Coisas de Cair na Real

- 8.6.18

Há uns tempos, andava eu a conversar com o meu filho Afonso sobre o facto de ele parecer alheado de tudo, sem preocupações sobre o mundo e sobre os outros, demasiado centrado nele próprio, sem objetivos, etc, etc... Quando ele, já fartinho de me ouvir, resolveu sentar-me na cama dele e olhar-me bem fundo, nos meus olhos.

(Afonso) Então conte lá, mãe... Quando tinha 14 anos, o que é que fez pelo mundo e pelos outros? O que é que transformou exatamente, de relevante para a sociedade?

Caiu-me a ficha nesse momento, mas só ontem o percebi completamente, quando, à procura de uns papéis, dei de caras com alguns dos meus diários da adolescência. Folhei-os ao calhas, e fiquei num misto de riso e choque. Quem era aquela Sara preocupada com o corpo a crescer, as paixonetas, as trocas e baldrocas das amigas, as saídas à noite..? Ora bem, ainda bem que assim foi, e foi vivido na altura certa. Mas nunca mais, nunquinha mais, me atrevo a fazer discursos moralistas aos meus filhos adolescentes...
Cresçam e apareçam, lá diz o ditado. Agora é mesmo deixá-los crescer e aproveitarem, dentro de alguns parâmetros que evitem (ou tentem evitar) as asneiras que possam deixar marcas.

E fica o conselho a quem por aqui anda, com filhos nestas idades. Se escreveram diários na vossa adolescência, esta é uma boa altura para os irem espreitar. Vai ficar tudo tãaaaaaao mais claro!

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