Coisas de Nonô bailarina

- 19.9.12

A minha Nonô bailarina teve a sua segunda aula de ballett. Mas desta vez não teve apenas a companhia da mamã, mas também a do seu irmão gémeo, que não teve com quem ficar. E a Nonô lá ia tratando de lhe explicar tudinho, como se a escola de ballett fosse a sua segunda casa e já conhecesse os procedimentos de trás para a frente.
- Estas são as sapatilhas, Dudu... Não podes ir à aula, Dudu, só espreitar. - e por aí fora.
A professora ainda desafiou o pequeno Dudu a ir à aula, mas ele tinha o discurso bem encomendado: "A Nonô é bailarina. Eu sou do hóquei".
O problema é que, entusiasmado, o Dudu não queria ficar do lado de fora da sala. E foi vê-lo a fazer investidas furtivas sobre a porta que dava acesso ao estúdio de dança, não para ir dançar também, para ir espreitar a sua maninha do coração.
- Não podes, Dudu.
- Ó mamã... Eu quero ver a minha Nonô!
E quando o deixava espreitar um bocadinho (até nos fecharem a porta......), ele sorria e dizia-me, orgulhoso.
- A Nonô é bailarina...
E, se na primeira aula me comovi a ver o empenhamento da minha pequerrucha numa actividade que também sempre me encheu as medidas, comovi-me desta vez ao perceber como o meu orgulho é partilhado pelos irmãos, que se comovem comigo. Às vezes penso que um filho inserido numa família numerosa como a nossa tem de se sujeitar a mais olhos críticos sobre as suas acções. Mas a verdade é que também recebe, na maioria dos casos, mais apoio e olhares de indisfarçável orgulho, que tornam o saldo bem positivo.
Por isso, quando a Nonô saiu da aula e o Dudu correu a abraçá-la, a mamã abraçou os dois e, indiferente a quem estava à nossa volta, envolveu-os naquele amor que dá sentido a todos os dias.

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4 comentários

  1. No seu "ninho" parece tudo tão cheio de mimos, partilha, trocas de ideias...Parabéns, a gente fica aqui a babar-se!

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  2. Obrigada, Joana e Mariana. Mas claro que isto tem dias :). Ainda ontem voltei a levar o Dudu ao ballett e jurei para nunca mais! Tive direito a uma birra dele para pôr a rede na cabeça, a garrafa de água entornada no balneário, a tentativa de destruição de uma planta da recepção e ainda tive que disfarçar quando ele disse a uma funcionária, com toda a sinceridade do mundo, que ela era um "bocadinho feia". Estava nos seus dias, portanto! Mas há que ir registando sobretudo os dias bons, para nos lembrarmos mais tarde de como tudo valeu tanto a pena...

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  3. Para quem só tem uma filha e já com 28 anos, até os seus dias menos bons são para ficar encantada...Boas jornadas, Sara!

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