Coisas de Mamã e Filha iguais

- 15.10.12




Ontem, mamã e filhota andaram de igual. Para os outros, talvez uma pirosada como outra qualquer. Mas para mãe e filhota, um momento muito especial.

- Mamã, eu e tu somos iguais, "pois é"?

E seguiram-se tantos abraços, beijinhos e mãozinhas apertadas, que percebi como é, realmente, importante para uma filha ter o espelho de uma mãe. E como é reconfortante para uma mãe ver o seu espelho numa filha.
Não foi propriamente as roupas iguais o que nos marcou ontem. Foi o sentimento de pertencermos uma à outra. De eu ser muito dela e ela minha. Não será igual a mim em tudo, espero até que melhore umas tantas coisas que me eram dispensáveis, mas ver-me em ponto pequeno, com os mesmos interesses, as mesmas brincadeiras, até as mesmas teimosias, é sentir que me repito outra vez, nesta vida. Que, depois de mim, algo ficará por cá (assim espero!) a ser ainda um bocadinho do que fui. E também que tenho a enorme responsabilidade de lhe transmitir o melhor de mim (e de si), ensinando-lhe também a contrariar o pior de nós. Tenho obrigação de lhe ensinar o que aprendi e que pode fazer toda a diferença na sua vida, de forma a que o salto de uma geração seja também sinónimo de evolução.
Claro que isto acontece com todos os meus filhos. Todos são nossos e todos são o que fomos em certa medida. Mas não posso dizer que compreenda a vontade de fazer wrestling em cima da cama da mesma forma que compreendo a vontade de brincar às casinhas. Consigo entender a motivação para ganhar num jogo de futebol, mas compreendo melhor a expressão das emoções através do ballett. Por muito que tenhamos feitios semelhantes, somos energias diferentes, e ainda bem. É na combinação das duas que o mundo interage e avança. E eu sou uma privilegiada por poder assistir diariamente a essa interação na minha própria casa.

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