Coisas de Portugal continental e ilhas

- 20.10.13

Os distritos, ao meu filho Titão, causavam-lhe a mesma repugnância que eu teria pelos clubes de futebol, se me obrigassem a decorá-los. Sem qualquer sentimento de ligação ao nome de terras que desconhece (até mesmo à sua, que não sente propriamente como sua, porque o nosso envolvimento na comunidade local é escasso), o seu cérebro, simplesmente, ignorava tal matéria.
O corpo humano interessava-lhe - e decorar o que se entende é outra coisa... - mas decorar os distritos soava-lhe a verdade massacre (e obrigá-lo a decorá-los, uma verdadeira tortura também para mim!).
Só conseguimos contornar a questão quando fomos criar "relação" com cada um dos distritos: Porto é onde a mãe nasceu, em Aveiro é onde o F. passa férias, em Coimbra nasceu o teu primo, em Évora vivem os avós, em Setúbal trabalha o pai do T., e por aí fora. Depois treinámos a localização espacial, com treino visual, baralhando os nomes que ele tinha de associar a um determinado espaço, no mapa de Portugal.



Distritos assimilados (espero eu)! Faltava atacar as ilhas, e aí não havia relação empática possível, porque nem eu nem ele temos conhecimentos para aquelas bandas. Mas sendo os nomes das ilhas tão sugestivos, fomos lá pela via da parvoíce.

- O grupo oriental fica do lado do Oriente, no planisfério. Tem duas ilhas - dois olhinhos em bico - com nome de gente: Maria e Miguel. São bem santinhos, por sinal. Santa Maria e São Miguel (que é o maior, ou não fossem os rapazes, em geral, maiores dos que as miúdas).
- O grupo ocidental fica do lado do Ocidente, no planisfério. Tem também duas ilhas, que lembram o nosso jardim, com um Corvo em cima de Flores.
- O grupo central, como o nome indica, é o do meio. Lá encontramos o Jorge (que tem o nome do primo, que também é um santinho), apaixonado pela Graciosa, que está por cima dele. Por ela, ele subiu ao Pico (em baixo), com o seu cão Faial (à esquerda). À direita, está a Terceira. Porquê, não sei. Não houve imaginação para mais.


Se isto é pedagógico ou não, não faço ideia. Mas sei que até eu, que não sabia bem a disposição das ilhas açorianas, já não me esqueço delas tão cedo!

Agora é ver como corre o teste de amanhã...

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2 comentários

  1. Perdemos uma excelente professora...mas ganhamos uma escritora. Como me revejo nessa tua maneira de trabalhar com as crianças! Bj.

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  2. Esta maneira de trabalhar é inspirada nas estratégias da professora Antónia, que nunca desistia dos seus alunos. Revês-te exatamente porque és tu a sua inspiração :). Um beijinho grande!

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