Coisas de Trovoada

- 1.4.12

E, pela primeira vez, a minha pequena Nonô sentiu uma trovoada por cima da sua cabeça. Arregalou os olhos, olhou o céu, e o seu coraçãozinho acelerou. Correu para o alpendre e agarrou com força as minhas pernas: - Muito assustador, mamã! Muito assustador! Felizmente, esta é a idade em que as coisas assustadoras deixam de o ser com um colinho e um beijinho. E desafiámos juntas o medo, por baixo do céu revoltado, correndo para o alpendre sempre o relâmpago dava lugar ao trovão. E foi assim até vir a chuva. O céu chorou e ficou mais calminho. Como acontece com todos nós. No fundo, enfrentar as coisas assustadoras é conhecê-las e entender que até nós, nas nossas birras e revoltas, podemos ser uma trovoada assustadora para os outros. Até chovermos.

You May Also Like

0 comentários