Coisas de brincar às escolas... com tortura!

- 10.10.16

(Nonô) Mãe, mãe, vamos brincar às escolinhas!

De há uma semana a esta parte que a minha filha não quer fazer outra coisa senão brincar às escolinhas. À falta de meninas para brincar com ela, chateia-me todos os dias para que eu seja a aluna dela. Com jeitinho, lá a tenho vindo a convencer a usar as suas bonecas como cobaias, mas hoje calhou-me mesmo a vez...

(Nonô) Menina Sara, tem aqui esta ficha para fazer.

Despachei-a a correr, para poder ir embora.

(Nonô) Já?! Mas que rápida... Se gosta de trabalhar rápido vou arranjar-lhe mais fichas.

Cada vez que despachava mais uma, vinha outra. De tal maneira que eu até tive de fingir duas vezes que precisava de ir à casa de banho, só para levantar o rabo da cadeira.

(Mãe) Mas se eu trabalho depressa, porque é que me dás mais fichas?

(Nonô) Só podes sair no intervalo...

(Mãe) Então o melhor é fazer as fichas mais devagar, não?

(Nonô) Sim... mas depois ainda levas mais fichas para fazer depois da escola...


E com esta brincadeira, esta simples brincadeira, percebi aquilo a que o meu filho Afonso chama de "escola da tortura". Se trabalhas rápido para ires fazer outras coisas que tens mais vontade de fazer, não tens hipótese, ainda tens de trabalhar mais. Se trabalhas devagar, ainda trazes mais trabalho para casa. Em nenhum dos casos, tens tempo para fazer aquilo que realmente te apetece. Salvo todos os exageros - porque na escola aprendem-se coisas muito importantes e um bom professor não passa a vida a distribuir fichas - a verdade é que quem não queria voltar à escola, neste momento, era eu!

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