Coisas de Fadinha dos Dentes
Numa semana em que perdeu dois dentes, o Afonso não conseguiu deixar de pensar na fadinha dos dentes, aquela em quem ele deixou de acreditar e que, por isso mesmo, deixou de aparecer.
- Mas posso continuar a deixar os dentes debaixo da almofada?
- Podes... mas de manhã eles ainda vão lá estar. As fadinhas só vão aos quartos dos meninos que acreditam.
Ficou a remoer aquilo e, à noite, apareceu ao pé de mim com os dois dentes enfiados num envelope.
- Se calhar vou deixar os dentes aqui na secretária, dentro deste envelope...
Fingi ignorar o assunto e deixei-me rir para dentro. O certo é que, na manhã seguinte, nem havia envelope, nem havia moedas, nem nada!
- E agora, mãe? Fico sem dentes e sem moedas?
- A fadinha está a pregar-te uma partida. Ou então mandou cá os duenes, que são mais marotos.
Ficou contrariado, mas à noite a fadinha resolveu consolá-lo. Quando ele chegou a casa e tirou as almofadas da cama para se ir deitar, tinha lá um livro (o que ele andava a pedir) e um recado... da fadinha, claro! Vale ou não vale a pena acreditar?
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