Coisas Musicais

- 20.2.11

Depois de uma dia intenso de filhos e sobrinhos, daqueles que parece que nunca mais acabam, mas que, depois de acabarem, nos deixam umas saudades imensas, resolvi desafiar o meu filho Afonso para uma meia-hora musical. O meu filho tem sempre preguiça de estudar guitarra, mas quando o acompanho ao piano, nunca se nega. Claro que a façanha só pode acontecer ao fim-de-semana, porque durante a semana o tempo mal chega para os TPCs, os banhos, os jantares e a história. Quando chega a hora da guitarra já os manos bebés estão na cama, e o piano não é, definitivamente, o melhor instrumento para adormecer gémeos. Mas de vez em quando, ao Domingo, lá arranjamos um buraquinho para o concerto, e como as músicas dele são cada vez mais elaboradas, também o são os seus acompanhamentos, e hoje soou-me mesmo bem a nossa comunhão musical. O Sebastião juntou-se a ouvir, e até os gémeos ficaram mais calminhos. Esqueci as birras deles, as más-educações, os vícios da playstation, as preguiças, os gritos e as correrias. Esqueci as minhas faltas de paciência, os meus gritos, o meu vício no trabalho e as minhas pressas. Senti-me a mãe perfeita da família perfeita, qual Von Trapp. Claro que só durou meia-hora. Depois o Afonso já estava fatigado, era hora de jantar, o cão já tinha feito mais um cocó na sala e o pai queria ouvir o futebol. Mas pronto. Se todos os dias tivermos meia-hora de Música no Coração, já teremos direito a um Óscar...

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