Coisas de acordar com calma
Domingo. Dudu acorda e vem enfiar-se na minha cama. Calminho, tranquilo, mimoso.
(Mãe) Acordaste agora, meu amor?
(Dudu) Já acordei há um bocadinho. Mas ainda fiquei na cama algum tempo, a respirar fundo.
Abracinho bom.
(Dudu) Eu queria que fosse sempre assim. Acordar devagarinho. Deitava-me aqui contigo e depois é que nos levantávamos para ir tomar o pequeno-almoço...
E como eu queria também! Até porque o Dudu que acorda devagarinho e respira fundo antes de se levantar é muito diferente do Dudu que é arrancado da cama às 6.45 da manhã todos os dias, com pressa e confusão matinal.
E pergunto-me porque é que, sabendo nós como funciona o nosso corpo, o que nos faz bem e nos faz mal, inventámos uma vida que não o respeita. Que é corrosiva e stressante logo desde a infância. E que, por mais que os pais queiram contrariá-lo, estão eles próprios enredados num ritmo de vida que também não lhes faz bem.
E o Dudu, que queria viver numa aldeia, hoje fez-me pensar que talvez não fosse mesmo má ideia...
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