Coisas de fúria de Titão
(Titão) A minha escola está cheia de fúria, mãe. Quando os meus colegas vão jogar futebol, começam a soltar sons de fúria... Depois começam a gritar uns com os outros, às vezes andam à luta e as coisas acabam mal.
(Mãe) Então e tu, filho?
(Titão) Eu cá, não. Mas é verdade que no hóquei jogo melhor se estiver com a fúria.
(Mãe) Não precisas, filho. Podes jogar com garra sem ser com fúria. Basta que uses bem a tua concentração e a tua focagem.
A coisa saiu-me sem querer, mas fiquei a pensar nela e acho que faz sentido. Nunca gostei de competir, exatamente porque nunca gostei de lidar com a fúria dos outros. A competição apela facilmente à fúria que há em nós. Mas não posso condenar a competição. Acho que ela pode ser saudável se for um exercício de concentração, focagem e (no caso dos desportos coletivos) de espírito de grupo. Pela sua natureza, acho que dificilmente o Titão norteará a sua vida pela competição (ao contrário de outros filhos meus) mas sendo este (ainda) um mundo competitivo, cabe-me a mim ensinar-lhe a retirar o melhor que existe nela, para conseguir vingar à sua maneira.
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