Coisas de Neurologia Obrigatória

- 3.4.16

Excelente entrevista sobre défice de atenção e hiperatividade, com o neuropediatra Luís Borges, que conclui, acertadamente, que todos os professores (e eu incluiria os pais) deviam ter conhecimentos de neurologia:

http://www.noticiasmagazine.pt/2016/luisborges/

E, porque me toca a mim, e vejo dois filhos de 6 anos a serem avaliados por metas rígidas, sem qualquer respeito pelos seus tempos, pelas suas diferenças, pelas suas necessidades de brincar, deixo aos pais que por aqui andam e lidam com o mesmo problema, este importante parágrafo:

"Os dois primeiros anos devem ser para aprender a ler. Para depois a criança poder passar a ler automaticamente e a compreender. Mas não. Se ao fim do primeiro ano o miúdo não está a ler vai começar a ter problemas e começa o seu insucesso. E depois a exigência da matemática, do cálculo… Nós aprendíamos coisas no sexto ano que hoje são dadas no quarto e o cérebro dos miúdos não melhorou de um dia para o outro. Há coisas que não estão de acordo com as capacidades das crianças. Eles conseguem, mas com grande esforço, grande stress e sem alegria. Ao nível do cérebro, quando a criança faz uma conta bem feita e tem sucesso, é libertada uma substância que gera bem-estar, a dopamina. Já o insucesso liberta as hormonas de stress, a adrenalina, que muitas vezes bloqueiam a capacidade de raciocínio. Se a criança tem medo de errar, não está em boas condições para aprender. Depois, o stress acumula-se e a motivação que é o motor para aprender não existe, a escola torna-se «uma seca»."

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2 comentários

  1. não com as tantas horas de estudo nas crianças, e acho que o número de disciplinas também aumentou desde o meu tempo.. Acho que não é por aí que vão formar uma sociedade melhor

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  2. Por acaso vi hoje no facebook e estive a ler. Se fosse como o Dr. Luis Borges "quer", tenho a certeza que as crianças seriam mais felizes... Conheço um menino, com sete anos, que foi encaminhado pela escola para uma psicóloga porque não parava quieto na sala de aula e demonstrava pouca ou nenhuma atenção à professora. Foi diagnosticado com hiperactividade e começou a tomar ritalina (acho que é assim que se escreve). O miúdo parecia um zombie, a mãe decidiu pedir segunda opinião a um neuropediatra. Afinal ele não é hiperactivo, tem dislexia!! Parou de tomar o medicamento e começou a ter apoio fora da escola. Em menos de dois meses os pais notaram melhoras significativas!! A minha opinião é que agora cai-se num exagero bem grande... Antigamente as crianças eram consideradas mal-educadas, agora são hiperactivos e toma lá uns calmantes para não perturbares ninguém!! Enfim... Eu tenho um filho com 4 anos que é muito activo. Logo no início do ano escolar a educadora falou-me que ele tinha de ter um "seguimento" porque saía da fila na hora de almoço e tinha a mania de querer ir na frente e, ainda por cima, fazia muitas birras!! Quando eu expliquei que já tinha colocado a questão ao pediatra do meu filho, que era o Sr. Dr. Fulano de Tal (conceituado e muito conhecido na zona onde vivemos) e que ele era de opinião que o menino não era hiperactivo, mas sim uma criança de 4 anos a fazer o que crianças de 4 anos é suposto fazerem, mudou logo de conversa, afinal ele já era apenas uma criança com aptidão para o disparate... ???


    Sandra

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