Coisas de Natal I
Coisas de Pais
A tradição mantém-se e, pelo terceiro ano consecutivo, ajudei o meu filho Afonso a escrever a sua carta ao Pai Natal. No primeiro Natal dele escrevi uma carta para a família achar piada, no segundo obriguei-o a escolher alguns brinquedos de um daqueles catálogos que nos chegam a casa por esta altura, e neste terceiro obriguei-o a não escolher todos os brinquedos que apareciam noutro mesmo catálogo do género. Porque se no ano passado ele não queria quase nada (ou apenas aquilo que os coleguinhas da escola queriam), este ano ele quer o que os colegas querem, o que os colegas não querem, o que ninguém quer... comecei por assinalar os brinquedos que ele me apontava, depois passei a assinalar as páginas em que ele queria tudo, e depois como percebi que eram quase todas, assinalei apenas as que ele não queria (as cor-de-rosa, e mesmo assim ainda queria as bonecas para eu poder brincar). Foi duro reduzir as opções a um total de três pedidos, mais um pedido para mim, para o pai e para o Sebastião. Para mim e para o pai foi ideia dele. Para o Sebastião foi imposição minha, e tive que lhe prometer que, mesmo vindo o brinquedo em nome do irmão, ele também iria usufruir dele...
A tradição, depois, manteve-se no resto: eu a tirar a tesoura das mãos do meu filho porque ele estava a escortanhas os brinquedos escolhidos, eu a escrever e ele a querer riscar a carta toda, e por fim eu a berrar "volta para aqui! Nem penses que me deixas sozinha a escrever a tua carta ao Pai Natal!" Enfim, consola-me saber que ele daqui a uns anos vai gostar de ler estas cartas e não se vai lembrar que as alegres tardes de Domingo em família eram também aquelas em que a mãe perdia mais vezes a paciência por minuto.
Acabou a primeira etapa do Natal. Ufa! Para a semana montamos a árvore. Com o Sebastião já a andar, prevê-se um novo record na minha taxa de desesperos. E viva o Natal!
PS - Parabéns ao Manelinho! É um dos meus cinco sobrinhos-maravilha (só falta o cão). Vou falar deles um dia destes.
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