Coisas de primeiro livro

- 18.9.10

O meu piolho mais velho escreveu o seu primeiro livro... (baba, baba, baba). Prestes a fazer 7 anos, quase que escapava àquele que eu desejava ser o desígnio da nossa família: escrever o primeiro livro aos 6 anos. A minha mãe ajudou-me a escrever o meu primeiro aos 6 ("Um pico meu amigo", qualquer dia vem a lume) e eu já andava de roda do Afonso há algum tempo para o ajudar a escrever o dele: Ó filho, se queres ser escritor, tens de escrever, okay? Foi com mais preguiça do que a mãe (mas pronto, não se pode herdar tudo. Ele tem outras coisas que eu gostava de ter herdado, como a lábia, tão importante nos dias que correm...), mas lá pegou nos lápis e escreveu na folha dobrada que eu lhe arranjei. Fez 2 pequenas histórias, inspiradas no meu livro das 100 Histórias do Outro Mundo, e escreveu "No planeta das caixas" e "No planeta dos jogos", cada uma com um pequeno desenho (ilustrados nunca será... valha-me Deus!). No dia seguinte fez a capa: escolheu o título, fez o desenho e pôs o nome (Afonso do Ó, nome artístico), e depois perguntou-me o que pôr na contra-capa. "Não precisas de pôr nada, Afonso. Já está muito giro assim", disse-lhe eu. Pedir-lhe que fizesse uma pequena sinopse do livro para encher o olho aos potenciais leitores era um pouco too much. Mas ele lá achou que tinha de pôr qualquer coisa nas costas, e passado algum tempo apareceu-me com algo escrito:

P: O que é um ladrão em cima de um saco de arroz?
R: Arroz malandro.

Resolvera pôr uma anedota... Nada mau para encher o olho aos colegas. Depois fizemos cópia para as avós, para a professora e para 2 amigos da escola. No meu tempo não havia scanners nem cópias a cores, por isso o original (e único exemplar) de "O Pico meu amigo" ficou mesmo perdido nas gavetas da minha querida professora da primária. Como os tempos são outros, e há que zelar pela matéria-prima, cedi as cópias scanerizadas e fiquei com o original. Não vá o rapaz ter mesmo futuro na área e o primeiro "livro", ainda que tirado meio a ferros, valha muito dinheiro. Uma coisa já valeu certamente, e essa não tem preço: o orgulho da sua "mami"...

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