Coisas de Dia da Mãe

- 3.5.15

Lembro-me de olhar para o meu primeiro filho, quieto a dormir, e de pensar que, depois de tanto procurar um sentido para a vida, ali estava um possível, que me preenchia ao ponto de querer viver e usufruir, acima de qualquer dúvida. De ganhar raízes e querer ser fortaleza, acima de qualquer voo que tivesse ficado por fazer. De querer amar, e amar incondicionalmente, acima de qualquer zanga, pressão ou injustiça.
Ser mãe é descobrir em nós a capacidade de dar, de recuar para dar lugar ao outro, de cuidar, de estar presente mas também de saber ser uma presença ausente. É aprender a ensinar, aprender a escutar, e descobrir em nós as melhores palavras que sabemos, os melhores conselhos que podemos dar, os melhores exemplos que temos para mostrar. É um exercício de paciência, de resiliência e de liderança. De criatividade e de responsabilização.
E, mesmo quando nos deitamos exaustas, depois de um domingo a correr atrás dos filhos, por entre máquinas de roupa e tabuleiros de comida, trabalhos de casa e meias por coser, é adormecer com a certeza de que não trocávamos isto por nada. Que há sempre outros sentidos possíveis para esta vida, igualmente gratificantes e saborosos, mas que este... este, com todas as dificuldades inerentes (porque não são só alegrias) torna-nos pessoas melhores e enche-nos de motivos para acordarmos todas as manhãs com redobrada sede de viver.

Obrigada, meus piolhos!

E um beijinho grande a todas as Mães (especialmente à minha, que eu sei que me entende tão bem!).

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