Coisas de Nonô e o Pico

- 16.4.13

Depois de um dia inteiro a falar dos meus livros aos meninos de Felgueiras, e a contar a primeira história que escrevi, aos 6 anos - "Um Pico meu Amigo" - a Nonô veio ter comigo, chorosa, e disse-me que tinha espetado um pico no joelho.

- Ah, Nonô! É o pico da mamã!

Arregalou muitos os olhos e pediu-me que lhe contasse outra vez a história do pico falante que queria ir comigo para a escola, mas que eu não sabia onde pô-lo porque todos os lugares tinham uma desvantagem. Até que eu resolvi pô-lo no corpinho de uma rosa que havia na minha sala, e foi lá que ele encontrou uma namorada, casou e teve filhinhos pequeninos. Enfim... foi feliz para sempre!
Enquanto contava, tirei o pico do joelho da Nonô com uma pinça, mas infelizmente este não era dos falantes, foi para o lixo.

- Mamã, conta mais uma vez a história.
- Não pode ser, tens de dormir. Mas podes ficar a pensar noutros sítios para guardar os picos falantes.

Desliguei a luz e saí, mas a Nonô chamou-me uma vez ainda:

- Mamã... vou imaginar que vou guardar o pico atrás do sol... Mas o sol tem muita luz. Quando o Pico quiser dormir tens de tapar o sol com uma nuvem.

E ficou tão feliz com a sua ideia, que se aninhou nos lençóis, à luz da lua.

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