Coisas sem explicação

- 12.4.12

Há uns tempos, trabalhou em minha casa a Susana. Durante meses, foi o meu braço direito para tudo. Nas pesquisas, nas escritas, nos telefonemas, até nas coisas de mãe, porque os meus gémeos (na altura ainda por casa) adoravam-na e ela lá me ia dando uma mãozinha nas horas de maior aperto, brincando, rindo e conversando com o jeitinho natural que ela tem. Na altura os gémeos ainda não falavam mas, sobretudo o Duarte, ficava de olhinhos a brilhar quando ela aparecia, e ia à porta quando ela saía. Há cerca de um ano, a Susana abraçou um novo desafio profissional, que a tem levado para outros voos. E o Duarte, entretanto, começou a falar. E, um dia, chegou à porta do meu escritório, bateu à porta e gritou "Su-jjja-naaaa. Su-jjja-naaaa". A Susana não estava, mas eu fiquei tão impressionada por ele ainda se lembrar dela, que lhe liguei imediatamente a pedir-lhe que ela viesse a minha casa. Ela veio, cheia de receio que o Duarte não a conhecesse (até porque tinha cortado o cabelo), mas o Duarte correu para ela a abraçá-la. Depois mexeu-lhe no cabelo e perguntou: "O cabelo?". Passaram-se outros tantos meses, a Susana não tem conseguido voltar, mas hoje de manhã abri o computador e fui espeitar um e-mail dela, para retirar um documento de trabalho que precisava. Estive caladinha o tempo todo, atrapalhada com trabalho, como sempre, mas o pequeno Dudu, sentado à minha frente a beber o seu leite, acabadinho de acordar, saiu-se com esta: - Mamã... a Sujjana?? E quem é que explica como nascem estes laços? Coincidências? Talvez. Ou talvez não.

You May Also Like

1 comentários