento, conhecimento do outro, gestão de conflitos, criatividade, recomeços e superações. E estou tão grata aos meus filhos (e ao pai deles também!) por tudo o que me têm ensinado!
Já vou escrevendo umas linhas, sim. Mudando o mundo um bocadinho. Às vezes melhor, às vezes pior. Às vezes só à custa de vitaminas e café, para trabalhar noite dentro. Corridas furiosas na praia para me esquecer das "guerras" do veste-despe, come-e-lava-os-dentes da manhã. Meditação para esquecer palavras menos doces (deles e minhas). Fazendo o que se pode e como se pode, e sobretudo encarando tudo isso (as conquistas e os fracassos, os choros e os risos) como uma enorme aventura. A grande aventura da minha vida...

Família. Relações. Descobertas e Afetos.
Sou uma privilegiada por receber destes amigos, livros que ajudam os meus filhos a crescer.
Obrigada, Susana Amorim! Obrigada, António Mota!

Se há uns meses me dissessem que ia ter os meus filhos colados ao ecrã até à meia noite, a ver o Festival da Canção e a mandar-me sms (os papás estavam num jantar com amigos) com os resultados, vibrando por Portugal, juro que não ia acreditar...

Obrigada, Salvador e Luísa Sobral. Que noite...

(Imagem do ilustrador João Rodrigues)



Depois de ontem, dia de tantos milagres e reconhecimentos, é mesmo caso para dizer: 'bora lá, Portugal!

"O meu nome: PORTUGAL

Um dia, também eu já fui criança.
Nasci, pela mão de homens e mulheres corajosas que acreditaram em mim e me desejaram com todas as suas forças, mesmo quando estas pareciam faltar-lhe.
Nasci e ganhei um nome: Portugal.
Era ainda frágil, precisava de quem olhasse por mim e cultivasse os valores e as competências que podiam fazer de mim grande. Grande naquilo que importa. Naquilo que marca e naquilo que perdura.
Homens e mulheres de valor atravessaram-me para conhecerem as minhas capacidades e os meus talentos. E, mesmo sabendo que eu não era perfeito, que eu daria as minhas quedas e sucumbiria às minhas intempéries, puxaram pelo melhor de mim. Lutaram sempre por mim.

E eu cresci. E cresceu em mim a sede de conhecer os outros. De desbravar o mundo e os mundos à minha volta.
Tornei-me aventureiro. Descobridor pela mãos de muitos homens que se lançaram ao mar e muitas mulheres que, em terra, os choraram.
A minha coragem era, por esses dias, inabalável. Às vezes também cega e inconsequente, como a de qualquer adolescente. Ganhei muito e perdi outro tanto. Tive amores e desamores. Visões proféticas e sonhos medonhos. A vida pulsava em mim e cada dia, cada ano, cada século, era uma aventura de dados e de factos. Intensos e fugazes. Vida em mim.

Mas o tempo passou e a sede de aventura serenou. Foi preciso estabilizar, trabalhar, enriquecer. Ser um país sério. Moderno. Mais justo. Mais organizado. E muitos homens e mulheres discutiram o que eu devia ser. As leis e as políticas. As estradas e os prédios. As escolas e as fábricas. Os grandes estádios e os centros comerciais. E todo eu me tornei números e estatísticas. Gráficos a baloiçar, ora para cima, ora para baixo. Coisas importantes. Urgentes. Inadiáveis. Sempre atrasadas. Pessoas sempre stressadas. E dei por mim mais vezes triste do que alegre. Mais vezes diminuído do que capaz. Atolado em tudo aquilo que nos rouba a visão do todo. Descrente.

Até que mulheres e homens que andavam por mim à deriva, começaram a juntar-se e voltaram a lembrar-me da minha essência, da minha história e de tudo aquilo por que passei até chegar até aqui. Tudo aquilo que aprendi e tudo aquilo que venci. E essas mulheres e esses homens convocaram também todas as crianças e jovens para que voltassem a acreditar em mim e em tudo aquilo que eu tinha para lhes dar, agora de uma forma mais saudável, mais sustentável, mais equilibrada, mais justa, mais consciente, mais feliz. Reuniram-se para debater o meu futuro, e colocaram no debate também os olhos do coração. Aqueles que sabem que um país é um pedaço de terra feito de Cuidado. Que implica que cada cidadão cuide de si, cuide dos outros, da sua comunidade, das outras espécies que nele habitam e dos recursos de que todos necessitam para viver. Porque um país, mais do que qualquer outra coisa, é um pedaço de Amor. E é quando todos os países forem pedaços de Amor, que a Terra, a nossa querida Terra, será tudo aquilo que pode ser...

Este é o Portugal que eu quero ser. E conto com todos vocês, dos mais pequeninos aos mais velhos, para me ajudarem a consegui-lo."

(Sara Rodi, para a Carta Aberta de Compromisso para um Portugal mais Consciente, Saudável e Feliz a Cuidar da Casa Comum, que vos convido a todos a subscrever AQUI)

Dudu depois de fazer mais uma das suas, daquelas que põem a mãe de cabelos em pé:

(Dudu) A minha sorte é que tu me amas, não é, mãe?

E não esqueço as palavras da primeira educadora dele que, percebendo desde logo o seu feitio tão peculiar, me disse um dia que a sorte do Dudu era ter nascido na nossa família. Não por ser a nossa, em particular, mas por ser uma que o amava incondicionalmente e que tudo faria para o ajudar a crescer, por entre as suas peculiaridades.

Conta sempre comigo, meu pequeno diabrete. Nos melhores e nos piores momentos da tua vida. Estamos juntos <3



(Sebastião) Ó mãe... já imaginaste que tu um dia podes ser como a Luísa Ducla Soares, os teus textos aparecerem nos nossos manuais, e nós fazermos fichas de leitura sobre ti...

(Mãe) Ó filho... A mãe ainda tem muito que escrever, mas fico muito contente por achares que eu consigo lá chegar.

(Sebastião) O problema é que tu também andas a mudar a escola, e com isso podem acabar os manuais... O que é que achas melhor? Nós deixarmos de andar com tantos manuais às costas, ou tu apareceres nos nossos manuais?

- Não somos meras crianças e jovens. Somos o futuro!
- Estamos preocupados com o que os adultos andam a fazer...
- Não basta dizer aos jovens para largarem as tecnologias. É preciso que os nossos governantes criem espaços ao ar livre, seguros, para que as crianças e os jovens possam sair de casa e conviver de forma saudável.
- Queremos que os pais tenham mais tempo e sejam mais apoiados, para poderem educar melhor os seus filhos.
- Queremos mais psicólogos nas escolas. Há muitas crianças e jovens a sofrer.
- As crianças e os jovens estão sobre uma grande pressão, por causa da escola.
- Os pais trazem trabalho para casa e os filhos também. Tem de haver mais respeito pelo descanso e pelo tempo em família.
- Temos de nos unir mais, enquanto comunidade, e ajudar aqueles que precisam mais de nós, como as pessoas deficientes e os mais idosos.
- Queremos substituir o bullying pela amizade...
- Estamos a matar lentamente a Terra que nos dá tudo para vivermos.
- Portugal tem de ter a coragem de se assumir por aquilo que tem de melhor e orgulhar-se de fazer diferente: temos sol, vento, mar... Temos pessoas solidárias.
- Os interesses económicos não se podem sobrepor àquilo que tem de ser feito.
- Precisamos de líderes mais conscientes.
- Nas escolas devia haver uma disciplina só para que as crianças e os jovens pudessem debater estes assuntos. Melhor ainda: devíamos parar um ano inteiro só para pensarmos no que andamos a fazer, aprendermos a dialogar uns com os outros e a respeitar-nos... e depois logo voltámos aos estudos.
- Devia criar-se um Ministério da Infância, para que as crianças e os jovens pudessem ter voz e ajudassem a consertar o que está mal.

Estas foram apenas algumas das muitas ideias que nos chegaram, das nossas crianças e jovens. Algumas ditas de viva voz na nossa Assembleia de ontem, na Assembleia da República, aos deputados presentes.
As nossas crianças e jovens têm perfeita noção do que não está a funcionar e do que deve ser feito. Querem fazer a sua parte.
E nós? Estamos dispostos a fazer a nossa?

(Agradecimento especial à Associação Fazedores de Mudança, Por Uma Escola Diferente, Cooperativa Horas de Sonho, João Sem Medo, pela organização, GuessWhat pela comunicação, e aos restantes voluntários que ajudaram na logística do dia. Aos diretores e professores que arranjaram tempo para envolver os seus alunos nesta iniciativa, e sobretudo aos alunos, pelo entusiasmo e visão. Aos convidados e aos deputados presentes, que levaram dali muitas inquietações, ideias e sonhos)








Em contagem decrescente para amanhã...


(Cartaz feito pela Rita Correia, mais uma ilustradora do meu <3. Obrigada!)

(Dudu) Mãe... sabes que já me salvaste algumas vezes, nos último dias?

(Mãe) Então, filho?

(Dudu) Quando aparece algum mais velho para me tirar a bola ou para me bater, alguém diz "a esse não. É o filho da escritora da "Massa Fresca"...




Já era um sonho antigo meu, e é desta que vai acontecer! No âmbito do Forum Terra, três associações (entre elas o Movimento Por Uma Escola Diferente) vão levar 140 jovens à Assembleia para que os deputados oiçam as suas ideias para Portugal e para o Mundo. Vai ser já na próxima quarta-feira, dia 10, entre as 10.30h e as 13h (espreitar o programa AQUI), e podem acompanhar em direto através da Rádio Miúdos.

Até lá, espreitem o que escrevi para as Capazes sobre o tema AQUI:

E hoje, por ser Dia da Mãe, o que pedi aos meus filhotes de presente, foi que me deixassem fazer com eles uma micro-Assembleia semelhante às que as escolas e associações que lidam com crianças e jovens têm estado a fazer. Bem, na verdade, uma família é quase uma Instituição (uma belíssima instituição) que "lida" com crianças :).

Ora aqui vão então as decisões dos meus filhos para o nosso país e a nossa Terra (as três melhores, para cada tema):

CUIDAR DE MIM:
- Abolir a venda de tabaco
- Chegar a acordos para acabar com a produção de drogas
- Obrigar a que todos os detergentes produzidos sejam menos agressivos e prejudiciais para a saúde.

CUIDAR DOS RELACIONAMENTOS, DA COMUNIDADE:
- Para acalmar as pessoas, fazer 3 vezes por semana sessões de relaxamento coletivo, na praia ou no campo.
- Não ter horários tão rígidos, para que as pessoas consigam dormir o que precisam. As aulas também não deviam começar tão cedo.
- Em casos de conflitos, assaltos, etc, a polícia não devia andar com pistolas que matam, mas com pistolas de dardos tranquilizantes.

CUIDAR DOS RECURSOS, DAS ESPÉCIES, DO PLANETA (nesta área foi muito difícil escolher apenas 3...)
- Em vez de estarmos sempre a comprar e consumir coisas novas, promover a indústria de produção de coisas a partir do lixo. Assim produzimos menos lixo e acabamos com o lixo que já temos.
- Promover a partilha e a troca de objetos (coisas que não queremos ou usamos pouco, coisas que dão para várias pessoas, etc)
- Criar "polícias do lixo" - podiam ser voluntários, mas zelavam pela limpeza de todos os espaços. Quem deitasse lixo no chão ou no mar tinha de fazer trabalho voluntário a apanhar lixo.
- Transformar os Jardins Zoológicos em reservas protegidas onde os animais podem estar em liberdade.
- Oferecer às pessoas máquinas de compostagem, para promover esta prática.

Eu não sou deputada nem mando no país, mas como pertenço à chefia desta família, comprometi-me, para já, a comprar uma pequena máquina de compostagem, a trocar todos os detergentes por detergentes ecológicos (ainda só temos alguns) e a não descurar as nossas sessões de relaxamento (que não acontecem há semanas por alegada falta de tempo).

E por aí? Também querem experimentar fazer este exercício?
E, se quiserem partilhar os vossos resultados com os deputados do nosso país, só têm de preencher a ficha de inscrição e escrever as ideias dos vossos filhos até dia 9 através do link http://www.terra.org.pt/fazer-assembleia.html



Foi e será a minha grande referência. Por todas as histórias que me contava, à noite, sentando-me no seu colo (o meu colo não dá para os meus 4 filhotes, que ainda por cima já estão a ficar grandes, mas eles continuam a não ir para a cama sem a nossa história em família). Pelo primeiro "livro" que me ajudou a escrever, aos 6 anos (e daí advém a minha grande preocupação em ajudar os meus filhos a descobrir os seus talentos). Pelo amor, mas também pela firmeza e pela sua intolerância perante faltas de respeito. E pela sua enorme coragem e optimismo, que já a ajudou a superar tantas adversidades ao longo da vida. Um beijinho grande, minha Guerreira. Obrigada por tudo ❤️
E um beijinho também para todas as Mães que dão o melhor de si todos os dias (mesmo falhando e caindo. Tudo faz parte desta aprendizagem). E outro para todas as Mulheres que, não sendo mães, dão também o melhor de si a tantas crianças e jovens à sua volta (Madrinha Amélia e Minocas, hoje os meus pensamentos também estão convosco).
Dudu chega a casa derreado, depois da sua prova de Expressões Artísticas.


(Dudu) Correu-me tão mal, mãe!

(Mãe) Ó filho, não pode ser sido assim tão complicado.

(Dudu) Se esta prova contasse para nota, acho que chumbava o ano!


A mamã riu-se, achou que ele só podia estar a exagerar, mas a Nonô foi dizer-lhe, baixinho, que a prova lhe tinha corrido mesmo mal...


(Mãe) Mas o que é que te pode ter corrido assim tão mal?

(Dudu) Primeiro tinha de cantar uma música ("Ai sim, Marianita, ai sim") a ler a letra, e eu não conseguia acompanhar, baralhei-me todo, só li para aí duas frases. Depois tinha de desenhar a Marianita, que tinha olhos cor do limão, e eu pintei os olhos dela de amarelo.

(Nonô) Era "verdes como o limão".

(Dudu) Mas o limão é amarelo! Depois era para fazer um caracol de plasticina e o meu nem se aguentava em pé. E ainda tivemos de fazer um teatro e eu era um caracol gigante, mas lembrei-me de começar a falar em espanhol... Era um caracol espanhol.

(Mãe) Mas tu não sabes falar espanhol, Dudu.

(Dudu) Pois, esse é que foi o problema...


E para que é que isto terá servido, é que eu continuo sem saber...


Titão olha, com um suspiro, para a aldeia dos macacos...

(Mãe) Então, filho?

(Titão) O que eu gostava de ser macaco do Jardim Zoológico... O dia todo na brincadeira, comida sempre a horas, nenhum perigo... E nem precisava de ir à escola!
E quando damos pelos nossos filhos de 7 anos a "treinar-se" para a prova de aferição de Educação Física?

Ora salta um à corda, ora salta outra.

Ora atiram bolas, ou arcos, ou fazem pinos e apoiam-se mutuamente.

Agora é só esperar que se treinem com o mesmo entusiasmo para as provas de Português, Matemática e Estudo do Meio :)
O segundo passeio destes 3 dias de "folga" foi decidido pelos filhotes mais novos, que estiveram a dar a Estudo do Meio os animais (habitats, características, alimentação e reprodução, etc), e já não iam ao Jardim Zoológico desde que eram bem pequenos.

Partimos então bem cedo à aventura, que nos custou caro (70 e muitos euros de entrada!), mas que valeu bem a pena. Numa manhã vimos praticamente todos os animais (menos o lince que andava escondido, o maroto, assim como a pantera), aprendemos muitas coisas novas e passeámos ao ar livre, num espaço que continua encantador.



Quando chegámos, ainda aproveitei o entusiasmo para pôr os filhotes mais novos a escrever um texto sobre a visita, e a desenhar o animal preferido, com umas quantas dicas da manhã. É que, para a semana, nem de propósito, vão ter prova de aferição de Expressão Plástica. Se lhes pedirem para desenhar animais, não lhes faltará inspiração...
Fim-de-semana grande é fim-de-semana de combinar trabalho (da mamã) com TPCs (dos filhotes) e uns passeios em conjunto.

E o primeiro passeio em família foi à Exposição Cosmos Discovery, a maior exposição mundial sobre a exploração do espaço.


Já tínhamos levado os filhotes mais velhos a Cape Canaveral, o Centro Espacial Kennedy, na Florida. Mas os mais novos não foram, e para eles muito do que viram foi uma boa novidade: as primeiras viagens ao espaço, a Laika e o chimpanzé Ham, a aterragem na Lua, os fatos espaciais, naves, foguetões, e o dia-a-dia no espaço...



(Mãe) E então, meninos, o que é que estão a gostar mais?

(Nonô) Das fraldas dos astronautas!


Pois claro... Mas isso foi porque ainda não tínhamos chegado ao Girascópio. Já tínhamos experimentado um parecido no Museu da Ciência da Constância, mas este não era manual, as voltas e reviravoltas duravam 5 minutos, e eram bem mais "agitadas". Mas os filhotes não se queixaram. Estão preparados para ir ao Espaço!