Coisas de Animais como nós

- 24.10.12

(Nonô na rua, para uma vizinha):

- Ó "sinhora", podes vir aqui? Quero falar com o teu cão.

E não posso deixar de recordar também o dia em que, após uma festa, o Dudu deu beijinhos a toda a gente... e foi também beijar o cão da família.
Estou em crer que há nas crianças um respeito pelas outras espécies que depois se vai perdendo, à medida que a sociedade lhes ensina que são superiores, que têm mais a ensinar do que a aprender.
Há quem defenda o oposto... que as crianças ainda não têm inteligência para perceber as diferenças entre as espécies, nem para serem verdadeiramente superiores. Mas basta ver uma criança a interagir com um animal para perceber o profundo entendimento que existe entre elas. Não é uma questão de serem equivalentes em termos de uma alegada inteligência inferior. É uma questão de igualdade, sim, mas de carácter superior, baseada no respeito, na lealdade e na solidariedade.
Fico sempre com dúvidas quando nos chamam de raça superior, se teríamos tanto a aprender com as sociedades organizadas das abelhas, com o espírito de sacrifício das formigas, com o sistema de comunicação dos morcegos ou das baleias, com o sentido de orientação dos cães, com o respeito pelos mais velhos dos elefantes, com o sentido de grupo de uma alcateia... E ficaria o dia todo a dar exemplos de como há espécies que se safam muito melhor do que nós, em tantas matérias. Claro que nós temos outras tantas qualidades superiores, mas julgo que tínhamos muito a ganhar se olhássemos para os animais não com superioridade, mas com abertura para aprendermos tudo aquilo que eles têm para nos ensinar...

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