Coisas de 25 de abril

- 25.4.13

Em dia de liberdade, a mamã armou-se em ditadora e obrigou os filhos a fazer uma composição sobre o 25 de Abril de 1974, data que eles não viveram e da qual muito pouco ou nada sabiam. A mamã contou primeiro o que sabia e cada um dos manos mais velhos escreveu o que entendeu, à sua maneira, misturando aquilo que imaginou. Felizmente, nenhum deles sabe o que é viver numa ditadura. Mas acho que nunca mais se vão esquecer onde estavam os avós, a tia e o pai nesse dia histórico para o nosso país...

O 25 de abril do Afonso:

"Em 1974, na rádio, tocou a música que todos esperavam. Todos sabiam o que queria dizer menos a minha avó que estava no hospital a ter uma filha. Estava na hora de acabar a ditadura! Então, saíram todos à rua, camponeses e soldados. Os soldados, em vez de balas, nas espingardas levavam cravos, para não haver feridos. E todos gritaram:
- Se querem escravos, levam com os cravos!
(...)"

O 25 de abril do Titão:

"No dia 25 de abril de 1974 a minha avó estava no hospital, porque a minha tia tinha nascido há três dias. O avô não tinha chegado porque estavam muitas pessoas a tentarem livrar-se da ditadura. E a minha avó disse:
- Senhor doutor, onde está o meu marido?
O médico disse:
- Ó senhora, eu não faço a mínima ideia.
- Então quem é que sabe?
- Estou aqui! - disse o meu avô. Eu atrasei-me porque havia muitas pessoas a tapar o caminho.
Estavam muitas pessoas na rua porque queriam liberdade.
A minha avó Ti estava em África e o meu pai também. O meu pai tinha três meses."

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