Coisas de Afonso e o Português

- 25.9.18

Agora na área das Ciências, o Afonso constatou, pelo horário, que tinha poucas horas de Português. Não que ele tivesse gostado particularmente do Português do 9º ano - muita gramática, muita análise aborrecida de obras que, mesmo interessantes, se tornavam aborrecidas depois dessa mesmo análise - mas caiu nele assim uma espécie de nostalgia pelo que deixava para trás. Afinal de contas, gosta de ler, gosta de escrever...

(Afonso) Mãe, hoje fizemos uma composição livre na aula. Mas o limite eram 250 palavras! Como é que alguém pode escrever alguma coisa de jeito em 250 palavras? Montei uma história muito gira, pensei nas personagens, comecei a escrever cheio de entusiasmado... mas quando me apercebi, já ia nas 300 palavras e ainda nem tinha começado a ação principal da minha história.

(Mãe) E o que é que fizeste?

(Afonso) Fiz outra composição com um resumo daquilo que pensei. Ficou uma porcaria...


E a mãe respira fundo e pensa nos cadernos que enchia com as suas longas histórias... E no que sofreu, já na faculdade, para tentar fazer notícias de x caracteres. E pergunta-se por que raio terão os jovens criativos de ter também poder de síntese? São caminhos diferentes, nem sempre se dá para tudo. Aprender a sintetizar é importante, mas quando se pede para criar, porque é que tem de haver sempre um limite? A quem beneficia?

You May Also Like

0 comentários