Coisas de texto para pensar

- 10.3.14

Foi o avô que enviou, e o avô sabe do que fala... :)

Aproveito para agradecer aos avós todas as vezes que põem os seus netos a ajudar na horta, a cozinhar, a pôr e tirar a mesa, ou simplesmente a arrumar os brinquedos que desarrumaram. Às vezes parece mais simples tê-los longe do trabalho, minimizando a confusão, mas não há dúvida de que incentivá-los a "pôr as mãos na massa" e a dar o devido valor ao trabalho, é mesmo o melhor que lhe podemos fazer...


E agora, o texto:


"Um jovem de nível académico excelente, candidatou-se à posição de gerente de uma grande empresa.

Passou a primeira entrevista e o director fez-lhe a última, para tomar uma decisão.

O director descobriu, através do currículo, que as suas realizações académicas eram excelentes em todo o percurso, desde o secundário até à pesquisa da pós-graduação e não havia um só ano em que não tivesse sido classificado com a nota máxima.

O director perguntou: "Teve alguma bolsa na escola?"

O jovem respondeu: "Nenhuma".

- Foi o seu pai quem pagou as suas propinas?

- O meu pai faleceu quando eu tinha apenas um ano, foi a minha mãe quem pagou as mensalidades.

- Onde trabalha a sua mãe?

- A minha mãe lava roupa.

O director pediu que o jovem lhe mostrasse as mãos. O jovem mostrou as suas mãos macias e perfeitas.

- Alguma vez ajudou a sua mãe a lavar roupa?

- Nunca, a minha mãe sempre quis que eu estudasse e lesse mais livros.
Além disso, a minha mãe lava a roupa mais depressa do que eu.

- Eu tenho um pedido para lhe fazer. Hoje, quando voltar para casa, lave as mãos da sua mãe e depois venha ver-me amanhã de manhã.

O jovem sentiu que a hipótese de obter o emprego era alta. Quando chegou a casa pediu, feliz, à mãe que o deixasse limpar as suas mãos.
A mãe achou estranho, estava feliz, mas também com um misto de desconfiança e mostrou as mãos ao filho.

O jovem limpou lentamente as mãos da mãe. Uma lágrima escorreu-lhe pel face enquanto o fazia.
Era a primeira vez que reparava que as mãos da mãe estavam muito enrugadas e que tinham demasiadas contusões.
Algumas eram tão dolorosas que a mãe se queixava quando lhas limpava com a água.

Esta era a primeira vez que o jovem percebia que estas mãos que lavavam roupa todos os dias lhe tinham pago as propinas.
As contusões nas mãos da mãe eram o preço a pagar pela sua graduação, a excelência académica e o seu futuro.
Após acabar de limpar as mãos da mãe, o jovem silenciosamente lavou as restantes roupas por ela.

Nessa noite mãe e filho falaram durante bastante tempo.

Na manhã seguinte o jovem foi ao gabinete do director.

O director percebeu as lágrimas nos olhos do jovem e perguntou: "Diga-me, o que fez e que aprendeu ontem em sua casa?"

- Eu lavei as mãos da minha mãe e ainda acabei de lavar a roupa que faltava.

- Por favor, diga-me o que sentiu.

- Primeiro, agora sei o que é dar valor. Sem a minha mãe não haveria um eu com êxito hoje.
Segundo, ao trabalhar e ajudar a minha mãe, só agora percebi a dificuldade e a dureza que é ter algo pronto.
Em terceiro, agora aprecio a importância e o valor de uma relação familiar.

- Isso é o que eu procuro num gerente. Quero recrutar alguém que saiba apreciar a ajuda dos outros, uma pessoa que conheça o sofrimento dos outros para terem as coisas feitas e uma pessoa que não coloque o dinheiro como o seu único objectivo na vida. Está contratado !

Desde aí, o jovem trabalhou arduamente e recebeu o respeito dos seus subordinados.
Todos os empregados trabalhavam diligentemente e em equipa. O desempenho da empresa melhorou tremendamente !


Uma criança que seja super-protegida e que tenha tudo o que quiser, desenvolver-se-á mentalmente mas sempre se colocará em primeiro. Ignorará os esforços dos seus pais e quando começar a trabalhar assumirá que todas as pessoas devem ouvi-la, e se se tornar gerente nunca saberá o sofrimento dos seus empregados e sempre culpará os outros.
Para este tipo de pessoas, que podem ser boas academicamente, podem ser bem sucedidas por um tempo, mas que eventualmente não sintam a sensação de objetivo atingido, irão sempre resmungar, estar cheios de ódio e lutar sempre por mais para si.

Se formos esse tipo de pais, estaremos realmente a mostrar amor ou a destruir os nossos filhos?

Pode deixar o seu filho viver numa grande casa, comer boas refeições, aprender piano e ver televisão numa grande TV.
Mas quando for cortar a relva, por favor, deixe-o experimentar isso. Depois da refeição, deixe-o lavar o seu prato juntamente consigo ou com os irmãos. Deixe-o guardar os brinquedos e fazer a cama.
Isto não é por não ter dinheiro para contratar uma empregada, mas por querer amá-lo e ensiná-lo como deve ser.
A coisa mais importante que os seus filhos devem entender é de apreciar o esforço e experiência da dificuldade e aprendizagem da habilidade de trabalhar com os outros para fazer as coisas.

Quais são as pessoas que ficaram com mãos enrugadas por mim?
Esse é o grande valor das nossas mães..."

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4 comentários

  1. Lindissimo, adorei de coração.
    Eu sempre ajudei e sempre soube dar o valor ao esforço dos outros. Espero nunca esquecer de o ensinar às minhas filhas.
    Obrigada pelo texto.

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  2. ... e é por isto que tanto gosto de ler o seu blogue.
    Como avó também faço a minha neta partilhar algumas tarefas mesmo sendo ela tão novinha. E é tão bom esta cumplicidade. E o que ela gosta, a importância que dá em ter já as suas responsabilidades.
    Obrigada mais uma vez pela ternura e pela forma sempre tão atenta e carinhosa como partilha estas pequenas mas tão GRANDES realidades.

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  3. Beijinhos a todos! Obrigada pelas vossas palavras.

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