Coisas de ameaça

- 1.4.16

Dois filhos nos avós, dois filhos às voltas com o pai, a mamã com os gatos (a trabalhar... claro!) e na tv e nos jornais e por todo o lado espalha-se a ameaça que conquista audiências, vende papel e ganha visualizações: ameaça do Daesh, Portugal na rota do terrorismo.
E penso nos filhos que estão em Évora, nos filhos que andam com o pai, nos pais, no pai, e no maldito trabalho que me tranca em casa com os gatos e afasta de mim a família que nesta hora queria mais perto.
E se acontece aqui?
E se acontece ali?
Acolá? Por cima? Por baixo? Ao lado? Ao centro? Bota para dentro.
E sei que qualquer coisa pode acontecer em qualquer parte e por qualquer motivo.
E que não, nunca os poderei proteger de tudo. Nunca me poderei proteger de tudo. E é possível que qualquer um de nós, um dia, esteja na hora errada à hora errada e não possamos fazer nada contra isso.
O que me custa e me dá medo não é isso. É só, se esse dia chegar, não ter vivido com eles e comigo e com todos e com tudo, tudo o que podia ter vivido.

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