Coisas de 8 Anos (Já??)
No dia 16 de maio, há 8 anos, estava eu no hospital a pensar no tanto que mudaria a minha vida, poucas horas depois. De dois filhos, ainda pequenos, endiabrados como é suposto, passaria a quatro. "Nunca mais vou conseguir escrever um linha!", pensava. Não há criatividade que resista. Energia que não se esgote. Caberia a Sara-mamã-de-quatro, a Sara-escritora e a Sara-com-mania-que-tem-de-mudar-o-mundo num único corpo frágil?
Eram receios infundados, próprios da ansiedade do momento. Porque se há coisa que a maternidade nos dá, é a percepção de que somos efetivamente super-mulheres, não porque somos perfeitas e chegamos a todo o lado, mas porque, apesar da fabilidade com que nos confrontamos todos os dias (a nossa, nua e crua), que às vezes parece desmoronar tudo à nossa volta, e desmoronar-nos também, continuamos de mangas arregaçadas a dar o nosso melhor, todos os dias.
Não há duas mães iguais (nem dois pais), mas a maternidade é um exercício diário de auto-conhecimento, conhecimento do outro, gestão de conflitos, criatividade, recomeços e superações. E estou tão grata aos meus filhos (e ao pai deles também!) por tudo o que me têm ensinado!
Já vou escrevendo umas linhas, sim. Mudando o mundo um bocadinho. Às vezes melhor, às vezes pior. Às vezes só à custa de vitaminas e café, para trabalhar noite dentro. Corridas furiosas na praia para me esquecer das "guerras" do veste-despe, come-e-lava-os-dentes da manhã. Meditação para esquecer palavras menos doces (deles e minhas). Fazendo o que se pode e como se pode, e sobretudo encarando tudo isso (as conquistas e os fracassos, os choros e os risos) como uma enorme aventura. A grande aventura da minha vida...
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