Coisas de Flauta Mágica

- 22.10.12

... e a verdade é que não nos aguentámos um mês, mas apenas uma semana. Depois da Bela Adormecida na Malaposta, um desafio de uma amiga levou-nos à Flauta Mágica, no Teatro Armando Cortez. Mozart lembrava-me as minhas sonatas para piano de outros tempos. O nome "Flauta Mágica", as minhas flautas e pifaradas, que também sempre acreditei que espantavam tristezas. E "ópera do século XVIII" dizia-me ainda mais por alguns trabalhos que tenho em mãos. Mas escondi o teor do espectáculo dos meus filhos até lá chegarmos, para afastar eventuais "narizes torcidos" antes do tempo.
A verdade é que foi excesso de zelo. Quando apareceram os dois narradores com as perucas do século XVIII, eles acharam piada. Quando falaram de Mozart, acharam interessante. Quando as personagens começaram a cantarolar num tom mais épico, acharam divertido. E o espectáculo estava tão bem conseguido que a própria história, que não é simples, se tornou fácil de entender.
E os piolhos saíram da sala consolados, a cantar "Papapapapapageno". E adormeceram a cantar "Papapapapapageno". E hoje, a caminho da escola, cantaram "Papapapapapageno" (com uma pequena pausa para ouvir a Mixórdia de Temáticas, claro está). Quem foi Mozart e a história da Flauta Mágica, já não se esquecem. E, com sorte, a próxima vez que ouvirem falar de ópera, também já não vão achar que é só uma coisa chata de crescidos.


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