Coisas de Nomes
Hoje o programa da Júlia Pinheiro começava com uma conversa sobre os nomes. Os nomes das mães, dos filhos, dos netos, os nomes que se herdavam e os nomes que hoje estão na moda. E eu não posso deixar de contar, não a explicação dos nomes da minha família (que tiveram a ver com isso tudo e nada mais), mas sim o nome que eu e o pai resolvemos juntar aos escolhidos e aos herdados.
Todos os nossos filhos se chamam "do Ó" de segundo nome! Tudo porque, sempre que eu estava a tentar engravidar, uma Nossa Senhora do Ó da Oficina da Terra olhava por mim da minha mesinha da cabeceira. Eu que até sou de crenças muito próprias, deixei-me render àquela boneca de barro que já tinha bafejado a minha cunhada com as graças da maternidade. Se com ela funcionou, porque não acreditar que também funcionaria comigo?
E a Nossa Senhora do Ó tem saltitado de casa em casa, pela da minha cunhada (que já tem 3 filhos), pela minha (que já fechei a loja) e pela de várias pessoas que, invariavelmente, quando colocam esta figura na sua mesinha de cabeceira, engravidam. Não gosto da palavra "milagre", mas acredito muito na força da nossa fé...
Curioso é que, na minha última gravidez, a minha amiga Cristiana ofereceu-me outra Nossa Senhora do Ó que se juntou à primeira. Até partiu a cabeça pelo caminho, mas mesmo assim fez o seu trabalhinho bem feito... em vez de 1 filho, tive 2! Ainda bem que mais ninguém se lembrou de me oferecer Nossa Senhoras nessa altura...
E assim insisti com o meu marido para ele colocar "do Ó" ao nosso Afonso. A conservadora não queria deixar, porque alegadamente "do Ó" era apenas nome próprio, mas o meu marido insistiu, disse que ia fazer um requerimento ao Patriarcado, e à Santa Sé, e isto e aquilo, e a conservadora, só para não o ouvir, aceitou o "do Ó".
Com o Sebastião não queriam deixar novamente, mas como já tínhamos um filho com esse nome, tiveram que abrir outra excepção.
Quando chegou a altura dos gémeos, o meu marido chegou a casa com ar muito triste e disse-me:
- Nada feito, Sara. Não me deixaram pôr "do Ó". Tive que arranjar um nome parecido. Ficaram "da Ota". Não te importas, pois não?
Até me iam saltando os pontos! Mas felizmente era apenas mais uma brincadeirinha deste pai desconcertante que eu tenho cá em casa. E os meus filhinhos do Ó cá andam, abençoadinhos por uma Senhora de barro que agora anda a fazer as suas em casa de uma amiga. Por isso mesmo não consigo uma foto dela. Mas deixo-vos com a foto da Nossa Senhora do Ó sem cabeça, que me valeu uns lindos gémeos! Obrigada, Cristiana.
PS - Eu juro que hoje a encho de cola! Mas não deixo de achar piada a vê-la sem cabeça, e pensar que também os meus filhos tantas vezes me fazem perder a minha...
7 comentários
Que história maravilhosa. Se eu soubesse o poder dessa Senhora do Ó, não tinha gasto tantos milhares na clínica de infertilidade para ter os meus rebentos :)
ResponderEliminarÉs linda. beijinhos
ResponderEliminarQue história tão bonita. Dava-me jeito ter uma nossa senhora como a tua a meu lado, visto que há 4 anos que o milagre da vida não acontece na minha vida.
ResponderEliminarBeijinhos
Que a imagem é bonita é! Meso com a cabeça partida! Que fez o seu trabalhinho bem feito, fez...Mas a minha Senhora do Ó (não tão eficaz como eessa) não tem o menino ao colo mas está grávida, com uma barriga enorme. Esta é a primeira que vejo já com o parto feito...ou será que estou a ver mal???
ResponderEliminarE a nossa, também da Oficina da Terra já foi emprestada. Quando voltou, vinha a Senhora do Ó com uma 'escola' que, se lhe ponho uma esferográfica na mão esquerda (sai a mim), faz logo ali um Kamasutra do Ó! Voltou com um sorrisinho maroto... Hhá ali qualquer coisa.
ResponderEliminarPois nós não queremos senhoras a olhar por nós enquanto estamos a viajar no tapete voador do prazer. Fantasia por fantasia, prefiro... bem, isso, se nem a santa fica a saber, nem penses que vou revelar aqui.
Temos tb em casa uma 'última ceia' da Oficina da Terra, fantástica. Ainda não percebi se os poderes daquela composição de barro e xisto vão no sentido de me dar apetite, retirar apetite, incentivar à poupança (está lá um Judas com uma sacola de moedas), à delação ou a ficar com um bronze fantástico (eu sei que são de barro mas têm um ar ótimo: a ceia poderia ter sido a última mas JC e os amigos devem ter regressado do Caríbe.
Baudolino... que saudades! És imperdível!
ResponderEliminarFlor Guerreira... geralmente a Nossa Senhora do Ó é barrigudinha, sim, mas esta também foi vendida como tal. Ando a ver se arranjo uma foto da da Oficina da Terra, essa sim bem grávida, como manda a tradição.
Obrigada, querida Irina.
Rita e Sílvia, o próximo post é para vocês. Força!
Sarita!
ResponderEliminarE que belo trabalhinho fizeram as Nossas Senhoras. Os teus filhotes são do melhor que há no mundo (juntamente com os meus, claro!!!) e tu és uma mãe fantástica (para além da melhor amiga e profissional que eu conheço e alguma vez vou conhecer!).
Flor Guerreira, a explicação que o artista que me vendeu a Nossa Senhora de menino ao colo me deu é que nalguns países ela é representada assim. Não me lembro qual era o dele, mas ficava algures na América Central.