Coisas de jovens e a nossa responsabilização

- 17.1.14

Anteontem, à conversa com Francisco Varatojo, Diretor do Instituto Macrobiótico Português - e eu sou atualmente uma mamã rendida à macrobiótica! - falávamos sobre saúde infantil e responsabilização. Ou melhor, desresponsabilização vigente dos pais em relação aos seus filhos. Nunca tinha pensado o assunto nesses termos mas, efetivamente, e à falta de disponibilidade nossa (generalizando, é certo), delegamos nas escolas a sua aprendizagem, a sua alimentação, a sua saúde, até a sua educação... e se alguma coisa não corre bem, a culpa recai sobre a escola. "Eu ando a pagá-la para quê? Pagamos impostos para quê?"
No último ano tornei-me uma crítica do sistema de ensino atual. Acho que, de uma forma generalizada (porque há nele muitas virtudes, também) está desajustado às crianças que temos e ao futuro que os espera - penalizando sobretudo os rapazes, maioritariamente mais ativos e com outras necessidades, defende Francisco Varatojo. Mas, críticas à parte, a grande mudança começa em casa. Os pais são os grandes responsáveis pelo que os filhos aprendem. São os grandes responsáveis pela educação dos seus filhos. São os grandes responsáveis por aquilo que os filhos comem. E sabiam que existe uma correlação direta entre a alimentação que damos aos nossos filhos e o seu comportamento? Vou trazer a este blog alguns artigos sobre o tema, mas deixo-vos já hoje com um exemplo real: ao tirarem as máquinas de doces e bebidas refrigerantes de um reformatório americano, o comportamento do jovens alterou-se imediatamente. A não-ingestão de açúcar e químicos tornou-os muito mais serenos, segundo os relatórios de todos os profissionais que os acompanhavam. A experiência, no entanto, não se pôde prolongar no tempo, porque alegadamente, ao se proibir a ingestão desses alimentos e bebidas, se estaria a limitar os direitos dos jovens institucionalizados...

Os filhos não são nossos, são do mundo. Mas fomos nós que os trouxemos a este mundo e, enquanto estiverem à nossa guarda, somos responsáveis por eles. Com melhores ou piores resultados (porque nem sempre é fácil, nem sempre resulta e há sempre aspetos que nos ultrapassam) somos responsáveis pela sua aprendizagem, pela sua conduta e pela sua alimentação/saúde. É ao tomarmos esta responsabilidade como nossa que estaremos a trabalhar para um futuro melhor, com jovens mais preparados para o segurarem nas mãos e fazerem nele o que tiver de ser feito.

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8 comentários

  1. Ai que bom! Bring it on, Sara! Mesmo fundamental. Obrigada

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  2. Excelente artículo. Tenéis mucha suerte en Portugal con Francisco Varatojo y el Instituto Macrobiótico de Portugal en Lisboa, Leiria y Oporto con vosotros

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  3. Excelente artículo. Tenéis mucha suerte en Portugal con Francisco Varatojo y el Instituto Macrobiótico de Portugal en Lisboa, Leiria y Oporto con vosotros

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  4. E tu terás tantas experiências para partilha, Ritinha... Vamos a isto! Beijinhos!

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  5. Tenho muita sorte, sim, Mercedes. Conto aprender muito com todos eles. Um beijinho!

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  6. Parabéns Sara!
    Pelas tuas escolhas.
    Realmente a macrobiótica facilita-nos muito a vida. E a dos nossos filhos. :D

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  7. Ainda tenho muito que aprender... Mas vou fazer por isso :). Obrigada, Maria!

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  8. Totalmente em sintonia, Sara. Talvez seja importante relembrar que a estupidificação colectiva a que nos vão tentando condicionar - e aos nossos filhos - é potenciada pela indústria mais poderosa deste planeta, que não é a indústria farmacêutica, nem petrolífera, nem a do armamento... é, sim, a indústria alimentar.

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