Neste pequeno cubículo, tomaram hoje banho Mamã (Presente!), Afonso (Presente!), Titão (Presente!), Dudu (Presente!) e Nonô (Presente!).
Desengane-se quem pense que não couberam todos lá dentro. Andaram às cotoveladas e às pisadelas, mas acabaram todos lavadinhos e cheirosos. Pelo meio, o Dudu ganhou a alcunha de "puxa-pilas", a Nonô alcunhou o Afonso de "rabinho de papel" (por causa da marca do fato de banho) e houve batuques nas nádegas que provocaram uma "Dança do Banho" imperdível.
Será assim nas próximas 3 semanas, enquanto a nossa querida Lana estiver fora, a gozar as suas merecidas férias na Ucrânia. Hoje foi divertido. Cheira-me que daqui a 3 semanas já vamos estar a arrancar cabelos...
Ontem aventurámo-nos numa uma ida nocturna à Feira Medieval de Óbidos. Os miúdos adoraram, aguentaram-se até quase à meia-noite sem pestanejar e, a avaliar pelos comentários de hoje, será uma experiência a repetir:

(Dudu)
- Gostei dos cavalinhos. E dos robots... (leia-se cavaleiros de armadura)

(Afonso)
- Pensava que uma liça "apeada" era uma batalha com piada.

(Nonô e Dudu a brincarem)
- A Nonô é a princesa.
- E o Dudu é o palhaço. (leia-se Bobo da corte)

(Titão)
- Se as espadas eram a sério, como é que eles furavam as barrigas e não morriam?
- Era tudo encenado, filho. Eles enfiavam as espadas entre a barriga e o braço.
- Ah, boa! Afonso, podíamos treinar...

(desde que não se lembrem de ir buscar as facas ou as ferramentas do papá...
Prometem-se uns dias bem medievais cá por casa, nos próximos tempos...)


(Ontem):
- Dudu, sabes que a mamã e o papá hoje fazem anos de casados... (10, para que conste em registo)
- Eu também. (pensa) E o Mickey.
E não é que, ao chegar a casa, tive a surpresa de ver publicado na revista Pais&Filhos o artigo sobre as M@es Bloggers, onde mãe e filhos cá de casa aparecem a dar o ar da sua graça e a falar deste CoisasdePais? Deixo só a foto para aguçar o apetite. Não sei que milagre fez o fotógrafo, mas ninguém ficou a fazer caretas nem de costas nem a coçar a cabeça ou a tirar macacos do nariz. Um inédito!



Uma semana inteirinha de férias sem filhos (e sem blog. Desculpem!!). No primeiro dia chamei-me egoísta, irresponsável, negligente, desapegada, e outras coisas parvas que buzinam aos ouvidos das mães-galinhas quando deixam os seus filhos para ir para o bem-bom. Felizmente esta galinha tem um galo que a obriga a deixar o ninho de vez em quando para ver o mundo fora da capoeira. E, no segundo dia, ultrapassada a questão da culpa, dormi, dormi, dormi. E a partir do terceiro dia aproveitei, aproveitei, aproveitei. E depois as saudades começaram a chegar, a chegar, chegar. E eu telefonei, telefonei, telefonei. Mas descansei, descansei, descansei.
E hoje, quando cheguei, e abracei e beijei e apertei os meus piolhos, era uma mãe renovada, cheiinha de paciência e de amor para dar, preparada para mais umas valentes aventuras de mãe.
Os piolhos retribuíram em beijinhos, abracinhos e histórias vividas em casa dos avós e nos passeios que deram com eles. Que crescidos estavam! E a frase do Sebastião disse tudo:
- Ai, mamã, tive tantas saudades da minha caminha! Mas mesmo assim não foram tantas como as saudades que eu tive de vocês...
(Mãe nas despedidas, antes de uma semaninha sem filhos):
- Portam-se bem em casa dos avós?
- Sim, mãe!
- Afonso e Sebastião... prometem que se disserem alguma coisa engraçada ou ouvirem os manos dizer algo diferente e curioso, escrevem, para depois contarem à mamã?
- Sim, mãe. E para depois pores no blog.
Feito. Boas férias!
Dudu sopra insistentemente numa vuvuzela, intercalando a sopradela com uns goles de iogurte de morango. São 10 da manhã e a mãe já entrou em modo "deixa andar".
De repente, Nonô consegue roubar a vuvuzela ao mano gémeo e começa a limpá-la cuidadosamente no seu pijama.
- O que é que estás a fazer, Nonô?
- A limpar. O Dudu tem bigodes...

Não, não somos estes todos. Mas quase! Está uma toalha a mais para a pista ficar mais longa. É que, à custa de um saboroso declive na relva, houve meia hora de rebolanço que os divertiu a valer. Não sou propriamente nostálgica em relação a nenhum momento da minha vida, mas que hoje dava tudo para ser criança, isso dava!
- Mamã, a Nonô está a pintar as unhas!
Pois que se abarbatou do meu verniz rosa shock e resolvou ir pintar as unhas dos pés e das mãos na sala, a ver televisão. Pintou metade de um pé, metade de uma mão, o sofá, as almofadas do sofá... Estavam lindas, com pinceladas rosa shock! E agora estão ainda mais lindas, com manchas de tecido esfregado com acetona. Combinam com a zona do sofá onde o papá costuma deitar a cabeça, e que hoje foi regada com um valente chichi também da Nonô.
Prestes a ficar 3 semanas sem empregada, teme-se o pior. Não sei se a casa vai ficar em pé. Os cabelos da mãe, seguramente, em pé ficarão...


E de repente, enquanto os meus 4 filhos pulavam divertidamente no trampolim gigante que arranjámos cá para casa, um deles lembra-se de tirar os calções e desafiar os irmãos. Qual foi, não sei. Sei que, algum tempo depois, tinha 4 filhos a pular com as partes baixas à mostra:
- Se não se vestirem nos próximos 30 segundos, tiro-vos uma fotografia e ponho no blog!
Os mais novos não perceberam, mas os mais velhos vestiram-se num ápice e não repetiram a brincadeira! Parece que afinal este blog pode ser uma boa ferramenta aqui para a mami...
(Filhos na galhofa. Mãe, para variar, ao computador. Filho Afonso aproxima-se com uma máquina fotográfica de brincar e finge tirar umas fotos à mãe e ao computador):

- O que estás a fazer, Afonso?
- Sou um paparazzi. E amanhã vai sair no jornal "A mami e o seu computador. Será que eles algum dia vão separar-se? Será que não?"

(Eu prometo que em Agosto a manchete vai ser "Escândalo! Mami separou-se do seu computador! Quantos dias durará esta separação?". Vai durar pouco tempo, e vai ser daquele tipo de separação que depois fortalece a relação. Mas pronto. A mami promete que, enquanto estiver separada, vai fazer por aproveitar bem a vidinha...)
Depois de 4 dias nos avós, os gémeos estão de regresso a casa. As saudades eram muitos. E só as saudades tornaram suportáveis as quase 3 horas de viagem entre Évora e Lisboa. Acidentes, regresso da praia, regresso de fim-de-semana, trânsito entupido... mas, pelo meio, também conversas imperdíveis com os "mais novos".

(a tocar "Carta" dos Toranja)
(Dudu) Olha, mamã! A minha música!
(Mãe) É tua, Dudu?
(Dudu, convicto) Sim.
(Por que razão ele acha que é dele, não sei ao certo. Mas a verdade é ele cantarolou grande parte da letra, sorridente.)


(Nonô vê o Cristo Rei, cheio de luzinhas)
(Nonô) Ah, mamã! É liiiiindo!
(Mãe) É o Cristo Rei.
(Nonô) Não é, não, mamã. É uma menina. Tem vestido.

(Mamã e Sebastião a caminho da Feira do Livro da Ericeira):
- Mamã, sabes que eu pensava que o sol só brilhava um bocadinho em Portugal, depois ia brilhar em Espanha, depois em França... Mas depois aprendi que era a Terra que girava à volta do sol.
- Boa, Sebastião!
- E também pensava que havia só o planeta Terra. E depois aprendi que há muitos, muitos...
(E assim evoluiu o Sebastião, em 6 anos de vida. E assim evoluiu a espécie Humana, em milhões de anos de existência)
Para quem ainda tinha dúvidas, aqui fica a prova de que o melhor ATL é mesmo a casa dos avós. Depois de uma manhã a brincar com os patos, a andar de baloiço e a fazer casinhas no alpendre, a tarde foi dedicada à culinária. E nem mesmo o dedo entrapado do Dudu o impediu de fazer uns bolinhos enfeitados. A avó enfiou-lhe uma luva de borracha e toca de pôr as mãos na massa!
Depois de 4 dias de intensa brincadeira em Évora, não sei sinceramente se eles amanhã vão querer voltar para casa...



(Sebastião) Vais tirar fotografias aos teus livros novos? Não é justo!
(Mamã) Queres ser tu a tirar, Sebastião?
(Sebastião) Não! Quero é aparecer...

E pronto. Aqui vos deixo os meus novos filhotes de papel, nas prateleiras das livrarias a partir da próxima semana. Lindos, lindos! Quase tão lindos como os olhinhos meigos do meu Sebastião...


A prova de que os meus filhos mais velhos conhecem bem a sua mãe...

(Sebastião, depois de discutir pela milésima vez com o seu irmão Afonso)
- Ó filho, porque é que, quando te chateias, começas a gritar e a barafustar com os braços?
- Se calhar porque tu sou teu filho. Tu fazes o mesmo...

(Afonso, depois de atirar um Pin&Pon da janela para o jardim)
- O que é isso, filho?!
- Não te preocupes, mami. Era só tipo palerma que saltou da janela.
- Afonnnnnssoooo!
- Ai, desculpa! Para tu gostares eu tenho que dizer "Era só um adolescente que perdeu o sentido da sua vida e resolveu pôr fim à sua existência..."


(Mãe a trabalhar freneticamente. Ou melhor, a tentar. Afonso a circular à sua volta, com ar de gozo):
- Mãe, o que estás a fazer?
- Mãe, estás de castigo?
- Mãe, estás despenteada.
- Mãe, porque é que ainda estás de pijama?
- Mãe, mãe, mãe, mãe, mãe.
(Mãe explode)
- Bolas, Afonso! A mãe está aflita! Tiraste a manhã para me chateares?
- Sem stress, mami. São apenas os meus rituais de passagem.
(Agora digam-me o que é que eu lhe faço..........)
(No carro, Mãe sozinha com o filho mais velho - o que nos últimos tempos tem sido raro!) - Parte II

(Afonso) Eu gosto do Conservatório, mas as músicas são um bocado abebezadas. Da estrelinha, do caranguejo...
(Mãe com ar de gozo) Estou a ver. Tu gostas mais de música da pesada. Ora vê lá então se gostas desta.

(Mãe põe a tocar "O Rei do Bairro Alto", de Pedro Abrunhosa. Canta como se não houvesse amanhã)

(Mãe) Então, filho? Gostas mais deste estilo?
(Afonso) Mais ou menos. Mas é um bocado anos 80...

(E pimbas! A Mãe cota vai abster-se de fazer mais comentários, ok?)
(No carro, sozinha com o meu filho mais velho - o que nos últimos tempos tem sido raro!)
- Tu e o Pai têm-me ensinado muita coisa importante.
- Ai é, filho?
- Sim. Por exemplo quando dizem que é já estamos a chegar, ainda demoramos horas. E quando dizem que é já ali, ainda é muito longe.
- Tudo coisas importantes, filho. Que o Tempo e o Espaço são relativos. É uma grande lição para a tua vida.
(Para quem saiu apressadinho como a Mãe e como o Pai, seguramente uma grande lição de paciência. Nem ele sabe o quanto lhe vai ser útil!)
É oficial! O meu Dudu adora médicos e hospitais. Hoje, quando lhe dissemos que ia trocar o penso do seu dedo pela terceira vez, deu pulos de alegria e correu ao quarto a ir buscar os sapatos e os seus brinquedos para a viagem.
- Calma, Dudu! Não é já!
- Nonô, Dudu vai ao ho'pital. Afonso, Titão, Dudu vai ao ho'pital!
Até a Cuca, a nossa cadelinha, teve de ficar a par da novidade, através da janela.
- É por causa do doi-dói, Cuca. Dudu vai ao ho'pital.
Quando finalmente chegou a hora, já era de noite, hora de birra de sono, mas o Dudu estava de pestana bem aberta e sorriso rasgado nos lábios.
- Estás contente por ir ao hospital, Dudu?
- Sim, mamã. Muito, muito!
E, no caminho, nada de chorar, adormecer ou pedir chucha. Foi alegremente no seu lugar, cantarolando, e lá foi vendo o edifício e os apetrechos da sua eleição: a ambulância, os bombeiros, as "shinhoras" e os "shinhores" doentes, os médicos...
No nomento de tirar o penso e mostrar o dedinho esborrachado, foi vê-lo seguir as indicações e observar atentamente todos os procedimentos, com um sorriso digno de uma fotografia. Desta vez trouxe de presente uma seringa de plástico, e assim que chegámos a casa saiu-se com esta, para a nossa cadela:
- Cuca, Dudu já chegou. Foi ao ho'pital. Dudu vai dar um pic-pic no gato.
Agora fiquei na dúvida se o rapaz tem vocação para médico ou para veterinário. Vamos ver amanhã se o gato sobrevive ou não...


Uma casinha para quatro. Durou até os manos rapazes serem obrigados a fugir de lá em debandada:
- Socorro! A Nonô deu um pum!


Fartinha de ter que trabalhar tanto e ver-me grega para sugerir brincadeiras aos meus filhos que os afastem da televisão, hoje resolvi pegar neles e levá-los ao teatro. Há muito tempo que não conseguíamos ir, ou pelo meu trabalho, ou pelos jogos de hóquei dos mais velhos, ou porque os teatros só davam para os mais velhos e não tinha com quem deixar os mais novos, ou porque quando ligava já não havia bilhetes... Mas hoje a coisa deu-se. E lá fui eu com os 4 piolhos para o Centro Cultural da Malaposta, para ver a última representação do Soldadinho de Chumbo.
- Mãe, quero bolachas...
- Mãe, quero chichi...
- Mãe, o GPS estava a mandar-nos para o outro lado...
Dez minutos depois de sair de casa e começava a dar razão ao pai, que me chamou maluca por me aventurar sozinha numa ida ao teatro com os 4.
Finalmente, depois de uns choros e de umas desorientações, lá avistei o teatro. Infelizmente deixei passar o parque, o que implicava que teria que dar uma nova volta a Odivelas para lá conseguir entrar.
- Afonso... vais sair do carro, entrar no teatro, e dizer a alguém que a tua mãe está aqui fora com os teus 3 irmãos pequeninos e precisa de parar o carro aqui à porta.
- E eles vão deixar?
- Afonso... tens que dizer que és tu e mais 3 irmãos! E que a tua mãe está atrasada e aflita.
3 minutos depois, vi aparecer lá de dentro um simpático senhor cheiinho de pena de mim que lá retirou a corda que vedava o acesso aos lugares dos autocarros das escolas, e lá me deixou estacionar. Afinal de contas, eu estava com uma carrinha de 7 lugares! Era quase um mini-bus de filhos!
Foi assim que conseguimos entrar no teatro a horas, chamando imediatamente a atenção de todas as simpáticas mães e pais que se tinham deslocado ao teatro com os seus filhos.
- São todos seus? - perguntou logo uma senhora mais ousada.
- É verdade. Todinhos.
E os menos ousados cochichavam, espantados. Eram só 4, mas todos de igualzinho a entrar por ali adentro de mãos dadas, chamava a atenção de qualquer um, tenho que admitir.
E depois, finalmente, o teatro. Lindo. Emocionante. Com os mais velhos a subir ao palco, o Dudu a cantar e a tentar bater calmas com a sua mão ligada, e a Nonô vidrada na linda bailarina, sorrindo-me com vontade de ser ela a vestir aquele tutu... É certo que tive que enfiar umas bolachas às escondidas na boca do Dudu e da Nonô. Que tive que controlar a vontade de interacção do Afonso e do Sebastião. Que não deixámos a casa de banho dos deficientes tão limpa e aprumada como estava. E que os meus filhos trocaram várias vezes de lugar, em diferentes composições manos-com-manos, filhos-com-mãe, sem que eu conseguisse controlá-lo em todas as vezes. Mas, no final, não podia ter ficado mais contente por me ter aventurado a sair de casa. Os meus piolhos mostraram o que valiam. E vá (que a mãe hoje precisa de uns miminhos) eu também...


(Mamã a trabalhar com os dois piolhos mais novos à perna)

(Dudu) - O Dudu é uma aranha!
(NonÔ) - A Nonô é uma borboleta! Anda, mamã! Vamos fugir da aranha.
(Mamã) - A mamã não pode. A mamã é uma árvore.
(Nonô e Dudu) - Ah...

(Por agora funcionou. Mas é melhor começar a pensar já noutro boa desculpa...)
E quando acordamos suavemente e vemos a nossa filhota deitada ao nosso lado, de olhinhos abertos, a observar-nos a dormir, enquanto nos faz festinhas suaves no rosto?
O que lhe passaria pela cabeça, nessa hora?
Talvez o mesmo que passa pela minha quando vou espreitá-la, à noite, a dormir, e lhe faço também uma festinha.
Vejo-a agora no seu corpo independente. Ela vê-se também fora de mim. Mas, de alguma forma, continuamos uma na outra. E isso é muito bom.
Hoje a brincadeira ao final do dia consistiu em perseguições pela casa fora, onde o perseguidor rugia como um leão mas era, supostamente, o homem-aranha. Foi o Duarte a escolher a brincadeira, e começou por se ele o homem-aranha. Depois fui eu. E por último chegou a vez da Nonô.
- Ó mamã... eu não quero ser Homem-Aranha.
- Ah, claro! Tens de ser Mulher-Aranha.
- Não. Não quero.
- Então e se for Menina-Aranha.
Mas ela continuava com ar desconsolado.
- Já sei, Nonô! Vais ser Princesa-Aranha.
E ela sorriu! Perseguiu-nos, a rugir assustadoramente, mas na pele de uma linda princesa-aranha...
Jogos Sem Fronteiras no tapete. Claro que acabou em choro mas, enquanto durou, foi bem divertido!


Há 147 anos, no dia 4 de Julho, era publicado em Inglaterra o livro "Alice no País das Maravilhas", de Lewis Carroll. Desde então, crianças de todo o mundo espreitam para dentro de tocas com redobrado interesse, celebram o dia do Não-aniversário, comem cogumelos à espera de crescer e temem a Rainha de copas quando jogam às cartas.
Obrigada Lewis Carroll, em meu nome e em nome dos meus filhos. Um dia quero escrever um livro assim...


Mais uma manifestação da diferença entre meninas e meninos. O bolinho da Nonô é o da esquerda. Tem 5 velas (segundo ela, a idade da mamã). O do Dudu o da direita, despachado em 30 segundos para também ter o que oferecer à sua mamã. Palavras para quê? Somos espécies diferentes. Ambas maravilhosas, mas talhadas para diferentes métodos e tarefas, não há dúvida...


Os meus filhos mais pequenotes agora deram para brincar aos bebés na barriga. Só a brincadeira, em si, é comovente, mas os pormenores da mesma são de ir às lágrimas!

(Nonô, a mais ternurenta):
- Mamã... tenho um bebé na barriga.
- E como se chama o teu bebé, Nonô?
- Chama-se Mamã. Mas é uma Mamã pequeniiiiiiina!

(Dudu, o mais maluco):
- Mamã, o Dudu tem um bebé na barriga.
(cai o bocado de papel higiénico que ele tinha colocado debaixo da blusa)
- Oh, mamã! O bebé caiu...
(é a prova de que temos que ser nós, meninas, a segurá-las nas nossas barrigas...)
Lembro-me de ser miúda e de ter um gatinho pequenino, amarelinho, que sofria dos intestinos e soltava uns gases horríveis, que me levavam a pô-lo no chão e a mandá-lo à sua vidinha.
Hoje, esse cheiro voltou-me ao nariz. Desta vez libertado pelo meu filho Dudu, que ontem comeu o que não devia nas 4 festas de anos que percorremos durante a tarde. Batatas fritas, gomas, smarties, rissóis... e hoje o meu Dudu virou gatinho. Com a vantagem (para ele) e a desvantagem (para mim) de que não consigo tirá-lo do colo e mandá-lo à sua vida. É esfregar-lhe a barriga e aguentar o cheiro.
Depois de meses e meses a desejar que os miúdos entrem de férias e se acabem os horários, os testes, os cansaços, as correrias, eis que chega o Verão e... começa a confusão. A mãe a tentar trabalhar com os filhos todos à volta. Paletes de iogurtes e tostas em barda ao pequeno-almoço e lanche. Televisão tendencialmente ligada por eles, e eu atrás a desligá-la para os obrigar a brincar longe do ecrã. Bananas, MUITAS. E um panelão de sopa por dia. Roupa pelo chão. Migalhas por todo o lado. E telefonemas importantes com ruído de fundo.
Em Agosto serei deles e será muito bom. Mas em Julho serei uma mãe oficialmente desesperada...


Hoje a nossa casa foi "invadida" por um fotógrafo e uma jornalista da Pais&Filhos, que quiseram conhecer-nos para fazer um artigo sobre este blog. Uma experiência ousada, sendo que este foi o primeiro dia em que tive a filharada toda em casa depois de um Domingo caótico sem empregada, e consequentemente:
- Casa toda desarrumada
- Filhos em êxtase porque estarem em casa sem correrias e horários apertados.
A conversa com a jornalista Ana Sofia Rodrigues foi informal e divertida, enquanto os pequenos viam televisão, já aprumadinhos para a fotografia que se seguia. E essa foi, sem dúvida, a parte mais desafiadora. O fotógrafo lá espreitou os diferentes espaços, estudou hipóteses, e acabou por optar pelo quarto dos brinquedos, que estava absolutamente caótico. Era mesmo o espaço mais desarrumado da casa, onde os piolhos hoje tinham gozado de toda a sua liberdade. Lá escolhemos um canto, e foi ver-me a retirar brinquedos partidos, a endireitar Mickeys e Kitties, e a esconder os objectos mais inesperados que me apareceram por lá, como bases para pratos do Pai Natal e penicos. Tive tempo para muito pouco, por isso teme-se o pior. Felizmente, os filhotes até colaboraram e pode ser que os nossos sorrisos de família divertida compensem toda a desarrumação à volta...
Depois de um lançamento caloroso em Évora, onde os meus filhos se portaram relativamente bem (com o Sebastião a lançar-me adeuzes vigorosos e o pai a bater de vez em quando em retirada com os gémeos, sempre que eles começavam a chamar por mim), a minha filha Nonô resolve apontar para a barriga de um convidado, com quem fazíamos alguma cerimónia.
- Ohhhh...
- O que foi, minha querida?
- Estás gordo!
Felizmente que eu continuava na mesa a assinar livros, e foi o Pai que teve que gerir a situação, com vontade de se enfiar num buraquinho. A sinceridade das crianças é algo absolutamente delicioso. Mas que às vezes nos faz passar com cada vergonhaça....
Depois de se embodegar da cabeça aos pés com a massada atomatada que preparei para o almoço, o Sebastião sai-se com esta:
- Ó mãe... se eu tivesse o cabelo verde podia ser um tomate...