Coisas de Decisão Difícil

- 27.9.12

Enquanto os nossos filhos são pequenos cabe-nos a nós, pais, tomar por eles as principais decisões da sua vida. Podemos deixá-los escolher o que vestem, ou até por vezes o que comem, mas somos nós que decidimos para que escola vão, que actividades praticam e onde, entre variadíssimas outras coisas. Damos-lhe alguma margem de manobra, mas somos nós que, em última instância, sabemos o que é melhor para eles e o que vai ao encontro daquilo que eles mais gostam ou têm mais jeito.
Mas os filhos crescem. Começa a ser importante ouvi-los, respeitar algumas vontades e interesses. Não ceder naquilo que é fundamental, mas deixá-los fazer as suas próprias escolhas dentro daquilo que é acessório.
E ontem, o Afonso teve que tomar uma decisão difícil. Poderia ser simples - escolher entre uma actividade ou outra - se todos estivéssemos de acordo em relação à solução. Não fosse a mãe ter uma opinião, o pai ter outra... e o filho não conseguir optar entre uma e outra. Quisemos deixá-lo decidir. Achámos que era importante que ele sentisse que podia fazê-lo, num quadro de responsabilidade. Mas depois foi dramático vê-lo entre uma coisa e outra, indeciso por ele, e indeciso também nós, porque não queria desiludir-nos e sabia que a sua decisão só agradaria a um de nós.

Num mundo perfeito, os pais estariam sempre de acordo. E creio que devem esforçar-se por isso, em questões básicas da educação e valores. Mas a verdade é que, nas questões do dia-a-dia, os pais não precisam de ter sempre a mesma opinião. Pela vida fora, os nossos filhos irão lidar com pessoas com as opiniões mais diversas, e é importante que eles saibam fazer as suas escolhas, consigam assumi-las e saber lidar com aqueles que têm uma opinião contrária. A obediência, numa primeira fase, é importante. Mas é preciso ajudar também os filhos a formar o seu carácter.
O Afonso decidiu. A custo, mas decidiu. Não por aquilo que me parecia melhor. Mas pareceu-me infinitamente bom que ele tivesse chegado a uma conclusão. Por isso mereceu um abraço apertado que o sossegou e as palavras que ele precisava de ouvir de mim naquele momento: "Se é essa a tua decisão, a mãe vai apoiar-te, filho".




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1 comentários

  1. E é bom que os filhos sigam os conselhos dos pais. Um rapaz segue quase sempre o pai. E os que andam sempre em volta das mães às vezes ficam assim meio tímidos e envergonhados. Mas eu não tenho filhos... Mas sou uma tia super babada. O meu irmão vai com o seu filho para todas aquelas coisas que são mesmo típicas de homem e eu acho imensa piada. Parecem dois engatatões! A minha cunhada faz cara feia mas mais vale ter dois homens à séria em casa!

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