Coisas de Disparates e Consequência
Depois de uma valente birra do Dudu, em que voltou a soltar o seu grito de guerra - "Eu quero as coisas que eu quero" - a mamã lembrou-se que tinha um pequeno livrinho chamado "Porque não posso fazer o que eu quero". O livro era giro, mas um nadinha filosófico demais para 4 anos, e assim que as atenções começaram a dispersar, a mãe fechou o livro e interpelou os filhotes diretamente:
- Se pudessem fazer tudo o que queriam, o que é que gostavam de fazer?
Os olhinhos brilharam. E cada um deles pensou nos maiores disparates.
(Dudu) Eu atirava as cadeiras contra a parede!
(Nonô) Eu comia muitas batatas fritas.
(Sebastião) Eu dava murros no Afonso.
- Então agora pensem... Se o Dudu atirasse as cadeiras contra a parede, ficava sem cadeiras e a parede ficava toda estragada. Ou seja, ele ia fazer uma coisa má para ele. Se a Nonô comesse muitas batatas fritas, ia ficar cheia de dores de barriga. Ia ser mau para ela.
(Sebastião) Mas se eu desse murros ao Afonso, ele é que ficava mal!
- Não, porque o Afonso é rijo e a tua mão também te ficava a doer. Além de que ele depois se vingava...
Ou seja, a mãe não vos deixa fazer algumas coisas que vocês querem porque são disparates, e os disparates têm consequências más para vocês. Vai ser assim pela vossa vida fora. Sempre que fizerem asneiras, vão ter consequências. Mas quando forem mais crescidos, serão vocês a decidir se querem fazer asneiras ou não. Por enquanto, a mãe tenta que vocês não as façam e que percebam porquê. E só tento porque gosto muito de vocês.
(Sebastião) Já podias ter explicado isso há mais tempo, mãe!
E a noite acabou serena, sem mais disparates...
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